SEJAM BEM-VINDOS!

Caríssimos(as) Irmãos(as), saudamos a todos vocês com a Paz e o Bem contidas no Cristo Jesus e em São Francisco de Assis.



segunda-feira, dezembro 31, 2012

Cântico das Criaturas

Caríssimo(a),

Que 2013 traga a PAZ e o BEM necessários para a sua vida. Que nosso pai seráfico, Francisco de Assis, seja inspiração em todos os momentos de sua vida para aproximar-se cada vez mais do nosso bom Deus e de nossa querida mãe, Maria Santíssima. Agradecemos a cada um que fez parte de nosso ano de 2012 e que possamos continuar juntos neste novo ano que se aproxima.

Frades Capuchinhos
Convento Santo Antônio - Natal/RN





Altíssimo, onipotente, bom Senhor,
Teus são os louvores, a glória e a honra
e toda a bênção.

Só a ti, Altíssimo, eles convêm,
e homem algum é digno
de te mencionar.

Louvado sejas, meu Senhor,
com todas as tuas criaturas,
especialmente, com o senhor irmão sol,
o qual é dia, e por ele nos alumias.

E ele é belo e radiante
com grande esplendor,
de ti, Altíssimo, é sinal.

Louvado sejas, meu Senhor,
pela irmã lua e as estrelas,
que no céu formaste claras,
preciosas e belas.

Louvado sejas, meu Senhor,
pelo irmão vento,
pelo ar e pelas nuvens,
pelo sereno e todo o tempo,
pelo qual às tuas criaturas dás sustento.

Louvado sejas, meu Senhor,
pela irmã água,
que é mui útil e humilde
e preciosa e casta.

Louvado sejas, meu Senhor,
pelo irmão fogo,
pelo qual iluminas a noite.
E ele é belo e jucundo
e robusto e forte.

Louvado sejas, meu Senhor,
pela nossa irmã a mãe terra,
que nos sustenta e governa,
e produz frutos diversos
e coloridas flores e ervas.

Louvado sejas, meu Senhor,
pelos que por teu amor perdoam,
e sustentam enfermidades e tribulações.


Bem-aventurados os que as sustentam em paz,

pois, por ti, Altíssimo, serão coroados.

Louvado sejas, meu Senhor,
por nossa irmã a morte corporal,
da qual homem algum pode escapar.

Ai daqueles que morrem em pecados mortais:
bem-aventurados os que a morte encontrar
dentro de tuas santíssimas vontades,
porque a morte segunda não lhes fará mal.

Louvai e bendizei a meu Senhor
e rendei-Lhe graças e servi-O com
grande humildade.

domingo, dezembro 30, 2012

Solenidade da Sagrada Família, Jesus Maria e José

O Messias é o Filho de Deus 

1ª Leitura: 1Sm 1,20-22.24-28
Salmo: Sl 127
2ª Leitura: 1Jo 3,1-1-2.21-24
Evangelho: Lc 2, 41-52

* 41 Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. 42 Quando o menino completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. 43 Passados os dias da Páscoa, voltaram, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. 44 Pensando que o menino estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre parentes e conhecidos. 45 Não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém à procura dele. 46 Três dias depois encontraram o menino no Templo. Estava sentado no meio dos doutores, escutando e fazendo perguntas. 47 Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com a inteligência de suas respostas. 48 Ao vê-lo, seus pais ficaram emocionados. Sua mãe lhe disse: «Meu filho, por que você fez isso conosco? Olhe que seu pai e eu estávamos angustiados, à sua procura.» 49 Jesus respondeu: «Por que me procuravam? Não sabiam que eu devo estar na casa do meu Pai?» 50 Mas eles não compreenderam o que o menino acabava de lhes dizer.

51 Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e permaneceu obediente a eles. E sua mãe conservava no coração todas essas coisas. 52 E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e graça, diante de Deus e dos homens.

* 41-52: Neste Evangelho, as primeiras palavras de Jesus mostram que toda a sua missão decorre da sua relação filial com o Pai. Isto significa que essa missão provém do próprio mistério de Deus e da realização de sua vontade entre os homens. Contudo, ela se processa dentro do mistério da Encarnação onde Jesus vai aprendendo a viver a vida humana como qualquer outro homem.

Bíblia Sagrada – Edição Pastoral


Que nossos lares sejam sólidos - oração
Senhor Deus, grande e belo,
altíssimo e bom Senhor, fonte de toda a vida,
aqui estamos diante de teu olhar meigo,
perscrutador e misericordioso.

Neste momento de nossas vidas
queremos colocar diante de teus olhos
e depositar no fundo de teu coração
nossas famílias e as famílias do mundo inteiro.

Pousa o teu olhar sobre nossas mesas de refeições:
que a família tenha o pão de todos os dias e a
abundância das coisas necessárias.
Livra-as do consumismo empobrecedor,
do espírito de competição sem medida
e do culto das aparências e do poder.
Que seus membros se alimentem
de atenções mútuas e de carinhos que não podem ser adiados.

Dá aos esposos a graça da fidelidade e da ajuda mútua:
que se respeitem e se estimem,
que cresçam juntos humana e espiritualmente
sempre diante de teu olhar.

Olha pelos filhos pequenos e grandes,
pelos que são dóceis de coração
e pelos que se mostram revoltados.
Que sejam iluminados na escolha de seus amores,
na opção profissional e em todas as encruzilhadas de suas vidas.

Dá, Senhor, aos nossos filhos o gosto pelo Evangelho,
o ideal da solidariedade,
a preocupação de se dobrarem sobre os mais abandonados
e a serem companheiros simples e bons
de todos os que passarem por seus caminhos.
Que sejam pessoas úteis e que enfeitem
a terra com sua simples presença.

Olha, Senhor, os meninos de rua,
as crianças sem pai e sem mãe,
as esposas abandonadas,
as mães e pais solteiros,
os maridos machucados.

Acompanha o sono das crianças,
o descanso dos idosos
e alivia o sofrimento dos doentes.

Senhor, nós te damos graças por nossas famílias
e pedimos a coragem de sempre lutar pela construções de lares sólidos.
Amém.

Frei Almir Ribeiro Guimarães
franciscanos.org.br

sábado, dezembro 29, 2012

Liturgia do dia - 5o dia da Oitava de Natal

1ª Leitura - 1Jo 2,3-11Salmo - Sl 95 (96), 1-2a. 2b-3. 5b-6 (R. 11a)
Evangelho - Lc 2,22-35


Reflexão - Lc 2, 22-35
Quem espera no Senhor jamais será decepcionado, pois ele sempre cumpre as suas promessas. Deus prometeu durante todo o Antigo Testamento a vinda do Messias e muitos em Israel acreditaram nessa promessa, vivendo na esperança da sua chegada. O canto de Simeão nos mostra esta esperança e a alegria da realização da promessa, assim como os elementos principais da missão messiânica de Jesus, que será um sinal de contradição para o povo, pois será libertação para o pobre e condenação para aqueles que não acreditam nele e na sua palavra, de modo que não se convertem.

cnbb.org.br

sexta-feira, dezembro 28, 2012

Santos Inocentes

LITURGIA DIÁRIA
Primeira Leitura - 1Jo 1,5-2,2
Salmo - Sl 123(124),2-3.4-5.7b-8 (R. 7a)
Evangelho - Mt 2,13-18

SANTOS INOCENTES

Os Inocentes foram mortos por Herodes, o Ascalonita. A Sagrada Escritura menciona três Herodes que se tornaram célebres por sua infame crueldade. O primeiro foi Herodes, o Ascalonita, sob cujo reinado nasceu o Senhor e pelo qual foram massacradas as crianças. O segundo foi Herodes Antipas, que mandou cortar a cabeça de João Batista. O terceiro foi Herodes Agripa, que matou Tiago e prendeu Pedro.

Somente a monstruosidade de uma mente assassina, cruel e desumana, poderia conceber o plano executado pelo sanguinário rei Herodes: eliminar todas os meninos nascidos no mesmo período do nascimento de Jesus para evitar que vivesse o rei dos judeus. Pois foi isso que esse tirano arquitetou e fez.

Impossível calcular o número de crianças arrancadas dos braços maternos e depois trucidadas. Todos esses pequeninos se tornaram os “santos inocentes”, cultuados e venerados pelo Povo de Deus. Eles tiveram seu sangue derramado em nome de Cristo, sem nem mesmo poderem “confessar” sua crença.

Quem narrou para a história foi o apóstolo Mateus, em seu Evangelho. Os reis magos procuraram Herodes, perguntando onde poderiam encontrar o recém-nascido rei dos judeus para saudá-lo. O rei consultou, então, os sacerdotes e sábios do reino, obtendo a resposta de que ele teria nascido em Belém de Judá, Palestina.

Herodes, fingindo apoiar os magos em sua missão, pediu-lhes que, depois de encontrarem o “tal rei dos judeus”, voltassem e lhe dessem notícias confirmando o fato e o local onde poderia ser encontrado, pois “também queria adorá-lo”.

Claro que os reis do Oriente não traíram Jesus. Depois de visitá-lo na manjedoura, um anjo os visitou em sonho avisando que o Menino-Deus corria perigo de vida e que deveriam voltar para suas terras por outro caminho. O encontro com o rei Herodes devia ser evitado.

Eles ouviram e obedeceram. Mas o tirano, ao perceber que havia sido enganado, decretou a morte de todos os meninos com menos de dois anos de idade nascidos na região. O decreto foi executado à risca pelos soldados do seu exército.

A festa aos Santos Inocentes acontece desde o século IV. O culto foi confirmado pelo papa Pio V, agora santo, para marcar o cumprimento de uma das mais antigas profecias, revelada pelo profeta Jeremias: a de que “Raquel choraria a morte de seus filhos” quando o Messias chegasse.

