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Caríssimos(as) Irmãos(as), saudamos a todos vocês com a Paz e o Bem contidas no Cristo Jesus e em São Francisco de Assis.



quarta-feira, outubro 31, 2012

A verdadeira história do Halloween: A Vigília de Todos os Santos

Por Rafael Vitola Brodbeck.
O Halloween é uma festa católica, criada pelos irlandeses a partir de uma festa pagã celta. Até aí nada de mais, pois o Natal também era pagão, e muitos costumes da Igreja vieram do paganismo, sendo "batizados". Santo Tomás mesmo "batizou" Aristóteles, como Santo Agostinho o tinha feito com Platão, seguindo sempre a máxima de São Justino, de que os pagãos tinham em sua mitologia uma forma de prefiguração da verdade que se lhe seria anunciada.

Como festa católica, o Halloween preparava a outra festa da qual era vigília: a festa de todos os santos, e também a subsequente, finados. Daí que elementos de finados foram adotados em Halloween, como as caveiras e os ossos. E o ambiente noturno da festa se explicava por se tratar de uma vigília, que se faz à luz de velas e lanternas.
Vestir-se de bruxas, monstros e duendes foi uma forma que os irlandeses encontraram para debochar do paganismo, já que o dia do Halloween, anteriormente, e com outro nome -Samhain - era uma data de festa pagã. Era também uma maneira de mostrar às crianças a realidade do mal: existia tanto que se fantasiavam de símbolos dele. Uma forma natural e bem concreta de catequese. 

Hoje, o Halloween foi tomado de assalto por pagãos em algumas partes do mundo. E principalmente por pessoas que só enxergam nele uma data folclórica ou comercial. Ora, fazem o mesmo com o Natal e o Natal não deixa de ser Natal. Mesmo que um dia os pagãos reivindiquem o Natal para eles como o Dia do Sol Invicto, não deixaremos nós de comemorar, não é mesmo? Se os pagãos sequestraram o Halloween, em vez de darmos de presente para eles, que tal reavermos algo que é NOSSO? Óbvio, falo "nosso" em relação a irlandeses, ingleses e americanos, e seus descendentes, pois não é da cultura brasileira.

Penso que o Pe. Gabrielle, quando critica o Halloween está PARCIALMENTE certo, e o Prof. Felipe também. Se eles falam do Halloween ** TAL COMO É CELEBRADO HOJE POR ESOTÉRICOS E NEW-AGERS EM GERAL **, sim, está errado celebrá-lo DESSA FORMA. A festa, qualquer festa, é neutra, e a moralidade está no modo de comemorar. Se alguém se veste de bruxa no Halloween porque acha que vai atrair energias positivas ou entrar em contato com a Deusa, ou quer invocar espíritos, o modo de comemorar a festa é imoral. E não só isso: perigoso e satânico! Se outra pessoa se veste de bruxa no Halloween só pra observar um folclore, sem nenhuma adesão ao paganismo, aliás, rindo disso, o modo de comemorar a festa é neutro. Agora, se uma terceira pessoa se veste da mesma bruxa no mesmo Halloween com intenção católica de vigiar todos os santos e debochar do paganismo, o modo de comemorar a festa é BOM. Obrigatório? Não. Conveniente? Nem sempre, por vezes sim, por vezes não. Mas é bom e católico.
No Brasil, não faz sentido observarmos elementos culturais, ainda de origem religiosa, estrangeiros. Mas digamos que fôssemos irlandeses ou morássemos em uma cidade com forte imigração norte-americana ou trabalhássemos em uma escola de inglês. Como católicos, poderíamos comemorar Halloween se vestido de bruxa/duende/monstro, pedindo "doces ou travessuras" e decorando abóboras? Sim, poderíamos. Não é "deveríamos". Mas poderíamos, sim, deixando claro a intenção. Se se achar que é inconveniente e que se vai dar contra-testemunho participando, faça-se o que a consciência lhes mandar. Todavia, não há mal objetivamente na festa de Halloween tradicional (fantasias, doces ou travessuras, lanternas de abóboras), e nisso há que se concordar, certo? O erro é o ABUSO, a visão esotérica que tomou conta da festa!
A postagem no Salvem a Liturgia não foi no sentido de obrigar católicos a celebrar, do jeito tradicional irlandês e americano, o Halloween, mas de mostrar que, sendo uma festa católica e com esses símbolos sendo católicos, com intenção católica, o Halloween PODE ser celebrado assim por católicos. Não é um recado do tipo "católicos, vistam-se de bruxas no Halloween" mas sim "católicos, não critiquem outros católicos que se vestem de bruxas no Halloween".

Enfim, acho que é saudável mostrar aos filhos a verdade sempre. Não quero dar receita de bolo nem dizer como cada um deve criar seus filhos, mas em minha casa, a fórmula, para manter/recuperar a tradição irlandesa da família da minha esposa nos nossos herdeiros, é de explicar o sentido católico do Halloween, explicar a realidade do mal com lições do Catecismo, dar o significado da solidariedade e partilha do "doces ou travessuras" e mostrar que a travessura contra quem não foi solidário é um símbolo da justiça divina contra quem não é caridoso (devendo, pois, a travessura também não ser excessiva para não ser outro pecado contra a caridade em sentido oposto), fantasiá-los de bruxa/ monstro/ duende/ vampiro  SE ELES QUISEREM, fazer o link entre Halloween, Todos os Santos e Finados, como se fosse um tríduo, rezar bastante conforme o espírito da festa de Todos os Santos, rezar depois pelos falecidos, decorar a casa com caveiras para as crianças já irem pensando na terrível realidade de sua própria morte e se preparando para ela, quando se encontrarão com Deus e acertarão as contas, cada um partilhar em família sobre a vida de seu próprio santo patrono, e, por último, desenvolver o sentido final dos elementos culturais e folclóricos como algo positivo.


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terça-feira, outubro 30, 2012

A paróquia perfeita

Dom Murilo Krieger
Arcebispo de Bahia e Primaz do Brasil


Conta-se que um jovem procurou, um dia, um eremita, isto é, uma dessas pessoas que vivem retiradas do mundo, isoladas, em meio a sacrifícios, orações e jejuns. Os eremitas não fogem do mundo para procurar Deus, mas levam o mundo em seus corações para, na oração, interceder por seus irmãos e irmãs que lutam, sofrem e procuram a vontade do Senhor. O jovem falou-lhe de sua decepção com a paróquia de sua cidade. Afinal, sonhara tanto com uma comunidade ideal, sem defeitos e sem problemas, e lá encontrara somente pessoas com imperfeições.

O experiente eremita levou-o, então, a um lugar não muito distante, onde havia uma capela, e perguntou-lhe: “O que você está vendo?” A resposta foi imediata: “Vejo uma velha capela de madeira, com algumas tábuas um tanto apodrecidas e a pintura toda desbotada!” “É verdade”, respondeu-lhe o eremita. “A capela é isso mesmo que você está falando. Veja, porém: nela habita Deus! O mesmo acontece com sua paróquia. Ela não é tão pura e perfeita como você deseja, porque é formada por seres humanos. Você também é um ser humano e, por isso, continuamente faz experiência das próprias limitações e pecados. Por sinal, mesmo que você encontrasse, um dia, uma paróquia perfeita, ela deixaria de ser perfeita tão logo você nela entrasse!”

Meu artigo poderia terminar por aqui, porque meus leitores já perceberam aonde quero chegar. Mas vou adiante, lembrando uma observação que a Igreja fez de si mesma, cinco décadas atrás. Os bispos do mundo inteiro estavam reunidos em Roma, participando do Concílio Ecumênico Vaticano II (“segundo” porque outro concílio ecumênico havia sido realizado antes no Vaticano, em 1870). A preocupação que dominava seus participantes pode ser sintetizada em uma pergunta: “Igreja, o que dizes de ti mesma?” A belíssima e profunda resposta que surgiu das orações e reflexões dos bispos pode ser lida no documento mais importante desse Concílio: “Lumen Gentium” (Luz das nações). Como desejo voltar à história narrada acima, destaco desse documento a parte que diz: “A Igreja cerca de amor todos os afligidos pela fraqueza humana, reconhece mesmo nos pobres e sofredores a imagem de seu Fundador pobre e sofredor. Faz o possível para mitigar-lhes a pobreza e neles procura servir a Cristo. Mas enquanto Cristo, ‘santo, inocente, imaculado’ (Hb 7,26) não conheceu o pecado (cf. 2Cor 5,21), mas veio para expiar os pecados do povo (cf. Hb 2,17), a Igreja, reunindo em seu próprio seio os pecadores, ao mesmo tempo santa e sempre na necessidade de se purificar, busca sem cessar a penitência e a renovação” (LG 8).

Não tenhamos, pois, ilusões: a comunidade perfeita existe, sim, mas na eternidade. Enquanto formos peregrinos nesta terra dos homens, viveremos em função de um desafio, de uma certeza e de uma utopia.

O desafio: deve orientar-nos a ordem dada por Cristo – isto é: “Sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito!” (Mt 5,48). Há muito que fazer, pois, para atingirmos a perfeição! A certeza: “Não vos deixarei órfãos!” (Jo 14,18). Se nossa luta em busca da santidade exige muito de nós, alegra-nos a certeza de que não estamos sozinhos nesse esforço. Jesus está muito mais interessado em nossa vitória (e em nossa santidade) do que nós mesmos. E ele vai nos ajudar! A utopia: “Vi, então, um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra desapareceram e o mar já não existia. Eu vi descer do céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, a nova Jerusalém, como uma esposa ornada para o esposo. Ao mesmo tempo, ouvi do trono uma grande voz que dizia: ‘Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens. Habitará com eles e serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles. Ele enxugará toda lágrima de seus olhos e já não haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor, porque passou a primeira condição’ ”(Ap 21,1-4). Trabalhemos, portanto, para que nosso mundo (nossa paróquia, nossa família, nosso coração etc.) melhore; mas não nos iludamos: a perfeição só encontraremos quando Cristo for tudo em todos (cf. Cl 3,12).

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segunda-feira, outubro 29, 2012

O homem precisa recobrar a visão da fé, diz o Papa

O Papa Bento XVI presidiu, neste domingo, na Basílica de São Pedro, a Eucaristia que encerrou o Sínodo dos Bispos para a Nova Evangelização. Em sua homília, construída a partir da narrativa da cura do cego Bartimeu no Evangelho de São Marcos (Mc 10, 46-52), o Papa enfatizou a figura do cego como sendo a representação do homem moderno que, por vezes, perdeu a visão da fé e precisa reencontrá-la na pessoa de Jesus.

Bartimeu não era cego de nascença, mas perdeu a vista, diz o Papa. Ele simboliza o homem que perdeu a luz, tem consciência disso, mas ainda conserva em si a esperança de que alguém possa lhe trazer novamente a possibilidade de ver. E este alguém seria Jesus Cristo, luz do mundo e que tem o poder de restituir no homem a capacidade de ver.

Para o Papa, o primeiro passo é reconhecer-se cego. Ou seja, reconhecer-se necessitado de Deus, da sua cura, da sua luz. Do contrário, o homem permanece cego e miserável contentando-se com as pobres esmolas que o mundo paganizado lhe oferece.

