SEJAM BEM-VINDOS!

Caríssimos(as) Irmãos(as), saudamos a todos vocês com a Paz e o Bem contidas no Cristo Jesus e em São Francisco de Assis.



quinta-feira, fevereiro 27, 2014

Papa Francisco sobre o sacramento da Unção dos Enfermos

HORÁRIO DE MISSAS NA IGREJA DO GALO DURANTE O CARNAVAL
01 DE MARÇO ( SÁBADO ): 6:30 E 19H
02 DE MARÇO ( DOMINGO ): APENAS A MISSA DAS 10H
03 DE MARÇO ( SEGUNDA-FEIRA ): NÃO HAVERÁ MISSAS
04 DE MARÇO ( TERÇA-FEIRA ): NÃO HAVERÁ MISSAS
05 DE MARÇO ( QUARTA-FEIRA ): MISSA DE CINZAS ÀS 19H


Nem a doença nem a morte nos separam de Cristo

Vaticano, 26 Fev. 14 / 12:20 pm (ACI).- Nesta quarta-feira, 26, o Santo Padre continuou sua reflexão sobre os sacramentos, referindo-se agora ao sacramento da Unção dos Enfermos. Em sua alocução depois da oração do Angelus, o Papa afirmou que nem a doença nem a morte pode separar-nos de Cristo. Ele, como o Bom Samaritano da parábola, estende seu cuidados aos enfermos e confia à Igreja o óleo deste sacramento para os doentes do corpo e atribulados no espírito.

O Papa Francisco usou a parábola do Bom Samaritano, para ilustrar a realidade que a Unção dos Enfermos representa, recordando como este Bom Samaritano cuida de um homem ferido derramando sobre as suas feridas óleo e vinho.

“É o óleo abençoado pelos Bispos a cada ano, na missa do Crisma de Quinta-feira Santa, utilizado na Unção dos enfermos. O vinho, por sua vez, é o sinal do amor e da graça de Cristo, que se expressam em toda sua riqueza na vidasacramental da Igreja”, disse o Santo Padre.

Lembrando como o Samaritano confia o doente ao dono de uma pousada, o Papa refletiu:
“Agora, quem é esse pousadeiro? É à Igreja, à comunidade cristã, somos nós, a quem cotidianamente o Senhor confia os aflitos no corpo e no espírito para que possamos continuar a lhes doar, sem medida, toda a sua misericórdia e salvação”.

Continuando a catequese, Francisco lembrou que também a Carta de São Tiago recomenda que os doentes chamem os presbíteros, para que rezem por eles ungindo-os com o óleo.
“É uma praxe que já se usava no tempo dos Apóstolos”, comentou o Papa.

De fato, Jesus ensinou aos seus discípulos a mesma predileção que Ele tinha pelos doentes e atribulados, difundindo alívio e paz, e lhes transmitiu a capacidade e o dever de continuar a dispor da graça especial deste Sacramento. “No entanto, isto não nos deve levar a uma busca obsessiva do milagre ou à presunção de poder obter sempre a cura”, ponderou.

“Existe uma certa convicção de que chamar o sacerdote dá azar, que é melhor não chamá-lo para não assustar o doente”, disse o Papa, improvisando. “Existe a ideia que depois do sacerdote, vem a agência funerária...”.

“O problema -disse o Papa- é que este Sacramento é pedido cada vez menos, e a razão principal reside no fato que muitas famílias cristãs, devido à cultura e à sensibilidade atuais, consideram o sofrimento e a morte como um tabu, como algo a esconder ou sobre o qual falar o menos possível. É verdade que o sofrimento, o mal e a própria morte continuam sendo um mistério, e diante dele, nos faltam palavras. É o que acontece no rito da Unção, quando de modo sóbrio e respeitoso, o sacerdote impõe as mãos sobre o corpo do doente, sem dizer nada”.

Por isso, diante daqueles que consideram o sofrimento e a morte como um tabu, deixando de se beneficiar com esse Sacramento, é preciso lembrar que “no momento da dor e da doença, devemos saber que não estamos sozinhos. O sacerdote e aqueles que estão presentes representam toda a comunidade cristã, que ao redor do enfermo, alimentam nele e em sua família a fé e a esperança, amparando-os com a oração e o calor fraterno”.

“Na Unção dos enfermos, Jesus nos mostra que pertencemos a Ele e que nem a doença, nem a morte poderão nos separar Dele”, concluiu o Papa.

Na síntese de sua catequese em português o Papa Francisco escreveu:

O sacramento da Unção dos Enfermos fala da compaixão de Deus pelo homem no momento da doença e da velhice. A parábola do "bom samaritano" nos oferece uma imagem desse mistério. O bom samaritano cuida de um homem ferido, derramando sobre as suas feridas óleo e vinho, recordando o óleo dos enfermos. Em seguida, sem olhar a gastos, confia o homem ferido aos cuidados do dono de uma pensão: este representa a Igreja, a quem Jesus confia os atribulados no corpo ou no espírito. Também a Carta de S. Tiago recomenda que os doentes chamem os presbíteros, para que rezem por eles ungindo-os com o óleo. De fato, Jesus ensinou aos seus discípulos a mesma predileção que Ele tinha pelos doentes e atribulados, difundindo alívio e paz. Por isso, diante daqueles que consideram o sofrimento e a morte como um tabu, deixando de se beneficiar com esse sacramento, é preciso lembrar que, na unção dos enfermos, Jesus nos mostra que pertencemos a Ele e que nem a doença, nem a morte, poderá nos separar d’Ele.

Concluindo a audiência geral desta quarta-feira, o Papa também dirigiu algumas palavras aos peregrinos de língua portuguesa presentes na Praça de São Pedro:

Queridos peregrinos de língua portuguesa: sede bem vindos! Em cada um dos sacramentos da Igreja, Jesus está presente e nos faz participar da sua vida e da sua misericórdia. Procurem conhecê-Lo sempre mais, para poderem servi-Lo nos irmãos, especialmente nos doentes. Sobre vós e sobre vossas comunidades, desça a benção do Senhor!

acidigital.com

quarta-feira, fevereiro 26, 2014

Onde há o bem realizado, Deus aí está

HORÁRIO DE MISSAS NA IGREJA DO GALO DURANTE O CARNAVAL
01 DE MARÇO ( SÁBADO ): 6:30 E 19H
02 DE MARÇO ( DOMINGO ): APENAS A MISSA DAS 10H
03 DE MARÇO ( SEGUNDA-FEIRA ): NÃO HAVERÁ MISSAS
04 DE MARÇO ( TERÇA-FEIRA ): NÃO HAVERÁ MISSAS
05 DE MARÇO ( QUARTA-FEIRA ): MISSA DE CINZAS ÀS 19H


Leituras da Liturgia de hoje


1ª Leitura - Tg 4,13-17
Salmo - Sl 48, 2-3. 6-7. 8-10. 11 (R. Mt 5,3)
Evangelho - Mc 9,38-40



Comentário

A incompreensão dos discípulos progride. Somente a experiência do mistério pascal dará a eles a graça da compreensão do mistério de Jesus Cristo e da sua condição de discípulos. Aqui aparece um novo tema da incompreensão dos discípulos. O porta-voz do grupo dos discípulos, aqui, é João, um dos filhos de Zebedeu (cf. Mc 1,19), talvez por seu caráter pretensioso, o que aparecerá com maior clareza mais adiante no relato (Mc 10,35-40). Os discípulos pretendem que nenhum exorcismo possa ser praticado em nome de Jesus, se a pessoa que o pratica não participa do grupo dos discípulos. Por isso, eles impediram aquele anônimo de praticar o exorcismo (cf. v. 38). Atitude que Jesus reprova, pois o seu nome e o bem que por ele se realiza não é monopólio da comunidade nem de qualquer outro grupo. Onde há o bem realizado, Deus aí está. Deus está na origem de toda iniciativa que promove e protege a vida; Deus é a fonte de todo esforço sincero e verdadeiro de arrancar das forças do mal o ser humano. Os discípulos, e o leitor com eles, devem compreender que o bem não é propriedade de nenhum grupo e que, onde o mal é vencido, essa vitória é fruto do poder de Jesus Cristo, dado ao ser humano pela graça do Espírito Santo.

Carlos Alberto Contieri, sj

paulinas.org.br

terça-feira, fevereiro 25, 2014

Quando servimos ao próximo garantimos nosso lugar no coração de Deus

HORÁRIO DE MISSAS NA IGREJA DO GALO DURANTE O CARNAVAL
01 DE MARÇO ( SÁBADO ): 6:30 E 19H
02 DE MARÇO ( DOMINGO ): APENAS A MISSA DAS 10H
03 DE MARÇO ( SEGUNDA-FEIRA ): NÃO HAVERÁ MISSAS
04 DE MARÇO ( TERÇA-FEIRA ): NÃO HAVERÁ MISSAS
05 DE MARÇO ( QUARTA-FEIRA ): MISSA DE CINZAS ÀS 19H


LEITURAS
1ª Leitura - Tg 4,1-10
Salmo - Sl 54,7-8. 9-10a. 10b-11a. 23 (R. 23a)
Evangelho - Mc 9,30-37

HOMILIA
Seja o primeiro a estar disponível, a doar-se pelos outros, a ajudar a quem precisa. Seja o primeiro a estender as mãos aos necessitados!

”Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse: ‘Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!”’ (Mc 9,35).

Amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo, os apóstolos do Senhor discutiam, pelo caminho, quem era o maior, quem era o mais importante, quem era o mais querido, quem era o insubstituível, quem ocupava o primeiro lugar no coração de Jesus. Em uma casa, em uma família, os filhos também disputam quem é o filho mais querido, o filho mais amado. Da mesma forma, na Igreja, os líderes discutem quem é o mais importante, quem pode mais, e assim por diante.

A sociedade é baseada na competição; não aquela que trata de uma competição dentro do coração da pessoa, não uma competição que a leve a ser melhor do que ela mesma, a simplesmente dar o melhor de si; mas uma competição que a faça se comparar com o outro e querer ser mais do que ele.

Há, dentro de nós, uma carência e uma ganância afetiva que nos levam sempre a querermos ser melhores, maiores e mais reconhecidos do que os outros. Há em nós a necessidade de sermos aplaudidos, louvados e exaltados. Temos a necessidade de ser melhores do que os outros.

É isso que os discípulos de Jesus – aqueles que O ouviram pregar e que viram as obras maravilhosas que Ele fazia por onde andava – estavam discutindo quem entre eles era o maior. O Senhor percebeu a discussão e viu que esse sentimento crescia no coração dos Seus seguidores, chamou os doze, sentou-se e começou a refletir e, em uma frase, resumiu o sentido do discipulado: ”Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos, seja aquele que serve a todos” (Mc 9,35).

Você pode querer ser o primeiro, mas não queira, meu irmão, a ser o primeiro a ser seguido, honrado, glorificado e exaltado. Seja o primeiro a querer sofrer, a querer ter mais paciência, a querer se doar mais pelos outros, a não querer reconhecimento. Seja o primeiro, sim, a estar disponível, a doar-se pelos outros, a ajudar a quem precisa e a estender sua mão ao necessitado! Seja o primeiro, assim como a criança o é, na pureza, na santidade e na disponibilidade. Estes são os primeiros amados por Deus. Não queira ser o primeiro por reconhecimento, por vanglória e por títulos. A escala de valores, no Reino de Deus, leva todos aqueles que querem ocupar os primeiros lugares a serem servos uns dos outros.

Deus tem um lugar que pertence somente a mim e a você no coração d’Ele, e este lugar ninguém o rouba de nós, no entanto, nós podemos perdê-lo por não cuidarmos dele. Não existe melhor maneira de cuidar do nosso lugar, no coração de Deus, do que nos colocarmos a serviço d’Ele, servindo ao próximo, servindo uns aos outros e lavando os pés dos nossos irmãos!

Deus abençoe você!

Pe Roger Araujo
cancaonova.com

segunda-feira, fevereiro 24, 2014

O Papa alenta os novos cardeais a viver o Evangelho, as Bem-aventuranças e o caminho da santidade

Vaticano, 23 Fev. 14 / 10:42 pm (ACI/EWTN Noticias).- Ao celebrar na manhã deste domingo na Basílica Vaticano a primeira Missa com os 19 novos Cardeais criados ontem, o Papa Francisco os exortou a evitar comportamentos cortesãos, como os falatórios e as preferências, e animou-os a que vivam a linguagem do Evangelho, as atitudes das Bem-aventuranças e o caminho da santidade.

O Santo Padre assinalou que a escuta do Espírito Santo vivifica a Igreja e a alma, “com sua força criadora e renovadora, o Espírito sustenta sempre a esperança do Povo de Deus em caminho ao longo da história, e sustenta sempre, como Paráclito, o testemunho dos cristãos”.

“Neste momento, junto com os novos cardeais, queremos escutar a voz do Espírito, que fala através das Escrituras que foram proclamadas”.

Francisco indicou que na Primeira Leitura de hoje “ressoou a chamada do Senhor a seu povo: ‘Sede Santos, porque eu, seu Senhor Deus, sou santo’. E Jesus, no Evangelho, replica: ‘Sejam perfeitos, como o Pai celestial é perfeito’. Estas palavras interpelam todos nós, discípulos do Senhor; e hoje se dirigem especialmente a mim e a vocês, queridos irmãos cardeais, sobre tudo aos que ontem passaram a formar parte do Colégio Cardinalício”.

“Imitar a santidade e a perfeição de Deus pode parecer uma meta inalcançável. Entretanto, a Primeira Leitura e o Evangelho sugerem exemplos concretos de como o comportamento de Deus pode converter-se na regra de nossas ações. Mas, recordemos, todos nós recordemos, que, sem o Espírito Santo, nosso esforço seria vão”.

A santidade cristã, precisou o Papa, “não é em primeiro lugar uma conquista nossa, mas o fruto da docilidade – querida e cultivada – ao Espírito do Deus, três vezes Santo”.

“O Levítico diz: ‘Não odiarás de coração o teu irmão... Não te vingarás, nem guardarás rancor... mas amarás o teu próximo…'. Estas atitudes nascem da santidade de Deus. Nós, entretanto, somos tão diferentes, tão egoístas e orgulhosos...; mas a bondade e a beleza de Deus nos atraem, e o Espírito Santo pode purificar-nos, pode transformar-nos, pode modelar-nos dia a dia”.

Francisco assinalou que hoje “Jesus nos fala no Evangelho da santidade, e nos explica a nova lei, a sua. Ele o faz mediante algumas antíteses entre a justiça imperfeita dos escribas e os fariseus e a mais alta justiça do Reino de Deus”.

“A primeira antítese da passagem de hoje se refere à vingança. ‘Ouviram que lhes foi dito: ‘Olho por olho, dente por dente’. Pois eu lhes digo: …se alguém te esbofetear na face direita, oferece-lhe também a outra’. Não só não é preciso evitar devolver ao outro o mal que nos fez, mas também devemos nos esforçarmos por fazer o bem com largueza”.

A segunda antítese, indicou o Santo Padre, “refere-se aos inimigos: «Ouvistes que foi dito: “Hás-de amar o teu próximo e odiar o teu inimigo”. Pois Eu digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem» (5, 43-44). A quem quer segui-Lo, Jesus pede para amar a pessoa que não o merece, sem retribuição, a fim de preencher as lacunas de amor que há nos corações, nas relações humanas, nas famílias, nas comunidades e no mundo. Irmãos Cardeais, Jesus não veio para nos ensinar as boas maneiras, as cortesias; para isso, não era preciso que descesse do Céu e morresse na cruz. Cristo veio para nos salvar, para nos mostrar o caminho, o único caminho de saída das areias movediças do pecado, e este caminho de santidade é a misericórdia, aquela que Ele usou e usa cada dia con nosco. Ser santo não é um luxo, é necessário para a salvação do mundo. Isto é o que Senhor nos pede.

Queridos Irmãos Cardeais, o Senhor Jesus e a mãe Igreja pedem-nos para testemunharmos, com maior zelo e ardor, estas atitudes de santidade. É precisamente neste suplemento de oblatividade gratuita que consiste a santidade de um Cardeal. Por conseguinte, amemos aqueles que nos são hostis; abençoemos quem fala mal de nós; saudemos com um sorriso a quem talvez não o mereça; não aspiremos a fazer-nos valer, mas oponhamos a mansidão à prepotência; esqueçamos as humilhações sofridas. Deixemo-nos guiar sempre pelo Espírito de Cristo: Ele sacrificou-Se a Si próprio na cruz, para podermos ser «canais» por onde passa a sua caridade. Este é o comportamento, esta deve ser a conduta de um Cardeal.

O Cardeal – digo-o especialmente a vós – entra na Igreja de Roma, Irmãos, não entra numa corte. Evitemos todos – e ajudemo-nos mutuamente a evitar – hábitos e comportamentos de corte: intrigas, críticas, facções, favoritismos, preferências. A nossa linguagem seja a do Evangelho: «Sim, sim; não, não»; as nossas atitudes, as das bem-aventuranças; e o nosso caminho, o da santidade. Rezemos mais uma vez: “A vossa ajuda, Pai misericordioso, sempre nos torne atentos à voz do Espírito”.

