SEJAM BEM-VINDOS!

Caríssimos(as) Irmãos(as), saudamos a todos vocês com a Paz e o Bem contidas no Cristo Jesus e em São Francisco de Assis.



quarta-feira, abril 30, 2014

Deus amou tanto o mundo…

Amanhã, 01 de maio, missa apenas às 19h.

Quarta-feira da segunda semana da Páscoa
Atos 5, 17-16; João 3, 16-21

Nesse tempo pascal nosso olhar se volta sempre de novo para a figura de Jesus, o Ressuscitado.

O quarto evangelista coloca muitas falas, ternas e profundas falas, nos lábios de Jesus. Sabemos que é o Jesus da fé, o Ressuscitado que fala já aos ouvintes da Palestina. João continua hoje com o diálogo de Jesus com Nicodemos. Ler antes o texto de João para compreender estas reflexões.

● O Senhor, aquele que não cabe nas mentes e nos espaços, aquele que não tem medida, a plenitude do ser, aquele que vive sempre, aquele que chamamos de Pai, de Amor, de Verdade ama os homens, quer bem ao mundo. E tanto ama o mundo que lhe dá o presente do Filho. Os que aderem ao Filho no mistério da fé têm a plenitude da vida, a vida eterna.

● Esse que veio nas palhas do presépio, que se assentou à mesa dos homens e que morreu no patíbulo não veio para condenar, mas para salvar. Os que acolhem sua pessoa e verdade na fé estão salvos.

● Ele é luz e claridade. Os que acolhem a luz se iluminam. Quem age conforme a verdade aproxima-se da luz. Quem se afasta dele opta pelas trevas. É fadado a morrer.

● “Cristo morto e ressuscitado é a suprema e definitiva revelação do amor absoluto de Deus pelo homem; portanto, a proposta última da salvação dirigida a todos os homens, sem exceção. Proposta que aguarda necessariamente uma resposta: sim ou não. O encontro com Cristo é decisivo. Ele sendo Filho do homem e Filho de Deus possuí a chave da existência humana e com sua presença apenas, obriga cada homem a aceitar ou recusar penetrar até o fundo de si mesmo lá onde vive em comunhão com ele e em abertura para Deus (“praticar a verdade”). O juízo não é pois um acontecimento exterior ao homem; consiste na resposta que dou a Cristo que me interpela, no fato de aceitar caminhar na luz ou preferir viver na trevas” (Missal Cotidiano da Paulus, p. 367).

Frei Almir Ribeiro Guimarães
www.franciscanos.org.br

terça-feira, abril 29, 2014

Jesus e Nicodemos

O evangelho de hoje é a sequência do diálogo catequético-batismal entre Jesus e Nicodemos que começamos a ver no dia de ontem. Para compreender o mistério de Deus e desfrutar do seu reinado é preciso “nascer do alto”; é preciso, movido pelo Espírito que como o vento sopra onde quer, superar o que é estritamente carnal e não permitir que a relação do homem com Deus se reduza ao puramente terrestre ou seja definitivamente condicionada por ele. É preciso deixar-se mover e conduzir por Deus. Sem isso, é impossível compreender o mistério de Jesus Cristo e reconhecer que ele é o enviado do Pai. As considerações de Jesus fazem Nicodemos titubear e declarar a própria ignorância (v. 9). Sua dificuldade de compreensão pode ser atribuída ao raciocínio estreito em que o homem prisioneiro do seu próprio modo de pensar se fecha para a novidade de Deus. Somente o novo nascimento, uma vida segundo o Espírito, pode permitir ao ser humano sair do hermetismo do racionalismo e de uma prática vaidosamente rigorosa da Lei e conhecer, por uma relação pessoal e íntima com o Senhor, o mistério de Deus e receber dele a luz que faz sair da escuridão e caminhar sem tropeçar.

Carlos Alberto Contieri, sj
paulinas.org.br

segunda-feira, abril 28, 2014

Nascer, nascer de novo, nascer para sempre

Segunda-feira da segunda semana da Páscoa
Atos 4,23-31; João 3, 1-8

Ficamos sempre profundamente admirados com a força do mistério da vida: essas flores generosas e esplendorosas, o movimento das ondas do mar, o manso ruído da água descendo pelas pedras, uma manhã ensolarada, uma noite de trovoada, esses passarinhos que fazem ninhos nas plantas da varanda, colibris e pintassilgos, a criança que alegre corre, os jovens de corpos esbeltos e a graça da dança dos casados na festa de casamento. Vida viver, viver em plenitude.

De outro lado há essas pessoas jogadas à beira da estada: uns mortos de fome, outros sem entusiasmo, esses casados que empurram a vida para adiante sem mais, essas pessoas vazias que nada têm a dizer umas às outras, esses garotos que gravam o momento em que assassinaram uma namorada para depois mostrar aos colegas, gente profundamente vazia…mortos em vida.

Nascer de novo, nascer do alto. Uma coisa é nascer do seio de uma mulher. Outra coisa é nascer do alto. Ouvimos hoje a conversa de Jesus com Nicodemos. Este homem sincero não quer mais viver por viver. Meio temoroso de ser visto por seus pares do farisaísmo procura o Mestre à noite. Há uma aproximação de Nicodemos com o mundo de Jesus. Ele se sente fascinado: ninguém pode fazer os sinais que ele faz sem que Deus esteja com ele. O fariseu quer compreender melhor todas as coisas. Jesus fala então de um nascimento. Será preciso nascer do alto para ver o Reino de Deus, para viver de outra maneira. Nicodemos pede explicação: “Como é que alguém pode nascer se já tem idade? Com poderá entrar no seio da mãe?”

Os versículos que transcrevemos são dos mais belos e mãos profundos do Novo Testamento e merecem nossa detida meditação: “Em verdade, em verdade eu te digo que se alguém não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. Quem nasce da carne é carne; quem nasce do Espírito é Espírito. Não te admires por eu haver dito; ‘Vós deveis nascer do alto’. O vento sopra onde quer e tu podes ouvir o seu ruído, mas não sabes de onde vem e para onde vai. Assim, acontece com todo aquele que nasce do Espírito”.

Num determinado momento de nossa caminhada humana nos damos conta do fascínio de Jesus, do Vivo que é nosso Mestre. Tudo nele nos toca: seu mundo, sua fala. Suas promessas nos enchem de profunda alegria e nos fazem respirar esperança. Vivemos nossa vida, corremos, amamos, sofremos, vivemos. De repente nos damos conta que será preciso um nascimento novo. Falamos, então, de um nascimento espiritual. Trata-se de um nascer para Deus para si. Sylvie Robert, religiosa francesa, falando do nascimento espiritual assim se exprime: “O nascimento espiritual, no cristianismo, sempre tem duas facetas: nascer a Deus e nascer a si mesmo, inseparavelmente. A interioridade cristã é dialogal, não solitária; ela se revela pelo encontro com Deus e sua iniciativa. Libertamo-nos do peso do passado, do sofrimento que nos esmaga e do pecado que pode nos tritura. Na medida em que entramos num processo de conversão e somos lavados pela água do peito do Esposo, somos criaturas novas. Nascemos de novo. Nascemos do Alto e do Espírito”. Vale transcrever estas linhas de Thomas Merton que descreve uma experiência que teve numa igreja onde o Senhor o tocara: “Caminhava sem pressa pela Broadway ensolarada e meu olhar pairava sobre um mundo novo. Não compreendia bem o que me fazia tão feliz, tão cheio de paz, tão contente com a vida (…). O que eu sei é que estava entrando num mundo novo”.

Felizes os que nascem de novo, da água e do Espírito…

Frei Almir Ribeiro Guimarães
www.franciscanos.org.br

domingo, abril 27, 2014

Recebei o Espírito Santo - 2o domingo de Páscoa

Este segundo Domingo da Páscoa era conhecido, na Liturgia antiga, como Dominica in Albis, porque os que foram batizados na Vigília Pascal se apresentavam ao bispo, uma semana depois, com as suas vestes cândidas, para mostrarem que se esforçavam para viver a candura batismal.

Hoje, o Domingo da Oitava da Páscoa também é a festa da Divina Misericórdia. A celebração foi instituída pelo bem-aventurado Papa João Paulo II – a ser canonizado neste fim de semana –, por conta das revelações particulares de Nosso Senhor à religiosa polonesa Santa Faustina Kowalska. Tendo morrido cedo, com apenas 33 anos (a idade de Cristo), ela experimentou, ainda em vida, as várias purificações que recebem os místicos que se aproximam cada vez mais de Deus, além de dons sobrenaturais e dos santos estigmas. A pedido de seu confessor, Faustina escreveu um diário no qual colocou por escrito aquilo que Cristo lhe falava em Suas aparições. Em uma dessas aparições, Ele pediu que se fizesse um quadro e que fosse instituída uma festa em honra à Sua Misericórdia, pois “a falta de confiança das almas”, especialmente “a desconfiança da alma escolhida”, ofendia-Lhe muito [1].