Citando Santo Agostinho, o Papa observa que há riquezas invisíveis que o homem pode perder durante a vida. Os homens “perderam a orientação segura e firme da vida e tornaram-se, muitas vezes inconscientemente, mendigos do sentido da existência”, diz Bento XVI.

Esse homem que, segundo o Papa, tornou-se “mendigo do sentido da existência”, é o mais necessitado da Nova Evangelização que “pode voltar a abrir os seus olhos e ensinar-lhes a estrada.”

Ao falar da Nova Evangelização, Bento XVI, sublinhou três linhas pastorais que emergiram do Sínodo. São elas: Sacramentos da iniciação cristã; a missão ad gentes e o terceiro aspecto ligado às pessoas batizadas que, porém, não vivem as exigências do Batismo.

“A Igreja procura lançar mão de novos métodos, valendo-se também de novas linguagens, apropriadas às diversas culturas do mundo, para implementar um diálogo de simpatia e amizade que se fundamenta em Deus que é Amor”, salientou o Papa, a respeito da necessidade de se viver uma evangelização que percorra caminhos renovados.

Bento XVI encerrou a homilia referindo-se ao cego Bartimeu que fez a experiência do encontro com Jesus Cristo e tornou-se discípulo do Mestre. Assim, terminou o Papa, “são os novos evangelizadores: pessoas que fizeram a experiência de ser curadas por Deus, através de Jesus Cristo. Eles têm como característica a alegria do coração, que diz com o Salmista: O Senhor fez por nós grandes coisas; por isso, exultamos de alegria. (Sal 126/125, 3).”

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domingo, outubro 28, 2012

28 de outubro - São Simão e São Judas Tadeu

Celebramos na alegria da fé os apóstolos São Simão e São Judas Tadeu. Os apóstolos foram colunas e fundamento da verdade do Reino.

São Simão:

Simão tinha o cognome de Cananeu, palavra hebraica que significa "zeloso".

Nicéforo Calisto diz que Simão pregou na África e na Grã-Bretanha. São Fortunato, Bispo de Poitiers no fim do século VI, indica estarem Simão e Judas enterrados na Pérsia.

Isto vem das histórias apócrifas dos apóstolos; segundo elas, foram martirizados em Suanir, na Pérsia, a mando de sacerdotes pagãos que instigaram as autoridades locais e o povo, tendo sido ambos decapitados. É o que rege o martirológio jeronimita.

Outros dizem que Simão foi sepultado perto do Mar Negro; na Caucásia foi elevada em sua honra uma igreja entre o VI e o VIII séculos. Beda, pelo ano de 735, colocou os dois santos no martirológio a 28 de outubro; assim ainda hoje os celebramos.

Na antiga basílica de São Pedro do Vaticano havia uma capela dos dois santos, Simão e Judas, e nela se conservava o Santíssimo Sacramento.

São Judas Tadeu:

Judas, um dos doze, era chamado também Tadeu ou Lebeu, que São Jerônimo interpreta como homem de senso prudente. Judas Tadeu foi quem, na Última Ceia, perguntou ao Senhor:"Senhor, como é possível que tenhas de te manifestar a nós e não ao mundo?" (Jo 14,22).

Temos uma epístola de Judas "irmão de Tiago", que foi classificada como uma das epístolas católicas. Parece ter em vista convertidos, e combate seitas corrompidas na doutrina e nos costumes. Começa com estas palavras: "Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados e amados por Deus Pai, e conservados para Jesus Cristo: misericórdia, paz e amor vos sejam concedidos abundantemente". Orígenes achava esta epístola "cheia de força e de graça do céu".

Segundo São Jerônimo, Judas terá pregado em Osroene (região de Edessa), sendo rei Abgar. Terá evangelizado a Mesopotâmia, segundo Nicéforo Calisto. São Paulino de Nola tinha-o como apóstolo da Líbia.

Conta-se que Nosso Senhor, em revelações particulares, teria declarado que atenderá os pedidos daqueles que, nas suas maiores aflições, recorrerem a São Judas Tadeu.

Santa Brígida refere que Jesus lhe disse que recorresse a este apóstolo, pois ele lhe valeria nas suas necessidades. Tantos e tão extraordinários são os favores que São Judas Tadeu concede aos seus devotos, que se tornou conhecido em todo o mundo com o título de Patrono dos aflitos e Padroeiro das causas desesperadas.

São Judas é representado segurando um machado, uma clava, uma espada ou uma alabarda, por sua morte ter ocorrido por uma dessas armas.


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sábado, outubro 27, 2012

Bispos apresentam mensagem final do Sínodo para a Nova Evangelização

Vaticano, 26 Out. 12 / 04:38 pm (ACI).- Depois de três semanas de trocas de opiniões e consultas com peritos eclesiásticos, a XIII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos aprovou na manhã desta sexta-feira por unanimidade, a mensagem final desta histórica reunião.

Embora não se trata do fruto final do Sínodo, esta mensagem servirá de base para a Exortação Pós-Sinodal que o Papa Bento XVI publicará em breve.

Os responsáveis por apresentar o texto à imprensa, foram o Arcebispo de Florência (Itália), Card. Giuseppe Betori; o Arcebispo de Montpellier (França), Dom Pierre-Marie Carré; e o Arcebispo de Manila (Filipinas), Dom. Luis Antonio G. Tagle, que conformam a comissão para a elaboração da mensagem.

Dom Betori assinalou que se trata de uma mensagem "acima de tudo alentadora e de exortação", e que na transmissão da palavra do Evangelho, os cristãos "não podemos ter medos, porque se o tivéssemos negaríamos a existência de Cristo".

Além disso, explicou que para a elaboração do texto seguiram um processo de votação de comunhão, no que não houve maiorias nem minorias, e recordou que o objetivo da mensagem em si mesmo, deve esperar à Exortação Apostólica, que deverá ser assinada previamente pelo Papa Bento XVI.

A mensagem do Sínodo inclui como novidade umas palavras dedicadas àIgreja nos diversos continentes do mundo, e suas respectivas regiões.

"Impressiona de modo especial como no decorrer dos séculos tenha se desenvolvido formas de religiosidade popular, de serviço da caridade e de diálogo com as culturas. Agora, diante de muitos desafios do presente, em primeiro lugar a pobreza e a violência, a Igreja na América Latina e no Caribe é exortada a viver num estado permanente de missão, anunciando o Evangelho com esperança e alegria, formando comunidades de verdadeiros discípulos missionários de Jesus Cristo, mostrando no empenho de seus filhos como o Evangelho pode ser fonte de uma nova sociedade justa e fraterna. Também o pluralismo religioso interroga as Igrejas da região e exige um renovado anúncio do Evangelho”.

A mensagem total percorre através de 11 páginas, 14 pontos básicos para anunciar o Evangelho. Entre eles, destaca-se: saciar o desejo mais profundo do coração; o encontro pessoal com Jesus Cristo na Igreja; a escuta das Escrituras; evangelizar-nos a nós mesmos e dispormo-nos à conversão; reconhecer no mundo de hoje novas oportunidades de evangelização.

Também se refere à aplicação da evangelização à família e a vida consagrada; o caminho para que os jovens possam encontrar-se com Cristo; o contemplar o mistério e ser próximos aos pobres; e não esquecer a figura de Maria como a estrela que nos ilumina no deserto.


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sexta-feira, outubro 26, 2012

Os sinais de Deus no tempo que corre

Por Frei Almir R. Guimarães, OFM
Jesus convida seus discípulos a descobrirem os sinais de Deus nas coisas que passam, na história concreta que as pessoas vivem. Deus nos fala também através dos acontecimentos, das novidades que nos interpelam, nos desafios que a vida nos apresenta. Através daquilo que nos vai acontecendo o Senhor pede que demos um passo adiante e que não venhamos a nos fixar no passado. Os judeus estavam acostumados a escutar a voz de Deus através da Bíblia e as pessoas habituadas a interpretar os sinais da natureza anunciando mudança de clima. Da mesma forma Jesus pede que estejam atentos ao que Deus quer dizer através dos novos acontecimentos.
Sinais dos tempos são acontecimentos exprimem aspirações do mundo de hoje. O Concílio Vaticano II assim se exprimiu sobre o assunto: “Movido pela fé, conduzido pelo Espírito do Senhor que enche o orbe da terra, o Povo de Deus esforça-se por discernir nos acontecimentos, nas exigências, nas aspirações de nossos tempos, quais eram os sinais verdadeiros da presença ou dos desígnios de Deus. A fé, com efeito, esclarece todas as coisas com luz nova” (Gaudium et Spes, 11).
Não é tão fácil ler nos acontecimentos sinais dos tempos. A promoção e o respeito pela mulher, que nosso tempo conhece sempre foi visto como um sinal dos tempos. Mesmo com a difusão do cristianismo através dos tempos a mulher viveu no mundo e na Igreja uma situação de subserviência. Movimentos, reivindicações, campanhas foram sendo desenvolvidas para restituir-lhe a dignidade que lhe cabe. A batalha pela busca da dignidade da mulher é, pois, um sinal dos tempos.
As primeiras páginas da Bíblia nos falam da criação do mundo e do homem. A este é confiado o Jardim do Éden. O homem ficou sendo o guardião do cosmos. Ora, os fatos concretos da poluição, desmatamento, queimadas e tantos outros cataclismos são sinais de alerta de Deus a respeito da preservação da natureza para o bem da própria humanidade.
Na Idade Média, Francisco de Assis, a partir de uma visão de fé do mundo saindo das mãos de Deus e compôs o belíssimo Cântico do Irmão Sol no qual o santo louva a terra, o vento, o verde e água. Ao longo dos últimos tempos, a cidade de Assis foi se tornando espaço de paz e de diálogo entre todos. O Cântico, o apreço que lhe é prestado, a sensibilização de todos com respeito ao tema da preservação do ambiente é um sinal dos tempos. O Senhor nos fala deste modo.
Tempos houve em que nós, católicos, éramos maioria. Nem sempre uma maioria qualitativamente excelente, mas maioria. Ora, a sensível diminuição dos efetivos católicos é um grito de alerta: alguma coisa precisa ser mudada, revista. Os sintomas de envelhecimento e de esforços que muitas vezes são feitos na linha de mera conservação não favorecem o presente e o amanhã da Igreja. Serão necessários óculos eficazes para fazer a leitura desse sinal…

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quinta-feira, outubro 25, 2012

Frei Galvão - o Santo que conheceu a colher de pedreiro


Por Irmã Célia B. Cadorin
Postuladora da Causa de Canonização de Frei Galvão



Os operários da construção civil brasileira, especialmente os pedreiros, podem se orgulhar porque agora têm um Padroeiro. O primeiro santo brasileiro gastou 28 anos de sua vida usando a colher de pedreiro, além de traçar no papel ou em alguma tábua a planta do Recolhimento (hoje, Mosteiro) e da Igreja da Luz, em São Paulo!
Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, além de franciscano, sacerdote e fundador, pode, ou melhor, deve ser apresentado também como construtor e invocado como padroeiro de quem ganha o pão trabalhando entre andaimes, erguendo paredes, construindo casas ou projetando prédios, como fazem os engenheiros, os pedreiros e os serventes de pedreiro.
A tela de Carlos Oswald imortalizou Frei Galvão exercendo a dura profissão de pedreiro, como os Evangelhos imortalizaram José e Jesus de Nazaré na profissão de carpinteiros.
Para Deus, o que conta é o trabalho feito com dignidade e com o objetivo de colaborar na transformação do mundo e no bem-estar das pessoas. Isto é a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo! Isto é santidade na sua expressão humano-divina!
As mãos que na Santa Missa erguiam ao Pai o Corpo e Sangue de Jesus para pedir misericórdia, erguiam também o tijolo e a colher com argamassa para o bem-estar dos homens, filhos de Deus.