Esses pequeninos inocentes de tenra idade, de alma pura, escreveram a primeira página do álbum de ouro dos mártires cristãos e mereceram a glória eterna, segundo a promessa de Jesus. A Igreja preferiu indicar a festa dos Santos Inocentes para o dia 28 de dezembro por ser uma data próxima à Natividade de Jesus, uma vez que tudo aconteceu após a visita dos reis magos. A escolha foi proposital, pois quis que os Santinhos Inocentes alegrassem, com sua presença, a manjedoura do Menino Jesus

franciscanos.org.br

quinta-feira, dezembro 27, 2012

O corajoso apostolado de São João Evangelista

Liturgia do dia
Primeira leitura: 1Jo 1, 1-4
Salmos: Sl 96
Evangelho: Jo 20,2-8

Homilía
São João Evangelista ou apóstolo João foi um dos doze apóstolos de Jesus e, além do Evangelho, também escreveu três epístolas e o Livro do Apocalipse.

João seria o mais novo dos doze discípulos; tinha, provavelmente, cerca de vinte e quatro anos de existência à altura do seu chamado por Jesus. Consta que seria solteiro e vivia com os seus pais em Betsaida. Era pescador de profissão – consertava as redes de pesca. Trabalhava junto com seu irmão Tiago e em provável sociedade com André e Pedro.

As heranças deixadas nos escritos de João demonstram uma personalidade extraordinária. De acordo com as descrições, ele seria imaginativo nas suas comparações, pensativo e introspectivo em suas dissertações e pouco falador como discípulo. É notório o seu amadurecimento na fé pela evolução da sua escrita.

Segundo os registros do Novo Testamento, João foi o apóstolo que seguiu com Jesus na noite em que Ele foi preso. O apóstolo foi corajoso a ponto de acompanhar o seu Mestre até a morte na cruz.

Em seu Evangelho, encontramos seis cenas em que aparece um discípulo anônimo. Algumas vezes, ele é caracterizado como “o discípulo amado” ou como “o discípulo a quem Jesus amava”. Assim acontece no encontro com Jesus, junto a João Batista na última ceia, na condução de Jesus preso no pátio do sumo sacerdote, junto à cruz com Maria, nessa narrativa de hoje, do encontro do túmulo vazio e na pesca milagrosa com o ressuscitado no mar da Galileia.

A tradição o identificou com João, irmão de Tiago, cujo nome não aparece neste Evangelho, pois seria ele o seu próprio autor. No encontro do túmulo vazio, enquanto Maria Madalena e Pedro ficam perplexos, este discípulo destaca-se por crer na presença viva de Jesus sem vê-Lo. Sem necessidade de aparições do Ressuscitado, o apóstolo tem uma fé penetrante que reconhece a eternidade de Jesus em sua humanidade, a partir da experiência que teve de seu convívio e de seu testemunho de amor.

A História conta que João esteve presente e ao alcance de Jesus até a última hora. A ele foi entregue a missão de tomar conta de Maria, a mãe de Cristo. Jesus, como Filho único de Maria, tinha a responsabilidade de cuidar de Sua mãe após a morte de Seu pai José (quanto aos supostos “irmãos” de Jesus designados nos Evangelhos, os linguistas e historiadores sérios atestam que, em aramaico, antigo idioma utilizado por Jesus, as palavras que designavam “irmãos” eram utilizadas indistintamente para primos e outros parentes).

Jesus poderia, é claro, ter passado esta incumbência para algum de seus supostos irmãos – se Ele realmente os tivesse -, mas a entregou aos cuidados de Seu melhor amigo: João (sendo tal argumento mais uma prova consistente de que Jesus não teve irmãos carnais).

Depois da morte e martírio de Tiago, João teria partido para a Ásia Menor, onde dirigiu a importante e influente comunidade cristã de Éfeso, fundada por Paulo anos antes. João esteve várias vezes na prisão, foi torturado e exilado na Ilha de Patmos, onde teria escrito o Apocalipse por um período de cerca de quatro anos, até que o cruel imperador Domiciano foi assassinado e o manso imperador Nerva chegasse ao poder em Roma.

De todos os doze apóstolos, João Zebedeu finalmente tornou-se o mais destacado teólogo. Ele morreu de morte natural, em Éfeso, no ano 103 d.C., quando tinha 94 anos.

Que ele nos ajude a proclamar, cada dia, que o sepulcro de Cristo continua vazio. Porque“Ele não está aqui, ressuscitou como havia dito”.

Padre Bantu Mendonça

cancaonova.com

quarta-feira, dezembro 26, 2012

O Glorioso Mártir Santo Estevão

As armas da caridade
Sirva-nos de reflexão sobre o martírio de Estêvão as belas considerações de São Fulgêncio de Ruspe (séc V):
“Ontem, celebrávamos o nascimento temporal de nosso Rei eterno; hoje celebramos o martírio triunfal de seu soldado.
Ontem o nosso Rei, revestido de nossa carne e saindo da morada de um seio virginal, dignou-se visitar o mundo; hoje o soldado deixando a tenda de seu corpo, parte vitorioso para o céu.
O nosso Rei, o Altíssimo, veio por nós na humildade, mas não pôde vir de mãos vazias. Trouxe para seus soldados um grande dom, que não apenas os enriqueceu, mas deu-lhes uma força invencível no combate: trouxe o dom da caridade que leva os homens à comunhão com Deus.
Ao repartir tão liberalmente o que trouxera, nem por isso ficou mais pobre: enriquecendo de modo admirável a pobreza de seus fiéis, ele conservou a plenitude de seus tesouros inesgotáveis.
Assim, a caridade que fez Cristo descer do céu à terra, elevou Estêvão da terra ao céu. A caridade de que o Rei dera exemplo logo refulgiu no soldado.
Estêvão, para alcançar a coroa que seu nome significa, tinha por arma a caridade e com ela vencia em toda a parte. Por amor de Deus não recuou perante a hostilidade dos judeus, por amor ao próximo intercedeu por aqueles que o apedrejavam. Por esta caridade, repreendia os que estavam no erro para que se emendassem, por caridade orava pelos o apedrejavam para que não fossem punidos.
Fortificado pela caridade, venceu Saulo enfurecido e cruel, e mereceu ter como companheiro no céu aquele que tivera como perseguidor na terra. Sua santa e incansável caridade queria conquistar pela oração a quem não conseguira converter pelas admoestações.
E agora Paulo se alegra com Estêvão, com Estêvão frui da glória de Cristo, com Estêvão exulta, com Estêvão reina. Aonde Estêvão chegou primeiro, martirizado pelas pedras de Paulo, chegou depois Paulo, ajudado pelas orações de Estêvão.
É esta a verdadeira vida, meus irmãos, em que Paulo não se envergonha mais da morte de Estêvão, mas Estêvão se alegra pela companhia de Paulo porque em ambos triunfa a caridade. Em Estêvão, a caridade venceu a crueldade dos perseguidores, em Paulo cobriu uma multidão de pecados; em ambos, a caridade mereceu a posse do reino dos céus”.

A caridade é a fonte e origem de todos os bens, é a mais poderosa defesa, o caminho que conduz ao céu. Quem caminha na caridade não pode errar nem temer. Ela dirige, protege, leva a bom termo.

Portanto, meus irmãos, já que Cristo nos deu a escada pela qual todo cristão pode subir ao céu, conservai fielmente a caridade verdadeira, exercitai-a uns para com os outros e, subindo por ela, progredi sempre mais no caminho da perfeição”.

Lecionário Monástico I, p. 586

Frei Almir Ribeiro Guimarães
franciscanos.org.br

terça-feira, dezembro 25, 2012

No NATAL, o presépio é VOCÊ!

O Evangelho diz: "Nasceu hoje na Cidade de Davi, para nós, o Salvador, que é Cristo Senhor" (Lucas 2, 11). A Liturgia atualiza o que aconteceu no passado. Ela é um mistério e, infelizmente, nós católicos não temos entrado nesse mistério. Assim como na Páscoa se renova a Ressurreição de Cristo, hoje nasceu o Salvador, nasceu para sua vida, para sua casa e para a sua família. Por pior que seja a sua situação, saiba: nasceu para você, para sua casa, o Salvador, que é Nosso Senhor Jesus Cristo. Só falta você acolhê-Lo.

Jesus nasce para sua vida. Então prepare o seu coração para que Ele, trazendo a salvação, nasça em você, que é o presépio. O presépio é você! Acolha o Menino Jesus em seu coração, Ele se compadece de você e a salvação acontece, porque você é o presépio. Ele não tem medo: Ele nasce no meio dos seus espinhos. Ele está aí para salvar você e a sua família. Talvez você tenha que pegá-Lo no colo e apertá-Lo, porque os seus não O acolhem; mas Ele nasceu!

Deus nos ama com amor incondicional. Você é amado por Jesus, por isso Ele nasceu na situação em que você se encontra. Ele nasce para sua vida miserável. Quanto mais miseráveis nós somos, tanto mais Ele nos ama. Ele nasceu em Belém e nasce hoje em você.

Acredite: Cristo foi até a cruz por você, Ele já libertou as suas misérias. Se você aceita o perdão e o amor d’Ele, o Senhor nasce em você. Saiba: José e Maria trazem a salvação ao seu coração, mesmo que o seu "berço" esteja sujo. Não se preocupe, não espere retirar os espinhos para receber o Menino Jesus. Receba-O como você está. É Ele quem vai retirar os espinhos com a ajuda de Maria e José.