O Espírito Santo fala-nos , hoje, também através das palavras de São Paulo: «Sois templo de Deus (…); o templo de Deus é santo, e esse templo sois vós» (1 Cor 3, 16-17). Neste templo que somos nós, celebra-se uma liturgia existencial: a da bondade, do perdão, do serviço; numa palavra, a liturgia do amor. Este nosso templo fica de certo modo profanado, quando descuidamos os deveres para com o próximo: quando no nosso coração encontra lugar o menor dos nossos irmãos, é o próprio Deus que aí encontra lugar; e, quando se deixa fora aquele irmão, é o próprio Deus que não é acolhido. Um coração vazio de amor é como uma igreja dessacralizada, subtraída ao serviço de Deus e destinada a outro fim.

Queridos Irmãos Cardeais, permaneçamos unidos em Cristo e entre nós! Peço-vos que me acompanheis de perto, com a oração, o conselho, a colaboração. E todos vós, bispos, presbíteros, diáconos, pessoas consagradas e leigos, uni-vos na invocação do Espírito Santo, para que o Colégio dos Cardeais seja cada vez mais inflamado de caridade pastoral, cada vez mais cheio de santidade, para servir o Evangelho e ajudar a Igreja a irradiar pelo mundo o amor de Cristo, concluiu o Sumo Pontífice.

acidigital.com

domingo, fevereiro 23, 2014

SER BOM COMO DEUS: AMAR DE GRAÇA - Liturgia do domingo

1ª leitura: (Lv 19,1-2.17-18) Não ódio, mas amor – Trecho da chamada “Lei da Santidade” (Lv 17–25), que deseja que o povo de Javé seja santo porque Ele o é também. Ele é quem fundamenta as exigências morais (p.ex., o amor ao próximo e ao estrangeiro, 19,18.36) e rituais (cf. 19,25). Daí a moral e o amor poderem ser chamados “imitação de Deus”, de sua santidade (perfeição, cf. evangelho). * 19,2 cf. Lv 11,44 * 19,17 cf. Ez 33,1-9; Mt 18,15 * 19,18 cf. Mt 5,43; Rm 13,9; Gl 5,14.

2ª leitura: (1Cor 3,16-23) Não partidarismo, mas pertença completa a Cristo e Deus – Tendo descrito como se constrói a Igreja, templo de Deus (1Cor 3,1-15), Paulo tira agora as conclusões: a presença do Espírito de Deus torna santa a comunidade eclesial, e abalá-la é demolir Deus (3,17). E onde Deus está presente, não há lugar para endeusar homens, culto de personalidades. Em Cristo, a Igreja recebe a sabedoria de Deus e torna-se realidade divina. * 3,16 cf. 1Cor 6,19; 2Cor 6,16; Ef 2,20-22 * cf. Jó 5,13; Sl 94[93],11.

Evangelho: (Mt 5,38-48) Pagar o mal pelo bem, amar os inimigos – Como na “Lei da Santidade” (Lv 17–26, cf. 1ª leitura), também em Mt 5,17-48 a imitação de Deus na sua “perfeição”(= santidade) apresenta-se como regra fundamental. Jesus dá a esta imitação um conteúdo radical: não só amar o próximo (cf. Lv 19,18), mas também o inimigo! E outras coisas assim. – A ajuda desinteresseira, o amor a quem não nos ama são as provas de que amamos com o mesmo amor gratuito de nosso Pai celeste. * 5,38-42 cf. Ex 21,24; Lc 6,29-30; 1Pd 3,9 * 5,43-48 cf. Lv 19,18; Lc 6,32-33; Rm 12,14.20. 

*** *** *** 

O evangelho de hoje continua com a interpretação da Lei que Jesus propõe no Sermão da Montanha. Jesus supera a justiça do Antigo Testamento, que se guiava pela lei do “talião” (do “tal qual”), “olho por olho, dente por dente” (uma maneira de refrear a vingança ilimitada). A posição de Jesus parece compreensível, pois pagando o mal com o mal nunca se sai do status quo, da violência, da vingança. Mas o que Jesus quer é mais do que isso: dar mais do que nos é pedido e até amar os inimigos. Como é que se pode gostar de quem não se gosta?

Novamente, Jesus não pergunta se é possível. Só diz que deve ser assim, pois Deus é assim mesmo! Deus faz o sol surgir sobre bons e maus e a chuva descer sobre justos e injustos. Pois todos são os seus filhos. “Mas, dirá alguém, eu não sou Deus”. E a resposta de Jesus: “Não és Deus, mas procura ser como ele: perfeito como teu Pai celeste é perfeito; então, serás realmente seu filho!”

Jesus não veio para facilitar nossa vida, mas para nos tornar semelhantes a Deus, mesmo se ficamos sempre devendo e sabemos que, por nosso própria força, nunca chegaremos a isso. Também não é uma questão de esforço, mas de amor e de graça. Uma vez conscientes de que Deus nos ama de graça (cf. Rm 5,6-8 e 1Jo 4,10.19), já não vamos achar estranho amar de graça os que não nos amam (mesmo se devemos combatê-los quando oprimem os mais fracos...). Se entendermos o amor gratuito, não vamos achar absurdo convidar os que não nos podem retribuir (cf. Lc 14,12-14). O amor de Deus é criador: cria uma situação nova, que não existia antes. Quando nos sabemos envolvidos nesse amor paterno criador e gratuito, seremos capazes de imitá-lo um pouco. Seremos, não por nosso esforço, mas por saber-nos amados, realmente os seus filhos. E almejaremos o dia em que a morte porá fim às nossas incoerências, para que Ele nos acolha plena e definitivamente.

Na 1ª leitura, encontramos juntos, já no Antigo Testamento, os mandamentos de não guardar rancor e do amor ao próximo (Lv 19,17-18; cf. Lv 19,35, o amor ao estrangeiro). Todos esses mandamentos se baseiam na mesma verdade: todas as pessoas são filhos do mesmo Pai. Poderíamos acrescentar o amor ao insignificante, ao pobre, ao marginal, amor este que serve de critério para ver se a nossa vida é compatível com a eterna companhia de Deus, nosso Pai (Mt 25,31-46).

A liturgia de hoje supõe, portanto, que estejamos imbuídos da consciência filial com relação a Deus. “Bendize, ó minha alma, o Senhor, e jamais te esquece de todos os seus benefícios” (salmo responsorial).

Na 2ª leitura continua a polêmica de Paulo com a sabedoria do mundo, por ocasião da divisão que a vanglória, o partidarismo e outras atitudes demasiadamente humanas causaram na comunidade de Corinto. Tal divisão é o contrário daquilo que o evangelho ensina. Reconhecendo o evangelho como única sabedoria válida, devemos dizer, com Paulo, que os critérios humanos são loucura diante de Deus. Paulo ironiza os coríntios, dos quais uns diziam: “eu sou de Paulo”, ou “de Apolo”, “de Cefas” ou até “de Cristo”... “Ainda bem que quase não batizei ninguém”, observa Paulo, brincando (1Cor 1,14). E mais adiante conclui: “Todos nós, apóstolos, somos vossos; e não só nós, toda a realidade da criação é vossa... mas vós sois de Cristo, e Cristo de Deus” (3,21-23). Hoje ouvimos: “Eu sou de tal movimento, de tal ‘teologia’, de tal tradição”. Mas não faz diferença: somos de Cristo, e Cristo, de Deus. Por isso devemos ser como Cristo e como Deus. Isto, porém, não o conseguiremos por um vaidoso esforço de nossa vontade, mas somente se nos deixarmos envolver no amor gratuito que Deus nos testemunhou em Jesus, dado por nós até o fim. 
SER PERFEITO COMO DEUS! 

Quem hoje pretendesse querer ser perfeito como Deus granjearia alguns sorrisos irônicos... E contudo, é o que Jesus ensina no Sermão da Montanha (evangelho). A vocação à perfeição “como Deus” é um tema fundamental para a vida de todo cristão – não só para os santos e beatos.

Na primeira página da Bíblia está que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança (Gn 1,26). Ele quer ver sua imagem em seu povo eleito, Israel: “Sede santos, porque eu, vosso Deus, sou santo” (1ª leitura). Pela aliança, os israelitas “são de Deus”. Ora, Deus não quer envergonhar-se de sua gente. Por isso, quer que sejam irrepreensíveis, e uma das suas exigências é que eles não briguem entre si, não se matem em eternas vinganças etc. Numa palavra: que amem seus “próximos” (= compatriotas) como a si mesmos (Lv 19,18). Ora, ninguém entende como Jesus o que exige essa pertença a Deus. Deus é o Pai de todos, de bons e maus, e ama a todos como a seus filhos. Então nós, seu povo, devemos tambémamar a todos, inclusive os inimigos! Assim nos mostraremos semelhantes a Deus e realizaremos a vocação de nossa criação.