Quando Santa Faustina morreu, alguns padres ficaram responsáveis pela propagação dessa devoção, que Jesus prometeu que se espalharia pelo mundo inteiro. Graças ao empenho do então arcebispo de Cracóvia, Karol Wojtyla, o Diário de Santa Faustina teve sua proibição retirada pela Igreja, em 1978, quase vinte anos depois de uma intervenção do Santo Ofício. No mesmo ano, providencialmente, Wojtyla foi eleito Papa João Paulo II e o reconhecimento da santidade de Faustina Kowalska andou a passos largos. Em 2000, a devoção à Divina Misericórdia foi estendida ao mundo inteiro, recebendo indulgências especiais e uma festa litúrgica, no primeiro domingo após a Páscoa.

Então, neste domingo, somos chamados a louvar a Deus por Sua infinita misericórdia. Ela é, nas palavras da própria Santa Faustina, um fruto do amor de Deus: “O amor de Deus é a flor – e a misericórdia é o fruto” [2]. Em Si mesmo, Deus é amor; mas, ao manifestar-se na história para os homens, esse amor é misericórdia. Antes da Criação, não era possível a misericórdia, porque, para existir, é necessário haver um “miserável”. É com a economia divina, portanto, que se manifesta a Sua misericórdia: na Criação, na Redenção, nos Sacramentos, no envio do Espírito Santo etc. Com razão, pode-se dizer que a misericórdia divina é uma árvore com vários galhos [3], dentre os quais se sobressai a Cruz de Nosso Senhor, fortaleza e esperança dos que padecem por Ele.

A devoção à Divina Misericórdia é importante porque nela está o coração do Evangelho. A segunda leitura da Liturgia deste domingo diz: “Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Em sua grande misericórdia, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, ele nos fez nascer de novo, para uma esperança viva, para uma herança incorruptível, que não se mancha nem murcha, e que é reservada para vós nos céus” [4].

No Evangelho que cobre o arco dessa Oitava de Páscoa, Jesus ressuscitado aparece aos apóstolos e sopra sobre eles o Espírito Santo. Santo Tomás, em seu comentário ao Evangelho de São João, diz que é próprio da terceira pessoa da Santíssima Trindade o perdão dos pecados. É evidente que, na economia da salvação, quem age é toda a Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Mas, na teologia, utiliza-se um recurso chamado “apropriação”. Por apropriação, é conveniente que se chame o Pai de Criador, o Filho de Redentor e o Espírito de Santificador. Também por apropriação se diz que o responsável por perdoar os pecados é o Espírito Santo, manifestação da caridade, que “supre todas as faltas” [5]:
“Uma vez que é o Espírito Santo que nos constitui amigos de Deus, é normal que seja por ele que Deus nos perdoe os pecados. Por isto o Senhor disse aos discípulos: ‘Recebei o Espírito Santo; aquele a quem perdoardes os pecados, serão perdoados’, e em São Mateus (12, 31) o perdão dos pecados é negado àqueles que blasfemam contra o Espírito Santo, porque não têm em si aquilo por que o homem pode obter o perdão dos seus pecados. Daí decorre também dizermos, do Espírito Santo, que ele nos renova, que ele nos purifica, que ele nos lava.” [6]

Todo o tempo pascal aponta para o Domingo de Pentecostes e, desde já, é possível ver que o Espírito Santo – o amor-caridade que brota do lado de Cristo – é o grande fruto da Ressurreição. No mesmo dia em que ressurge dos mortos, Jesus aparece aos Seus discípulos e sopra sobre eles o Espírito Santo, oferecendo-lhes o dom da remissão dos pecados e manifestando-lhes a Sua misericórdia.

Santa Teresinha do Menino Jesus, grande devota da Divina Misericórdia, na enfermaria, alguns meses antes de morrer, confidenciou à sua irmã:
“Poderiam pensar que é porque não cometi pecados que tenho uma confiança tão grande no Bom Deus. Dizei claramente, minha Mãe, que se eu tivesse cometido todos os crimes possíveis, teria sempre a mesma confiança. Sinto que toda essa multidão de ofensas seria como gota de água lançada num braseiro ardente.” [7]
Cresçamos em confiança na misericórdia divina e lancemos a gota d’água de nossos pecados e misérias no braseiro ardente do amor de Deus. T


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sábado, abril 26, 2014

Meu Senhor e meu Deus

A Tua cruz é a minha
Tuas chagas estão em mim
E meus joelhos marcados para Ti

Não importa o tempo afastada 
Ou a distância imposta por mim
Ao voltar, Teus braços sempre abertos me esperam

Na certeza do cuidado e do consolo que vem de Ti
É para Tua casa que corro
Onde sinto a paz que necessito

És o único que renova minha vida
Restaura minhas forças
Devolve alegria ao meu coração

Na solidão da alma só clamo Teu nome
Minha casa é esta, meu lar é aqui
Só Tu para amparar-me nos meus passos incertos
Meu Senhor e meu Deus!

sexta-feira, abril 25, 2014

A transbordante e atraente espiritualidade Pascal

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

Na Oitava da Páscoa somos convidados a traçar como que as diretrizes espirituais deste tempo litúrgico que se espraia entre o Tríduo Pascal e a Solenidade de Pentecostes. Vivenciamos e testemunhamos em primeiro lugar a alegria da presença do Ressuscitado entre nós, a alegria da vida nova, da vida em Deus que nos é dada no Batismo, que nos torna conressuscitados em Cristo.

A criatividade da força do Vivente e Vitorioso, que nos impulsiona a transformar e mudar todas as coisas e relacionamentos, construindo novas estruturas de convivência e serviço na Igreja e na Sociedade. Uma espiritualidade profundamente amorosa e cheia de ternura, que imitando as mulheres miróforas (portadoras de óleos) almeja aproximar todas as pessoas à fonte da vida em plenitude, que é o Primogênito dentre os mortos, Jesus Cristo Salvador. Por isso este tempo nos mergulha numa mística missionária, que não só se compraz em celebrar este mistério luminoso, mas comunicá-lo e anunciá-lo a toda criatura.

A experiência de uma liberdade inusitada capaz de recriar nossas formas de ser e trabalhar, conquistando espaços e derrubando muros e entraves, que como a pedra diante do túmulo, impedem a passagem da vida. Finalmente, um acontecimento que nos transborda e marca por inteiro fazendo-nos ser um Aleluia dos pés a cabeça testemunhando com parresía (força e unção proféticas) a Vitória definitiva do Cordeiro Pascal que nos encaminha e insere na marcha emancipadora da humanidade rumo a Jerusalém Celeste, a cidade da comunhão e da fraternidade, a urbe divina sem portas, sem excluídos, onde celebraremos com Deus o banquete da vida sem fim. Deus seja louvado!

cnbb.org.br

quinta-feira, abril 24, 2014

“‘Cristãos morcegos’ têm medo da alegria da Ressurreição”

Branco. 5ª-feira na Oitava da Páscoa 

Leituras
1ª Leitura - At 3,11-26
Salmo - Sl 8, 2a.5. 6-7. 8-9 (R.2ab)
Evangelho - Lc 24,35-48

Cidade do Vaticano (RV) – Existem cristãos que têm medo da alegria da Ressurreição e a vida deles parece um funeral, mas o Senhor ressuscitado está sempre conosco: foi o que afirmou o Papa Francisco durante a Missa presidida na Casa Santa Marta.

O Evangelho proposto pela liturgia do dia narra a aparição de Cristo ressuscitado aos discípulos. Na saudação de paz, ao invés de se alegrarem, eles ficam tomados de “espanto e temor”, imaginando ver um espírito. Jesus tenta explicar a eles que o que veem é a realidade, convidando-os a tocarem o seu corpo. Mas – observou o Papa – os discípulos, por causa da alegria, não podiam acreditar:

“Esta é uma doença dos cristãos. Temos medo da alegria. É melhor pensar: ‘Sim, sim, Deus existe, mas está lá; Jesus ressuscitou, mas está lá’. Um pouco de distância. Temos medo da proximidade de Jesus, porque isso nos dá alegria. E assim se explicam os muitos cristãos de funeral, não? Aos quais parece que a vida é um funeral contínuo. Preferem a tristeza, e não a alegria. Movem-se melhor não na luz da alegria, mas nas sombras, como aqueles animais que só conseguem sair à noite, mas à luz do dia não veem nada. Como os morcegos. E com um pouco de senso de humor, podemos dizer que existem cristãos morcegos, que preferem as sombras à luz da presença do Senhor”.

Mas “Jesus, com a sua Ressurreição – prosseguiu o Papa – nos dá a alegria: a alegria de ser cristãos; a alegria de segui-lo de perto; a alegria de caminhar nas estradas das Bem-aventuranças; a alegria de estar com Ele”:

“E nós, tantas vezes, ficamos perturbados ou repletos de medo, acreditamos ver um fantasma ou pensamos que Jesus é um modo de agir: ‘Mas nós somos cristãos e devemos fazer assim’. Mas onde está Jesus? ‘Não, Jesus está no Céu’. Você fala com Jesus? Você diz a Ele: ‘Eu acredito que o Senhor está vivo, que ressuscitou, que está perto de mim, que não me abandona’? A vida cristã deve ser isso: um diálogo com Jesus, porque – isso é verdade – Jesus está sempre conosco, está sempre com os nossos problemas, com as nossas dificuldades, com as nossas boas obras”.