"O Menino que contemplamos no presépio é exigente. Mas é também compreensivo e paciente. Se formos dóceis à sua ação, Ele tomar-nos-á pela mão e acompanhar-nos-á: por isso, não devemos temer. Às vezes pode parecer muito difícil seguir os seus passos, mas se Ele caminha conosco, tudo se torna mais fácil e ameno" (Beato João Paulo II)

Desejo a você um feliz e santo Natal!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova





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segunda-feira, dezembro 24, 2012

Conto de Natal

Eu, menino, sentado na calçada, sob um sol escaldante, observava a movimentação das pessoas em volta, e tentava compreender o que estava acontecendo.

Que é o natal? Perguntava-me em, silêncio.

Eu, menino, ouvira falar que aquele era o dia em que Papai Noel, em seu trenó puxado por renas, cruzava os céus distribuindo brinquedos a todas as crianças.

E por que então, eu, que passo a madrugada ao relento nunca vi o trenó voador? Onde estão meus presentes? Perguntava-me.

E eu, menino, imaginava que o Natal não deveria ser isso. Talvez fosse um dia especial, em que as pessoas abraçassem seus familiares e fossem mais amigas umas das outras.

Ou talvez fosse o dia da fraternidade e do perdão.

Mas então porque eu, sentado no meio-fio, não recebo sequer um sorriso? Perguntava-me, com tristeza e por que a polícia trabalha no natal?

E eu, menino, entendia que não devia ser assim...

Imaginava que talvez o Natal fosse um dia mágico porque as pessoas enchem as igrejas em busca de Deus.

Mas porque, então, não saem de lá melhores do que entraram?

Debatia-me na ânsia de compreender essa ocasião diferente.

Via risos, mas eram gargalhadas que escondiam tanta tristeza e ódio, tanta amargura e sofrimento...

E eu, menino, mergulhado em tão profundas reflexões, vi aproximar-se um homem...

Era um belo homem...

Não era gordo nem magro, nem alto nem baixo, nem branco, nem preto, nem pardo, nem amarelo ou vermelho.

Era apenas um homem com olhos cor de ternura e um sorriso em forma de carinho que, numa voz em tom de afago, saudou-me:

Olá, menino!

Oi!... respondi, meio tímido.

E, com grande admiração, vi-o acomodar-se a meu lado, na calçada, sob o sol escaldante.

Eu, menino, aceitei-o como amigo, num olhar. E atirei-lhe a pergunta que me inquietava e entristecia:

Que é o Natal?

Ele, sorrindo ainda mais, respondeu-me, sereno:

Meu aniversário.

Como assim? Perguntei, percebendo que ele estava sozinho.

Por que você não está em casa? Onde estão seus familiares?

E ele me disse: Esta é a minha família, apontando para aquelas pessoas que andavam apressadas. E eu menino, não compreendi.

Você também faz parte da minha família... Acrescentou, aumentando a confusão na minha cabeça de menino.

Não conheço você! - eu disse.

É porque nunca lhe falaram de mim. Mas eu o conheço. E o amo...

Tremi de emoção com aquelas palavras, na minha fragilidade de menino. Você deve estar triste, comentei. Porque está sozinho, justo no dia do próprio aniversário...

Neste momento estou com você - respondeu-me com um sorriso.

E porque eu não queria vê-lo ir-se embora, saí correndo em disparada pela rua. Abandonei-O, levando-O para sempre no mais íntimo do coração...

E saí em busca de braços que aceitassem os meus...

E eu, menino, nunca mais O vi. Mas fiquei com a certeza de que Ele sempre está comigo, e não apenas nas noites de Natal...

E eu, menino, sorri... pois agora eu sei que Ele é Jesus... E é por causa Dele que existe o Natal.

www.padrereginaldomanzotti.org.br 

domingo, dezembro 23, 2012

4o domingo do ADVENTO - LITURGIA - 23 de dezembro

1ª Leitura: Mq 5,1-4ª
Salmo: 79
2ª Leitura: Hb 10,5-10
Evangelho: Lc 1,39-45


“Mostrai-nos, Senhor, vossa face e seremos salvos!” 

1.Introdução.

Os festejos natalinos – Papai Noel - estejam presentes em todos os noticiários,mas nós precisamos do rosto misericordioso de Deus para nos consolar. Nossa alegria é fruto do Espírito Santo, nasce da certeza que Deus vem a nós com rosto de misericórdia e de ternura! Ele consola os pobres que nada podem esperar do “natal comercial”! A euforia que o mundo comercial oferece é enganosa, deixa na boca o gosto amargo da frustração!

A Liturgia do Advento revela o “Rosto misericordioso de Deus!”: Ele nasce em Belém, pequena vila nas terras de Judá e se revela aos pastores, gente excluída da vida social.
O Advento, em primeiro lugar, é tempo penitencial. Os cristãos não participavam das festanças pagãs; preparavam-se com oração e jejum para celebrar o Natal do Filho de Deus. Jesus não veio encher nossa mesa de comida, mas veio revelar-nos a alegria da salvação. “Deus se faz homem para que nós, pobres pecadores, pudéssemos ser filhos de Deus!”

2.Palavra de Deus.

Mq 5,2-5 – O profeta Miquéias condena os poderosos e corruptos do Reino de Judá, mas consola os pobres, os humilhados e os explorados. Reaviva neles a esperança do Messias, nascido de uma mulher e numa pequena vila nas terras de Judá, mas é descendente do rei Davi e será Pastor forte e cuidadoso do Povo pobre de Israel. Com Ele haverá tempo de paz e de tranquilidade!

Hb 10,5-10 – A Comunidade de judeus convertidos à fé cristã passava por uma dupla humilhação: anunciar um Messias morto na cruz e ser perseguidos por causa dEle. Mas a Palavra de Deus prova que Ele é o único e verdadeiro Salvador: em seu corpo humilhado e em sua fidelidade incondicional a Deus salvou a todos os que nEle acreditam.

Lc 1,39-48ª – Deus faz maravilhas com seus pobres: Izabel, velha e estéril, está esperando um filho, e Maria, virgem que não conheceu homem algum, traz em seu seio o Messias, Filho de Deus. Ambas se alegram pelas maravilhas que Deus fez em suas vidas e em seus corpos.

3.Reflexão.

• A Virgem Maria concebe um filho pelo poder do Espírito Santo,e Isabel, velha e estéril, mas cheia do Espírito Santo,reconhece a grandeza de Maria e a presença do Messias em seu seio. A alegria das duas mulheres é fruto da ação do Espírito Santo. Elas não precisam de festanças para se alegrar. Elas são fiéis à Palavra divina e exultam de alegria porque Deus fez grandes maravilhas em suas vidas. A alegria do cristão vem de poder e da benevolência de Deus; Não vem do prazer e nem da carne humana!
• Neste final de Advento meditemos a Palavra que nos revela a ternura e a misericórdia divina em nosso favor. O Natal é a festa da ternura de Deus.
• Izabel antecipa o elogio que Jesus faria, mais tarde, para a sua Mãe. Izabel não exalta, apenas, a maternidade física de Maria, mas a sua fidelidade à Palavra que lhe foi anunciada: “É feliz porque acreditou!” Maria foi feliz porque ouviu e acreditou nas Palavras de seu Filho Jesus. Ela é Mãe de Jesus por sua fidelidade à Palavra!
• Jesus, o sumo, o eminente e supremo sacerdote... redimiu-nos por seu Sangue derramado na cruz, mas derramado por fidelidade ao Pai: “Eis-me aqui, eu vim para fazer a tua vontade... Eis que eu vim para fazer a tua vontade!” Nós fomos resgatados de nossos pecados, pela fidelidade de Jesus! O Natal é a expressão máxima da fidelidade de Deus e da misericórdia de nosso Deus.
“Eu sou a serva do Senhor, Faça-se em mim segundo a tua vontade!”



Frei Frei Carlos Zagonel
http://www.capuchinhosrs.org.br

sábado, dezembro 22, 2012

Prece de Gratidão - liturgia do dia

1Samuel 24-28; Responsório 1Samuel 2, 1-8; Lucas 1,46-56
Na liturgia de hoje lemos o Cântico de Ação de Graças de Maria conhecido como o Magnificat. Esta bela prece de agradecimento fala do Deus que derruba os poderosos de seus tronos e eleva os pequenos. Ana, a estéril que pela graça do Senhor, gera Samuel também compôs um texto de ação de graças. É o Magnificat de Ana. Que esta prece penetre nosso coração que se prepara para viver a solenidade do natal do Verbo.

Exulta meu coração no Senhor,
reergue-se minha fronte em Deus;
minha boca se ri dos meus inimigos,
pois me alegro na tua salvação.
Ninguém é santo como o Senhor,
pois não há ninguém fora de ti,
e ninguém é rocha como o nosso Deus.
Não multipliqueis palavras altivas,
nem saia insolência de vossas bocas!
Pois o Senhor é um Deus cheio de saber,
é ele quem pesa as ações.

O arco dos valentes quebrou,
a força cingiu os exaustos!
Os saciados se empregam pelo pão,
os famintos podem folgar para sempre,
a estéril dá à luz sete vezes,
e a mãe de muitos filhos definha.

É Senhor quem dá a vida e a morte,
conduz à mansão dos mortos e de lá faz voltar.

É o Senhor que torna pobre e faz rico,
humilha e também exalta.
Levanta do pó o pobre,
do lixo ergue o indigente,
fazendo-o sentar com os príncipes
e concedendo-lhes um trono glorioso.
Pois é ao Senhor que pertencem
as colunas da terra;
e sobre elas colocou o orbe.
Ele guarda os passos dos seus fiéis,
enquanto os ímpios perecem nas trevas,
pois não é pela força que o homem triunfa.
Os adversários do Senhor são quebrados,
O Excelso nos céus troveja.
O Senhor julga os confins da terra,
dá força ao rei e exalta a face de seu ungido.
1Samuel 2, 1-10


Lucas tem uma das páginas mais admiráveis e tocantes do Novo Testamento. Trata-se da visita que fez Maria a Isabel, sua parenta que estava grávida. Duas agraciadas: Isabel, grávida de um filho concebido em sua velhice. Maria, sem conhecer homem, abriu suas entranhas e seu coração à ação de Deus.