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O Evangelho não pode perder a força

Santo Antônio Maria Galvão, franciscano
Efésios 3,14-21; Lucas 12, 49-53


Eu vim lançar fogo à terra e como gostaria que já estivesse acesso!


Estamos lendo hoje o Evangelho em que Jesus se apresenta como aquele que divide, esse Jesus que afirma ter vindo para trazer divisão…. Vale transcrever as acertadas linhas do Missal Cotidiano da Paulus: “O Jesus desta página não é, com certeza, esse Jesus açucarado de certas imagens, ou o herói de certos filmes que fazem derramar lágrimas. Este não traz divisão alguma. Pode ainda limitar-se a ser edificante personagem do passado ou emotiva recordação da primeira comunhão. A vida dura, real, conflituosa passa por ele sem ser tocada. Papini, em sua Vida de Cristo, escreveu que os homens fizeram algo pior do que opor-se a Cristo: esqueceram-no. Ou procuraram torná-lo inócuo, sob o verniz do romantismo ou de uma oração antisséptica, imunizada de qualquer contato com os conflitos da vida. Se procurarmos na oração, na Eucaristia, uma espécie de tranquilidade espiritual para esquecer os problemas cotidianos, encontraremos o Jesus da nossa fantasia; não autêntico, do Evangelho” (p. 1413).

Pode-se dizer que a veemência como Jesus se exprime, quer mostrar a urgência que reclama seu seguimento. O cristão é o homem do combate, da luta. A vida cristã exige constantes revisões. Necessário se faz, muitas vezes, reorientar a rota. Sobretudo, os discípulos haverão de cuidar para não caírem numa rotina estéril e numa ação meio desmaiada. Será importante não se acomodar. O Jesus que é pintado diante de nossos olhos é alguém que está ansioso no sentido de que as coisas aconteçam. Faz alusão a um batismo no qual deve ser batizado: batismo de sangue, batismo de entrega amorosa e calorosa da vida? Esse fogo teria alguma coisa a ver com o Espírito?

Pode acontecer que nossa vida de seguimento de Cristo se desenvolva de maneira satisfatória: absorção do espírito do evangelho, convivência fraterna com irmãos, intimidade com o Senhor no mistério da oração, colocação de gestos firmes de transformação da realidade. Através de revisões constantes, retiros, exames delicados da consciência conseguimos viver a vida cristã com ardor. Ao contrário, pode acontecer que, aos poucos, tenhamos colocado o Cristo, o ideal do Cristo, muito baixo e o seu seguimento realizado sem fogo. Papini tem razão: muitas vezes fabricamos para nós Jesus mais inofensivo. Em nossa maneira de viver e de fazer missão pode acontecer que venhamos a tornar o Evangelho muito fraco, fazendo com que ele perca a força que precisa conservar. Numa época em que se fala muito de evangelização, precisamos dar à palavra Evangelho sua total pujança: uma força que vem de Deus para salvar e transformar o mundo, fazendo com que os seres humanos ardam pelo desejo do Reino.

Frei Almir Ribeiro Guimarães
franciscanos.org.br

quarta-feira, outubro 24, 2012

Painel reflete missão do leigo na Igreja

"A missão do leigo à luz do Vaticano II" é o tema de um painel, que será realizado quinta-feira próxima, dia 25, às 19 horas, no auditório da Escola Doméstica, no bairro do Tirol, Natal. O auditório, conhecido como "Espaço Luz", tem acesso pela Rua Prefeita Eliana Barros, nº 2000.

O evento faz parte da programação desenvolvida pela Arquidiocese de Natal alusiva ao centenário de Otto de Brito Guerra e aos 50 anos de abertura do Concílio Vaticano II. O painel terá como palestrantes os professores Otto Santana e Lúcia Santos. O mediador será o professor Marcos Guerra. A atividade tem entrada franca e é aberta a quem desejar participar.

Na ocasião, haverá o lançamento do livro "Otto Guerra: traços e reflexões de uma vida", de autoria de Zélia Guerra Seabra, filha de Otto Guerra. Segundo a autora, o leitor encontrará no livro informações sobre a vida de Otto Guerra e a relação dele com a Igreja. Há textos escritos pelo próprio homenageado e textos escritos por contemporâneos dele. "Escrevi o livro como forma de homenagear meu pai, um homem que foi um servo de Deus. Ele assumia, verdadeiramente, o papel de cristão, em todos os aspectos e em todos os lugares. Era um cristão comprometido", diz a autora.

Otto Guerra foi leigo com atuação destacada, nas ações da Arquidiocese de Natal. Ele faleceu, em Natal, em março de 1996.


arquidiocesedenatal.org.br

terça-feira, outubro 23, 2012

Catecismo da Igreja Católica é instrumento para orientar os fiéis

A Igreja comemora, agora em 2012, os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica! Este momento vem ao encontro do “Ano da Fé”, anunciado e aberto pelo Papa Bento XVI no dia 11 de outubro, que pede a retomada catequética juntamente com uma vida de sincera conversão. Torna-se oportuno aproveitar estas comemorações para recordar os fundamentos da nossa fé e os valores que os sacramentos imprimem em nossa vida.

Neste tempo de tantas possibilidades e ofertas, não podemos nos esquecer de que precisamos voltar nosso olhar e interesse pelas coisas de Deus. Por isso, torna-se mais do que necessário retomar a leitura da publicação do Catecismo da Igreja Católica, aprovado a partir da “Fidei Depositum”, (11 de outubro de 1992, do Beato João Paulo II) atualizado após o Concílio Ecumênico Vaticano II.
Guardar o depósito da fé é a missão que Jesus Cristo deixou como legado à sua Igreja. Este legado a acompanha em todos os tempos. Nós, seguidores de Cristo, estamos inseridos neste tempo e somos responsáveis pela missão. Portanto, hoje, novamente se faz necessário reconhecer seus ensinamentos e comunicá-los aos que ainda Nele não creem. Nisto acontece o resplendor do anúncio do Evangelho!

Celebrar este aniversário é rememorar os valores da nossa vida cristã e a nossa fidelidade a Cristo. Recordando nosso olhar para a vida do homem nós conseguimos reconhecer a Deus. Enquanto homens que nos identificamos com Ele, vivemos e transmitimos a fé. Daí a importância da nossa catequese.

O Catecismo da Igreja Católica é um instrumento para orientar todos os fiéis no caminho de Cristo, que, consequentemente, os leva no caminho ao encontro com os irmãos.

Deve-se reconhecer que o Catecismo é denso, refletindo em toda a primeira parte a “Profissão de fé” do batizado. Há ali uma reciprocidade entre a revelação de Deus para o homem e a resposta humana de fidelidade. Ali se dá também a articulação dos “três capítulos”: a fé na Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo.

Já em seguida se estuda como se dá a ação de Deus (para manifestar a Salvação) na realização das obras de Jesus Cristo e da ação do Espírito Santo, também hoje pronunciadas e manifestadas nas liturgias que são celebradas. Por isso, a liturgia é o pedestal da vivência dos Sacramentos da Fé.

São “bem-aventurados” os que se identificam numa ação livre e despojada, munidos pela fé e graça de Deus, em favor dos pobres e descrentes. Aí se manifesta a caridade, que acontece a partir dos Mandamentos de Deus.

Porém, toda a ação do cristão, mesmo fundamentada na catequese, se torna fraca se não for alimentada pela oração. Daí a importância da oração contínua na vida de fé. O Catecismo da Igreja Católica foi assim pensado para condensar a doutrina e os valores da fé católica. Em sua linguagem encontramos inúmeras referências bíblicas. Algumas não são citadas, mas o estudo e a reflexão apresentados vêm ao encontro do que Jesus ensinou aos seus discípulos e às multidões que O seguiam, presentes na Sagrada Escritura. Os Evangelhos registram o que Jesus falou e fez em favor dos que querem seguir e estar com Deus. Este “estar com Deus” se inicia no aqui e agora toda vez que vivemos plenamente os valores por Ele ensinados.

O “Ano da Fé” nos aproxima oportunamente a reler o Catecismo da Igreja Católica para sermos mais santos, fraternos e humanos. Deus abençoe a todos na recuperação do estudo do Catecismo da Igreja Católica!

Dom Orani João Tempesta
Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro

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segunda-feira, outubro 22, 2012

A força da oração

Nós sabemos e cremos que tudo é possível para aquele que crê e que tudo pode ser mudado pela oração! No entanto, muitos não conseguem tempo para rezar um terço, para unir a família em oração e para ler a Bíblia. E o pior: Muitas pessoas têm vergonha de Deus! Por isso as coisas vão de mal a pior. 

Contudo, para reverter essa situação, tudo vai depender somente de você. Se os outros não querem rezar, disponha-se a fazê-lo e reze você! Nade contra a maré! A Palavra de Deus nos diz que, além dos Anjos de Deus, existe uma multidão de espíritos malignos, de anjos decaídos – que por serem desobedientes e rebeldes – estão também ao nosso derredor. Por isso, irmãos, esta [Palavra de Deus] nos ensina: ''Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos'' (Efésios 6,18).

Não podemos continuar inertes e passivos diante das situações. Isso quer dizer que devemos orar se estivermos alegres ou tristes, com dívidas ou não, desempregados ou bem empregados, chateados ou felizes por causa dos filhos, maridos, chefes; enfim, seja como for, a única coisa que devemos fazer é rezar em todas as circunstâncias. E ''perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos'', nestes dias de forma especial.

"De fato, é preciso que perseveres para cumprir a vontade de Deus e alcançar o que Ele prometeu" (Hebreus 10, 36).

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova


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Sínodo dos Bispos entra na reta final

Rádio Vaticano

O Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização entre esta semana em sua reta final. Os trabalhos prosseguem nesta segunda-feira, 22, com a unificação das proposições por parte do Relator-Geral, do Secretário Especial e dos Relatores dos Círculos Menores. Esta é a programação seja na parte da manhã, seja na parte da tarde, que não prevê, portanto, congregação.

No sábado, 20, foi apresentado o esboço da Mensagem final. Segundo o Presidente da Comissão encarregado dessa mensagem, Cardeal Giuseppe Betori, trata-se de um documento muito aguardado, que permitirá às nossas comunidade ter uma visão completa dos temas tratados pela assembleia sob o ponto de vista pastoral.

A mensagem deste Sínodo terá, relativamente às assembleias precedentes, a novidade de exortações específicas dirigidas aos continentes, tendo em conta que as situações são muito diferentes. Contudo, a visão global do Sínodo não perde de vista as diversidades e as situações particulares.

Com o objetivo de fazer sobressair as linhas essenciais e fundamentais sobre a nova evangelização, tal como estão sendo indicadas nestes dias os padres sinodais, o texto definitivo da mensagem levará em conta, portanto, todas as intervenções. Com efeito, a finalidade principal é apoiar e orientar o anúncio e o testemunho evangélico em todos os contextos. A apresentação e a votação da mensagem está agendada para a manhã de sexta-feira, 26 de outubro.