O homem moderno (como o de todos os tempos) gosta de ser seu próprio deus. Em vez de querer ser semelhante a Deus, só olha no espelho... Será por isso que existem inimizades tão cruéis em nosso mundo, a violência descarada das bombas atômicas, a violência “limpa” das “guerras cirúrgicas”, a cínica exploração das massas populares? No mundo reina divisão, entre nações, religiões, classes sociais; até na Igreja ricos e pobres vivem separados. Onde existe esse amor ao inimigo que Jesus ensina? Pois bem, exatamente por causa dessas divisões, o amor ao inimigo é indispensável. Se todos estivéssemos perfeitamente de acordo, não precisaríamos desse ensinamento de Jesus! As lutas e divisões que são a matéria da História e que têm reflexos mesmo entre os fiéis não devem excluir o amor à pessoa, ainda que se lute contra sua ideia ou posição. As divergências tornam ainda mais necessário o amor – que consistirá talvez em mostrar ao “inimigo” que ele defende um projeto errado ou injusto...

O ser humano realiza sua vocação de ser semelhante a Deus, quando ama a todos com o amor gratuito de Deus, sem procurar qualquer compensação. Por essa razão, deve empenhar-se de modo especial pelos pobres, estranhos etc. – e também amar os inimigos.

(O Roteiro Homilético é elaborado pelo Pe. Johan Konings SJ – Teólogo, doutor em exegese bíblica, Professor da FAJE. Autor do livro "Liturgia Dominical", Vozes, Petrópolis, 2003. Entre outras obras, coordenou a tradução da "Bíblia Ecumênica" – TEB e a tradução da "Bíblia Sagrada" – CNBB. Konings é Colunista do Dom Total. A produção do Roteiro Homilético é de responsabilidade direta do Pe. Jaldemir Vitório SJ, Reitor e Professor da FAJE.)

www.domtotal.com.br

sábado, fevereiro 22, 2014

Festa da Cátedra de São Pedro - 22 de fevereiro

Branco. Cátedra de São Pedro, Apóstolo, Festa

Leituras
1ª Leitura - 1Pd 5,1-4
Salmo - Sl 22 (23),1-3a. 3b-4. 5. 6 (R. 1)
Evangelho - Mt 16,13-19

Nós olhamos para o “Pedro” nos dias de hoje, que se chama Papa Francisco, representante para nós da pessoa de Jesus Cristo e sucessor do apóstolo Pedro, aquele a quem cabe governar a Igreja na unidade e na caridade.

”Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (Mateus 16,18).

A Igreja celebra no dia de hoje a festa da cátedra de São Pedro apóstolo. Essa festa nos ajuda a entender a figura do apóstolo Pedro no colégio dos apóstolos. Os apóstolos receberam do Senhor a missão de levar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo a todos os cantos da Terra. Em nome do Senhor os apóstolos são os verdadeiros, reais e únicos transmissores da fé; a fé que nos foi trazida por Nosso Senhor Jesus Cristo. Entre os apóstolos figura, em primeiro lugar, o apóstolo Pedro, ele não foi o primeiro a ser chamado por Jesus, pois foi André, seu irmão, quem o conduziu para o Senhor.

Mas desde o momento em que Jesus viu Simão [nome de Pedro antes de conhecer Jesus], o filho de Jonas, o Senhor lhe disse: ”Tu és Pedro”, que quer dizer “Cefas“, que quer dizer “pedra”. O Messias já o olhou com um olhar muito especial, o olhou com um olhar de bondade e misericórdia e confiou a Pedro o primado, ou seja, a primazia, o primeiro entre os apóstolos.

Todas as vezes em que pegamos as citações das Sagradas Escrituras, o nome do apóstolo Pedro vem primeiro. Quando lemos os Atos dos Apóstolos a primeira parte nos mostra a ação do apóstolo Pedro no comando da Igreja nascente de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Evangelho de hoje nos mostra aquilo que Jesus confia a Pedro: as chaves da Igreja, o comando da Igreja, na qual se deposita a fé, não a fé nele [Pedro], mas a fé em Jesus Cristo, da qual o apóstolo Pedro é o depositário.

Quando nós celebramos o primado de Pedro, a escolha de Pedro, como o primeiro entre os apóstolos, por isso nós também celebramos todos aqueles que sucederam o apóstolo Pedro na responsabilidade de conduzir e guiar a Igreja do Senhor. Foram duzentos e sessenta e seis homens [Papas] que, até o momento, tiveram esta árdua, nobre e difícil missão: conduzir a Igreja do Senhor, presidir a única Igreja de Cristo na unidade e na caridade.

Nós olhamos para o “Pedro” nos dias de hoje, que se chama Papa Francisco: bendito o que vem em nome do Senhor, o nosso amado Papa Francisco, representante para nós da pessoa de Jesus Cristo e sucessor do apóstolo Pedro, aquele a quem cabe governar a Igreja na unidade e na caridade. Amemos o nosso Papa, rezemos pelo nosso Papa! Não existe instituição nenhuma na face da Terra que tem a unidade e a universalidade da nossa Igreja, porque não se trata de uma instituição humana, mas divina!

Que Pedro entre nós, hoje, receba nossas orações, o nosso amor e todo o nosso carinho! Salve o Papa Francisco, salve São Pedro a quem o Senhor constituiu o primeiro dos apóstolos!

Deus abençoe você!

Pe Roger Araujo



CÁTEDRA DE SÃO PEDRO
É com alegria que hoje nós queremos conhecer um pouco mais a riqueza do significado da cátedra, do assento, da cadeira de São Pedro que se encontra na Itália, no Vaticano, na Basílica de São Pedro. Embora a Sé Episcopal seja na Basílica de São João de Latrão, a catedral de todas as catedrais, a cátedra com toda a sua riqueza, todo seu simbolismo se encontra na Basílica de São Pedro.
Fundamenta-se na Sagrada Escritura a autoridade do nosso Papa: encontramos no Evangelho de São Mateus no capítulo 6, essa pergunta que Jesus fez aos apóstolos e continua a fazer a cada um de nós: “E vós, quem dizei que eu sou?” São Pedro,0 em nome dos apóstolos, pode assim afirmar: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Jesus então lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi nem a carne, nem o sangue que te revelou isso, mas meu Pai que está no céus, e eu te declaro: Tu és Pedro e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; eu te darei a chave dos céus tudo que será ligado na terra serás ligado no céu e tudo que desligares na terra, serás desligado nos céus”.
Logo, o fundador e o fundamento, Nosso Senhor Jesus Cristo, o Crucificado que ressuscitou, a Verdade encarnada, foi Ele quem escolheu São Pedro para ser o primeiro Papa da Igreja e o capacitou pelo Espírito Santo com o carisma chamado da infalibilidade. Esse carisma bebe da realidade da própria Igreja porque a Igreja é infalível, uma vez que a alma da Igreja é o Espírito Santo, Espírito da verdade.
Enfim, em matéria de fé e de moral a Igreja é infalível e o Papa portando esse carisma da infalibilidade ensina a verdade fundamentada na Sagrada Escritura, na Sagrada Tradição e a serviço como Pastor e Mestre.
De fato, o Papa está a serviço da Verdade, por isso, ao venerarmos e reconhecermos o valor da Cátedra de São Pedro, nós temos que olhar para esses fundamentos todos. Não é autoritarismo, é autoridade que vem do Alto, é referência no mundo onde o relativismo está crescendo, onde muitos não sabem mais onde está a Verdade.
Nós olhamos para Cristo, para a Sagrada Escritura, para São Pedro, para este Pastor e Mestre universal da Igreja, então temos a segurança que Deus quer nos dar para alcançarmos a Salvação e espalharmos a Salvação.
Essa vocação é do Papa, dos Bispos, dos Presbíteros, mas também de todo cristão.

São Pedro, rogai por nós!

CANCAONOVA.COM

sexta-feira, fevereiro 21, 2014

Retiros promovem momentos de espiritualidade durante o carnaval

Os retiros de carnaval se mostram como uma alternativa para as pessoas que não querem curtir a folia, e aproveitar o período para fortalecer a espiritualidade. Na Arquidiocese de Natal, diversas Paróquias vão promover retiros. Um dos mais antigos é realizado há 75 anos pela Congregação Mariana Nossa Senhora da Conceição e São Tarcísio, que tem sede na Paróquia de São Pedro. As atividades vão acontecer no período de 02 a 04 de março, no Colégio Nossa Senhora das Neves, no bairro Alecrim, em Natal, e traz como tema "Pelo sim de Maria encontramos o caminho da salvação". 

Segundo o diácono Emanoel Freitas, coordenador do retiro, o encontro foi realizado pela primeira vez no ano de 1939, e era voltado exclusivamente para os congregados, quando a comunidade era conhecida como "Congregação Mariana dos Moços". "Os primeiros retiros foram voltados somente para os congregados, mas, depois abrimos a participação para toda a comunidade, como forma de comunhão entre a congregação e o povo de Deus", conta.