Apressadamente Maria se dirigiu apressadamente a uma cidade da Judéia. As duas mulheres se encontram, uma jovem e outra mais avançada em anos, ambas agracidadas. O menino no seio de Maria visita o outro menino no seio de Isabel. Há todo um clima de exultação, de alegria,

Frei Almir Ribeiro Guimarães
franciscanos.org.br

sexta-feira, dezembro 21, 2012

SORRIR diante do "fim do mundo"

Por Frei Francisco Bezerra, OFMConv.

A morte paira sobre nós a cada instante. Quase a podemos respirar. Muitos não se dão conta de que estamos sempre muito próximo do fim, que temos a morte por vizinha, íntima. Temem-se muitas coisas sem importância, ao mesmo tempo que se lida com a finitude como se ela fosse tão (im)possível quanto o premio máximo de uma qualquer lotaria nacional. Mas a morte é uma certeza, absoluta e pessoal. Nenhuma vida será devidamente vivida se o sujeito não sentir que este mundo, tal como é possível para nós agora, pode acabar... já.
Para compreendermos a nossa vida devemos olhar para o nosso passado, mas, se a queremos viver devemos também olhar para diante, talvez com um sorriso, para o amanhã, que será hoje, já daqui a pouco.

Por vezes, perdemo-nos em grandes análises sobre sequências hipotéticas de momentos do nosso passado, a nada, nem a ninguém, isso traz algo de bom, por várias ordens de razões: não altera o que aconteceu; não é sequer plausível que as sequências de eventos que supomos encadeadas se passassem tal como as imaginamos; perde-se tempo... e perde-se sempre tanto tempo em coisas sem importância nenhuma.

Não importa adivinhar o que teria acontecido se isto, ou se aquilo... isso só perturba a vida que realmente interessa: a de hoje. Valerá a pena ter mil passados se, para isso, não se tiver presente nem futuro nenhum?

A vida de cada um é única e irrepetível. Temos, neste mundo, obrigatoriamente um princípio e um fim. O que se passa, ou não se passa, para além desse fim, talvez não deva ser motivo de preocupação inteligente – na medida em que não é nesse mundo que vivemos agora – e cabe a cada mundo as suas próprias preocupações. Faz sentido ser feliz aqui, porque está ao nosso alcance lutar por isso. Apesar de todas as duras tristezas que por vezes nos chovem sobre dos ombros, há uma força que nos anima e nos faz resistir, que nos dá esperança e nos faz sorrir. A força da vida cuja essência é a simples busca da felicidade. Uma fé que nos ilumina o caminho.
Morreremos todos, um a um. Sem grandes cerimonias lógicas ou encenações. Naturalmente. Cumpre pois aproveitar a vida, mesmo quando chove... talvez nestas alturas de forma especial, celebrando os ombros fortes que temos, que somos e que mantemos erguidos apesar das pesadas penas da nossa circunstância. Os momentos mais difíceis, não se deve esperar que passem, deve-se, sim, caminhar para diante, com a certeza de que o nosso lugar não é à chuva.
Hoje, um sorriso. Gesto simples que permite que as alegrias mais fundas passem de um coração ao outro atravessando o ar deste mundo. Muitas vezes os homens escondem o seu sorriso, privando-se a si mesmos e aos outros de algo que faz... maravilhas. Por vezes é duro sorrir, mas o milagre da multiplicação da alegria funda vale todos os sacrifícios. O amor é o maior de todos os dons, capaz de se oferecer mesmo quando não o vemos ou sentimos. O verdadeiro dom, que só existe quando se dá. Capaz de se encontrar todo num simples sorriso.
Não percamos tempo em grande pensamentos sobre o que passou. Na verdade temos um, e um só, passado. Importa assumi-lo sem deixar as imaginações interpretar, justificar ou avaliar o que sucedeu. Estamos presentes, aqui, agora... teremos um número infinito de futuros possíveis e a morte como certeza absoluta. Não tem qualquer importância a posição onde o passado nos deixou ontem. Importa ser feliz, hoje.

Enquanto a morte não nos leva, devemos sorrir... ou por vontade ou por amor. Que a felicidade começa num sorriso. T

reflexoesfranciscanas.com.br

Programação de final de ano da Igreja do Galo

- CONFISSÕES
de terça a sexta, das 14:30 às 17:00, com exceção da semana de 18 à 21/12 e dos dias 25/12 e 01/01/2013.

- CAPÍTULO PROVINCIAL
 de 17 à 20 de dezembro, todos frades capuchinhos da Província do Nordeste do Brasil ( Alagoas, Pernambuco, Paraíba e RN ) estarão realizando seu Capítulo em Caruaru/PE. Neste período, NÃO HAVERÁ ATENDIMENTO DE CONFISSÕES. AS MISSAS OCORRERÃO NORMALMENTE EM SEUS HORÁRIOS REGULARES COM PADRES DA ARQUIDIOCESE DE NATAL.

- CELEBRAÇÃO PENITENCIAL
dia 21 de dezembro, sexta-feira, às 19h

- CONFRATERNIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS/ PASTORAIS ATUANTES NA IGREJA DO GALO
dia 22 de dezembro, sábado, após a missa das 19h. Maiores detalhes com os coordenadores de cada movimento/pastoral

-MISSA DE ENCERRAMENTO DA CARISMÁTICA 2013
dia 26, quarta-feira, às 19:30

- MISSAS DOS DIAS 24, 25, 31 DE DEZEMBRO e 01 DE JANEIRO
apenas às 19h

- DEMAIS DIAS, MISSAS NOS HORÁRIOS REGULARES
6:30 - segunda à sábado
11:30 - terça à sexta
18:30 - segunda à sexta
10h - domingo
19h - sábado e domingo

Paz e Bem!

quinta-feira, dezembro 20, 2012

Papa: "Viver o Natal com a humildade de Nossa Senhora"

A audiência geral desta quarta-feira, 19 de dezembro, realizou-se na Sala Paulo VI. Nesta III semana do tempo de Advento, o Papa apresentou aos fiéis uma reflexão sobre a fé de Maria a partir do grande mistério da Anunciação.

Bento XVI começou lembrando que o anjo convidou a Virgem a se alegrar, chamando-a “cheia de graça”. Tal saudação anuncia o fim da tristeza que existe no mundo diante dos limites da vida, do sofrimento, da morte, da maldade, das trevas do mal que parece obscurecer a luz da bondade divina. “É uma saudação que marca o início do Evangelho, da Boa Nova” – prosseguiu o Pontífice.

“A fonte da alegria de Maria é a graça, a comunhão com Deus. Ela é a criatura que, mediante sua atitude de escuta da palavra e da obediência, abriu de modo único as portas a seu Criador, colocando-se em suas mãos, sem limites”.

“Assim como Abraão, Nossa Senhora também confiou plenamente na divina Palavra, convertendo-se em modelo e mãe de todos os cristãos. E do mesmo modo, sua fé também incluiu um momento de incerteza - as trevas da crucificação de seu Filho – antes de chegar à luz da Ressurreição”.

O Papa explicou que o mesmo ocorre no caminho de fé de cada um de nós: existem momentos de luz e passagens onde parece que Deus está ausente; seu silêncio pesa em nossos corações e sua vontade não corresponde à nossa. “Mas – ressalvou Bento XVI – quanto mais nos abrirmos a Deus, acolhermos o dom da fé e depositarmos Nele a nossa confiança – como fizeram Abraão e Maria – mais Ele nos ajudará a viver as situações da vida em paz e com a certeza de sua fidelidade e de seu amor. Isto acarreta que saiamos de nós mesmos e de nossos projetos e deixemos que a Palavra de Deus seja a lâmpada que guie nossos pensamentos e ações”.

“A fé sólida de Maria foi possível graças à sua atitude constante de diálogo íntimo com a Palavra de Deus, à sua humildade profunda e obediente, que aceitou tudo, até o que não compreendia da ação de Deus” – recordou o Papa.

Finalizando, Bento XVI disse que a solenidade do Natal nos convida a viver esta mesma humildade e obediência de fé. “A glória de Deus não se manifesta no triunfo e no poder do Rei, não resplandece numa cidade famosa, num suntuoso palácio, mas habita no ventre de uma virgem, se revela na pobreza de um menino”.

Como faz todas as quartas-feiras, Bento XVI leu aos fiéis breves resumos de sua catequese em várias línguas, inclusive português. Estas foram as suas palavras:

“No caminho do Advento, ocupa um lugar especial a Virgem Mãe, que acolheu na fé e na carne Jesus, o Filho de Deus. N’Ela vemos a criatura que, de modo incomparável, abriu de par em par as portas ao seu Criador, submetendo-Se livremente à vontade divina na obediência da fé: adere com plena confiança à palavra que Lhe anuncia o Mensageiro de Deus. E este «sim» de Maria à vontade divina repete-se ao longo de toda a sua vida até ao momento mais difícil: o da Cruz. Ela não se contenta com uma percepção imediata e superficial do que sucede na sua vida, mas entra em diálogo íntimo com a Palavra de Deus e deixa-se interpelar pelos acontecimentos, procurando a compreensão que só a fé pode garantir. Maria acolhe mesmo aquilo que não compreende do agir divino, deixando que seja Deus a abrir-Lhe o coração e a mente. Assim se tornou modelo e mãe de todos os crentes. Pela sua fé, todas as gerações A chamarão bem-aventurada”.
“Amados peregrinos de língua portuguesa, a minha saudação amiga para todos, com votos de um santo Natal de Jesus no coração e na família de cada um, pedindo a mesma humildade e obediência da fé de Maria e José, que vos faça ver, na força indefesa daquele Menino, a vitória final sobre todos os arrogantes e rumorosos poderes do mundo. Bom Natal!”.
Antes de se despedir dos fiéis, o Papa concedeu a todos a sua bênção. A próxima audiência geral de Bento XVI com os fiéis será em 2 de janeiro de 2013.

cnbb.org.br


quarta-feira, dezembro 19, 2012

RUMO A GRUTA DE BELÉM

O tempo de advento é marcado por um momento de expectativa: o Senhor que vem!