Para o Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos, Dom Nikola Eterovic, este primeiro esboço já é um texto “sólido e atraente”.

Na terça-feira, 23 de outubro, serão eleitos três representantes para cada continente: África, América, Europa e Ásia-Oceania. Todos os membros deverão pertencer a países diferentes. Os trabalhos na Sala Sinodal serão retomados na terça pela manhã, com a apresentação das proposições. Segundo Dom Eterovic, foram apresentadas 326 propostas à Secretaria do Sínodo.

domingo, outubro 21, 2012

O importante para o discípulo é aprender a servir

1a leitura: Is 53, 10-11
Salmo 32
2a leitura: Hb 4, 14-16
Evangelho: Mc 10, 35-45

Jesus anuncia a Sua morte como consequência de toda a Sua vida. Enquanto isso, Tiago e João sonham com poder e honrarias, suscitando discórdia e competição entre os outros discípulos.

Jesus mostra que a única coisa importante para o discípulo é seguir o Seu exemplo: servir e não ser servido. Na nova sociedade que Jesus projeta, a autoridade não é exercício de poder, mas a qualificação para o serviço que se exprime na entrega de si mesmo para o bem comum.

Marcos – com grande habilidade – vai mostrando ao longo do relato evangélico as diferentes compreensões e reações que os ouvintes de Jesus vão manifestando, e nestas mostras de Marcos também estão incluídas as dos próprios discípulos.

Pois bem, reflitamos sobre o que aconteceu com Tiago e João: Marcos já havia anunciado que eles estavam a caminho de Jerusalém e Jesus ia adiante deles. Por via das dúvidas, Jesus recorda que não se trata de uma viagem de recreio à capital: pela terceira vez anuncia o que lhe acontecerá em Jerusalém. Jesus vai na frente. Nunca um mestre ia atrás de seus discípulos. Contudo, Marcos sublinha este detalhe não para dar a entender alguma posição privilegiada de Jesus. Prova disso é o que é dito no versículo 45, a autodefinição de Jesus. Ele vai na frente porque está convencido do que está fazendo. Considera que é o momento de aparecer em Jerusalém, de chegar até onde tem que chegar Seu ministério de serviço.

Expõe-se quem vai adiante. Os discípulos se assombraram. Iam atrás d’Ele, mas tinham medo. Somente depois do “final feliz” – a ressurreição ou glorificação de Jesus – aparecem Tiago e João para fazer a “reserva” dos postos mais importantes do Reino que Ele inaugurará.

No relato de Marcos, os dois irmãos falam diretamente com o Mestre. Em Mateus, o pedido inusitado é deixado para ser formulado pela mulher de Zebedeu. Qualquer crítica recairia sobre ela, teria sido ideia dela: a mãe (Ah! As mães…) Qualquer coisa, tirariam o corpo fora e ficaria por isso mesmo!

O que nos mostra a pretensão dos dois irmãos? Primeiro, que não entendem absolutamente nada do que Jesus quer instaurar. Passam por cima de tudo o que haviam visto e ouvido ao longo do tempo de formação com o Mestre. Em segundo lugar, as expectativas deles sobre o Reino de Deus – o reinado que Jesus pretende instaurar – têm já um modelo preconcebido em suas consciências, a ponto de não permitirem nenhuma modificação, não obstante tudo aquilo em que Jesus tanto insistira. Terceiro, para eles o modelo do reinado de Deus é uma versão aperfeiçoada dos reinos temporais. Quarto, no reinado de Deus, instaurado por Jesus, será mantido (achavam eles) o mesmo esquema de dominação da relação sócio-econômica: senhores e escravos, ricos e empobrecidos, dominadores e dominados. Quinto, não há compromisso nem ao menos intenção de envolvimento pessoal na instauração desse reinado, isso é competência do chefe, ele “arrisca a pele” e eles aproveitariam; quem vai beber o cálice é Ele.

A resposta de Jesus é simples: esse detalhe não lhe compete. Isso é decisão do Pai. Além disso, recorda-lhes que antes da glorificação é necessário beber o cálice, o “lançar-se nas águas” não admite recuo. Mais uma vez, Jesus tem de corrigir a visão triunfalista, nacionalista e militarista do messianismo. A nova era inaugurada por Jesus tem de prescindir de qualquer rastro de domínio.

Ingenuamente, os discípulos pensavam que uma mudança de dominador traria vantagens e benefícios pessoais e coletivos. Jesus corrige essa forma de pensar; por melhor que seja quem domina, a estrutura como tal continua sendo prejudicial.

O Messias pode ser o próprio Filho de Deus e até ser muito bom, muito santo, mas se seu reinado seguir o mesmo esquema de “dominadores/dominados”, senhores e escravos, aí não haverá santidade que valha.

Está aí, portanto, a novidade do Reino instaurado por Jesus. Seu reinado se exerce a partir do serviço e do entregar-se em prol dos dominados e dos escravizados pelos poderes temporais.

Se quisermos nos aproximar da instauração do reinado de Jesus não nos resta outra alternativa: renunciar a todas as estruturas e instâncias onde exercemos domínio e nos pormos a serviço dos irmãos. É a única coisa que pode garantir um pouco de credibilidade num mundo, dividido entre dominadores e dominados, entre senhores e servos.

Senhor Jesus, leva-me a escolher sempre o caminho do serviço feito na gratuidade, para eu me sentir grande junto de Ti.

Padre Bantu Mendonça

sábado, outubro 20, 2012

Partilhar a FÉ

Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)



No penúltimo domingo de outubro, a Igreja Católica celebra o Dia Mundial das Missões. É um “dia especial para os católicos renovarem o compromisso com a evangelização do mundo. Dia de oração e de conscientização da importância do anúncio de Cristo a todos os povos da terra. Também dia de coleta de ofertas e doações para alimentar o Fundo Universal de Solidariedade, destinado a sustentar a atividade missionária da Igreja em todo o mundo” (Pontifícias Obras Missionárias, 2012).

Junto com o Dia Mundial das Missões, a Igreja Católica no Brasil faz de outubro o Mês das Missões, propondo um tema específico para ser aprofundado em cada ano. Em 2012, o tema motivador é: “Brasil missionário, partilha tua fé”. Com isso “se pretende evidenciar uma realidade pouco conhecida: a presença atuante de missionárias e missionários brasileiros em todos os continentes”, o que representa uma grande riqueza para a nossa Igreja, associada ao convite para intensificar esta presença junto aos irmãos e irmãs que ainda não conhecem Jesus. Inclusive aqui da nossa região, são diversas as pessoas que estão atuando nas missões da África, do Oriente Médio, da Ásia, América Central e Oceania. A exemplo do apóstolo Paulo, elas se deixaram envolver por Jesus Cristo, a ponto de compreender que anunciar o evangelho não é gloria, mas “uma necessidade que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho” (1 Cor 9,16). A estas pessoas acrescentamos aquelas que estão nas missões da região amazônica, entre as quais citamos os dois padres da Diocese (Nelson Beuren e Clécio Henckes) e as duas missionárias leigas (Inês Pappen e Neli Miorando) que estão trabalhando na Igreja Irmã de Sinop, mais especificamente nos municípios de Terra Nova do Norte e Matupá, junto com Dom Gentil Delázzari.

No Dia das Missões também não podemos esquecer as pessoas que estão ocupadas em levar o evangelho aos grupos que tem pouco vínculo com a Igreja. “Às vezes são jovens; outras vezes pessoas vivendo na periferia de nossas cidades, intelectuais, artistas, políticos, formadores de opinião, trabalhadores com grande mobilidade, nômades, etc” (DGAE, nº 78). Na expressão da Conferência de Aparecida, são estes “os novos areópagos” onde é preciso semear os valores evangélicos (DA, 491).

Movido pelo espírito missionário sobre o qual se edifica a Igreja, renovo o convite a todas as pessoas batizadas na fé católica, a que abracem a causa das missões. Vamos partilhar a nossa fé, anunciando o Evangelho no meio onde vivemos e apoiando as pessoas que estão nas frentes de missão.

Rezemos: “Ó Deus, derramai a vossa bênção sobre a obra da evangelização. Acompanhai vossos missionários e despertai em nós maior solidariedade na partilha da nossa fé com todos os povos, construindo o vosso Reino. Isto vos pedimos por Cristo nosso Senhor. Amém”.


cnbb.org.br

sexta-feira, outubro 19, 2012

TARDE FESTIVA - 20 de outubro

Neste sábado, 20 de outubro, teremos nossa tarde festiva. Momento de confraternização da comunidade do convento Santo Antônio, com lanches, sucos, sorteio de brindes, brincadeiras, música ao vivo .
Entre em contato com a secretaria do convento e garanta sua presença. Ainda dá tempo.

fone: 3211 4236

O "Padroeiro do Brasil": São Pedro de Alcântara

[Franciscanos] Logo após a Independência, Dom Pedro I entendeu que o Brasil precisava ter um santo padroeiro oficialmente autorizado pelo Papa, embora ele, Dom Pedro I, já tivesse feito a consagração do Brasil a Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida do Norte, em sua vinda de São Paulo para o Rio, logo após o 7 de Setembro. Assim, solicitou ao Papa que fizesse de São Pedro de Alcântara o Padroeiro do Brasil, tendo o Papa concordado.


Com a proclamação da República, São Pedro de Alcântara foi discretamente esquecido, provavelmente porque seu nome lembrava o dos imperadores e, além disso, mostrava o quanto havia de positiva ligação entre o Império e a religião. Porém, seu nome ainda continuou, por muito anos a ser lembrado nos missais mais tradicionais. E foi num destes missais, mais tradicionais, que se encontra a oração transcrita a seguir, a São Pedro de Alcântara, Padroeiro do Brasil, conforme consta no índice do missal citado (“Adoremus – Manual de Orações e Exercícios Piedosos” – Por Dom Frei Eduardo, OFM – XX Edição Bahia – Tipografia de São Francisco – 1942).


Oração a São Pedro de Alcântara, Padroeiro do Brasil
(pág.284 do missal citado)


Ó grande amante da Cruz e servo fiel do divino Crucificado, São Pedro de Alcântara; à vossa poderosa proteção foi confiada a nossa querida Pátria brasileira com todos os seus habitantes. Como Varão de admirável penitência e altíssima contemplação, alcançai aos vossos devotos estes dons tão necessários à salvação. Livrai o Brasil dos flagelos da peste, fome e guerra e de todo mal. Restituí à Terra de Santa Cruz a união da fé e o verdadeiro fervor nas práticas da religião.


De modo particular, vos recomendamos, excelso Padroeiro do Brasil, aqueles que nos foram dados por guias e mestres: os padres e religiosos. Implorai numerosas e boas vocações para o nosso país. Inspirai aos pais de família uma santa reverência a fim de educarem os filhos no temor de Deus não se negando a dar ao altar o filho que Nosso Senhor escolher para seu sagrado ministério.


Assisti, ó grande reformador da vida religiosa, aos sacerdotes e missionários nos múltiplos perigos de que esta vida está repleta. Consegui-lhes a graça da perseverança na sublime vocação e na árdua tarefa que por vontade divina assumiram.