Programação
A programação do retiro vai contar com momentos de oração, louvor e reflexões da palavra, encerrando todos os dias, com a celebração eucarística. As atividades vão acontecer das 07h30 às 17h. Em cada dia vai ser trabalhado um subtema: dia 02 – "Jesus e Maria, exemplo vivo de unidade e Deus"; dia 03 – "No caminho com Maria rumo ao encontro com Jesus", e dia 04 – "Ressurreição, a certeza da presença de Deus em nosso meio". As pregações serão conduzidas pelo vigário paroquial de São Pedro, o padre Raimundo Lopes. Antes, no dia 01 de março, vai acontecer a missa de envio, às 16h30, na matriz de São Pedro, no Alecrim. Para participar do retiro, os interessados devem fazer inscrição. Outras informações podem ser obtidas com o diácono Emanoel Freitas, por meio dos seguintes contatos: (84) 8855-5146 ou 9966-3952.

Retiro da RCC
Um dos retiros tradicionais promovidos no período do carnaval é o da Renovação Carismática Católica (RCC), o Ágape. As atividades serão realizadas no período de 01 a 04 de março, com o tema "Reunidos em um só corpo pela força da cruz! (Efésios 2,16)". A programação vai ser realizada na Escola Estadual Edgar Barbosa, situada na avenida Jaguarari, no bairro Lagoa Seca, em Natal, e vai constar de pregações, momentos de louvor, adoração ao santíssimo sacramento, encerrando com celebração eucarística, todos os dias, às 16h. 
Os pregadores serão os padres Stanley Lopes, da Diocese de Caicó, Iranildo Augusto, pároco de Nossa Senhora de Fátima, em Passa Fica, e César Luiz, vigário paroquial da Sagrada Família, nas Rocas. 
Para participar, os interessados devem pagar uma taxa de R$ 2 ao dia, ou R$ 5, a temporada. Para as caravanas que vierem do interior, haverá alojamento no local do evento. Outras informações, ligue: (84) 8857-1500 ou 3613-0034.

Retiro em Nova Cruz
O grupo de oração "Renascer", da Renovação Carismática Católica, da Paróquia da Imaculada Conceição, de Nova Cruz, vai promover um retiro de carnaval, também intitulado "Ágape". A programação vai ser desenvolvida entre os dias 02 e 04 de março, na quadra de esportes da Escola Municipal Nestor Marinho. 
As atividades vão constar de adoração ao santíssimo sacramento, missa, palestras, louvor, pregação, além de um espaço reservado para crianças. A abertura vai acontecer no domingo (02), com celebração de missa, às 08h. 
A animação do encontro vai ser do grupo Jesus e Nós e o DJ Diogo Oliveira, e terá como tema "Reunidos num só corpo pela força da cruz (Efésios 2,16)".

Retiro da Fraternidade
A Fraternidade Católica Éfeso, vai realizar um momento de espiritualidade, durante o carnaval, no período de 01 a 04 de março. As atividades vão acontecer na Escola Municipal Professora Francisca Ferreira, situada no bairro Bom Pastor, em Natal. 
Para participar, os interessados devem pagar uma taxa de R$ 40, que dá direito ao café da manhã, almoço e jantar. 
A programação do retiro vai iniciar na noite do sábado (01), encerrando na terça-feira (04), às 16h, e vai ser composta de missa, adoração ao santíssimo sacramento, palestras, orações, confissões, além de momentos de lazer e partilha.

Ceará-Mirim realiza Éfeta
A Renovação Carismática Católica da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, de Ceará-Mirim vai promover o Éfeta pelo 7º ano consecutivo, retiro de carnaval tradicional na cidade. A programação vai ser realizada na Escola Estadual Prof. Otto de Brito Guerra, de 01 a 04 de março, refletindo o tema "Reunidos num só corpo pela força da cruz (Efésios 2,16)".
As atividades vão constar de recitação de terço, louvor, orações, pregações e adoração ao santíssimo sacramento. A partir das 20h, diariamente, vai acontecer uma programação cultural, com a participação dos ministérios de música e artes da Renovação, ministério de música Cristo Rei/Capoeira Grande e Baile de Máscaras, animado pelo Mc Jog'Samyr. 
O encontro vai encerrar na terça-feira, com missa às 14h. A entrada é gratuita, e os interessados em participar, podem optar por acampar no espaço do evento.

arquidiocesedenatal.org.br

quinta-feira, fevereiro 20, 2014

Reconciliação, abraço da misericórdia do Pai

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Através dos Sacramentos da iniciação cristã, o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia, o homem recebe a vida nova em Cristo. Agora, todos sabemos disso, nós levamos essa vida “em vasos de barro” (2 Cor 4, 7), ainda estamos sujeitos à tentação, ao sofrimento, à morte e, por causa do pecado, podemos até mesmo perder a nova vida. Por isto o Senhor Jesus quis que a Igreja continuasse a sua obra de salvação também através dos próprios membros, em particular o Sacramento da Reconciliação e aquele da Unção dos enfermos, que podem ser unidos sob o nome de “Sacramentos da Cura”. O Sacramento da Reconciliação é um Sacramento de cura. Quando eu vou confessar-me é para me curar, curar a minha alma, curar o coração e algo que fiz e não foi bom. O ícone bíblico que o exprime melhor, em sua profunda ligação, é o episódio do perdão e da cura do paralítico, onde o Senhor Jesus se revela ao mesmo tempo médico das almas e dos corpos (cfr Mc 2,1-12 // Mt 9,1-8; Lc 5,17-26).

1. O Sacramento da Penitência e da Reconciliação surge diretamente do mistério pascal. De fato, na própria noite de Páscoa, o Senhor aparece aos discípulos, fechados no cenáculo, e depois de ter dirigido a eles a saudação “A paz esteja convosco”, soprou sobre eles e disse: “Recebeis o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados” (Jo 20,21-23). Esta passagem nos revela a dinâmica mais profunda que está contida neste Sacramento. Antes de tudo, o fato de que o perdão dos nossos pecados não é algo que podemos dar a nós mesmos. Eu não posso dizer: perdoo os meus pecados. O perdão se pede, se pede a uma outra pessoa e na Confissão pedimos o perdão a Jesus. O perdão não é fruto dos nossos esforços, mas é um presente, é um dom do Espírito Santo, que nos enche com a misericórdia e a graça que surge incessantemente do coração aberto de Cristo crucificado e ressuscitado. Em segundo lugar, recorda-nos que somente se nos deixamos reconciliar no Senhor Jesus com o Pai e com os irmãos podemos estar verdadeiramente na paz. E todos sentimos isso no coração quando vamos confessar-nos, com um peso na alma, um pouco de tristeza; e quando recebemos o perdão de Jesus estamos em paz, com aquela paz da alma tão bela que somente Jesus pode dar, somente Ele.

2. No tempo, a celebração deste Sacramento passou de uma forma pública – porque no início se fazia publicamente – àquela pessoal, à forma reservada da Confissão. Isto, porém, não deve fazer perder a matriz eclesial, que constitui o contexto vital. De fato, é a comunidade cristã o lugar no qual se torna presente o Espírito, o qual renova os corações no amor de Deus e faz de todos os irmãos uma só coisa, em Cristo Jesus. Eis, então, porque não basta pedir perdão ao Senhor na própria mente e no próprio coração, mas é necessário confessar humildemente e com confiança os próprios pecados ao ministro da Igreja. Na celebração deste Sacramento, o sacerdote não representa somente Deus, mas toda a comunidade, que se reconhece na fragilidade de cada um de seus membros, que escuta comovida o seu arrependimento, que se reconcilia com ele, que o encoraja e o acompanha no caminho de conversão e amadurecimento cristão. Alguém pode dizer: eu me confesso somente com Deus. Sim, você pode dizer a Deus “perdoa-me”, e dizer os teus pecados, mas os nossos pecados são também contra os irmãos, contra a Igreja. Por isto é necessário pedir perdão à Igreja, aos irmãos, na pessoa do sacerdote. “Mas, padre, eu me envergonho…”. Também a vergonha é boa, é saudável ter um pouco de vergonha, porque envergonhar-se é saudável. Quando uma pessoa não tem vergonha, no meu país dizemos que é um “sem vergonha”: um “sin verguenza”. Mas também a vergonha faz bem, porque nos faz mais humildes e o sacerdote recebe com amor e com ternura esta confissão e em nome de Deus perdoa. Também do ponto de vista humano, para desabafar, é bom falar com o irmão e dizer ao sacerdote estas coisas, que são tão pesadas no meu coração. E alguém sente que desabafa diante de Deus, com a Igreja, com o irmão. Não ter medo da Confissão! Alguém, quando está na fila para confessar-se, sente todas estas coisas, também a vergonha, mas depois quando termina a Confissão sai livre, grande, belo, perdoado, purificado, feliz. É este o bonito da Confissão! Eu gostaria de perguntar-vos – mas não digam em voz alta, cada um responda no seu coração – quando foi a última vez que você se confessou? Cada um pense… São dois dias, duas semanas, dois anos, vinte anos, quarenta anos? Cada um faça as contas, mas cada um diga a si mesmo: quando foi a última vez que eu me confessei? E se passou tanto tempo, não perder um dia a mais, vá, que o sacerdote será bom. É Jesus ali, e Jesus é o melhor dos sacerdotes, Jesus te recebe, recebe-te com tanto amor. Seja corajoso e vá à Confissão!