Jesus que veio e que vem; portanto, são dois momentos fortes de reflexão.

As leituras bíblicas, especialmente os evangelhos, reforçam o aspecto da vigilância como atitude contínua de quem se prepara para a chegada do Senhor.

O 1º e o 2º Domingo do Advento, nos levam a refletir sobre a segunda vinda de Jesus, a parusia.

Muitos perguntam: Que segunda vinda? Terá uma segunda vinda?

Com certeza! É o que rezamos na profissão de fé, Jesus que virá para julgar os vivos e os mortos. Então, vai ter o fim do mundo? Quem disse que não? Só não sabemos quando, nem como.

Se na primeira ele veio vestido com manto de pobreza, na gruta de Belém, e seu trono foi a cruz; na segunda ele virá sobre as nuvens revestido de glória e majestade, com os coros dos anjos (Mt 14,30). Se na primeira vinda, Jesus, não foi ouvido, foi emudecido pela mão do homem, na segunda vez a voz do Senhor, irá ecoar em todos os cantos da terra.

O 3º e 4º Domingos do Advento, é uma preparação imediata para o Santo Natal.

A cada domingo do Advento Deus, nos dá uma mensagem, no 1º a mensagem é: vigiai.

Pais de família, mães de família, lideranças: acordem do sono, despertem para a vida, Deus se manifesta!

Eu não consigo entender alguém que diz: Deus me esqueceu. Deus, não me ouve! Não é verdade! Deus está ouvindo sim. Nenhum clamor passa despercebido aos ouvidos de Deus.

Se alguém diz: Deus não me dá resposta! Também não é verdade.

Como é que nós queremos ouvir Deus? Queremos que, Ele nos segure, nos chacoalhe e diga: Filho agora sou Eu que falo!?

O que precisamos mais do que Deus nos fala a cada Eucaristia, nos fala pela Sua Palavra?

O que precisamos mais, para perceber os sinais de Deus, agindo e se manifestando, nos acontecimentos da história? É só olharmos a nossa vida. Façamos a leitura de nossa história. Olhemos para este último ano, para os acontecimentos em nossa vida, em nossas famílias, os acontecimentos espirituais, e perguntemos, não o por quê, mas, para que? Perguntemos a Ele: O que queres de mim, Senhor?

Despertemos para a fé, despertemos, não fiquemos adormecido! Despertemos Deus, que está dentro de nós. Acordemos para a comunidade, acordemos para a Palavra de Deus, acordemos para o chamado de Deus, que a qualquer momento, vem a nós.

O 2º Domingo do Advento nos trás, uma mensagem, um apelo fortíssimo de conversão: “ Convertei-vos. O reino de Deus está próximo!”

Jesus virá, com a plena sabedoria, com os dons plenos do Espírito. Jesus virá uma segunda vez. E nós antes que tarde, procuremos a conversão.

João Batista, preparou os caminhos do Senhor, pregou o batismo de conversão. E, a Sagrada Escritura relata que quando batizava no Jordão, vinham os pecadores e as multidões, e João, batizava a todos. Mas, João toma uma atitude agressiva quando percebeu que chegam os fariseus e saduceus Por que será? Por que esta atitude de dizer: sepulcros caiados, raça de víboras (Mt 3,1-12)? Devido à hipocrisia, João percebe que não há uma disposição interior em de fato, se converterem, e mudarem de vida, para aceitar Jesus. Eles arrogantemente garantiam: “Nós temos o céu garantido, nós somos filhos de Abraão”.

E nós que somos católicos, batizados, nós também não achamos que temos o céu garantido?

Não basta ser católico, não basta ser batizado, se não houver uma conversão. Uma conversão interior, uma conversão que, de fato, mexa com a nossa forma de pensar, de agir.

Não adianta queremos tapear Deus. Deus não quer que vivamos na hipocrisia. Não adianta querer nos mostrar para os outros, porque Deus tudo vê. Deus sonda o nosso coração.

A conversão que o Nosso Senhor deseja, é que o nosso coração seja uma manjedoura, que o nosso coração esteja preparado para acolhê-lo.

Produzamos frutos de conversão. Se queremos viver um Santo Natal, se queremos que o ano seja repleto de paz, comecemos hoje, limpar a eira, limpar embaixo, tirar a erva daninha, tirar o que não presta, tirar o que é fútil, tirar o que é supérfluo, tirar o que não vale nada.

Aparência se desgasta, um dia nós teremos que nos olhar como somos. Convertei-vos urgentemente o Reino dos céus, em Jesus está próximo, está entre nós!

O 3º Domingo do Advento, também conhecido como domingo Gaudete (Domingo da alegria), apresenta os tempos messiânicos e funciona como uma antecipação do Natal. Deus vem salvar-nos, a sua vinda se aproxima. Nesse domingo já se anuncia a chegada do Senhor como causa de alegria para a comunidade. É como um aviso: "Ele está chegando!". Esse anúncio alegre nos contagia e nos impele a preparar uma acolhida mais calorosa e amorosa para a chegada do Senhor.

As leituras do 3º Domingo do Advento nos falam de alegria, de esperança, de tempo de graça, da chegada do Messias. A virgem Maria e João Batista, são os protagonistas da chegada do Salvador.

No 4º Domingo do Advento, às portas do Natal, somos convidados a acolher aquele que vem ao nosso encontro. O Senhor está à porta e bate! A figura da Virgem Maria simboliza a Igreja inteira à espera do Salvador. Maria é a terra fecunda para acolher a semente do Reino, é,a imagem do povo da antiga Aliança à espera do Salvador.

Evangelizar é preciso também no Natal, para que nos lembremos o sentido maior desta festa. Que saibamos que a nossa jornada, a nossa luta é uma luta constante e diária, como cristãos que devemos ser, porque não vai demorar muito, sem querer ser pessimista, iremos nos saudar: feliz dia do Papai Noel! Isso, devido a grande inversão dos valores que está acontecendo. Uma inversão perigosa onde o que é secundário se o torna principal. E, não só se referindo ao Natal, mas a toda a escala de valores do ser humano.

Portanto, o nascimento de Jesus é um chamado anual, que o Senhor nos faz: “acorde filho, desperte, saia deste torpor da fé e redimensione a tua vida”.

Neste peregrinar nós temos o amparo dos Santos, de Nossa Senhora; não para o passado, tentando encontrar Jesus na gruta de Belém do ontem, mas é um peregrinar para a gruta de Belém do amanhã, onde nós, de fato, devemos contemplar Deus face a face.

Deus que sabe da nossa fragilidade, Ele foi gente de carne e osso e foi tão humano, tão humano que só podia ser Deus.

Sabendo que nós, nessa caminhada capengamos, caímos, todo ano Ele nos dá esta oportunidade de fazer de novo brilhar a luz e que, se por acaso, nós estivermos em caminhos errados, tortuosos, retomemos o caminho para gruta, retomemos e condicionemos a nossa vida pessoal e familiar na busca desde Deus.

No Natal, quem nasce não é mais um dos grandes personagens, é Nosso Deus, ou partimos do principio que, quem nasce é o Deus Encarnado, ou a nossa fé é vã.

À partir desta verdade, deste sinal de Deus, que nós devemos procurar conduzir nossa vida; volto a dizer que é partindo deste principio que, na historia da salvação bíblica e de hoje, nós temos que tomar uma posição.

A estrela, a luz, brilhou para todos, não brilhou só para os três reis magos. Eles não tiveram um céu particular. A estrela, a luz foi comum a todos, mas somente aqueles que estavam desprovidos, vigilantes, esvaziados do mundo, conseguiram perceber.

Os pastores perceberam o sinal e foram até a gruta ver o Menino (Lc 2, 16). Os magos vendo o sinal seguiram até Jesus. Herodes teve as mesmas chances: culto, teve o ensinamento desses próprios magos, mas ao invés de aceitar Jesus, mandou dizimar todos os recém nascidos (Mt 2, 2.7.16).

Sinceramente, nos cabe uma pergunta simples, tão simples quanto o mandamento do amor: De que lado estamos diante dos sinais de Deus? Deus dá os sinais, claro que ele não vai mandar nenhum kairós, ou nenhum momento de anjos teofânico, mas Deus dá sinais, é só olhar para nossa vida. Sinais visíveis onde Ele mostra o caminho certo, diante destes sinais: qual é a nossa posição? Temos procurado ter docilidade à ação do Espírito, ou como Herodes e tantos outros, criar resistência a ação de Deus?

Natal meus irmãos, não é uma festa de hoje; os antigos padres da Igreja ensinavam que a gruta de Belém, fim último de todos nós, é uma gruta muito pequena e o próprio Jesus a descreveu numa imagem da porta estreita. Santo Ambrósio disse: “Para entrar na gruta e ver o pobre entre os pobres, só passará pela porta, quem for humilde de coração, quem for despojado de toda a arrogância, de toda empáfia, porque, Deus se fez homem para fazer do homem um Deus.”

Que o natal, não seja do papai Noel, não matemos o Menino Jesus, deixemos que o aniversariante venha com toda luz, com todo brilho, com toda libertação. Como diz Pe. Libânio: “Chega de tantos cristãos e tanta religiosidade, sem de fato uma libertação em Cristo”.