Lá dos céus onde triunfais, abençoai aos milhares de vossos protegidos e fazei-nos um dia cantar convosco a glória de Deus na bem-aventurança eterna. Assim seja!


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quinta-feira, outubro 18, 2012

"Por que parece que tudo dá errado neste mundo?"

Por Frei Manoel Fernando, OFMConv.
Porque para muitos, Deus parece distante de tudo o que há; assim como para os “entendidos” deste mundo, Ele é o grande ausente daqui ou talvez viva em outro mundo, pouco se importando com o que somos e vivemos; por isso, não lhe dão a devida atenção ou mesmo crença. E assim, formulam teorias, patifarias, falsas religiões, vãs filosofias, cultos satânicos, músicas de igual modo diabólicas, modismos exacerbados, regras e costumes esdrúxulos e toda espécie de deformação de caráter e bons costumes. E o que vemos nesse mundo sem Deus? Miséria, decadência, indiferentismo, vícios e mais vícios e tudo o que beira ao ridículo, nada mais.

Mas será que Deus é do jeito que pensam Ele? O que é se sentir notado por Deus? Ou, então, qual é a atenção que se lhe damos?
Porque, de fato, vivemos em meio a esse mundo físico como se tudo dependesse ou dependa somente de nossas decisões, sejam elas certas ou erradas, para ele ser o que é; e até nos comportamos como se não houvesse nenhuma ligação entre nosso mundo físico e o metafísico que o sustenta. E com isso, perdemos o élan vital, nossa Fonte Primeira, nosso elo sagrado; para vivermos a partir do instintivo racional, como se não tivéssemos alma imortal ou como se a vida se resumisse somente à realidade que vivemos aqui no tempo.

Ora, para respondermos às perguntas formuladas acima, temos que fazer a experiência de ressurreição com Cristo Jesus (cf. Col 3,1-17); caso contrário, permanecemos na morte e, com isso, fazemos apenas a experiência do pecado de não crê em Deus e não interagirmos com Ele neste mundo; pois, ninguém está mais presente e atuante na obra da criação do que o próprio Criador, haja vista as leis físicas e divinas que nos regem. Assim, queiram os homens ou não, tudo o que contraria estas leis, resulta em pesados danos, tanto para as criaturas racionais quanto para as irracionais e todo esse nosso habitat natural.

Logo, os homens que agem como se Deus não existisse, se perdem nas mais terríveis confusões, porque tudo o que empreendem, o fazem baseados em interesses materiais, visando um conforto ou uma vida melhor apenas para si e os seus; e não para o bem de todos. Desse modo, tomam decisões políticas, jurídicas, comerciais ou mesmo pessoais, profundamente tendenciosas e egoístas; isto porque os seus interesses falam mais alto do que as necessidades gritantes presente em nossa sociedade como um todo.
E assim, fazem imperar a injustiça, a opressão, a corrupção, a violência e todas as mazelas que têm feito deste mundo um inferno. Porque o ser humano sem a presença de Deus em sua vida, se comporta como se fosse um demônio, visto que, não leva em conta o devir, mas apenas o ser e estar no mundo. Ora, o homem sem a esperança do devir não consegue construir um mundo novo a partir da fé em Deus e de sua comunhão com Ele, porque vive desligado Dele devido às atitudes contrárias às suas leis e mandamentos.
Portanto, quando nos sentimos notados por Deus é porque damos a devida atenção às suas leis e nos deixamos conduzir por elas que nos levam à plenitude da comunhão como Ele, que nos redimiu para vivermos neste mundo como seus filhos e filhas, ou seja, portadores do Dom do Espírito Santo, para fazermos o bem e somente o bem que nos identifica, por meio da obediência, com o Seu Filho, Jesus Cristo, que se deu por nós, isto é, que morreu e ressuscitou para vivermos como mulheres e homens novos que servem a Deus dia e noite neste mundo.

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São Lucas - 18 de outubro

Lucas é um dos quatro evangelistas. O seu Evangelho é reconhecido como o do amor e da misericórdia. Foi escrito sob o signo da fé, nos tempos em que isso podia custar a própria vida. Mas falou em nascimento e ressurreição, perdão e conversão, na salvação de toda a humanidade. Além do terceiro evangelho, escreveu os Atos dos Apóstolos, onde registrou o desenvolvimento da Igreja na comunidade primitiva, relatando os acontecimentos de Jerusalém, Antioquia e Damasco, deixando-nos o testemunho do Cristo da bondade, da doçura e da paz.

Lucas nasceu na Antioquia, Síria. Era médico e pintor, muito culto, e foi convertido e batizado por são Paulo. No ano 43, já viajava ao lado do apóstolo, sendo considerado seu filho espiritual. Escreveu o seu Evangelho em grego puro, quando são Paulo quis pregar a Boa-Nova aos povos que falavam aquele idioma. Os dois sabiam que mostrar-lhes o caminho na própria língua facilitaria a missão apostólica. Assim, através de seus escritos, Lucas tornou-se o relator do nascimento de Jesus, o principal biógrafo da Virgem Maria e o primeiro a expressá-la através da pintura.

Quando das prisões de são Paulo, Lucas acompanhou o mestre, tanto no cárcere como nas audiências. Presença que o confortou nas masmorras e deu-lhe ânimo no enfrentamento do tribunal do imperador. Na segunda e derradeira vez, Paulo escreveu a Timóteo que agora todos o haviam abandonado. Menos um. "Só Lucas está comigo" E essa foi a última notícia certa do evangelista.

A tradição cristã diz-nos que depois do martírio de são Paulo o discípulo, médico e amigo Lucas continuou a pregação. Ele teria seguido pela Itália, Gálias, Dalmácia e Macedônia. E um documento traduzido por são Jerônimo trouxe a informação que o evangelista teria vivido até os oitenta e quatro anos de idade. A sua morte pelo martírio em Patras, na Grécia, foi apenas um legado dessa antiga tradição.

Todavia, por sua participação nos primeiros tempos, ao lado dos apóstolos escolhidos por Jesus, somada à vida de missionário, escritor, médico e pintor, transformou-se num dos pilares da Igreja. Na suas obras, Lucas dirigia-se a um certo Teófilo, amigo de Deus, que tanto poderia ser um discípulo como uma comunidade, ou todo aquele que entrava em contato com a mensagem da Boa-Nova através dessa leitura. Com tal recurso literário, tornou seu Evangelho uma porta de entrada à salvação para todos os povos, concedendo o compartilhamento do Reino de Deus por todas as pessoas que antes eram excluídas pela antiga lei.

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quarta-feira, outubro 17, 2012

Francisco descobriu O Tesouro que é Cristo

A seguir, as palavras do Frei Mauro Jöhri, OFMCap., Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, na Sétima Congregação Geral do Sínodo dos Bispos, realizada na última sexta-feira, 12 de outubro.
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As Ordens mendicantes contribuirão para a nova evangelização na medida em que elas próprias se renovarem no contato com o carisma dos seus fundadores e na escuta atenta das situações complexas do nosso tempo. É necessária, de nossa parte, uma fidelidade criativa, como, no fundo, soube vivê-la de forma exemplar a testemunha que me é mais próxima: São Francisco de Assis. Em que sentido podemos falar de Francisco como "um homem verdadeiramente novo"?
Eu creio que posso dizer que ele era um homem realmente novo porque soube repropor de modo forte e convincente a pessoa de Jesus Cristo e o seu Evangelho. Ele não se colocou no lugar de Cristo; de modo nenhum. Francisco descobriu Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, como se descobre o tesouro escondido no campo. Depois de descoberto o tesouro que é Cristo, Ele motivou e acompanhou todas as opções de vida de Francisco.
E para entrar em plena posse deste tesouro, para ser profundamente transformado pelo contato com a pessoa de Cristo, Francisco deixou tudo, rompeu com sua família, assumiu uma existência errante, renunciou a todas as formas de disputa a fim de iniciar um estilo de vida que era então completamente inédito. Ele colocou a Cristo no centro da sua vida e, para dar-lhe espaço de verdade, o servia nos leprosos, se retirava com gosto para viver em eremitérios, andava pelas ruas para pregar a penitência.
Nós, religiosos, somos chamados decididamente a fazer de Cristo o centro da nossa vida. E isto significa ter a coragem de testemunhá-lo abertamente. Não temos que ter medo de dizer que é por Ele e somente por Ele que nós escolhemos abraçar a vida religiosa e viver na mútua dependência em fraternidade. Somos convidados a dizer que é dele que esperamos a recompensa pelos nossos sacrifícios e que a melhor parte ainda está por vir. T


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Santo Inácio de Antioquia - 17 de outubro

No centro do Coliseu romano, o bispo cristão aguarda ser trucidado pelas feras, enquanto a multidão exulta em gritos de prazer com o espetáculo sangrento que vai começar. Por sua vez, no estádio, cristãos incógnitos, misturados entre os pagãos, esperam, horrorizados, que um milagre salve o religioso. Os leões estão famintos e excitados com o sangue já derramado na arena. O bispo Inácio de Antioquia, sereno, esperava sua hora pronunciando com fervor o nome do Cristo.

Foi graças a Inácio que as palavras cristianismo e Igreja Católica surgiram. Era o início dos tempos que mudaram o mundo, próximo do ano 35 da era cristã, quando ele nasceu. Segundo os estudiosos, não era judeu e teria sido convertido pela primeira geração de cristãos, os apóstolos escolhidos pelo próprio Jesus. Cresceu e foi educado entre eles, depois sucedeu Pedro no posto de bispo de Antioquia, na Síria, considerada a terceira cidade mais importante do Império Romano, depois de Roma e Alexandria, no Egito. Gostava de ser chamado Inácio Nurono. Inácio deriva do grego "ignis", fogo, e Nurono era nome que ele mesmo dera a si, significando "o portador Deus". Desse modo viveu toda a sua vida: portador de Deus que incendiava a fé.

Mas sua atuação logo chamou a atenção do imperador Trajano, que decretou sua prisão e ordenou sua morte. Como cristão, deveria ser devorado pelas feras para diversão do povo ávido de sangue. O palco seria o recém-construído Coliseu.

A viagem de Inácio, acorrentado, de Antioquia até Roma, por terra e mar, foi o apogeu de sua vida e de sua fé. Feliz por poder ser imolado em nome do Salvador da humanidade, pregou por todos os lugares por onde passou, até no local do martírio. Sua prisão e condenação à morte atraiu todos os bispos, clérigos e cristãos em geral, de todas as terras que atravessou. Multidões juntavam-se para ouvir suas palavras. Durante a viagem final, escreveu sete cartas que figuram entre os escritos mais notáveis da Igreja, concorrendo em importância com as do apóstolo Paulo. Em todas faz profissão de sua fé, e contêm ensinamentos e orientações até hoje adotados e seguidos pelos católicos, como ele tão bem nomeou os seguidores de Jesus.

Numa dessas cartas, estava o seu especial pedido: "Deixai-me ser alimento das feras. Sou trigo de Deus. É necessário que eu seja triturado pelos dentes dos leões para tornar-me um pão digno de Cristo". Fazia-o sabendo que muitos de seus companheiros poderiam influenciar e conseguir seu perdão junto ao imperador. Queria que o deixassem ser martirizado. Sabia que seu sangue frutificaria em novas conversões e que seu exemplo tocaria o coração dos que, mesmo já convertidos, ainda temiam assumir e propagar sua religião.