3. Queridos amigos, celebrar o Sacramento da Reconciliação significa ser envolvido em um abraço caloroso: é o abraço da infinita misericórdia do Pai. Recordemos aquela bela, bela parábola do filho que foi embora de sua casa com o seu dinheiro da herança; gastou todo o dinheiro e depois quando não tinha mais nada decidiu voltar pra casa, não como filho, mas como servo. Tanta culpa tinha em seu coração e tanta vergonha. A surpresa foi que quando começou a falar, a pedir perdão, o pai não o deixou falar, abraçou-o, beijou-o e fez festa. Mas eu vos digo: toda vez que nós nos confessamos, Deus nos abraça, Deus faz festa! Vamos adiante neste caminho. Que Deus vos abençoe!

Papa Francisco
19 de fevereiro de 2014

www.franciscanos.org.br

quarta-feira, fevereiro 19, 2014

Leis dos homens e lei de Deus

Verde. 4ª-feira da 6ª Semana Tempo Comum 

Leituras
1ª Leitura - Tg 1,19-27
Salmo - Sl 14 (15), 2-3ab. 3cd-4ab. 5 (R. 1b)
Evangelho - Mc 8,22-26


A vida em sociedade se torna cada vez mais complexa, exigindo uma série de leis e normas para regular o comportamento das pessoas e dos grupos. Não é novidade saber que um emaranhado de leis tantas vezes confunde os cidadãos, dificultando-lhes até manter-se em dia com suas obrigações.

Para dar um exemplo, basta conversar com as pessoas que devem estar atualizadas quanto à legislação tributária e ver o quanto lhes é trabalhoso saber das ultimíssimas mudanças. Que se preparem os que devem preparar suas declarações de renda!

E podemos ir além, ao tomar consciência de que vivemos num estado laico, no qual todos os setores da sociedade, incluindo as diversas convicções religiosas, devem encontrar seu espaço, na superação de eventuais privilégios. Curioso é que a crescente laicização do Estado encontra meios e verbas para eventos no mínimo duvidosos, considerados manifestações culturais, relegando ao espaço privado a relação com Deus, da qual o ser humano não pode fugir, sob pena de perder o rumo e o sentido de sua existência. Nem é necessário fazer uma lista dos gastos correntes em nosso país, nos quais bilhões de reais são despendidos, inclusive com obras cuja utilidade prática posterior aos eventos programados é altamente questionável. Entende-se assim a revolta que jovens e menos jovens manifestam em nossas ruas, mesmo se os métodos e gritos se confundam com grupos violentos infiltrados em suas ações.

Bastam as leis e o laicismo do Estado? Quais serão as consequências do alijamento dos grupos religiosos da educação ou do cuidado com a saúde, pelas dificuldades encontradas para manter obras sociais correspondentes às convicções cristãs que os movem? Pode ficar tudo aparentemente certo, mas o que está por trás? E uma sociedade que perdeu as estribeiras quanto à moralidade dos atos públicos ou a exposição contínua de atos de esperteza ou de corrupção, para onde vai? Para onde foi a moral familiar? E as leis, podem ser simplesmente acolhidas, mesmo quando é patente sua iniquidade?

Jesus, Senhor e Salvador, enfrentou uma sociedade repleta de leis e mandamentos, sendo diante de muitos um violador das normas vigentes. No entanto, seu comportamento e seu ensinamento realizam e superam toda a lei. “Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para cumprir. Antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo aconteça. Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar os outros, será considerado o menor no Reino dos Céus. Quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus. Eu vos digo: Se vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 5, 17-20).

Nasce então a pergunta: como superar as normas dos escribas e dos fariseus, ou como ir além das constituições, leis, normas técnicas ou regulamentos existentes em cada época? “Os olhos do Senhor estão voltados para os que o temem. Ele conhece todas as obras do ser humano. Não mandou ninguém agir como ímpio e a ninguém deu licença para pecar” (Eclo 15, 20-21). Começamos com radicalidade! Acomodar-se com a maldade e ajeitar a consciência é princípio de desastre! Ninguém foi destinado ao crime ou à corrupção, ninguém foi feito para andar errado ou afundar-se na lama da impureza! Não há um destino cego que obrigue à iniquidade. Acreditar que fomos feitos para o bem e para o que é certo e não admitir qualquer relaxamento de consciência é primeira resposta.

O grande Apóstolo São Paulo (Rm 13, 1-10) ajudou a enfrentar estas questões, ensinando que todos se submetam às autoridades que exercem o poder, pois não existe autoridade que não venha de Deus. Fez até uma pergunta provocante, com a correspondente resposta: “Queres não ter medo da autoridade? Pratica o bem, e serás por ela elogiado... É preciso obedecer, não somente por medo do castigo, mas por motivo de consciência. Pela mesma razão, pagais impostos. Dai a cada um o que lhe é devido: seja imposto, seja taxa, ou, também, o temor e o respeito”. O cristão há de ser exemplar no cumprimento dos próprios deveres de cidadania!

Entretanto, o caminho de superação das leis é justamente o cumprimento da lei maior, o amor, “pois quem ama o próximo cumpre plenamente a Lei... O amor é o cumprimento perfeito da Lei”. (Rm 13, 8.10). O mesmo apóstolo, escrevendo aos Gálatas, numa frase breve, estupenda e lapidar, diz outra vez que “toda a lei se resume neste único mandamento: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Gl 5,14). É verdade! Quem ama não rouba, não mata. E não só evita o mal, mas se abre aos outros, deseja o bem, pratica o bem, sabe doar-se, chega a dar a vida pela pessoa amada. Por isso Paulo escreve que, amando o próximo, não só se cumpre a lei, mas se cumpre “toda a lei”. Os outros mandamentos são meios para nos iluminar e guiar a fim de sabermos encontrar, nas complexas situações da vida, o caminho para amar os outros. E por que o Apóstolo não fala também do amor a Deus? É que o amor a Deus e o amor ao próximo não competem entre si. Um deles, o amor ao próximo, é até mesmo expressão do outro, do amor a Deus. Com efeito, amar a Deus significa fazer a sua vontade, e a sua vontade é que amemos o próximo (Cf. Chiara Lubich, Comentário à Palavra de Vida, Roma, 25 de maio de 1983).

Enfim, faz ainda parte da vida cristã saber lutar contra as leis injustas, denunciar o mal. Nos dias que correm, uma das mais importantes bandeiras dos cristãos, ainda que venham leis ou normas contrárias, é a da valorização da vida. Mesmo que sejam leis civis a permitir práticas abortivas ou outras violações da absoluta dignidade humana, não seremos obrigados a cumpri-las. Nasce a corajosa objeção de consciência, que vem também a ser praticada quando se recusa a sujar as mãos e o coração com a corrupção e o roubo. Em ano eleitoral, aqui se encontram preciosas referências para engajamento político, participação e voto! Se necessário, trata-se de nadar contra a correnteza, para vencer a torrente de maldade existente também em nosso tempo.

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará

cnbb.org.br

terça-feira, fevereiro 18, 2014

A carícia essencial que resgata nossa humanidade

A carícia constitui uma das expressões supremas da ternura sobre a qual discorremos no artigo anterior. Por que dizemos carícia essencial? Porque queremos distingui-la da carícia como pura moção psicológica, em função de uma benquerença fugaz e sem história . A carícia-moção não envolve o todo da pessoa. A carícia é essencial quando se transforma numa atitude, num modo-de-ser que qualifica a pessoa em sua totalidade, na psiqué, no pensamento, na vontade, na interioridade, nas relações.

O órgão da carícia é, fundamentalmente, a mão: a mão que toca, a mão que afaga, a mão que estabelece relação, a mão que acalenta, a mão que traz quietude. Mas a mão é mais que a mão. É a pessoa inteira que através da mão e na mão revela um modo-de-ser carinhoso. A carícia toca o profundo do ser humano, lá onde se situa seu Centro pessoal. Para que a carícia seja verdadeiramente essencial precisamos cultivar o Eu profundo, aquela busca do mais íntimo e verdadeiro em nós e não apenas o ego superficial da consciência sempre cheia de preocupações.

A carícia que emerge do Centro confere repouso, integração e confiança. Daí o sentido do afago. Ao acariciar a criança, a mãe lhe comunica a experiência mais orientadora que existe: a confiança fundamental na bondade da vida; a confiança de que, no fundo, apesar das tantas distorções, tudo tem sentido; a confiança de que a paz e não o pesadelo é a realidade mais verdadeira; a confiança na acolhida no grande Útero.