Quantas vezes – disse por fim o Papa Francisco – nós cristãos “não somos felizes porque temos medo!”. Cristãos que foram “derrotados” na Cruz:

“Na minha terra há um ditado que diz: ‘Quando alguém se queima com leite quente, depois, quando vê uma vaca leiteira, chora’. E estes se queimaram com o drama da cruz e disseram: ‘Não, vamos parar por aqui; Ele está no Céu; mas tudo bem, ressuscitou, mas que não venha outra vez aqui porque não aguentaremos’. Peçamos ao Senhor que faça com todos nós o que fez com os discípulos, que tinham medo da alegria: que abra a nossa mente e nos faça entender que Ele é uma realidade viva, que Ele tem corpo, que Ele está conosco e nos acompanha e que Ele venceu. Peçamos ao Senhor a graça de não ter medo da alegria”.

Texto: site da Rádio Vaticano

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quarta-feira, abril 23, 2014

SÃO JORGE - 23 DE ABRIL

Branco. 4ª-feira na Oitava da Páscoa 


Leituras
1ª Leitura - At 3,1-10
Salmo - Sl 104, 1-2. 3-4. 6-7. 8-9 (R. 3b)
Evangelho - Lc 24,13-35



São Jorge já congregou milhares de devotos por todo o mundo, hoje vive um momento de maturidade e tranqüilidade.

Como é o Padroeiro da Inglaterra, ele ainda é o santo protetor dos cavaleiros, escoteiros e militares, honra que divide também com Santo Expedito. Existem milhares de igrejas com seu nome, por ter sido um dos primeiros mártires cristãos a sofrer com as perseguições dos imperadores.

Sua notoriedade diminuiu no Brasil pelo fato de algumas religiões não cristãs ligarem sua imagem à de um orixá. Na realidade não passa de sincretismo.

Para nossa Igreja Católica, São Jorge será sempre uma figura estritamente católica, merecendo toda a nossa admiração e nosso respeito. Temos a imagem de São Jorge como um homem muito bondoso e corajoso. Em um livro Lenda Áurea, uma publicação da Idade Média, nos traz um São Jorge que teria sido paladino na Capadócia. Já em Silene, na Líbia, conta-se que ele teria salvo uma mulher que se encontrava em apuros nas garras de um dragão. O que poderemos dizer de mais certo nesta história é que ele teria sido vítima da perseguição aos cristãos feita por Diocleciano. Foi preso na Nicomedia, sendo torturado e morto por decepamento de sua cabeça.

São Jorge é muito prestigiado na Irlanda. Não sabemos ao certo porque São Jorge se tornou o padroeiro da Inglaterra, sabe-se apenas que seu nome já era muito conhecido nestes países antes mesmo da invasão sofrida por eles da Normandia, o que nos leva a acreditar que fora os cruzados que tanto divulgaram a devoção a este santo em toda a Europa.

Acredita-se que tenha sido martitizado na cidade de Dióspolis, na Palestina por volta do final do século II até o século VI.


acidgital.com

ORAÇÃO À SÃO JORGE

Eu andarei vestido e armado, com as armas de São Jorge. Para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me enxerguem, nem pensamentos eles possam ter para me fazerem mal. armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem ao meu corpo chegar, cordas e correntes se quebrem sem ao meu corpo, amarrar. 


São Jorge, cavaleiro corajoso, intrépido e vencedor; abre os meus caminhos. ajuda-me a conseguir um bom emprego; faze com que eu seja bem quisto por todos: superiores, colegas e subordinados. que a paz, o amor e a harmonia estejam sempre presentes no meu coração , no meu lar e no meu serviço; vela por mim e pelos meus , protegendo-nos sempre , abrindo e iluminando os nossos caminhos , ajudando-nos também a transmitirmos paz, amor e harmonia a todos que nos cercam. Amém.

( rezar 1 Pai Nosso, 1 Ave Maria e 1 Glória ao Pai.)

terça-feira, abril 22, 2014

Os frutos da Páscoa

Dom Paulo Mendes Peixoto 
Arcebispo de Uberaba (MG)

Agora os acontecidos com Jesus Cristo não podem ficar apenas na memória, como somente lembrança de uma história que marcou a vida daqueles que conviveram com Ele. A ressurreição significa compromisso com a vida das pessoas e luta para que ela seja respeitada com dignidade. Jesus ressuscitou para nos ressuscitar com Ele, já hoje, no cumprimento da prática das exigências da fé.

É muito significativo saber entender o sentido real e profundo do batismo, como “novo nascimento”, e compreender os mistérios básicos que estão na origem da nossa fé. O principal fundamento está na realidade da ressurreição. A prática do batismo, na vida concreta, faz com que o cristão seja pessoa ressuscitada, não no futuro, mas agora, por ser pessoa envolvida pela vida de Deus.

Apesar da nova cultura não dar o devido valor para o sentido cristão das coisas, falamos da importância de uma comunidade cristã, onde há comunhão de bens e capacidade de partilha fraterna. O testemunho de vida cristã autêntica e solidária nunca deixa de ser envolvente, porque faz bem a todos. Esta é a proposta apresentada e testemunhada pelo Cristo ressuscitado.

A vida sempre passa por momentos de prova, mas quando assumidos com determinação, os frutos são, sem dúvida, positivos. Deus não abandona sua criação e, muito menos, seus filhos. Por isto mandou o próprio Filho para nos dar a dignidade humana e divina. Quem segue seus ensinamentos consegue vivenciar a alegria na vida.

Torna-se fundamental encontrar hoje os “sinais” de Jesus Cristo, que revelam a presença de Deus na terra, mostrando que Ele caminha com seu povo. Nunca somos abandonados pelo Senhor, mesmo em momentos de atitudes inconsequentes e nefastas para o ser humano. O perdão engrandece a vida das pessoas.

Podemos sintetizar dizendo que os frutos da Páscoa significam “estar bem com Deus e com os irmãos”, que o pecado impede, mas o perdão possibilita. Assim daremos sentido fecundo para a fé em Deus, que passa pelo empenho na realização de uma sociedade de vida e de paz verdadeira.

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segunda-feira, abril 21, 2014

Papa Francisco: a Ressurreição não é o final feliz de uma linda fábula, mas a intervenção da força de Deus

(ACI/EWTN Noticias).- Antes da Oração do ângelus desta Quarta-feira, 16, o Papa Francisco refletiu que a Ressurreição é a intervenção da força de Deus quando toda esperança parece perdida e não “o final feliz de uma linda fábula”.

Em Praça de São Pedro que recebeu mais de 30 mil fiéis e peregrinos provenientes de várias partes do mundo, O Santo Padre afirmou que “olhando Jesus na sua paixão, nós vemos como num espelho os sofrimentos da humanidade e encontramos a resposta divina ao mistério do mal, da dor e da morte.

“Muitas vezes, sentimos horror pelo mal e pela dor que nos circunda e nos perguntamos como Deus permite o sofrimento e a morte, principalmente dos inocentes. Quando vemos as crianças sofrerem, é uma ferida no coração. E Jesus toma todo este mal, este sofrimento sobre si”, afirmou.

Francisco explicou aos fiéis que “nós esperamos que Ele, na sua onipotência, derrote a injustiça, o mal, o pecado e o sofrimento com uma vitória divina triunfante”.
“Ao contrário, Deus nos mostra uma vitória humilde, que humanamente parece uma falência”, enfatizou.

Mas, Jesus, “vence na falência”, assinalou o Pontífice.
“Trata-se de um mistério desconcertante Se, depois de todo o bem que realizara, não tivesse existido esta morte tão humilhante, Jesus não teria mostrado a medida total do seu amor. A falência histórica de Jesus e as frustrações de muitas esperanças humanas são a estrada mestra, por onde Deus realiza a nossa salvação. É uma estrada que não coincide com os critérios humanos; pelo contrário, inverte-os: pelas suas chagas fomos curados”.

“Quando tudo parece perdido, é então que Deus intervém com a força da ressurreição”, asseverou.

Finalmente, Francisco destacou que “a ressurreição de Jesus não é o final feliz de uma linda fábula, mas a intervenção de Deus Pai, quando toda a esperança humana já tinha desmoronado. E também nós somos chamados a seguir Jesus por este caminho de humilhação”.

No final de sua catequese o Papa dirigiu algumas palavras aos peregrinos de língua portuguesa, publicadas no Boletim diário da Sala de Imprensa do Vaticano:

“De coração saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, com menção particular do Colégio Nossa Senhora da Assunção. Tomai como amiga e modelo de vida a Virgem Maria, que permaneceu ao pé da cruz de Jesus, amando, também Ela, até ao fim. E quem ama passa da morte à vida. É o amor que faz a Páscoa. A todos vós e aos vossos entes queridos, desejo uma serena e santa Páscoa”.