Em Roma, uma festa que duraria cento e vinte dias tinha prosseguimento. Mais de dez mil gladiadores dariam sua vida como diversão popular naquela comemoração pela vitória em uma batalha. Chegada a vez de Inácio, seus seguidores e discípulos esperavam, ainda, o milagre.

Que não viria, porque assim desejava o bispo mártir. Era o dia 17 de outubro de 107, sua trajetória terrena entrava para a história da humanidade e da Igreja.


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terça-feira, outubro 16, 2012

Terça-feira é dia de Benção de Santo Antônio

Benção de Santo Antônio

Eis a cruz + do Senhor,
Fugi, inimigos todos!
Venceu o Leão de Judá,
a Raiz de David, Aleluia

Bênção da saúde
Pelo sinal e poder da Santa Cruz, + pela intercessão da Virgem Maria, o Senhor vos abençoe e proteja, volva Seu olhar e tenha compaixão de vós.

Que o Senhor mostre Sua face misericordiosa e vos dê a paz e vos conceda a almejada saúde.

- Pelo sinal da Santa Cruz, + Jesus que aliviou os sofrimentos, curou as doenças e libertou os possessos do demónio, afaste de vós todos os males e enfermidades.

- Pelo sinal da Santa Cruz, + vos abençoe Jesus Cristo com sua Mãe, a Virgem Maria. Amém.
- Pai Nosso, Avé Maria, Glória ao Pai



Benção de Santo Antônio (Breve de Santo António)

"Eis aqui a Cruz do Senhor!
Fugi, partes contrárias,
venceu o leão da tribo de Judá
e a Raiz de David.
Aleluia, aleluia!

Cristo vence,
Cristo reina,
Cristo manda com império,
Cristo nos defende de todo o mal.
Cristo Rei veio em paz, o Verbo se encarnou e Deus se fez homem".

- Rogai por nós, Santo António para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
OREMOS: Ó Deus, nós vos suplicamos que a presença de Santo António, vosso confessor e doutor, alegre a vossa Igreja para que, fortalecida sempre com os auxílios espirituais, mereça gozar as alegrias eternas. Por Jesus Cristo. Amém!

Notícias da Arquidiocese de Natal

Livraria promove Simpósio sobre Concílio

"50 anos do Concílio Vaticano II – as linhas mestras" é o tema do Simpósio promovido pela Paulus Livraria, dias 20 e 27 de outubro e 10 de novembro. A atividade acontecerá das 9 às 12h30, no auditório da Livraria, no centro da capital potiguar. As inscrições estão abertas, no valor de quinze reais, e podem ser feitas na Paulus. São disponibilizadas 80 vagas.

Os palestrantes do Simpósio são o Padre Ednaldo Virgílio, que falará sobre o Documento Dei Verbum; Padre Elielson Camissiro, abordando a Sacrossanctum Concilium; Padre Paulo Henrique, que falará sobre a Gaudium et Spes; e Padre Júlio César Cavalcante, que apresentará o Documento Lumen Gentium. No dia 10 de novembro, o reverendo anglicano, Rodson Ricardo e o Padre Paulo Henrique da Silva apresentarão o Decreto Conciliar Unitatis Redintegratio, sobre o Ecumenismo.

Segundo os organizadores, o Simpósio tem o objetivo de celebrar os 50 anos do Concílio Vaticano II.

Ceará-Mirim realiza Semana Missionária
Uma vasta programação será desenvolvida na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, de Ceará-Mirim, no período de 14 a 21 de outubro. Trata-se da Semana Missionária. Neste domingo, às 16 horas, durante celebração eucarística, na Igreja Matriz, os leigos serão enviados em missão.

Durante a semana, os missionários farão visitas ao Hospital Doutor Percílio. Lá, também, haverá atendimento de confissões e será ministrado o Sacramento da Unção dos Enfermos. Nos setores territoriais, haverá momentos de adoração ao Santíssimo Sacramento, reza do terço e do Ofício de Nossa Senhora e celebração de missa. O encerramento da Semana Missionária será no dia 21, às 16h30, na Igreja de São Geraldo.

A programação completa está disponível no site da Paróquia: www.nsconceicao.com.br.

Comissão Missionária tem novos membros 
O Arcebispo, Dom Jaime Vieira Rocha, nomeou 12 novos membros para a Comissão Missionária Arquidiocesana. A nova Comissão é composta pelo Padre Edvaldo Alexandre de Brito, coordenador da equipe, Padre Alberto Riverte, Irmã Alexandrina Ponce Ortega, Irmã Eulália Batista de Moura, Irmã Wilma Tavares de Oliveira, Irmã Maria de Fátima de Souza Dantas, Jecione da Silva Melo, Marcondes Eduardo Alexandre, Jean Franco de Oliveira Tavares, Diego Rego e Randenclécio de Souza Xavier.

Segundo o coordenador, Padre Edvaldo Brito, a Comissão se reúne, mensalmente, sempre na primeira terça-feira, às 9 horas, na sala da Coordenação Arquidiocesana de Pastoral, localizada no Centro Pastoral Pio X - subsolo da Catedral.


Santana realiza Congresso Eucarístico
O 3º Congresso Eucarístico, da Paróquia de Santana, no Conjunto Soledade 2, zona norte de Natal, acontece no período de 22 a 28 deste mês de outubro. A intenção é render graças a Deus pelos vinte anos de criação da Paróquia. Em preparação ao Congresso, a equipe organizadora recomenda aos fiéis que leiam a Carta do Papa João Paulo II, intitulada Ecclesia de Eucharistia, que significa A Igreja da Eucaristia.

Os dias 22 e 23 serão dedicados à missão junto às famílias que residem no território da Paróquia. No dia 24, haverá adoração ao Santíssimo, na Igreja Matriz, das 8 às 19 horas, concluindo a celebração eucarística em ação de graças pelos vinte anos da paróquia. Nos dias 25 e 26, das 8 às 19 horas, também acontecerá adoração ao Santíssimo, na Matriz, culminando com missa. No dia 27, às 15 horas, haverá gincana, envolvendo as comunidades que formam a paróquia. No dia 28, às 7h, será celebrada missa, na Matriz; às 9h, celebração do batismo; às 10 h, celebração comunitária do matrimônio e, às 16 h, missa, no Espaço Social Santana, marcando o encerramento do Congresso.

A Paróquia de Santana foi instalada em 24 de outubro de 1992, pelo então Arcebispo de Natal, Dom Alair Vilar. Nestas duas décadas, a paróquia teve três párocos: Padre Francisco das Chagas de Souza, Padre Joaquim Ataíde de Araújo, e o atual, Padre Orcenival Maria de Oliveira.

segunda-feira, outubro 15, 2012

Santa Teresa d'Avila - 15 de outubro

Santa Tereza nasceu em Ávila, na Espanha, no ano de 1515. A educação que os pais deram a ela e ao irmão Roderico, foi a mais sólida possível. Acostumada desde pequena à leitura de bons livros, o espírito da menina não conhecia maior encanto que o da vida dos santos mártires. Tanto a impressionou esta leitura que, desejosa de encontrar o martírio, combinou com o irmão a fuga da casa paterna, plano que realmente tentaram executar, mas que se tornou irrealizável, dada a vigilância dos pais.

A idéia e o desejo do martírio ficaram, entretanto, profundamente gravados no coração da menina. Quando tinha 12 anos, perdeu a boa mãe. Prostrada diante da imagem de Nossa Senhora, exclamou: “Mãe de misericórdia, a vós escolho para serdes minha Mãe. Aceitai esta pobre órfazinha no número das vossas filhas”. A proteção admirável que experimentou durante toda a vida, da parte de Maria Santíssima, prova que esse pedido foi atendido.

Deus permitiu que Teresa por algum tempo, enfastiando-se dos livros religiosos, desse preferência a uma leitura profana, que poderia pôr-lhe em perigo a alma. Também umas relações demasiadamente íntimas com parentes, um tanto levianas, levaram-na ao terreno escorregadio da vaidade. O resultado disto tudo foi ela perder o primitivo fervor, entregar-se ao bem-estar, companheiro fiel da ociosidade, sem entretanto chegar ao extremo de perder a inocência.

O pai, ao notar a grande mudança que verificava na filha, entregou-a aos cuidados das religiosas agostinianas. A conversão foi imediata e firme. Uma grave enfermidade obrigou-a a voltar para a casa paterna. Durante esta doença, percebeu o profundo desejo de abandonar o mundo e servir a Deus, na solidão dum claustro. O pai, porém, opôs-se a esse plano, no que foi contrariado por Teresa, que fugiu de casa, para se internar num mosteiro das Carmelitas, em Ávila. No meio do caminho lhe sobreveio uma grande repugnância pela vida religiosa, e por um pouco teria desistido da idéia. Vendo em tudo isto uma cilada do inimigo de Deus e dos homens, seguiu resolutamente o caminho e ao transpor o limiar do mosteiro, os receios e escrúpulos deram lugar a uma grande calma e alegria no coração.

Durante o tempo do noviciado, foi provada por outro relaxamento no fervor religioso que, aliás, pouco tempo durou. Deus mais uma vez lhe tocou o coração, mas de uma maneira tão sensível que Teresa, debulhada em lágrimas, prostrada diante do crucifixo, disse; “ Senhor, não me levanto do lugar onde estou, enquanto não me concederdes a graça e fortaleza bastantes, para não cair mais em pecado e servir-vos de todo coração, com zelo e constância”. A oração foi ouvida e de uma vez para sempre, ficou extinto no coração de Teresa o amor ao mundo e às criaturas e restabelecido o zelo pelas coisas de Deus, do seu santo serviço.

Foi-lhe revelado que essa conversão era o resultado da intercessão de Maria Santíssima e de São José. Por isso, teve sempre profunda devoção a S. José e muito trabalhou para difundir este culto na Igreja.

Profunda era a dor que sentia dos pecados cometidos e dolorosas eram as penitências que fazia, se bem que os confessores opinassem que nenhuma dessas faltas chegava a ser grave. Em visões lhe foi mostrado o lugar no inferno, que lhe teria sido reservado, se tivesse seguido o caminho das vaidades. De tal maneira se impressionou com esta revelação, que resolveu restabelecer a Regra carmelitana, em todo o rigor primitivo. Esse plano, embora tivesse a aprovação do papa Pio IV, a mais decisiva resistência encontrou da parte do clero e dos religiosos. Teresa, porém, tendo a intenção de agir por vontade de Deus, pôs mãos à obra e venceu.

Trinta e dois mosteiros (17 femininos e 15 masculinos) foram por ela fundados e outros tantos reformados. Em todos, tanto no convento dos religiosos, como das religiosas, entrou em vigor a antiga regra. São João da Cruz foi quem assumiu e escreveu as regras para o segmento masculino, a pedido de Santa Teresa.

Em sua biografia há capítulos ( os 11 e os seguintes), que dão testemunho da intensidade da sua vida interior. O que diz sobre os quatro degraus da oração, isto é, sobre o recolhimento, a quietação, a união e o arrebatamento, é realmente aquilo que a oração da sua festa chama “pábulo da celeste doutrina”. Graças extraordinárias a acompanhavam constantemente como fossem: comunicações diretas divinas, visões, presença visível de Cristo.

