Existem pessoas que, antes de tomar uma decisão, consultam rigorosamente o horóscopo. Outros consultam os búzios. E outros consultam a Bíblia Sagrada para garantir uma escolha segura e eficiente. Mas o viver exige um continuo escolher. E da escolha dependerá o sucesso ou o insucesso, a vitoria ou a derrota, a vida ou a morte.
No mundo de hoje não é suficiente escolher uma profissão, ou um meio de ganhar a vida. É preciso, acima de tudo, estar devidamente preparado intelectual e profissionalmente. É preciso ainda ter visão daquilo que estão propondo para não embarcar em canoa furada.
O viver não depende apenas de uma profissão. Depende especialmente de como encaramos a realidade em que nos encontramos, como administramos os sentimentos e as emoções, como nos relacionamos com as pessoas e com o próprio Deus.
Existem muitos homens e mulheres perambulando pelos caminhos da vida e contabilizando tropeços, erros, decepções e derrotas. Resta-lhes apenas aguardar a própria morte, pois não vêem nada mais à sua frente do que essas situações deprimentes. Perderam o entusiasmo. Perderam o espírito de lutar. Perderam a esperança, pois destruíram seus sonhos.
Viver exige opção consciente e estudada. Viver exige a mente elevada e os pés no chão. Viver exige sonhar o amanhã e construir o hoje. Viver exige amar o irmão e respeitar o adversário. Viver exige comungar a presença da graça de Deus.
Dificuldades surgem em toda a parte e para todos. Ninguém está livre delas e nem poderá simplesmente eliminá-las. Precisará aprender a administrá-las e contemporizá-las. Nada de precipitação. Nada de desânimo. Nada de medo. É preciso alimentar muita coragem, muita confiança, muita teimosia. E haverá de alcançar o que almeja.
O Mestre dos mestres estava dando as ultimas instruções a seus seguidores. Falava do que iria acontecer a ele e a eles. Convicto daquilo que estava fazendo mostrava o quanto os amava e o quão importante seria o amor entre eles. Alguns, porém, perceberam que não seria tão fácil quanto haviam imaginado continuar seguindo seu Mestre.
Resolveram abandoná-lo. E voltaram a seus afazeres. O Mestre percebeu. Muito seguro daquilo que estava propondo olhou para os que permaneceram e os questionou: “Isso escandaliza vocês? Imaginem então se vocês virem o Filho do Homem subir para o lugar onde estava antes?” (Jo.6,61-62)
A realidade de uma escolha provoca resistência e até desistência. Não é fácil a coerência entre a proposta e a resposta. Por mais rica e nobre que seja a proposta sempre haverá a necessidade de uma corajosa e consciente resposta.
Por isso o mundo se encontra dolorosamente dividido entre heróis e derrotados, entre batalhadores e covardes, entre honestos e desonestos, entre justos e injustos, entre bons e maus entre santos e perdidos no pecado.
Não é só diante de Deus que o ser humano deverá apresentar seus feitos e seus mal feitos. Mas é também diante de sua consciência e de sua sensibilidade vital.
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