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domingo, abril 20, 2014

A VIDA VENCEU A MORTE - DOMINGO DE PÁSCOA

1ª leitura: (At 10,34a.37-43) Querigma; anúncio da ressurreição – Resumo do anúncio dos apóstolos (“querigma”). A frase central é: “Deus o ressuscitou”. Esta é a base de nossa fé e esperança: Jesus vive, e Deus o estabeleceu juiz de vivos e mortos. O juiz é também o salvador: quem nele crê é absolvido e recebe a vida.

2ª leitura: (Cl 3,1-4) Viver junto ao Ressuscitado desde já – O que somos feitos pelo batismo, também o devemos ser em nossa vida (cf. 8ª leitura da Vig. Pascal). Mas o batismo ultrapassa nossa existência no mundo: antecipa a vida sem morte, escondida em Deus, com o Cristo ressuscitado. Vivemos na expectativa da plena manifestação (cf. 1Jo 3,2). / (1Cor 5,6b-8) O pão ázimo da vida nova – Antes de ser imolado o cordeiro pascal, tirava-se das casas judaicas toda a impureza, especialmente a massa fermentada que normalmente era usada para preparar o pão. Cozia-se pão completamente novo, sem fermento (ázimo). Se Cristo é o verdadeiro Cordeiro pascal, a casa de nossa existência deve ser limpa do fermento do mal.

Evangelho: (de manhã: Jo 20,1-9) Pedro e o Discípulo Amado ao sepulcro – O testemunho pascal inclui 2 elementos: 1) o sepulcro vazio; 2) as aparições do ressuscitado. O sepulcro vazio é um sinal (negativo). Só fala para quem tem o coração junto ao Senhor (o discípulo amigo). * cf. Mt 28,1-8; Mc 15,1-8; Lc 24,1-11. / (de tarde: Lc 28,13-35) Os discípulos de Emaús – A ressurreição não era o que os discípulos esperavam, mas o desejo de ver seu Senhor, a auscultação do que dizem as Escrituras e a disposição de acolher o companheiro da caminhada, fazem com que o ressuscitado se manifeste aos discípulos de Emaús, ao partir o pão, gesto por excelência da comunhão cristã. 

*** *** *** 

A ressurreição de Cristo suscita nos seus discípulos a consciência de que ele vive e não foi abandonado pelo Pai, mas confirmado na vida e confirmado também na obra que levou a termo. Hoje, Deus dá abertamente razão a Jesus. “Deus o ressuscitou no terceiro dia e tornou-o manifesto...” (At 10,40, 1ª leitura). Hoje congratulamos Cristo, porque Deus mostrou que ele esteve certo naquilo que fez! É o mesmo sentido que aparece no evangelho da tarde, o acontecimento de Emaús, situado na tarde daquele “primeiro dia da semana”, o domingo de Páscoa: Jesus mesmo mostra que as Escrituras prefiguravam seu caminho (Lc 24,26). Mas agora, ele vive, e, quando o pedimos, ele fica conosco (Lc 24,29) e se dá a conhecer no “partir o pão”, a celebração da comunidade cristã (Lc 24,30).

O evangelho da manhã é outro: a corrida de Pedro e do misterioso “discípulo amado” ao sepulcro. Pedro tem a precedência, embora o outro (impulsionado pelo amor) tenha corrido mais rápido. Pedro entra primeiro, e vê. O outro vem depois: vê e crê! O amor é que faz reconhecer nos sinais da ausência (as faixas, o sudário) a presença, transformada e gloriosa, do Cristo. “Crê”, só agora, porque até então não tinha entendido as Escrituras que significam a ressurreição de Cristo dos mortos.

Com este último pensamento, nos aproximamos novamente do evangelho da tarde: a ressurreição de Cristo significa o entendimento das Escrituras. Os discípulos descobrem nas Escrituras o delicado fio – que muitos não enxergam – do engajamento da vida como realização da vontade do Pai, da missão messiânica e do reino de Deus. À luz do Cristo ressuscitado, descobrem a estratégia central de Deus na Escritura; e à luz da Escritura, descobrem que Jesus é o Servo rejeitado, mas exaltado, de Is 53, o Messias e Filho de Deus (cf. Jo 20,30s).

Atentemos para os acontecimentos pascais na liturgia: a visita das mulheres ao sepulcro na madrugada, em seguida a visita de Pedro e o Discípulo Amado (Páscoa, manhã); o episódio de Emaús (Páscoa, tarde); o episódio de Tomé (oito dias depois) (2º dom. pascal); e assim em diante até a Ascensão e Pentecostes. É sempre o propósito de seguir Jesus passo por passo, iniciado no domingo de Ramos, “seis dias antes da Páscoa”.

Consideremos os detalhes característicos do relato evangélico de João: o amor que faz correr mais rápido, o amor que faz crer ao ver (Jo 20,9). E, no evangelho da tarde, o desenvolvimento dramático, desde a decepção dos discípulos, passando pela generosa oferta: “Fica conosco, pois está anoitecendo”, até a confissão: “Não ardia o nosso coração...?” e a mensagem triunfal dos onze apóstolos: “O Senhor foi ressuscitado de verdade!” (Lc 24,34).

As orações aplicam o tema pascal à existência cristã, como faz também a 2ª leitura: “Se fostes ressuscitados com Cristo, buscai as coisas do alto” (Cl 3,1). “Eliminar o velho fermento” (1Cor 5,7), costume pascal de Israel, significa a renovação de nossa vida (cf. oração do dia; oração final). Abre-se também a perspectiva escatológica, a manifestação gloriosa de nossa vida, que agora está escondida no Cristo glorioso (Cl 3,3) (cf. oração final).

O salmo responsorial é, naturalmente, o salmo pascal 118[117]. E não se esqueça de cantar, antes da aclamação ao evangelho, a sequência Victimae Paschali Laudes. Para nós, na América Latina, Páscoa tem um intenso sentido de libertação. “A vida venceu a morte”, canta a sequência. O domínio das forças da morte é apenas aparente. A ressurreição de Cristo mostra que a Vida que nele se manifesta é mais forte. A comunidade que se une para viver, com o Ressuscitado, a Vida que ele nos mostrou se sabe no caminho certo. 

A “PÁSCOA” DO MESSIAS E DO SEU POVO 
Na noite do Sábado Santo para “o primeiro dia da semana”, os primeiros cristãos celebravam a ressurreição do Senhor Jesus. Por isso, o primeiro dia da semana chama-se domingo, dia do Dominus, “Senhor”. Atualmente, a liturgia prevê três momentos de celebração da Páscoa: a missa da Vigília Pascal, de noite, a missa do domingo de manhã e a missa da tarde. Aprofundamos aqui o sentido da primeira celebração.

A liturgia da vigília pascal inicia com a celebração da luz nova e do círio pascal. Depois, leem-se diversas leituras do Antigo Testamento (sete, ou no mínimo três). Uma dessas leituras (a 3ª) lembra o significado da Páscoa no Antigo Testamento: a passagem do Senhor Deus para libertar seu povo, arrancando-o das mãos dos egípcios e fazendo-o passar pelo Mar Vermelho a pé enxuto (Ex 14,15-15,1). Para os cristãos, Páscoa é a comemoração da passagem de Jesus, da morte à glória. Deus mostrou-se mais forte que os inimigos de seu plano de amor, que mataram o Messias. O amor venceu, e ressurgiu imortal. O Messias vai agora à frente de seu povo, na “Galileia”, lugar onde se encontram os discípulos. Glorioso, o ressuscitado conduz novamente os seus fiéis, como ensina o evangelho da Vigília Pascal.

Também nós temos de realizar nossa passagem. No início da Igreja, a noite pascal era a noite em que se administrava o batismo. O batismo significa a nossa “travessia do Mar Vermelho”, a nossa descida com Cristo no sepulcro, para com ele voltar à vida nova, tornando-nos criaturas novas, mortas para o pecado, mas vivendo para Deus, em Cristo (leitura do Novo Testamento, depois do Glória festivo). Na Vigília Pascal, renovamos o nosso compromisso batismal. Morremos e ressuscitamos com Cristo. Essa renovação do compromisso batismal é o “selo” que confirma a conversão empreendida na quaresma. A profissão de fé na Páscoa, em torno da água batismal benzida na mesma hora, é renovação de nosso batismo, uma “mini-ressurreição”. Mas a consolidação da nossa conversão deve mostrar-se, sobretudo, em nossa prática da caridade e justiça. A Campanha da Fraternidade não terminou; devemos consolidá-la pela prática de nossa vida renovada!

Então a alegria da Páscoa não será por causa do coelhinho e dos presentes que o comércio avidamente nos forneceu. Será a alegria de quem passou da morte para a vida, trilhando os passos de Jesus. Será também a alegria do novo povo de Deus, que segue seu Messias. E esta alegria será verdadeira, somente se este povo realiza o amor e a fraternidade pelos quais Cristo deu a sua vida. Mostrará por sua vida que o amor de Cristo foi vitorioso.