Façamos do Natal seja um encontro pessoal com Jesus, um renascer de Deus em nós. Seja uma entrada na gruta de Belém, e que ao sairmos desta gruta, como os pastores, saiamos renovados e dispostos a construir um mundo solidário, mais justo e mais fraterno.

http://www.padrereginaldomanzotti.org.br 

NOVO GOVERNO PROVINCIAL - PRONEB

Eleitos, hoje, em Caruaru-PE, os nossos superiores para o triênio dezembro/2012 a dezembro/2015

Ministro Provincial: Frei Francisco de Assis Barreto
Vigário Provincial: Frei Franklin Alves Diniz
II definidor: Frei Jociel João Gomes da Silva
III definidor: Frei José Soares da Silva
IV definidor: Frei Reginaldo Ferreira da Silva Mendonça


http://proneb-capuchinhos.blogspot.com.br/

terça-feira, dezembro 18, 2012

Oração pela família no Natal

Senhor, diante de teu presépio
venho pedir por minha família.
Abençoa as pessoas que amo
onde quer que estejam.
Que dentro de nosso lar habite
a confiança de tua mãe, Maria,
o zelo de teu pai, José,
e a inocência de teu rosto de criança.
Afugenta de nossa casa as dores,
lágrimas e angústias causadas por
tantos Herodes que lutam por
matar nossos sonhos de paz.
Concede-nos a saúde do corpo e
da alma, para que possamos cantar
teus louvores a cada dia deste novo ano.
Que nossas portas estejam sempre
abertas para ti, nas visitas que nos fazes
em tantos rostos sofridos.
Dá-nos a alegria de tua presença em
nosso lar: o maior de todos os presentes possíveis.
Abençoa minha família neste Natal, Senhor.
Amém.

franciscano.org.br

segunda-feira, dezembro 17, 2012

Você entende o significado da oração do Credo?

Jéssica Marçal
Da Redação


Neste 'Ano da Fé', proclamado pelo Papa Bento XVI para o período de 11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013, o Santo Padre pede aos fiéis para que rezem a oração do Credo. Esta é a profissão de fé dos fiéis, ou seja, expressa qual é a verdadeira crença dos fiéis católicos. Nesta semana, o noticias.cancaonova.com exibe uma série de cinco reportagens que refletem o significado da oração.

Existem duas formas de se rezar o Credo. Padre Antônio Justino Filho, conhecido como padre Toninho da Comunidade Canção Nova, explicou que a primeira, denominada Credo niceno-constantinopolitano, é resultado dos primeiros concílios ecumênicos da Igreja: o Niceno, de Niceia, no ano 325, e o de Constantinopla, em 381.

O sacerdote disse que esta oração ainda é muito comum nas grandes Igrejas do Oriente e do Ocidente. Ela pode ser rezada nas Celebrações Eucarísticas dependendo da liturgia, o que acontece, normalmente, em ocasiões solenes.

Mas há uma forma mais resumida desta oração, o qual é chamado 'símbolo dos apóstolos', ou seja, o Credo que se reza normalmente na Santa Missa no momento da Profissão de Fé.

“Nós temos o 'símbolo dos apóstolos', assim chamado por ser considerado o resumo fiel da fé deles, um antigo símbolo da fé batismal da Igreja de Roma e sua grande autoridade vem do seguinte fato: ele é o símbolo guardado pela Igreja Romana, aquela na qual Pedro, o primeiro apóstolo, teve a sua fé e para onde ele trouxe a comum expressão de fé, opinião comum. Isto quem diz é Santo Ambrósio, um grande Santo da Igreja”, informou padre Toninho.

O sacerdote ressaltou que o Credo niceno constantinopolitano é o mais completo símbolo de fé. Contudo, este resumo de fé dos apóstolos aconteceu para facilitar a vida da Igreja e dos cristãos, já que a oração fruto dos dois Concílio é um Credo um pouco mais extenso.


Ano da Fé

Tendo em vista que o Credo é a profissão de fé dos fiéis, o Papa pede que todos o rezem com atenção neste 'Ano da Fé', isso porque a proposta deste Ano é, justamente, uma redescoberta da fé, de forma que os cristãos saibam entender e dar razões da fé que têm.

Quanto a isso, padre Toninho acrescentou o fato de que, muitas vezes, se reza muito rápido, mas é necessário parar e refletir sobre o que se está rezando.

“A primeira palavra que a profissão de fé nos mostra é o ‘creio’. Em que você crê? Começa daí, pois a fé é você meditar aquilo que você está rezando. Você crê em quem: no Pai, no Filho, no Espírito Santo, na Igreja, na Ressurreição da Carne? Esse crer significa a minha adesão àquilo que eu estou rezando. Então, nesse Ano da Fé, o Papa pede isso: essa maior interiorização naquilo que se reza”, destacou.

cancaonova.com

domingo, dezembro 16, 2012

3o DOMINGO DO ADVENTO: ALEGRIA E CONVERSÃO

Primeira leitura (Sofonias 3,14-18a)
Leitura da Profecia de Sofonias:
14Canta de alegria, cidade de Sião; rejubila, povo de Israel! Alegra-te e exulta de todo o coração, cidade de Jerusalém! 
15O Senhor revogou a sentença contra ti, afastou teus inimigos; o rei de Israel é o Senhor, ele está no meio de ti, nunca mais temerás o mal.
16Naquele dia, se dirá a Jerusalém: “Não temas, Sião, não te deixes levar pelo desânimo!17O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, o valente guerreiro que te salva; ele exultará de alegria por ti, movido por amor; exultará por ti, entre louvores, 18acomo nos dias de festa”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo (Isaías 12,2-6)
— Exultai cantando alegres, habitantes de Sião,/ porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel! 
— Exultai cantando alegres, habitantes de Sião,/ porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!

— Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo;/ o Senhor é minha força, meu louvor e salvação./ Com alegria bebereis no manancial da salvação,/ e direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor.
— Invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas,/ entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.
— Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos,/ publicai em toda a terra suas grandes maravilhas!/ Exultai cantando alegres, habitantes de Sião,/ porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!”


Segunda leitura (Filipenses 4,4-7)

Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses: 
Irmãos: 4Alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito, alegrai-vos. 5Que a vossa bondade seja conhecida de todos os homens! O Senhor está próximo!
6Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. 7E a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará os vossos corações e pensamento em Cristo Jesus.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Evangelho (Lucas 3,10-18)
— O Senhor esteja convosco. 
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 10as multidões perguntavam a João: “Que devemos fazer?”
11João respondia: “Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo!”
12Foram também para o batismo cobradores de impostos, e perguntaram a João: “Mestre, que devemos fazer?”
13João respondeu: “Não cobreis mais do que foi estabelecido”.
14Havia também soldados que perguntavam: “E nós, que devemos fazer?”
João respondia: “Não tomeis à força dinheiro de ninguém, nem façais falsas acusações; ficai satisfeitos com o vosso salário!”
15O povo estava na expectativa e todos perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias. 16Por isso, João declarou a todos: “Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. 17Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro; mas a palha ele a queimará no fogo que não se apaga”.
18E ainda de muitos outros modos, João anunciava ao povo a Boa Nova.



REFLEXÃO

Estamos no terceiro domingo do tempo do advento. É o domingo “Gaudete”, da alegria. Usa-se a cor rosa para a celebração da missa. Respira-se não de uma alegria eufórica, mas suave e terna.

Sofonias: “Não temas, Sião, não se te deixes levar pelo desânimo! O Senhor teu Deus está no meio de ti, o valente guerreiro que te salva; ele exultará de alegria por ti, movido por amor; exultará por ti entre louvores como nos dias de festa”.

Alegria, festa, exultação… Vejamos o que nos ensina o comentário do Missal Dominical da Paulus: “O fato de ter nos céus um Pai comum que nos ama e com quem podemos nos encontrar, não pode deixar de ser uma fonte de alegria para os cristãos, alegria que deve ser comunicada, dada aos irmãos. Muitos deram do cristianismo uma ideia falsa. Outros não fazem senão bocejar durante a assembleia eucarística. Nossa época, excessivamente problemática, perdeu o gosto pelo festivo e pela fantasia. Ainda celebramos festas, mas faltam geralmente, vida e emoção autênticas. Até as festas mais tradicionais têm algo de vazio e frenético. Simulamos ansiosamente, até obstinadamente, que nos divertimos, mas no fundo percebemos a falta de algo autêntico. A nossa fantasia também se tornou anêmica: o cinema e a televisão substituíram desastradamente os nossos sonhos. O homem é, por natureza, uma criatura que não só trabalha e pensa, mas canta, dança, reza, dialoga, celebra. Festividade e fantasia, juntamente, permitem ao homem experimentar o presente de modo mais rico, alegre e criativo. Estamos talvez assistindo hoje a um renascimento dessas faculdades que a era da industrialização havia abolido; também na igreja, o canto, a cor, o momento e novas formas de música assinalam a redescoberta da celebração” (p. 66).

João, por sua vez, nos convida à conversão. Os que experimentam a alegria da proximidade do Senhor ou os que desejam dele se acercar haverão de ser pessoas livres do egoísmo e de seus interesses pequenos. Os que tiverem duas túnicas darão uma ao que não tem. Os que têm comida partilharão com que não tem. Não se haverá de explorar ninguém. Cobra-se o que foi combinado e não mais. Os que exercem cargos de segurança publica ajam com honestidade e não entrem em esquemas de suborno e de corrupção… Quanta atualidade!

Domingo da alegria e domingo em que João, o Batista, nos convida novamente a uma transformação do coração: generosidade, decentrar-se de si mesmo, ser para…

Frei Almir Ribeiro Guimarães

franciscanos.org.br

sábado, dezembro 15, 2012

O Concílio Vaticano II: 50 anos depois. Uma chave de leitura

Por Frei Raniero Cantalamessa, OFMCap.O Papa Bento XVI participou na manhã desta sexta-feira, 14, na Capela Redemptoris Mater, no Vaticano da Segunda Pregação do Advento 2012.