Um anjo traspassou seu coração com uma seta de fogo, fato este que a Ordem carmelitana comemora na festa da transverberação do coração de Santa Teresa, em 27 de agosto.

Doloroso foi o caminho da cruz pelo qual a Divina Providência a quis levar e não faltou quem lhe envenenasse as mais retas intenções, quem em suas medidas de reforma visse obra do demônio, e intervenção direta diabólica. A calma lhe voltou, quando em 1559, se confiou à direção de São Pedro de Alcântara.

Não tardou que, em 1576, no seio da Ordem se levantasse uma grande tempestade contra a reforma. Veio a proibição de novas fundações, e Teresa viu-se obrigada a se recolher a um dos conventos. Parecia ter-se declarado o fracasso da sua obra: Foi, quando interveio o rei Felipe II. A perseguição afrouxou só pouco a pouco e, em 1580, o Papa Gregório XIII declarou autônoma a província carmelitana descalça.

Esta obra sobre-humana não teria tido o resultado brilhante que teve, se não fosse a execução da vontade divina e se Teresa não tivesse sido toda de Deus, possuidora das mais excelentes e sólidas virtudes, dotada de grande inteligência e senhora de profundos conhecimentos teológicos.

Santa Teresa teve o dom de ler nas consciências e predizer coisas futuras, não lhe faltou a cruz dos sofrimentos físicos e morais. No seio das maiores provações, nas ocasiões em que lhe parecia ter sido abandonada pelo céu e pela terra, era imperturbável sua paciência e conformidade com a vontade de Deus. No SS. Sacramento, achava a forma necessária para a luta e para a vitória.

Sob o impulso de uma graça especial fez o voto de fazer sempre aquilo que a consciência lhe dizia ser o mais alto grau da vida mística. Os numerosos escritos, asseguraram-lhe um dos primeiros lugares entre os místicos.

Oito anos antes de deixar este mundo, foi-lhe revelada a hora da morte. Sentindo esta se aproximar, dirigiu uma fervorosa ordem a todos os conventos de sua fundação ao ou reforma. Com muita devoção recebeu os santos Sacramentos, e constantemente rezava jaculatórias sobre esta: “ Meu Senhor, chegou afinal a hora desejada, que traz a felicidade de ver-vos eternamente.“ – Sou uma filha de Vossa Igreja. Como filha de Igreja Católica, quero morrer.” - Senhor, não me rejeiteis a Vossa face. Um coração contrito e humilhado não haveis de desprezar”.

Santa Teresa morreu em 1582, na idade de 67 anos. Logo após sua morte, o corpo da Santa exalava um perfume deliciosíssimo. Até o presente dia se conserva intacto.

Seu coração, apresentando larga e profunda ferida, acha-se guardado num precioso relicário na Igreja das Carmelitas em Alba.


domingo, outubro 14, 2012

Como é difícil a quem tem riquezas entrar no Reino dos céus

1.Introdução. O Povo de Israel viveu longos anos no exílio ou foi obrigado a migrar para outras nações; lá ele conviveu com outros povos e outras religiões. Aos poucos foi perdendo sua fé, por isso, o profeta, autor do Livro da Sabedoria, procurou resgatar os valores originais da fé em Javé, o Deus único e Libertador. O resgate acontece refletindo sobre a experiência cotidiana do próprio Povo de Israel.

O cristão, hoje, por sua vez, também convive com as mais diferentes experiências religiosas e com costumes não inspirados na fé em Deus e nos ensinamentos de Jesus Cristo. Como podemos resgatar os legítimos valores e costumes cristãos convivendo com tanta mistura cultural e religiosa? Com certeza, a sabedoria de viver é obtida mediante uma reflexão séria e profunda de nossa própria experiência cotidiana. Qual seria o caminho da felicidade?
Jesus revê-nos seu caminho da salvação, e a riqueza, que todos procuramos, não é, com certeza, um caminho de sabedoria! Ela pode, inclusive, dificultar, e muito, o caminho da salvação.


2.Palavra de Deus.

Sb 7,7-11 – O Povo de Israel, conhecido como excelente comerciante, enriqueceu no exílio, mas perdeu, aos poucos, sua fé nos valores dos Mandamentos. Perdeu a sabedoria e o jeito piedoso de viver. Preferiu a riqueza e as honras à fidelidade, à piedade, ao temor de Deus e à obediência devida a Deus e à Aliança com Javé!

Hb 4,12-13 – A Palavra de Deus é luz poderosa que penetra e ilumina até os pensamentos mais ocultos da criatura humana. A ela devemos prestar atenção!
Mc 10,17-30 – Não é suficiente a fidelidade externa à Lei de Deus; é necessário deixar-se iluminar pela luz do Espírito e seguir caminhos de generosidade radical e de entrega ao anúncio do Reino de Deus. O jovem, confiante na sua observância legal, foi incapaz de perceber o apelo que Jesus lhe dirigia. Preferiu sua riqueza e seu bem-estar!

3.Reflexão.
• O Povo de Israel, vivendo em Alexandria, rica cidade comercial, absorveu os “valores” do poder, da riqueza e da beleza corporal, e abandonou os valores religiosos da Aliança com Javé. O autor do Livro da Sabedoria ensina que nada se compara com os valores da Lei e do santo Temor de Deus. A “sabedoria humana” (poder, riqueza e culto do corpo) não salva a ninguém; pelo contrário, a “sabedoria de Deus” é que tem a garantia da vida e da felicidade!

• A situação do pobre e piedoso cristão de hoje não é diferente da condição dos Judeus na região de Alexandria. Os valores do mundo cativam e apaixonam muito mais que os valores da Ética e da Religião; mas o caminho da felicidade não passa pelos caminhos da riqueza, do poder e do culto exagerado do corpo e da carne. Sejamos sábios segundo Deus para sermos felizes seguindo os caminhos de Jesus.

• A Palavra de Deus, quando ouvida com atenção e piedade, ilumina nossa vida até os mais íntimos recônditos de nossa alma. As alegrias e os valores do mundo passam rápidos e viram cinza e pó, mas o cristão rico de valores espirituais, embora privado dos direitos de saúde, de estudo e de bem-estar, é mais feliz que os corruptos desse país. E mais, ele tem a certeza da vida eterna!

“Quando Cristo aparecer, seremos semelhantes a Ele, pois, o veremos como Ele é!” (1Jo 3,2).
por Frei Carlos Zagonel

sábado, outubro 13, 2012

Carta Pastoral por ocasião do Ano da Fé

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)



Na dimensão do Novo Plano Diocesano de Pastoral, celebramos os indicativos do Papa Bento XVI sobre o Ano da Fé. O momento é de enfrentamento dos desafios da nova cultura, supondo o empenho por uma Nova Evangelização. É hora de ir às fontes da fé, à Palavra de Deus, aos Documentos do Concílio Vaticano II e ao Catecismo da Igreja Católica, ambos solidificados pelo Espírito Santo na História e na Tradição da Igreja.

Na Carta “Porta Fidei” descobrimos que “a Fé é a Porta”, porta de entrada, que “implica embrenhar-se num caminho novo que dura a vida inteira” (Porta Fidei, 1), que evidencia a necessidade do encontro pessoal e permanente com Jesus Cristo. E Jesus mesmo disse: “Eu sou a porta” (Jo 10, 9). Porta que depende de fé viva, principalmente sabendo que Ele é sempre “o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14, 6).

Será que já entramos pela Porta da Fé, tornando-nos cristãos praticantes e comprometidos com o Reino de Deus? Já fizemos o caminho de iniciação à vida cristã como estão pedindo os bispos nas atuais Diretrizes Evangelizadoras na Igreja do Brasil? Como diz Bento XVI: Estamos preocupados com as consequências sociais, culturais e políticas da fé, deixando de lado a fé em si mesma, que pode ser até uma negação dela?

Estamos conscientes de que o caminho da fé só é possível com a força de Deus, o amor de Cristo no dom do Espírito Santo. É importante esta certeza, porque só com as forças naturais somos incapazes de percorrer um caminho que defenda a vida com dignidade e em conformidade com o projeto da Palavra de Deus. Devemos ir ao poço como o fez a samaritana através do encontro com Jesus (Jo 4, 14).

Ser discípulo exige intimidade com a Palavra de Deus e ter gosto por ela, tê-la como alimento para nossa fé. Por isto deve ser lida, escutada, meditada, rezada, contemplada e colocada em ação na convivência comunitária. No caminho do Ano da Fé, a Leitura Orante da Palavra de Deus é muito significativa e sugestionadora de novas atitudes de vida. É como beber na fonte de água pura e que dura para sempre.

Um destaque importante no Ano da Fé é a Celebração da Eucaristia. É espaço de contato com Cristo na Palavra ali proclamada e no Pão partilhado. É fundamental que as Celebrações sejam bem preparadas e participadas, revelando a riqueza da vida sacramental, capaz de abastecer a vida de fé e os compromissos que o cristão deve assumir como construtor da vida em Deus na nova cultura.

Necessitamos de uma Igreja que reza para dar vitalidade a sua fé. Oração pessoal, comunitária e litúrgica, sabendo que tudo isto expressa sintonia com os compromissos do batismo, no caminho de salvação. Quando rezamos, é a Igreja que reza. Que o Ano da Fé seja de mais oração e de maior compromisso com o conteúdo perene da fé contido e proclamado na recitação, ou na profissão de fé, isto é, no Credo.

Diz o Papa que “o Ano da Fé seja uma ocasião para intensificar o testemunho da caridade”, porque a fé sem caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento sujeito a dúvidas. Fé e caridade são fontes de testemunho de vida cristã, capaz de atrair outros a entrar pela porta da fé. Só na caridade que a nossa fé se torna testemunho que anuncia a salvação e atrai as pessoas para a vida cristã.

Acreditar em Deus significa aceitar livremente o mistério da fé. Para isto temos que usar todos os momentos formativos, tendo como uma das fontes o Catecismo da Igreja Católica. Estando conscientes, devemos ir ao encontro daqueles que ainda não fizeram a experiência de crer. A “Nova Evangelização” exige que, neste ano, seja reavivado o nosso zelo apostólico, que é sempre a alegria de partilhar a esperança com quem ainda não percebe os mistérios de Deus.

Esperamos que toda nossa Arquidiocese se mobilize, de forma efetiva, dentro do pedido de Bento XVI para o Ano da Fé. Isto deve acontecer nas celebrações, na catequese, nos momentos formativos, nos encontros de casais, de jovens, nos grupos de reflexão, na convivência familiar e comunitária etc. É um tempo privilegiado da ação do Espírito Santo na vida da Igreja e, de modo especial, para nossa Igreja Particular.

Maria, a Mãe de Jesus Cristo, e nossa Mãe, a “Estrela da Evangelização”, também da “Nova Evangelização”, seja o itinerário do Ano da Fé para todos nós. Ela, aberta ao convite do Anjo e determinada no seu SIM, seja nossa guia, com o título de Nossa Senhora da Abadia, padroeira da cidade de Uberaba e de paróquias de nossa Arquidiocese. Que Deus, através dela, nos abençoe.

cnbb.org.br

sexta-feira, outubro 12, 2012

Senhora Nossa, Maria Aparecida

Nossa Senhora Aparecida
Ester 5,1-2; 7, 2-3; Apocalipse 12, 1.5.13. 15-16; João 2, 1-11
Entre as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, às margens da Rodovia Dutra e do Rio Paraíba se ergue a majestosa Basílica de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil. Os que já tivemos ocasião de viver algum tempo naquele espaço sabemos do encanto e da beleza do espetáculo de fé que ali se assiste.