(O Roteiro Homilético é elaborado pelo Pe. Johan Konings SJ – Teólogo, doutor em exegese bíblica, Professor da FAJE. Autor do livro "Liturgia Dominical", Vozes, Petrópolis, 2003. Entre outras obras, coordenou a tradução da "Bíblia Ecumênica" – TEB e a tradução da "Bíblia Sagrada" – CNBB. Konings é Colunista do Dom Total. A produção do Roteiro Homilético é de responsabilidade direta do Pe. Jaldemir Vitório SJ, Reitor e Professor da FAJE.)

sábado, abril 19, 2014

SEMANA SANTA 2014 - IGREJA DO GALO

PAZ E BEM!

Convidamos você a participar conosco desta SEMANA SANTA.

13 de abril - DOMINGO DE RAMOS
9:30 - procissão saindo da R. Voluntários da Pátria, 682 em direção a Igreja do Galo seguida de missa.
19:00 - missa

14 de abril - SEGUNDA-FEIRA
6:30 - missa
18:30 - CELEBRAÇÃO PENITENCIAL

17 de abril - QUINTA-FEIRA SANTA 
6:30 e 11:30 -  não haverá missa nestes horários
19:00 - MISSA DO LAVA-PÉS E CEIA DO SENHOR
APÓS A MISSA HAVERÁ O TRANSLADO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

18 de abril - SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO
16:00 - CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO E MORTE DO SENHOR

19 de abril - SÁBADO
6:30 - não haverá missa
19:00 - CELEBRAÇÃO DA VIGÍLIA PASCAL

20 de abril - DOMINGO DE PÁSCOA
10:00 - MISSA SOLENE DE PÁSCOA
19:00 - MISSA SOLENE DE PÁSCOA

Frades Capuchinhos 
Convento Santo Antônio
Natal - RN

Jesus ressuscitou como disse - Vigilia Pascal

Noite Santa

Essa noite santa é a mãe de todas as vigílias; nela toda a história humana, onde se encontra e se faz a experiência da salvação de Deus, é recapitulada e recebe seu sentido, pois foi para esse dia que tudo foi criado; tudo foi feito nele, por meio de Cristo e para ele (cf. Cl 1,16). Solidário com a nossa humanidade, o Senhor desceu aos infernos. Mas ele foi ressuscitado! A pedra que fechava o túmulo de Jesus era símbolo da irreversibilidade da morte. No entanto, na ressurreição de Jesus Cristo, deixou de sê-lo. A vida venceu a morte! Jesus Cristo ressuscitado dentre os mortos venceu o mal e todas as suas manifestações. Em Cristo, Deus quis que todos nós fôssemos herdeiros dessa vitória. A vida do ser humano não se limita aos parâmetros da vida terrestre, mas destina-se, transfigurada, à vida eterna. Deus não nos deixou órfãos. Ele quebrou os grilhões da morte ressuscitando o seu Filho único. O Senhor abriu para nós as portas da eternidade. Em Cristo ressuscitado somos novas criaturas, libertas do mal e da morte. Que nesta noite santa possamos deixar ressoar em nós o imperativo do Ressuscitado e viver a realidade pedida: “Alegrai-vos!”. Que todos, a exemplo daquelas mulheres que foram bem cedo ao túmulo, sejamos testemunhas dessa verdade: “o Senhor vive!”.
Carlos Alberto Contieri, sj

ORAÇÃO

Pai, faze-me compreender que a ressurreição de Jesus é obra do teu amor por ele e por toda a humanidade.

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sexta-feira, abril 18, 2014

PAIXÃO DO SENHOR

Leituras
1ª Leitura - Is 52,13 - 53,12
Salmo - Sl 30,2.6.12-13.15-16.17.25 (R.Lc 23,46)
2ª Leitura - Hb 4,14-16; 5,7-9
Evangelho - Jo 18,1-19,42

O REI ULTRAJADO
A paixão revelou a dignidade real de Jesus, embora, tenha havido uma radical contradição entre a interpretação de Jesus e a dos seus inimigos e algozes.
Ao ser interrogado por Pilatos, Jesus respondeu: "Eu sou rei", depois de fazer a autoridade romana concluir, por si mesma: "Tu o dizes!" 
A soldadesca insana ultrajou Jesus, servindo-se de mímicas burlescas próprias de uma investidura real: colocaram-lhe uma coroa de espinhos na cabeça, vestiram-no com um manto de púrpura. A seguir, prostraram-se, ironicamente, diante dele, saudando-o como rei dos judeus. 
Por ordem de Pilatos, foi preparada uma inscrição, em três línguas, para ser afixada sobre a cabeça de Jesus, indicando a causa da condenação: "Jesus nazareno, rei dos judeus". Alertado a mudar o teor da inscrição, Pilatos apelou para a sua autoridade: "O que escrevi, está escrito". O evangelista observa que muitos judeus leram a inscrição, por ter sido Jesus crucificado perto da cidade.
O Mestre, porém, tinha consciência de que seu Reino não era deste mundo, e estava estruturado de maneira diferente. Fundava-se na fraternidade, na justiça, na partilha, no perdão reconciliador. Os reinos deste mundo não serviam de modelo para Jesus fazer os discípulos entenderem o que se passava com o seu Reino. Por conseguinte, nem Pilatos nem os judeus tinham condições de compreender em que sentido Jesus era rei.

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quinta-feira, abril 17, 2014

Tríduo Pascal: Doação – Paixão – Vida

Frei Alvaci Mendes

Mergulhados na infinita bondade de Deus, buscando a conversão do coração como proposta de vida, tentando mudar nossas atitudes e anseios, chegamos mais uma vez às celebrações da Semana Santa, a semana dos cristãos, a semana especial, enfim, a mais significativa das semanas. E toda a liturgia parece nos querer falar de um amor insondável, de um mistério infinito, de uma bondade sem limites. Por que será que toca tanto nossa alma quando relembramos e revivemos os mistérios dos últimos dias do Senhor em nosso meio? Por que a paixão, a dor, o abandono, a solidão, a morte, parecem dizer tanto a nós cristãos? Por que corremos ao encontro daquele que é a Luz que destrói as trevas e elimina o poder da morte?

Gostaria de destacar, aqui, os passos do mistério que vamos celebrar juntos a partir da quinta feira santa, com a missa vespertina, ou seja, a grande celebração da Páscoa dos cristãos, no que chamamos de “Tríduo Pascal”. Entender bem, estes três momentos fortes como uma única e grande celebração da vida é poder entrar definitivamente na comunhão com o Cristo, única e verdadeira Páscoa. Trata-se, portanto, de uma celebração com três momentos distintos, mas integrados. Três faces de um mesmo mistério: a Páscoa.

QUINTA-FEIRA SANTA
Dia do mandamento novo; do ministério da doação; do Lava-pés 
Ele, o Mestre, deu testemunho do que dizia, manda amar a todos, ensina que é no lavar os pés: sujos, descalços, pobres, que se identificam os seus seguidores. Que amar aqueles que lhe amam é fácil, mas amar os inimigos, aqueles que comem na mesma mesa sem ser dignos dela, é ser diferente.
Na missa desta tarde-noite, antecipa-se a entrega total na doação eucarística (Última Ceia). Celebramos o amor que se doa, na cruz e na glória. Mergulhamos, portanto, na sublimidade pascal. Tudo nesta Ceia-doação nos leva à descoberta do amor. É nesta missa que se inicia o Tríduo Pascal.

SEXTA-FEIRA SANTA
Amor levado ao extremo; entrega; sofrimento; morte 
Nossas igrejas se enchem, choramos aquele que morre na cruz, caminhamos lado a lado com o Senhor Morto. É a sexta feira da Paixão. Aquele que ontem havia celebrado a Ceia com os seus, mas que havia sido na mesma noite entregue aos “homens deste mundo”, agora jaz no madeiro.

Contudo, e aqui está a beleza da liturgia integrada como única celebração de vida, adoramos o madeiro e o beijamos porque ele, o madeiro da dor, é sinal de glória. Nele adoramos aquele que viverá, que ressurgirá da morte e nos libertará a todos. Identificamo-nos tanto com Ele neste dia que até entendemos que nossas cruzes diárias são parte de nossa humanidade, e que aceitá-las e tentar entendê-las talvez seja um primeiro passo para a vida nova, que todos buscamos. A cruz lembra dor, mas reforça a certeza da vitória.

SÁBADO SANTO
Saudade; esperança; vigília; luz; Vitória; Vida Nova 
Começamos o Sábado lembrando aquele que jaz no sepulcro. A manhã deste dia ainda é de recolhimento. Mas, fica sempre aquela cepa de certeza, aquele gostinho de esperança que brota do mais profundo da alma.