1. O Concílio: a hermenêutica da ruptura e a da continuidade

Nesta meditação, gostaria de refletir sobre o segundo maior motivo de celebração deste ano: o 50º aniversário do começo do Concílio Vaticano II.
Nas últimas décadas aumentaram as tentativas de fazer uma avaliação dos resultados do Concílio Vaticano II[1]. Não é o caso agora de continuar nesta linha, e nem sequer o tempo disponível nos permitiria. Em paralelo com estas leituras analíticas, houve, desde o começo do Concílio, a tentativa de uma avaliação sintética, a busca, em outras palavras, de uma chave de leitura do evento conciliar. Gostaria de inserir-me neste esforço e tentar, até mesmo, uma leitura das diversas chaves de leitura.
Principalmente foram três as chaves de leitura: atualização (aggiornamento), ruptura, novidade na continuidade. Ao anunciar o Concílio ao mundo João XXIII usou repetidamente a palavra “aggiornamento” (atualização), que, graças a ele, entrou para o vocabulário universal. Em seu discurso de abertura do Concílio, deu uma primeira explicação do que ele quis dizer com esse termo:
“O 21º Concílio Ecumênico quer transmitir integralmente, não em partes, sem distorções, a doutrina católica [...]. Mas nós não devemos somente preservar este tesouro precioso, como se nos preocupássemos apenas da antiguidade, mas vigorosos, sem medo, devemos continuar no trabalho que a nossa época exige, seguindo o caminho que a Igreja percorreu por quase 20 séculos [... ]. É necessário que esta doutrina certa e imutável, à qual devemos dar uma adesão de fé, seja aprofundada e exposta como exigido pelos nossos tempos”[2].
Na medida em que os trabalhos e as sessões do Concílio progrediam surgiram duas linhas opostas dependendo, de acordo com as exigências expressadas pelo Papa, acentuava-se a primeira ou a segunda: ou seja, a continuidade com o passado ou a novidade com relação a ele. No meio desses últimos a palavra aggiornamento (atualização) acabou sendo trocada pela palavra ruptura. Mas com um espírito e com tentativas bem diferentes, de acordo com a própria orientação. Para a ala, assim chamada progressista, tratava-se de uma conquista a ser comemorada com entusiasmo; para o lado oposto, tratava-se de uma tragédia para toda a Igreja.
Entre essas duas frentes – que concordavam com a afirmação do fato, mas estavam opostos no juízo sobre ele – coloca-se a posição do Magistério papal que fala de “novidade na continuidade”. Paulo VI, na Ecclesiam suam retoma a palavra “aggiornamento” (atualização) de João XXIII e fala que queria tê-la presente como “endereço programático”[3]. No começo do seu pontificado João Paulo II confirmou o juízo do seu antecessor[4] e se expressou muitas vezes nessa mesma linha. Mas, foi principalmente o atual Sumo Pontífice Bento XVI que explicou o que o Magistério da Igreja entende por “novidade na continuidade”. Foi o que ele fez poucos meses depois da sua eleição, no conhecido discurso programático à Curia Romana do dia 22 de Dezembro de 2005. Escutemos algumas passagens:
“Surge a pergunta: por que a recepção do Concílio, em grandes partes da Igreja, até agora teve lugar de modo tão difícil? Pois bem, tudo depende da justa interpretação do Concílio ou como diríamos hoje da sua correta hermenêutica, da justa chave de leitura e de aplicação. Os problemas da recepção derivaram do facto de que duas hermenêuticas contrárias se embateram e disputaram entre si. Uma causou confusão, a outra, silenciosamente mas de modo cada vez mais visível, produziu e produz frutos. Por um lado, existe uma interpretação que gostaria de definir "hermenêutica da descontinuidade e da ruptura”; não raro, ela pôde valer-se da simpatia dos meios de mídia e também de uma parte da teologia moderna. [...] A hermenêutica da descontinuidade opõe-se à hermenêutica da reforma."
O papa admite que uma certa descontinuidade e ruptura ocorreu, mas ela não abarca os princípios e as verdades fundamentais da fé cristã, mas algumas decisões históricas. Entre as quais se encontra a situação de conflito que se criou entre a Igreja e o mundo moderno, que culminou na condenação total da modernidade sob Pio IX, mas também situações mais recentes, como aquela criada pelos progressos da ciência, da nova relação entre as religiões com as implicações que isso tem para o problema da liberdade de consciência; e não por último, a tragédia do holocausto que exigia um repensamento de atitudes para com o povo judeu. Escreve:
“É claro que em todos estes setores, que no seu conjunto formam um único problema, podia emergir alguma forma de descontinuidade que, de certo modo, se tinha manifestado, de fato uma descontinuidade, na qual todavia, feitas as diversas distinções entre as situações históricas concretas e as suas exigências, resultava não abandonada a continuidade nos princípios fato que facilmente escapa a uma primeira percepção. É exatamente neste conjunto de continuidade e descontinuidade a diversos níveis que consiste a natureza da verdadeira reforma”.
Se do plano axiológico, ou seja dos princípios e dos valores, passamos ao plano cronológico, poderemos dizer que o Concílio representa uma ruptura e uma descontinuidade com relação ao passado próximo da Igreja e representa ao contrário uma continuidade com relação ao seu passado remoto. Em muitos pontos, sobretudo no ponto central que é a ideia da Igreja, o concílio quis fazer um retorno às origens, às fontes bíblicas e patrísticas da fé.
A leitura do Concílio assumida pelo Magistério, ou seja, a da novidade na continuidade, tinha tido um ilustre precursor no “Ensaio sobre o desenvolvimento da doutrina cristã” do cardeal Newman, definido muitas vezes, também por este, “o Pai ausente do Vaticano II”. Newman demonstra que, quando se trata de uma grande ideia filosófica ou uma crença religiosa, como é o cristianismo, “não é possível julgar pelo seu começo qual seja a sua virtualidade e as metas às quais tende. [...]. De acordo com as novas relações que ela chega a ter, surgem perigos e esperanças e princípios antigos reaparecem sob nova forma. Ela muda junto com eles para ficar sempre idêntica a si mesma. Num mundo sobrenatural as coisas acontecem de forma diferente, mas aqui sobre a terra viver é transformar-se e a perfeição é o resultado de muitas transformações”[5].
São Gregório Magno antecipava, de certa forma, esta convicção quando afirmava que a Escritura “cum legentibus crescit”, cresce com aqueles que a lêem”[6]; ou seja, cresce a força de ser lida e vivida, na medida que surgem novas perguntas e novos desafios da história. Portanto, a doutrina da fé muda, mas para ficar fiel a si mesma; muda nas contingências históricas, para não mudar na substância, como dizia Bento XVI.
Um exemplo trivial, mas indicativo é aquele do idioma. Jesus falava a língua do seu tempo; não o hebraico que era a língua nobre e das Escrituras (o latim do tempo!), mas o aramaico falado pelo povo. A fidelidade a este dado inicial não podia consistir, e não consistiu, no continuar a falar em aramaico a todos os futuros ouvintes do evangelho, mas no falar grego ao Gregos, latim aos Latinos, armênio com os Armênios, copto com os cóptos, e assim até os dias de hoje. Como dizia Newman, é justamente mudando que muitas vezes se é fiel ao dado original.