Assim como a ternura, a carícia exige total altruísmo, respeito pelo outro e renúncia a qualquer outra intenção que não seja a da experiência de querer bem e de amar. Não é um roçar de peles, mas um investimento de carinho e de amor através da mão e da pele, pele que é o nosso eu concreto.

O afeto não existe sem a carícia, a ternura e o cuidado. Assim como a estrela precisa de uma aura para brilhar, da mesma forma o afeto necessita da carícia para sobreviver. É a carícia da pele, do cabelo, das mãos, do rosto, dos ombros, da intimidade sexual que confere concretude ao afeto e ao amor. É a qualidade da carícia que impede o afeto de ser mentiroso, falso ou dúbio. A carícia essencial é leve como um entreabrir suave da porta. Jamais há carícia na violência de arrombar portas e janelas, quer dizer, na invasão da intimidade da pessoa.

Disse com precisão o psiquiatra colombiano Luis Carlos Restrepo que escreveu um belo livro sobre “O direito à ternura”(Vozes 1998): “A mão, órgão humano por excelência, serve tanto para acariciar como para agarrar. Mão que agarra e mão que acaricia são duas facetas extremas das possibilidades de encontro inter-humano”.

Numa reflexão cultural mais ampla, a mão que agarra corporifica o modo-de-ser dos últimos quatro séculos, da assim chamada modernidade. O eixo articulador do paradigma moderno é a vontade de agarrar tudo para possuir e dominar. Todo o Continente latinoameriano foi agarrado e praticamente dizimado pela invasão militar e religiosa dos ibéricos. E veio a Africa, a China, todo o mundo que se pôde agarrar, até a Lua.

Os modenros agarraram dominando a natureza, explorando seus bens e serviços sem qualquer consideração de respeito de seus limites e sem dar-lhe tempo de repouso para poder se reproduzir. Hoje colhemos os frutos envenenados desta prática sem qualquer cuidado e ausente de todo sentimento de carícia para com o que vive e é vulnerável.

Agarrar é expressão do poder sobre, da manipulação, do enquadramento do outro ou das coisas ao meu modo-de-ser. Se bem repararmos, não ocorreu uma mundialização, respeitando as culturas em sua rica diversidade. O que ocorreu foi a ocidentalização do mundo. E na sua forma mas pedestre: uma hamburguerização do estilo de vida norteamericano imposto a todos os quadrantes do planeta.

A mão que acaricia representa a alternativa necessária: o modo-de-ser-cuidado, pois “a carícia é uma mão revestida de paciência que toca sem ferir e solta para permitir a mobilidade do ser com quem entramos em contato” (Restrepo).

É urgente nos dias de hoje resgatar nos seres humanos, a dimensão da carícia essencial. Ela está dentro de todos nós, embora encoberta por grossa camada de cinza de materialismo, de consumismo e de futilidades. A carícia essencial nos devolve a nossa humanidade perdida. Em seu sentido melhor reforça também o preceito ético mais universal: tratar humanamente cada ser humano, quer dizer, com compreensão, com acolhida, com cuidado e com a carícia essencial.

Leonardo Boff 
www.franciscanos.org.br

segunda-feira, fevereiro 17, 2014

Mudança de estação

A intensidade dos acontecimentos

A seca e o calor, destes dias, em todo o Brasil, nos fazem experimentar, de maneira mais intensa, o fenômeno natural da mudança de estação. Às vezes, o contraste impressiona. A natureza sabe nos surpreender. De um momento para outro, da angústia se passa para o alívio. 

Quando finalmente aparece a estação das chuvas, a natureza reencontra suas energias e se abrem novas possibilidades de lançar as sementes. O que se passa na natureza pode acontecer com a Igreja, pode acontecer com a sociedade. Precisamos estar atentos à “propícia estação”.

Nestes dias, está se completando um ano da renúncia do Papa Bento XVI e da eleição do Papa Francisco. Se acionarmos a memória e olharmos o que se passou, nesse ano, nos daremos conta da intensidade dos acontecimentos e da força que os aglutina como frutos de uma inesperada primavera eclesial.

Basta recordar o impacto positivo provocado pela renúncia de Bento XVI. Sobretudo, a repercussão que teve a eleição do Papa Francisco, com seus gestos iniciais, carregados de simbolismo, sinalizando a retomada do impulso renovador desencadeado pelo Concílio, mas que vinha perdendo força diante das dificuldades de sua implementação.

De fato, dá para dizer que começou uma nova estação para a Igreja. Sobretudo, pela figura, pela força moral e pelo testemunho do Papa Francisco. Ele teve a grande intuição de relançar o projeto de renovação da Igreja, levando em conta o esforço já feito, mas contando também com os ventos favoráveis do momento que a Igreja passou a viver a partir da inesperada renúncia do Papa Bento e também da eleição de Francisco.

Como acontece com a natureza, a força de renovação brota de dentro, mas a colheita depende muito do que o agricultor semear, no tempo oportuno, favorecido pelas circunstâncias, no clima propício de nova estação.

Já passou um ano deste novo ciclo que a Igreja vem vivendo. Aguardam-se para este segundo ano algumas iniciativas de ordem mais estrutural. Elas servirão de alento para mudanças mais significativas da organização da Igreja, visando incentivar sua missão de ser portadora da mensagem evangélica para todas as pessoas, em qualquer situação que se encontrem.

Comparando agora com a situação da sociedade, parece haver um claro contraste. Cabe à sabedoria política orquestrar os acontecimentos, de tal modo que se valorize o que existe de positivo e se coíba o que prejudica o bem comum. O que não se pode é deixar que as coisas aconteçam para, depois, correr atrás do prejuízo. Como na agricultura, se deixamos a natureza por conta própria, o inço acaba tomando conta de tudo.

Como nação brasileira, nesta época de grandes possibilidades de crescimento com maior justiça social, somos chamados a ser bons agricultores. Vamos cuidar das boas sementes e neutralizar o inço daninho. Vamos assumir os valores, vamos coibir os abusos. Não vamos permitir que se transforme em inverno a primavera que recém começou.

Dom Demétrio Valentini
Bispo de Jales

cancaonova.com

domingo, fevereiro 16, 2014

São Francisco e o bispo de Assis

Um dos personagens que aparecem no relato da conversão do jovem Francisco de Assis é o bispo de Assis, conhecido como Guido II. Este nome geralmente é citado de forma tão breve que não nos damos conta de sua importância. Neste pequeno artigo, tanto quanto nos seja possível, queremos oferecer ao leitor um olhar mais detalhado sobre a relação de Francisco com o bispo de sua cidade. 

Nas biografias do santo, o bispo Guido surge no momento crucial do conflito entre o jovem Francisco e seu pai Pedro de Bernardone. Ambos se apresentam diante do bispo para tratar sobre o dinheiro que o pai reivindicava de seu filho. Francisco, desnudando-se diante de todos, devolve tudo o que possuía a seu pai, rompendo definitivamente com ele. Tomás de Celano, descrevendo esta cena, diz a respeito do bispo: “E o bispo, percebendo a coragem e admirando muito o fervor e firmeza dele, levantou-se imediatamente e, acolhendo-o entre seus braços, cobriu-o com o manto com que estava vestido. Compreendeu claramente que era um desígnio divino e reconheceu que as atitudes do homem de Deus que ele vira pessoalmente continha um mistério. Por esta razão, tornou-se em seguida auxílio para ele e, animando-o e confortando-o, abraçou-o com entranhas da caridade” (1Celano 15,3-5).

Quando Francisco e seus primeiros frades foram a Roma para pedir aprovação pontifícia da forma de vida abraçada por eles, encontraram-se com o bispo Guido: “Quando chegaram a Roma e encontraram aí o bispo da cidade de Assis, foram recebidos por ele com imensa alegria, pois venerava o bem-aventurado Francisco e todos os irmãos com especial afeto” (LTC 47,1).

O bispo Guido é descrito pelas fontes como aquele que apoiava e aconselhava Francisco e seus companheiros: “E assim eles padeciam penúria extrema. Seus parentes e consanguíneos também os perseguiam; e outros daquela cidade, pequenos e grandes, homens e mulheres, desprezavam-nos e zombavam deles como de insensatos e loucos, exceção feita somente ao bispo da cidade, a quem o bem-aventurado Francisco se dirigia frequentemente para pedir conselho” (AP 17,5). A Legenda dos Três Companheiros diz que Francisco procurava o bispo para pedir-lhe conselhos: “... o bispo da cidade de Assis, a quem o homem de Deus se dirigia frequentemente para pedir conselho” (LTC 35 5).

O Frei Tomás de Celano também fala da admiração que o bispo Guido nutria pelo santo: “honrava São Francisco e todos os irmãos em tudo e os venerava com especial devoção. (...) Alegrava-se muito por ter tão grandes homens em sua diocese” (1Celano 32,4.6).