A tarde chega, a noite cai. É hora da Vigília das Vigílias, como dizia Santo Agostinho, da luz das luzes, do poder da vida sobre a morte. Afinal, ressuscitado e vivo é o nosso Deus. É por isso que esta noite é tão cheia de significados e de símbolos: Liturgia do fogo e da luz; Liturgia da Palavra; Liturgia Batismal e Liturgia Eucarística. Somos, com Cristo, ressuscitados para uma vida nova; somos banhados na pia batismal como homens novos, porque “ele vive e podemos crer no amanhã”; somos povo que caminha rumo, não mais a terra prometida, mas rumo ao Reino dos céus; enfim, comungamos aquele que é o Senhor ressuscitado, nossa Páscoa.

Tudo deveria refletir em nós a alegria que estamos sentindo. A Igreja, toda, iluminada pela luz do Filho do Deus Vivo, mergulhada no abismo de tão profundo mistério e envolvida com a missão de seu Divino Mestre, deveria cantar a uma só voz o “Aleluia”, guardado para este momento tão sublime. E lembrar que a partir deste momento, somos com Ele, ressuscitados para um mundo novo, alicerçado na paz, na justiça, no amor, na concórdia e na fraternidade, onde a Eucaristia brilha mais intensamente como lugar de partilha, de comunhão verdadeira e de ação. Não podemos esquecer que somos sinais, do Cristo ressuscitado.

O tríduo termina com a oração das vésperas (tarde) do Domingo de Páscoa, que é o domingo dos domingos, como afirma Santo Atanásio, mas não a culminação de um tríduo preparatório, e sim a reafirmação da Vitória, já celebrada na grande Vigília do dia anterior.

O maior tesouro da liturgia está nestes três dias, nos quais recordamos a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Nosso Senhor. O tríduo pascal é a celebração mais importante na vida da Igreja, na há celebração, em ordem de grandeza que se possa colocar em seu nível. Assim, estes três dias são o centro não só do ciclo da Páscoa como tal, mas também de toda a liturgia e de toda a Igreja.

Que possamos celebrar bem estes dias e que a certeza do Senhor que Vive e Reina, seja a maior das certezas de nossa vida cristã. O mistério pascal que celebramos nos dias do sagrado tríduo é a pauta e o programa que devemos seguir em nossas vidas.

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quarta-feira, abril 16, 2014

O Cristo Pobre e Crucificado

Por Frei Celso Texeira, OFMCap.

Qual é o Cristo que Francisco pretende seguir? Em outras palavras, a nossa atenção se volta para a visão ou imagem que Francisco tem de Cristo.

Até a época de Francisco, o aspecto que mais sobressaía era o do Cristo Rei e Senhor. Até a iconografia apresentava Cristo como glorioso, como aquele que ressuscitou e que agora reina eternamente à direita de Deus Pai. O Cristo crucificado, por exemplo, não era apresentado como alguém que sofre, mas, antes, como alguém que, apesar de estar pregado na cruz, reina soberanamente sobre o mundo. Basta conferir os ícones de Cristo crucificado de origem bizantina, ícones que tiveram muita aceitação e imitação na arte da Igreja latina.

O Crucifixo, conhecido como Crucifixo de São Damião. O Crucifixo de São Damião foi pintado no século XII por um desconhecido artista da Úmbria, região da Itália. A pintura é de estilo romântico, sob clara influência oriental: o pedestal sobre o qual estão os pés de Cristo pregados separadamente; e de influência siríaca: a barba de Cristo; a face circundada pelo emoldurado dos cabelos; a presença dos anjos e cruz com a longa haste segurada na mão, por Cristo (só visível na pintura original), no alto, encimando a cruz. 

O Crucifixo original de São Damião está guardado com grande zelo pelas irmãs Clarissas, na Basílica de Santa Clara de Assis, e é visitado por estudiosos, devotos e turistas do mundo todo. É um monumento histórico franciscano e universal, por exemplo, diante do qual Francisco rezava, apresenta o Cristo pregado na cruz sem dor, sem sofrimento, espelhando mais a teologia do Cristo glorioso e eterno. O aspecto acentuado era, portanto, o de Cristo como Deus, embora não se negasse o aspecto de Cristo como homem.

"A paixão de Cristo será sempre objeto de meditação por parte de Francisco, por ser o sofrimento a realidade que mais revela até que ponto Cristo assumiu a nossa humanidade. Mesmo a Eucaristia é vista como um prolongamento da encarnação do Filho de Deus: como o Filho de Deus se encarnou no útero de Maria, assim ele se encarna cada dia nas mãos do sacerdote sobre o altar, na celebração eucarística"

São Bernardo de Claraval, que viveu no século anterior a São Francisco (* 1090 ou 1091; + 1153), já chamava a atenção para a humanidade de Cristo. Mas foi Francisco que deu uma reviravolta na piedade e na devoção popular, trazendo o Cristo da eternidade para a nossa história. Sem negar em momento algum que o Cristo era Deus, o Filho de Deus, pelo contrário, em seus escritos, afirma-se várias vezes essa verdade, Francisco quer seguir a Cristo em sua humanidade e historicidade. Ele pretende chamar a atenção exatamente para o Cristo homem, o Verbo Encarnado. Daí toda uma reflexão e acentuação da encarnação do Filho de Deus.

Para contemplar, com mais realismo, a encarnação do Filho de Deus, faz encenar o nascimento de Cristo na pobreza de um presépio. A especial veneração pela Virgem Maria está intimamente ligada ao fato da encarnação: foi do útero de Maria que o Filho de Deus "assumiu a carne de nossa humanidade e fragilidade" (cf. 2Fi 4). A paixão de Cristo será sempre objeto de meditação por parte de Francisco, por ser o sofrimento a realidade que mais revela até que ponto Cristo assumiu a nossa humanidade. Mesmo a Eucaristia é vista como um prolongamento da encarnação do Filho de Deus: como o Filho de Deus se encarnou no útero de Maria, assim ele se encarna cada dia nas mãos do sacerdote sobre o altar, na celebração eucarística (cf. Ad 1).

A encarnação comove-o. Conta Celano que, estando na hora da refeição, lembra-se da pobreza da encarnação. Deita o prato no chão e põe-se a chorar (cf. 2Cel 200). A meditação da paixão de Cristo, igualmente. Os biógrafos narram o seguinte episódio: certa vez, estando num bosque a meditar sobre a paixão de Cristo, começa a chorar. Um antigo amigo, ao vê-lo a chorar, pergunta se está doente ou sentindo alguma dor. Francisco responde que chora a paixão de seu Senhor. O amigo, comovendo-se com a dor de Francisco, começa também a chorar.

É a partir dessa piedade para com a humanidade de Cristo que a devoção pelo presépio se estende a praticamente toda a cristandade. E é a partir da meditação sobre a paixão do Senhor que, mais tarde, Frei Leonardo do Porto Maurício e os franciscanos alcantarinos formularão a conhecida via-sacra, devoção que tem seu valor até os dias de hoje.

Portanto, o acento que Francisco dá à sua visão do Cristo cai sobre a encarnação, sobre a humanidade do Filho de Deus. Esta será sempre uma tônica na sua contemplação de Cristo. Interrogado certa vez, já próximo de sua morte, se queria que lhe fosse lida a Sagrada Escritura, ele respondeu que não era mais necessário, pois já havia encontrado o Cristo crucificado (cf. 2Cel 105), isto é, o Cristo mais identificado com a natureza humana.

A consideração do Filho encarnado - da humanidade de Cristo - traz como corolário uma concepção encarnada, concreta, histórica, não abstrata de espiritualidade.

Por isso, quando ele fala de viver o Evangelho, ou de vida evangélica, não faz abstrações. Pensa em termos concretos de viver, aqui e agora, como Cristo viveu, como Cristo ensinou, como Cristo mandou. T

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terça-feira, abril 15, 2014

Viver bem a Semana Santa

Dom Pedro Brito Guimarães
Arcebispo de Palmas (TO)

A Semana Santa, para nós cristãos, é a semana mais importante do ano. Como bem diz o nosso povo: “estamos vivendo os dias grandes”. Esta Semana é grande porque nela celebramos o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nesta Semana Deus manifestou todo o seu amor pela humanidade e por cada um de nós. Com o apóstolo Paulo, cada um de nós pode dizer: “Ele me amou e se entregou por mim” (cf. Gl 2,20).

A Semana Santa, que ora iniciamos, pode ser considerada um manual de instruções para o cristão. Jesus pediu a seus discípulos que preparassem, com todo esmero, a sua Páscoa e, com isso, nos ensina hoje a fazer o mesmo. Vamos ler e meditar juntos o relato dos preparativos da Páscoa de Jesus?

Assim descreve o evangelista Marcos: “No primeiro dia dos ázimos, quando se imolava a Páscoa, os seus discípulos lhe disseram: ‘Onde queres que façamos os preparativos para comeres a Páscoa?’. Enviou então dois dos seus discípulos e disse-lhes: ‘Ide à cidade. Um homem levando uma bilha d’água virá ao vosso encontro. Segui-o. Onde ele entrar, dizei ao dono da casa: ‘O Mestre pergunta: Onde está a minha sala, em que comerei a Páscoa com meus discípulos?’ E ele vos mostrará, no andar superior, uma grande sala arrumada com almofadas. Preparai-a ali para nós”! (Mc 12b-15).