Dizemos, com razão, que ali é a Casa da Mãe. Os fiéis acorrem de todos os cantos. Há ônibus de peregrinos que rodam horas e horas. Há pessoas que fazem parte do caminho a pé. Há os que sobre de joelhos ladeiras e escadas. Em todos e em cada um dos peregrinos e dos devotos estão os filhos que buscam estar um pouco na Casa da Mãe. Há os que trazem o agradecimento das graças obtidas e os que não aguentam mais as dores do corpo e do coração e fazem promessas à Mãe de Jesus. Cansados da viagem, sem poderem dormir, essas mulheres e esses homens de fé querem colocar-se sob o manto da Mãe. Há mães que pedem pela conversão dos filhos, há esposos e esposas que suplicam graças para sua família e a solidez de seu casamento. Há pessoas dadas à bebida e às drogas que buscam força… Sempre um espetáculo de fé.

A primeira leitura da missa tirada do livro de Ester fala da prece de Ester pelo povo. A Igreja coloca a mesma prece nos lábios de Maria: “Se ganhei as tuas boas graças, ó rei, e se for de teu agrado, concede-me a vida, eis o meu pedido, e a vida do meu povo, eis o meu desejo”. Belíssimas palavras! A Mãe de Jesus olhando a multidão dos fiéis pede ao Filho e ao Pai que dê vida ao povo. Podemos imaginar que Maria peça também pelos pobrezinhos e quase miseráveis que lá estão e nem mesmo tenham pão para viver e sobreviver.

A segunda leitura tirada do Apocalipse fala de uma mulher vestida de sol. Sabemos que essa luminosa criatura que tinha também a lua sob seus pés é Maria, a Imaculada em sua Conceição, que pisa a cabeça da serpente e que é assim a Mãe dos Pecadores. Doce esse título da Senhora: Maria, mãe dos pecadores que nos dirigimos à Casa da Mãe.

No relato das Bodas de Caná ouvimos Maria dizer a todos: “Por favor, diante das carências da vida, da consciência das falhas e pecados que comente… façam tudo o que ele mandar… ele transformará água em vinho, desespero em esperança, morte em vida…Façam tudo o que ele mandar”.

Quando João Paulo II esteve em Aparecida, por ocasião da Dedicação da Basílica Nacional, disse: “Viva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida! Viva a Virgem Imaculada, a Senhora Aparecida”. Desde que eu pus os pés em terra brasileira, nos vários pontos por onde passei, ouvi este cântico. Ele é, a ingenuidade e singeleza de suas palavras, um grito da alma, um saudação, uma invocação cheia de filial devoção e confiança para com aquela que, sendo verdadeira Mãe de Deus, nos foi dada por seu Filho no momento extremo de sua vida para ser nossa Mãe”.

Frei Almir Ribeiro Guimarães
franciscanos.org.br


CONSAGRAÇÃO A NOSSA SENHORA APARECIDA
Ó Maria Santíssima, que em vossa imagem querida de Aparecida, espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Brasil, eu, embora indigno de pertencer ao número de vossos filhos e filhas, mas cheio do desejo de participar dos benefícios da vossa misericórdia, prostrado a vossos pés, consagro-vos o entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis; consagro-vos a língua para que sempre vos louve e propague vossa devoção; consagro-vos o coração para que depois de Deus vos ame sobre todas as coisas.

Recebei-nos, ó Rainha incomparável, no ditoso número de vossos filhos e filhas, acolhei-nos debaixo de vossa proteção; socorrei-nos em nossas necessidades espirituais e temporais, e sobretudo na hora de nossa morte.

Abençoai-nos, ó Mãe Celestial, e com vossa poderosa intercessão fortalecei-nos em nossa fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possamos louvar-vos, amar-vos e render-vos graças no céu, por toda a eternidade.

Assim seja.

quinta-feira, outubro 11, 2012

Quem pede, alcança!

Por Frei Almir R. Guimarães, OFM

“Quem pede, recebe; que procura, encontra; e para quem bate se abrirá”.

Estamos novamente diante do tema da oração e mais particularmente na prece de súplica. Aos poucos, em nossas vidas, fomos nos “envolvendo” com o Senhor. Na infância, na adolescência, na idade madura e no outono da vida procuramos ter encontros sinceros e densos com aquele que nos conhece, nos ama e nos perscruta. Vamos nos deixando “ensopar” de Deus, “ encharcar-nos” de sua Presença. Aprendemos que precisamos ser morada e casa do Altíssimo. Normalmente falando a oração que mais espontaneamente brota de nosso coração é a da gratidão pelos bens que o Senhor nos propicia. Há essas realidades de todos os dias: o pão de nossas mesas, a força de viver, a presença de pessoas que nos levantam quando caímos, aqueles que nos dizem palavras de vida eterna, a beleza da fonte murmurante e das flores que encantam o olhar e o coração. Vamos, aos poucos, aprendendo que a Eucaristia é a grande oração. Ali Cristo se entrega ao Pai e, nas aparências do pão e do vinho, vamos também aprendendo a nos entregar com Cristo, por Cristo e em Cristo. Nossas celebrações eucarísticas precisam conservar esse caráter de renovação do sacrifício amoroso de Cristo se entregando ao Pai e de renovação de sua ceia com o prefácio do lava-pés. Os que dispõem de tempo haverão de participar cotidianamente da Eucaristia.

Tudo está nas mãos do Senhor. Ele, entanto, pediu que intercedêssemos uns pelos outros. Pede que rezemos pelas vocações, pedindo operários ao dono da seara. Quando ensina o Pai nosso nos orienta a pedir o pão de todos os dias, a força de perdoar os que nos ofendem. Pedimos que o Senhor no livre das tentações e do mal. Por isso, nossa oração de pedido está sempre em nossos lábios: o bem estar dos nossos, a força e saúde para os enfermos, a coragem dos casados superarem suas dificuldades. Deus gosta de nos ouvir pedir pelos outros.

O trecho do evangelho proclamado na Liturgia de hoje (Lc 11,5-13) nos fala da oração de pedido e termina com uma observação que merece ser compreendida: “Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem”. Esse parece ser o pedido mais importante a ser dirigido aos céus: que possamos receber o Espírito Santo, esse amor do Pai e do Filho que aquece o está frio, corrige o que está torto, ilumina os caminhos na hora das decisões, recorda as palavras de Jesus e permite que, em nossa vida pessoal, na comunidade cristã e no mundo conheçamos o novo que vem de Deus. O Espírito Santo é o principal objeto de nossa prece de pedido. A Igreja de amanhã está nas mãos do Espírito. Por isso, a grande oração de súplica é que Deus continue derramando o Espírito que paira sobre as oferendas do pão e do vinho, como pousou sobre a Virgem Maria na anunciação e sobre os Apóstolos em forma de fogo e de luz. T

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quarta-feira, outubro 10, 2012

Entrando pela porta da fé - Somos chamados a fortalecer nossos princípios

No dia 17 de Outubro de 2011 o Santo Padre divulgou a Carta Apostólica “Porta Fidei” (Porta da Fé) na qual proclamou o Ano da Fé. Este terá início neste ano, no próximo dia 11, data de comemoração dos cinquenta anos da abertura do Concílio Vaticano II e de vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, e encerrará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, em 24 de Novembro de 2013.

Mas qual a importância e o porque em celebrar-se o Ano da Fé?Não é a primeira vez que a Igreja o celebra. O último foi em 1967, no pontificado de Paulo VI, motivado, já naquela época, em dar uma resposta de fé diante das inúmeras ideologias que buscavam desconsiderar Deus do pensamento coerente e racional.

Assim também, hoje, o Papa Bento XVI, afirma haver entre nós um “diversa mentalidade que, particularmente, reduz o âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas. Mas a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre a fé e ciência autêntica”.

Este novo Ano da Fé, tem igualmente o objetivo de impulsionar os cristãos a aprofundarem o conhecimento sobre a Igreja, dissipando assim, a nuvem negra dos erros de doutrina.O Sumo Pontífice refere-se ao Ano da Fé como, um “tempo de graça espiritual que o Senhor nos oferece” e “tempo de particular reflexão e redescoberta da fé”.

Assista também: "Catecismo: A Fé da Igreja", com professor Felipe Aquino
O documento – "Porta Fidei", afirma ainda, que, para alcançarmos uma maior amplitude do dom da Fé, na sociedade e na pessoa em particular, cada um deve confessar e anunciar publicamente a própria fé. Devemos ter a responsabilidade social daquilo que acreditamos. Ou seja, é preciso declarar com a vida o Evangelho do Cristo, não ficarmos tímidos ou tomar partido da maioria, diante das questões contrárias a essência do ser humano e expressar com alegria nossa adesão a fé, pois somos detentores das palavras portadoras da verdade e da vida que Jesus nos deixou.

Várias vezes Bento XVI insistiu neste exemplo “através do testemunho prestado pela vida dos crentes, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com sua própria vida no mundo, a Palavra da verdade que o Senhor Jesus nos deixou”, “em nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias. Desejamos que este Ano suscite, em cada crente, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada convicção e esperança”.

Entretanto, para que o nosso testemunho esteja de acordo com a fé que professamos é preciso um empenho de nossa parte, particularmente nesse período, em conhecer e propagar aquilo que a Igreja colheu nestes dois mil anos de história, afinal, o mundo pede respostas cada vez mais racionais e acertadas. E além de podermos responder satisfatoriamente ao mundo, em recompensa a esse esforço e estudo estaremos aderindo a fé católica cada vez mais com inteligência e vontade.

Entre os principais meios, para se chegar a esse conhecimento da fé, o Papa cita os textos deixados em herança pelo Concílio Vaticano II, afirmando que: “é necessário fazê-los ler de forma que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificativos e normativos do Magistério.” Bento XVI fala fortemente sobre a importância do Concílio Vaticano II: “Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça que beneficiou a Igreja no século XX”.

Também o Pontífice destacou a importância do Catecismo da Igreja Católica, Bento XVI considera-o como “subsídio precioso e indispensável. na sua própria estrutura, o Catecismo da Igreja Católica apresenta o desenvolvimento da fé até chegar aos grandes temas da vida diária. Ali se apresenta não uma teoria, mas o encontro com uma Pessoa que vive na Igreja”, afirmou o papa.

Enfim, devemos recorrer constantemente a esse documento, em nossas catequeses, em grupos de estudo e pastorais, como também na formação pessoal. Ainda, salienta o Papa que, sobretudo, o Ano da Fé é um “repassar a história da nossa fé” para “tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor”. Este, com certeza será uma período de celebrarmos a nossas certezas e princípios, firmar valores para descobrirmos cada vez mais a felicidade e a honra de estar na única e verdadeira Igreja de Cristo.

Entremos portanto, pela Porta da Fé.

Deus abençoe!
Sandro Ap. Arquejada
blog.cancaonova.com/sandro
Membro da Comunidade Canção Nova, formado em Administração, colunista do Portal Canção Nova, autor do livro: "Maria humana como nós".

Pia União de Santo Antônio

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