Parece que não era só São Francisco que procurava o bispo, mas este também o procurava como podemos constatar numa das citações de Celano: “Estando São Francisco a rezar no eremitério da Porciúncula, aconteceu que o bispo de Assis veio visitá-lo familiarmente, como estava acostumado” (2Celano 100,1).

Na Compilação de Assis, quando São Francisco está falando sobre o respeito e obediência que os frades deveriam ter para com todos os bispos, ele se recorda do bispo de Assis: “Desde o início de minha conversão, quando me separei do mundo e do meu pai carnal, o Senhor pôs sua palavra na boca do bispo de Assis para que me aconselhasse bem no serviço de Cristo e me confortasse”(CA 58,14).

Quando São Francisco morreu, o bispo Guido, que estava em peregrinação, teve uma visão sobre o fato ocorrido em Assis. Celano nos conta assim: “Apareceu-lhe por meio de uma visão o bem-aventurado pai Francisco, na noite de seu trânsito, e disse-lhe: ‘Pai, eis que, estou deixando este mundo, vou para Cristo’. Levantando-se de manhã, o bispo narrou aos companheiros o que viu e, tendo chamado o notário, anotou o dia e a hora do trânsito. E, ficando muito triste por causa disto, banhado em lágrimas, lamentava ter perdido um pai especial” (2Celano 220,2-4).

Tendo diante de nossos olhos essas informações, não podemos deixar de, pelo menos, admirar esta figura paternal que esteve próximo a São Francisco. Considerando o que foi exposto até aqui, acho que podemos afirmar que houve entre ambos uma relação de afeto e reverência que perdurou até à morte de São Francisco.

Paz e Bem
Frei Salvio Romero, eremita capuchinho.

http://escolafranciscanademeditacao.blogspot.com.br/

sábado, fevereiro 15, 2014

Verdade, bem e liberdade

Verde. Sábado da 5ª Semana Tempo Comum 

Leituras
1ª Leitura - 1Rs 12,26-32; 13,33-34
Salmo - Sl 105, 6-7a. 19-20. 21-22 (R. 4a)
Evangelho - Mc 8,1-10


A perda do laço essencial entre verdade, bem e liberdade na cultura contemporânea é a explicitação do caos moral que vai afundando a sociedade em acontecimentos assustadores. Os fenômenos em torno de violências, justiça com as próprias mãos, corrupção, fundamentalismos, entre outros, são resultado da perda deste laço fundamental. Sua recuperação é um longo caminho a percorrer. Sua urgência deve motivar os mais variados segmentos da sociedade, desde o recôndito da privacidade familiar, passando pelas igrejas e escolas, até ações governamentais em diferentes níveis, em um investimento mais consistente e permanente.

O dia a dia da sociedade sem comprometimento com a verdade, o bem e o autêntico sentido da liberdade pode trazer comprometimentos irreversíveis. O que se vê é um crescente processo de desumanização, com graves consequências para a vida de todos e impactos na formação dos mais jovens. Assim, a ausência do laço essencial entre verdade, bem e liberdade impede que sejam dados novos passos no presente e também engessa a sociedade do amanhã. Muitos se acostumam com os relatos de violência nos noticiários e até, de certo modo, os esperam a cada dia, cultivando o gosto pelo hediondo. Alguns se sentem privilegiados, por não serem alvos ou vítimas, e se comportam como meros espectadores do caos que vai se implantando na sociedade. No entanto, o aumento crescente desta violência é um risco para todos, mesmo para os que estão nos seus “bunkers” de defesa e comodidades.

Não basta apenas um olhar sociológico e estrategista sobre esta situação. Providências e encaminhamentos advindos dessas análises são importantes. Contudo, o essencial é trabalhar pela recuperação da perda do laço essencial entre verdade, bem e liberdade. Há, pois, uma questão de ordem moral pesando sobre os ombros de todos nessa luta de recomposição da sociedade. Quando se considera, por exemplo, o mundo da política, a luta por reforma política, obviamente que não basta legislar de modo novo e diferente, embora necessário. É prioritário poder contar com homens e mulheres à altura de exercícios cidadãos, superando o comum de se fazer da política um canal para atendimentos de interesses partidários e de grupos endinheirados.

Os atrasos na sociedade são incontáveis, atingindo as instituições na sua identidade e missão, desfigurando o sentido de cidadania que se sustenta na verdade, no bem e na vivência autêntica da liberdade. O investimento prioritário, portanto, é na ordem moral. Essa ordem não se enquadra na permissividade de posicionamentos religiosos, políticos e sociais, nem nos rigores fundamentalistas dos que se elegem como os iluminados e donos da verdade. Urge um investimento permanente e consistente na ordem moral. Do contrário, não se vai conseguir debelar o processo que está levando a sociedade a resvalar na direção de um caos maior.

Que absurdos ainda não foram presenciados? Repassar essa lista até desanima. A sensibilidade moral é o remédio para combater o que o Papa Francisco chama de globalização da indiferença e o veneno da idolatria do dinheiro. A sociedade, por falta de aprofundado sentido moral, está sendo, passo a passo, conduzida por diferentes tiranias. Da tirania nascida da ganância que gera a insaciabilidade das riquezas àquelas novas tiranias, invisíveis, às vezes virtuais, que impõem suas leis e suas regras, cristalizando grupos radicais, de todo tipo, até religiosos, contribuindo na complicação que a sociedade contemporânea está vivendo.

A verdade, o bem e a liberdade, como laço essencial da moralidade, devem ser o horizonte inspirador cotidiano de ações, programas e testemunho individual, em casa, na Igreja, na escola, nas empresas, nas ruas, em todo lugar. É preciso libertar a sociedade contemporânea dos excessos de uma cultura em que cada um pretende ser portador de uma verdade subjetiva própria. Razões meramente políticas não inspirarão ações condizentes, neste momento, na busca urgente de soluções para mudar os cenários de exclusão e desigualdades, fontes de violências e disputas que se travam até mesmo sem se ter clareza a respeito de qual bandeira se está defendendo.

As reações violentas tenderão a crescer por parte dos excluídos do sistema social e econômico, que é injusto na sua raiz. O avanço na direção de indispensável equilíbrio, para não inviabilizar a sociedade, supõe a convicção de que é preciso investir sempre e em todos os níveis na recuperação da força moral. Cada cidadão deve ser depositário dessa força, fazendo com que a sociedade redescubra que seu sustento e progresso dependem do respeito incondicional à verdade, o compromisso com o bem moral e a permanente aprendizagem quanto à fragilidade e limites da liberdade humana.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

cnbb.org.br

sexta-feira, fevereiro 14, 2014

Papa Francisco se encontra com mais de vinte mil namorados

Cidade do Vaticano – Mais de vinte mil namorados e noivos estarão sexta-feira, 14 de fevereiro, Dia de São Valentim, na Praça São Pedro para uma audiência especial com o Papa Francisco. Promovido pelo Pontifício Conselho para a Família, o encontro vai reunir em Roma casais de 28 países, cujo projeto comum é se casar até o fim de 2014. O tema da audiência é “A alegria do sim para sempre”. Nessa data, diferentemente do Brasil (o Dia dos Namorados é 12 de junho), grande parte dos países celebra o dia da amizade e dos namorados.

“O sucesso numérico desta iniciativa era absolutamente imprevisível até três semanas atrás”, diz o Presidente do Dicastério, Dom Vincenzo Paglia. “É uma prova de que existem jovens perseverantes, que desejam que seu amor dure para sempre e seja abençoado por Deus”.

A audiência começa às 11h de Roma (8h em Brasília). Os casais se prepararão para o encontro com Francisco ouvindo testemunhos, canções e poesias de amor. Às 12h (9h em Brasília), o Papa chegará à Praça e responderá a perguntas de 3 casais. Os temas serão a dificuldade atual de fazer uma escolha definitiva, as qualidades da família cristã e o estilo da celebração do sacramento do matrimônio.

“Hoje em dia – explica Dom Vincenzo Paglia – os casais adiam o casamento até que todos os problemas estejam resolvidos. Na verdade, casa-se para construir o futuro juntos, resolver os problemas juntos, construir a casa para eles e os filhos juntos. Claro, os responsáveis pela ‘coisa pública’ deveriam dar mais apoio aos jovens que querem se casar, promovendo políticas familiares e profissionais dedicadas. Uma família construída na juventude é uma riqueza incomparável, inclusive para a própria sociedade”.

A audiência terminará com um momento de oração (foi composta uma prece exclusivamente para este evento) e a bênção do Papa. Todos os casais receberão um presente especial para a celebração das núpcias. O evento será transmitido na íntegra pela Rádio Vaticano, com comentários em italiano, inglês e francês, a partir das 11h (8h em Brasília).



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Pia União de Santo Antônio

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