O apóstolo Paulo, por sua vez, lembra aos cristãos da comunidade de Coríntios para não celebrarem a Páscoa com o fermento da malícia e da perversidade (cf. 1 Cor 5,8). Não é esta uma orientação segura também para nós hoje? É triste constatar que muitos cristãos hoje vivem a Semana Santa com certa frieza e até na indiferença. A Semana Santa para nós, discípulos de Jesus, não é uma espécie de “carpe diem” (um aproveitar o hoje). Não é tempo para passear, pescar, se divertir, curtir a vida, relaxar, espairecer - como se fosse um feriadão. Assim como os discípulos de Jesus, também nós hoje devemos nos preparar bem para passar esses dias grandes na sua companhia. O Papa Francisco se lamenta que “há cristãos que parecem ter escolhido viver uma quaresma sem Páscoa" (EG 6). Contentam-se em celebrar uma Páscoa de aparência, sem graça, sem vida e sem passagem da morte para a vida. O bom cristão deve dizer com os cristãos de Abitine: “sem Eucaristia não podemos viver”. Parafraseando, “sem Semana Santa não podemos viver”. Onde, como e com quem vamos celebrar a Semana Santa deste ano de 2014?

Vejamos, então, os ensinamentos e as instruções que a Santa Mãe Igreja nos proporciona na Semana Santa através de sua liturgia:

O Domingo de Ramos é o grande portal de entrada na Semana Santa, a Semana em que Jesus caminha até ao ponto culminante da sua existência terrena. Ele sobe a Jerusalém para dar pleno cumprimento às Escrituras e ser pregado no lenho da cruz, o trono donde reinará para sempre, atraindo a Si a humanidade de todos os tempos e oferecendo a todos o dom da salvação. A liturgia deste Domingo inicia-se com a bênção dos ramos e a procissão que comemora a entrada triunfal de Jesus na Cidade Santa de Jerusalém, na qual é acolhido como Rei. Na liturgia Eucarística, o Evangelho proclamado é a narrativa da Paixão do Senhor. Somos convidados a entrar com Jesus no mistério de sua paixão e aquecer o nosso coração com o amor que não tem fim, o amor de Deus por nós. O ensinamento deste dia é que devemos acolher Jesus em nossa vida, nos deixar atrair pela força do seu amor e trilhar o caminho alto que nos conduz a Deus.

Na Quinta-Feira Santa inicia-se o Tríduo Pascal com a solene celebração da Ceia do Senhor. O mistério Pascal é o mistério central da vida cristã. Unidos a Jesus Cristo na sua Paixão, Morte e Ressurreição, podemos também nós viver santamente nossa paixão, morte e ressurreição. Neste dia Jesus instituiu o grande dom da Eucaristia e do sacerdócio ministerial. Também neste dia Jesus lavou os pés de seus apóstolos e nos deixou o mandamento do amor, nos ensinando, deste modo, a unir em nossas vidas, Eucaristia e serviço em favor dos irmãos. Quem se senta à mesa da Eucaristia não tem o direito de desprezar os pobres e marginalizados, nos quais Jesus se faz particularmente presente (cf. (Mt 25,31-46).

A Sexta-Feira Santa é um dia inteiramente centrado na cruz e na morte de Cristo. Não se celebra a Eucaristia neste dia. A principal celebração deste dia é a celebração da Paixão que, é, fundamentalmente, uma ampla celebração da Palavra que culmina com a adoração da cruz e termina com a comunhão eucarística. Não é dia de luto pela morte de Jesus. É a morte do Ressuscitado que celebramos, motivo pelo qual falar de luto é inadequado. É também dia de jejum e abstinência. Somos convidados e contemplar o mistério da morte de Jesus como mistério de amor infinito por nós. Neste dia “o Verbo emudece, torna-se silêncio de morte, porque se disse até calar, nada retendo do que nos devia comunicar. Está sem palavra a Palavra do Pai, que fez toda criatura que fala; sem vida estão os olhos apagados d’Aquele a cuja palavra e aceno se move tudo o que tem vida” (Papa Emérito Bento XVI, Verbun Domini, 13).

O Sábado Santo é considerado o dia do silêncio litúrgico. A Igreja permanece em comunhão com o seu Senhor que repousa no sepulcro. Por isso, neste dia não se celebra nenhum sacramento. O grande símbolo deste dia é o Círio Pascal que entra solenemente no início da Vigília Pascal, simbolizando Cristo, Luz do mundo, que dissipa as trevas do pecado. Na liturgia da Palavra a Igreja proclama as maravilhas operadas por Deus na história da salvação, começando pela criação do mundo e passando pela libertação da escravidão do Egito. Maravilhas de todas as maravilhas é a Ressurreição de Cristo. Esta é a noite da nova criação, do novo mundo recriado na luz da ressurreição do Senhor. Esta Vigília se conclui com o “Aleluia”, canto, por excelência, da ressurreição, e a Solene liturgia eucarística da Páscoa do Senhor.

Domingo da Páscoa. A Páscoa é a festa da nova criação. Jesus ressuscitou e nunca mais morre. A porta que dá acesso à nova vida foi arrebentada. Na Páscoa, ao amanhecer do primeiro dia da semana, Deus disse novamente: “Faça-se a luz!” Antes tinham vindo a noite escura do Monte das Oliveiras e da traição de Judas, o eclipse solar da paixão e morte de Jesus, a noite do sepulcro e do silêncio. Mas, agora a criação recomeça inteiramente nova. Jesus ressuscita do sepulcro. A vida é mais forte que a morte. O bem é mais forte que o mal. O amor é mais forte que o ódio. A verdade é mais forte que a mentira. O salmo desta liturgia canta: “Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos”. A Ressurreição de Cristo é o mistério fundante da fé cristã. Já bem dizia Santo Agostinho: “Crer que Jesus morreu não é grande coisa. Isto até os pagãos professam. Grande coisa é crer que Jesus ressuscitou. A fé cristã é a ressurreição de Cristo”. O Ressuscitado vence toda forma de escuridão. Ele é o novo dia de Deus que dá sentido pleno à nossa vida. Celebremos, portanto, nossa Páscoa na pureza e na verdade. FELIZ PÁSCOA DE RESSURREIÇÃO!

cnbb.org.br

domingo, abril 13, 2014

O significado do Domingo de Ramos

Vermelho. Domingo de Ramos da Paixão do Senhor Quaresma 

Leituras
1ª Leitura - Is 50,4-7
Salmo - Sl 21,8-9.17-18a.19-20.23-24 (R.2a)
2ª Leitura - Fl 2,6-11
Evangelho - Mt 26,14-27,66
Evangelho - Procissão - Mt 21,1-11


A atitude das pessoas contemporâneas de Jesus, que o festejaram na sua entrada em Jerusalém e depois o abandonaram à mercê de seus algozes, se assemelha, muitas vezes, a atitudes de cada um de nós que louvamos a Cristo e nos enchemos de boas intenções para seguir os seus ensinamentos e, ao primeiro obstáculo, nos deixamos levar pelo desânimo, ou pelo egoísmo, ou pela falta de solidariedade e, mais uma vez, alimentamos o sofrimento de Jesus.

A Festa de Ramos com hosanas e saudações, prefigura a vitória de Cristo sobre a morte e o pecado, mas a hora definitiva ainda chegará. Jesus vai ao encontro da paixão com plena consciência e aceitação livre. Tem o poder de solicitar legiões de anjos que venham em seu auxílio, mas renuncia ao uso deste poder. Ele veio trazer a paz ao mundo, escolhe o caminho da humildade, a vontade do Pai se realizando.

Jesus entra em Jerusalém em clima de festa. Parece que Ele quer mesmo isso porque arma a cena que reproduz direitinho a profecia de Zacarias (o rei dos judeus virá como rei pacífico, montado num jumentinho, não numa montaria de guerra). É aquela aclamação. O povo festejava na expectativa de ter finalmente o prometido descendente de Davi, que ia reconduzir Israel a uma situação de vitória até maior do que as glórias idealizadas do passado. "Hosana ao filho de Davi", clamavam. E a lembrança das promessas feitas à dinastia de Davi alimentava certa imagem do Messias. O problema é que essa imagem de Messias poderoso, invencível, não ia combinar bem com o que aguardava Jesus pouco tempo depois.

Entre a entrada festiva como rei em Jerusalém e o deboche da flagelação, da coroação de espinhos e da inscrição na cruz (Jesus de Nazaré, rei dos Judeus), somos levados a pensar: Que tipo de rei o povo queria? E que tipo de rei Jesus de fato foi?

O povo ansiava por um Messias, mas cada um o imaginava de um jeito: poderia ser um rei, um guerreiro forte que expulsasse os romanos, um “ungido de Deus” capaz de resolver tudo com grandes milagres... É verdade que havia também textos que falavam no Messias sofredor, que iria carregar os pecados do povo. Mas essa idéia tão estranha não tinha assim muito apelo. Talvez o povo pensasse como muita gente de hoje: “de sofredor, já basta eu, quero alguém que saiba vencer”.

Deus, como de costume, exagera na surpresa. O Messias, além de não vir alardeando poder, entra na fila dos condenados. Para quem não olhasse a história com os olhos de hoje, não haveria muita diferença entre as três cruzes no alto do monte Calvário.

Domingo de Ramos é o portal de entrada da Semana Santa. Para as comunidades cristãs, esta semana maior sempre será um confronto com o problema do mal no mundo. Muito sofrimento. Além das catástrofes naturais, há no mundo muita opção de morte, desde a violência da guerra, o terrorismo, a violência urbana, a morte pela fome e as deficiências até a violência contra a própria natureza.Qual a saída? A guerra preventiva para vencer o terrorismo com o terrorismo? A imposição da idolatria do capital contra o império do mal?Ou a saída, certamente a mais difícil, não será a da proposta do Evangelho, que passa pelo mistério da paixão, morte e ressurreição do Senhor? Muitas vezes Jesus caminha ao nosso encontro e nós não o reconhecemos. 

Tenhamos a coragem de viver estes dias da Paixão meditando os sofrimentos de Cristo, que são os nossos sofrimentos para vencermos a morte na alegria da Ressurreição.

Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO 
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.
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sábado, abril 12, 2014

“Lugares santos”

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará

"Jesus Cristo morreu, Jesus Cristo ressuscitou, Jesus Cristo é o Senhor, Jesus Cristo há de voltar!" Poucas palavras, com as quais se resume o essencial da fé cristã. Impressiona o fato de que os seguidores de Jesus, nos Atos dos Apóstolos, tenham tido tamanha força transformadora, capaz de compungir os corações mais endurecidos. De lá para cá, é a mesma verdade, a certeza que decide a vida das pessoas, anunciada em todos os recantos da terra, até alcançar os confins do mundo que o Senhor nos deu. É que os pregadores do Evangelho não falam sozinhos e nem são portadores de mensagens próprias. Apenas se colocam à disposição de Deus, que envia a força do Espírito Santo, dando-lhes palavras adequadas e a força para o testemunho corajoso de Jesus Cristo.

Como somos humanos e vivemos a fé no correr do tempo a pedagogia da Igreja nos faz percorrer, num aprofundamento contínuo do mistério cristão, as diversas etapas da história da salvação. Com a Semana Santa, que está para começar, Jesus Cristo, o único Salvador e Senhor, não percorre de novo os passos da Via Dolorosa, ou vem a morrer de novo na Cruz, para depois ressuscitar. Agora é a nossa vez! E começa a Semana Santa com o convite a visitarmos os lugares santos, para recolher os ensinamentos deixados e, mais do que tudo, recebermos a graça de Deus que nos é dada em tempo oportuno.

Pelas ruas começa nosso giro pelos lugares da fé na manhã do Domingo de Ramos. Começando pelas crianças até chegar aos mais velhos, as ruas da Jerusalém de ontem e de hoje devem ficar fervilhando de gente, aclamações e orações, com os ramos da fé erguidos em louvor ao Senhor. Peço que a juventude nos tome pelas mãos, na Jornada Mundial, desta feita celebrada em cada Igreja Local, no mundo inteiro. O Papa Francisco escolheu como tema da Jornada uma bem-aventurança: "Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu” (Mt 5, 3). Nesta estação do Domingo de Ramos, três lições: ser livres em relação às coisas, despojando-nos do que é supérfluo, pondo Jesus em primeiro lugar em nossas escolhas, com a coragem para viver a sobriedade; depois, cuidar dos mais pobres e sofredores. Diante das mais variadas formas de pobreza, o desemprego, a emigração, dependências dos mais variados tipos, permanecer vigilantes e conscientes, vencendo a tentação da indiferença. Ainda uma lição: os mais pobres são mestres para nós. Ensinam-nos que uma pessoa não vale por aquilo que possui. Mesmo sem bens materiais, conserva sempre a sua dignidade.

Entremos numa casa! Com nossas boas vindas a este novo "turismo religioso", peço a alguns amigos de Jesus, Marta, Maria e Lázaro, assim como os apóstolos do Senhor, que nos acompanhem de segunda até quarta-feira. São dias de mais oração e intimidade com Jesus. Sugerimos um tempo de silêncio e adoração, diante de Jesus Eucaristia, aquele que gostava de ir à casa de Betânia. O lugar santo para esta etapa da peregrinação da Semana Santa pode ser a sua própria casa, ou quem sabe, um pouco mais de silêncio e revisão de vida.

Visitar a Igreja! Na quinta-feira pela manhã, a Igreja quer conduzir-nos ao coração de seu mistério de unidade. Visite, se possível, a Catedral de sua Diocese, para participar da Missa da Unidade. Lá você acompanhará a Bênção dos Óleos dos Catecúmenos e dos Enfermos e a Consagração do Óleo do Crisma. Os padres renovarão, diante de você e de todo o povo, como testemunhas qualificadas, seus compromissos de serviço. O lugar Santo é a Igreja que se realiza em torno do Bispo, unida ao mundo inteiro! É bom sentir que somos Igreja viva, povo sacerdotal, que bendiz ao seu Senhor.

Bem vindo ao Cenáculo! Desde o início da Quaresma, vivemos para acompanhar Jesus e com ele vivermos a sua Páscoa. Quinta-feira à noite começa a Páscoa. O primeiro lugar a ser visitado tem o nome de Cenáculo, sim, lugar da ceia! Ali, quando chega a "hora" de Jesus, ele se despoja de suas vestes, lava os pés dos discípulos, gesto inusitado e ao mesmo tempo coerente com tudo o que tinha vivido junto deles. Dá de presente o seu mandamento, "amai-vos uns aos outros como eu vos amei" e, para a grata surpresa de todos, institui a Eucaristia, memorial permanente de seu eterno amor. Corpo, Sangue, Alma e Divindade estão verdadeiramente presentes! Todas as vezes que comemos deste Pão e bebemos deste Vinho, anunciamos a Morte do Senhor e anunciamos a sua Ressurreição, até que ele venha! Sejam bem vindos os irmãos e irmãs que ultrapassam os umbrais do Cenáculo, para participar da Mesa do Senhor e aprender as lições do altar! Depois da Missa da Ceia do Senhor, os peregrinos da Semana Santa são convidados a adorarem em silêncio o grande Mistério!

Agora, a subida do Calvário. Daqui para frente, despedida, dor, apreensão, correria, crise. São os discípulos de Jesus que se dispersam por não conseguirem acompanhar seu intrépido Senhor. E nós vamos juntos, pois suas dificuldades retratam o que nós mesmos somos e vivemos. Saia de sua casa, irmão ou irmã, vá pelas ruas, recolha as dores e os pecados próprios ou dos outros, siga o Senhor dos Passos ou a Virgem Dolorosa, representados pelas suas imagens. Abra os ouvidos do coração, pois o esperam três horas de sabedoria pura, destilada da Escritura, no Sermão das Sete Palavras. Em Belém, é a centésima trigésima quinta vez que a cidade interrompe tudo o que faz para apenas ouvir a pregação da Palavra de Deus. Depois, é hora da Igreja, para repousar à sombra dos braços do Servo Sofredor de Javé, ouvir com piedade a narrativa da Paixão, beijar a Cruz e comungar. É a Páscoa da Cruz!

A casa do silêncio! De repente, tudo se faz silêncio. É Sábado Santo! Percorra com os passos do coração o Jardim de José de Arimateia. Aproveite para recordar outros jardins, o da criação, o do Horto das Oliveiras, o do Calvário. Procure a sepultura do Senhor e não desperdice qualquer detalhe. Guarde bem as imagens, registre o som do silêncio.

Da Cruz ao Sepulcro e à Galileia! Estamos preparados para o ato final, derradeira etapa de nossa visita aos lugares santos da Semana Santa. Ninguém fique em casa! Noite de sábado, roupas festivas, velas nas mãos, uma fogueira nos atrai. É fogo novo, sinal de um acontecimento que mudou o mundo. A Igreja acende no único Círio Pascal, as velas de todos os fiéis. A luz do Lume aceso nas noites do mundo, a Igreja nos faz contemplar a história da Salvação, Criação, Alianças, Êxodo, Profetas, Esperanças!

Nenhum roteiro de viagens pode conduzir-nos a tal experiência. É necessário ser peregrinos da fé, desejosos de ver Deus e a sua vitória. Para nossa renovada surpresa, ressoa de novo o Aleluia! O Evangelho, perene Boa Nova, anuncia que Jesus Cristo ressuscitou. Ele está vivo no meio de nós. É o Senhor e portador da Paz. É hora de acompanhar os que são recebidos na Igreja na noite santa e renovar os compromissos batismais. Somos filhos da Igreja, somos irmãos, somos um povo de fé! E o Domingo, que veio a se tornar a Páscoa Semanal dos cristãos, celebrado com alegria e devoção, abrirá a peregrinação cotidiana dos homens e mulheres que, voltando às suas casas, tornar-se-ão anunciadores do mesmo mistério.

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Pia União de Santo Antônio

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