2. A letra mata, o Espírito vivifica
Com todo o respeito e admiração devidos à imensa e pioneira contribuição do Cardeal Newman, a distância de um século e meio do seu ensaio, e com o que o cristianismo viveu nesse meio tempo, não é possível, ainda, não relevar também uma lacuna no desenvolvimento do seu argumento: a quase total ausência do Espírito Santo. Na dinâmica do progresso da doutrina cristã, ele não tem em conta com suficiente clareza o papel de destaque que Jesus tinha reservado para o Paráclito ao revelar aos discípulos aquelas verdades que eles ainda não podiam “carregar o peso” e no conduzi-los “à toda a verdade” (Jo 16, 12-13).
De fato, o que é que permite resolver este paradoxo e falar de novidade na continuidade, de permanência na mudança, a não ser o Espírito Santo na Igreja? Santo Irineu o tinha percebido perfeitamente quando afirma que a revelação é como um “depósito precioso contido num vaso de valor que, graças ao Espírito de Deus, rejuvenesce sempre e faz rejuvenescer também o vaso que a contém”[7]. O Espírito Santo não fala palavras novas, não cria novos sacramentos, novas instituições, mas renova e vivifica perenemente as palavras, os sacramentos e as instituições criadas por Jesus. Não faz coisas novas, mas faz novas todas as coisas!
A insuficiente atenção ao papel do Espírito Santo explica muitas das dificuldades surgidas na recepção do Concílio Vaticano II. A Tradição, em nome da qual alguns rejeitaram o Concílio, era uma Tradição onde o Espírito Santo não desempenhava nenhum papel. Era um conjunto de crenças e de práticas fixadas uma vez por todas, e não a onda da pregação apostólica que avança e se propaga nos séculos e, como toda onda, só pode ser percebida em movimento. Congelar a Tradição e fazê-la partir, ou terminar, a um certo ponto, significa fazer uma morta tradição e não como a define Irineu uma “viva Tradição”. Charles Péguy expressa, como poeta, esta grande verdade teológica:
“Jesus não nos deu palavras mortas
Que devamos colocar em pequenas caixas (ou em grandes)
E que devemos conservar em óleo rançoso…
Como as múmias do Egito.
Jesus Cristo não nos deu enlatados de palavras para conservar.
Mas deu-nos palavras de vida para alimentar …
Depende de nós, doentes e de carne,
Fazer viver e alimentar e manter vivas no tempo
Aquelas palavras pronunciadas vivas no tempo”[8]
Porém, rapidamente é necessário dizer que também na frente de batalha do extremismo oposto as coisas não são diferentes. Aqui se falava voluntariamente do “espírito do Concílio”, mas não se tratava, infelizmente, do Espírito Santo. Por “espírito do Concílio entendia-se o de mais entusiasmo, de coragem inovadora, que não teria sido possível entrar nos textos do Concílio por causa das resistências de alguns e do necessário compromisso entre as partes.
Gostaria agora de ilustrar aquela que, para mim, parece ser a verdadeira chave de leitura pneumática do Concílio, ou seja, qual é o papel do Espírito Santo na atuação do Concílio. Retomando um pensamento ousado de Santo Agostinho sobre o jargão paulino da letra e o Espírito (2 Cor 3, 6), São Tomás de Aquino escreve:
“Por letra entende-se toda lei escrita que permanece fora do homem, também os preceitos morais contidos no Evangelho; pelo qual a letra do Evangelho mataria, se não se acrescentasse, dentro, a graça da fé que cura”.[9]
No mesmo contexto, o santo doutor afirma: “A nova lei é principalmente a mesma graça do Espírito Santo que é dada aos crentes”[10]. Os preceitos do Evangelho são também a nova lei, mas em um sentido material, quanto ao conteúdo; a graça do Espírito Santo é a nova lei em sentido formal, enquanto que dá a força de colocar em prática os mesmos preceitos evangélicos. É aquela que Paolo define “a lei do Espírito que dá a vida em Cristo Jesus” (Rm 8, 2).
Este é um princípio universal que se aplica a toda lei. Se até mesmo os preceitos evangélicos, sem a graça do Espírito Santo, seriam “letra que mata”, o que dizer dos preceitos da Igreja, e o que dizer, no nosso caso, dos decretos do Concílio Vaticano II? A “implementação”, ou a atualização do Concílio não acontece portanto diretamente, não necessita procurá-la na aplicação literal e quase mecânica do Concílio, mas “no Espírito”, entendendo com isso o Espírito Santo e não um vago “espírito do concílio” aberto a todo subjetivismo. O Magistério papal foi o primeiro a reconhecer esta exigência. João Paulo II, em 1981, escrevia:
“Todo o trabalho de renovação da Igreja, que o Concílio Vaticano II providencialmente propôs e começou – renovação que deve ser ao mesmo tempo “atualização” (aggiornamento) e consolidação no que é eterno e constitutivo para a missão da Igreja – não pode realizar-se a não ser no Espírito Santo, ou seja com a ajuda da sua luz e do seu poder”[11].

3. Onde buscar os frutos do Vaticano II
Aconteceu mesmo este suspirado “novo Pentecostes”? Um célebre estudioso de Newman, Ian Ker, ressaltou a contribuição que pode ser dada por ele não só para o entendimento do desenrolar-se do concílio, mas também para o entendimento do pós-concílio[12]. Depois da definição da infalibilidade papal no Vaticano I, em 1870, o cardeal Newman refletiu sobre os concílios em geral e sobre o sentido das suas definições. Sua conclusão: os concílios podem ter efeitos não pretendidos por quem participou deles. Os participantes podem enxergar muito mais, ou muito menos, do que os resultados que vão ser produzidos por essas decisões.
Desta forma, Newman aplicava às definições conciliares o princípio do desenvolvimento, que tinha proposto acerca da doutrina cristã em geral. Um dogma, como qualquer outra grande ideia, não pode ser entendido por completo antes de serem avaliadas as suas consequências e desenvolvimentos históricos; para usar a sua comparação, só depois que o rio parte do terreno acidentado em que nasceu e desce até encontrar o seu leito mais amplo e profundo[13]. Aconteceu assim com a definição da infalibilidade papal, que, no calor do momento, foi entendida por muitos como algo maior do que aquilo que a Igreja e o próprio papa quiseram apresentar. Ela não tornaria inútil qualquer futuro concílio ecumênico, como alguns temiam ou esperaram. E disto, o Vaticano II serve como confirmação[14].Achamos uma singular confirmação no princípio hermenêutico de Gadamer sobre a “história dos efeitos” (Wirkungsgeschichte), segundo o qual, para se compreender um texto, deve-se levar em conta o conjunto de efeitos que ele produziu na história, inserindo-se nessa história e dialogando com ela[15]. Isto é o que acontece de forma exemplar na leitura espiritual das Escrituras. Ela não explica o texto apenas à luz das coisas que o precederam, como ocorre na leitura histórico-filológica ao pesquisar as fontes, mas também à luz do que se seguiu, explicando a profecia à luz do seu cumprimento em Cristo, e o Antigo Testamento à luz do Novo.
Tudo isso lança uma luz única sobre o período pós-conciliar. Aqui também as realizações reais se posicionam, talvez, de modo diferente do que considerávamos inicialmente. Nós olhávamos para a mudança nas estruturas e nas instituições, para uma distribuição diferente do poder, para a língua a ser usada na liturgia, e não percebíamos o quanto essas mudanças eram pequenas em comparação com o que o Espírito Santo estava fazendo. Nós achávamos que romperíamos os odres velhos com as nossas próprias mãos, quando Deus, na verdade, nos propunha o seu método de romper os odres velhos pondo neles vinho novo.
Quando perguntados se houve um novo Pentecostes, devemos responder sem hesitação: sim! Qual é o sinal mais convincente dele? A renovação da qualidade da vida cristã, em todo lugar em que esse Pentecostes foi acolhido. O fato doutrinariamente mais qualificativo do Vaticano II são os dois primeiros capítulos da Lumen gentium, que definem a Igreja como sacramento e como povo de Deus a caminho, sob a orientação do Espírito Santo, inspirada pelos seus carismas, sob a orientação da hierarquia. A Igreja, enfim, como mistério e instituição; como koinonia mais do que hierarquia. João Paulo II relançou esta visão fazendo da sua implementação a prioridade no começo no novo milênio[16].
Perguntamos: onde é que esta imagem de Igreja passa dos documentos para a vida? Onde é que ela ganha “carne e sangue”[17]? Onde é que a vida cristã é vivida de acordo com “a lei do Espírito”, com alegria e convicção, por atração e não por obrigação? Onde é que a palavra de Deus é tida na mais alta honra, e manifestam-se os dons, e sente-se mais forte a ânsia da nova evangelização e da unidade dos cristãos?
Tratando-se de fatos interiores, do coração das pessoas, a resposta definitiva para estas questões somente Deus possui. Devemos repetir, sobre o novo Pentecostes, o que Jesus disse do reino de Deus: “Ninguém dirá ‘Ei-lo aqui’, ou ‘Lá está ele’. O reino de Deus está no meio de vós” (Lc 17, 21). Podemos, no entanto, captar os seus sinais, auxiliados pela sociologia religiosa que lida com essas coisas. A partir deste ponto de vista, a resposta para muitas daquelas perguntas é: nos movimentos eclesiais!
Há algo que devemos precisar. Dos movimentos eclesiais, se não na forma, certamente em substância, também fazem parte as paróquias, associações de fiéis e novas comunidades em que se vive a mesma koinonia e a mesma qualidade de vida cristã. Deste ponto de vista, movimentos e paróquias não devem ser vistos em contraposição ou em competição uns com os outros, mas unidos na realização, de um modo diferente, do mesmo modelo de vida cristã. Entre eles, há também algumas das comunidades ditas “de base”, aquelas em que o fator político não assumiu a precedência sobre o religioso.
Devemos insistir no correto nome: movimentos “eclesiais”, não movimentos “leigos”. A maioria deles é formada não por apenas uma, e sim por todas as partes da Igreja: leigos, é claro, mas também bispos, padres, freiras. Eles representam todos os carismas, o “povo de Deus” da Lumen Gentium. É apenas por razões práticas que o Conselho Pontifício para os Leigos se ocupa deles, dado que já existem as congregações para o clero e para os religiosos.
João Paulo II viu nesses movimentos e comunidades paroquiais “os sinais de uma nova primavera da Igreja”[18]. O mesmo foi manifestado, várias vezes, pelo papa Bento XVI [19]. Na homilia da missa crismal da quinta-feira santa de 2012, ele disse:
“Quem olha para a história do pós-concílio pode reconhecer a dinâmica da verdadeira renovação, que tantas vezes tomou formas inesperadas em movimentos cheios de vida e que torna quase tangíveis a inexaurível vivacidade da santa Igreja, a presença e a ação eficaz do Espírito Santo”.
Falando dos sinais de um novo Pentecostes, não podemos deixar de mencionar em particular, ainda que fosse apenas pela extensão do fenômeno, a Renovação Carismática, que, mesmo não sendo um movimento eclesial no sentido estrito e sociológico do termo (não tem um fundador, uma estrutura e uma espiritualidade própria), é, ainda assim, uma corrente de graça destinada a se dispersar na Igreja como uma descarga elétrica na Missa.
Em 1973, quando um dos arquitetos do concílio Vaticano II, o cardeal Suenens, ouviu falar do fenômeno pela primeira vez, ele estava escrevendo o livro “O Espírito Santo, fonte da nossa esperança”, e nos conta o seguinte em suas memórias:
“Eu parei de escrever o livro. Considerei uma questão de coerência básica prestar atenção ao Espírito Santo, que pode se manifestar de maneiras surpreendentes. Eu estava particularmente interessado no despertar dos carismas, uma vez que o concílio tinha impulsionado esse despertar”.
E, depois de verificar em pessoa e viver de dentro aquela experiência, compartilhada por milhões de outras pessoas, ele também escreveu:
“Paulo e os Atos dos Apóstolos parecem de repente ganhar vida e se tornar parte do presente. O que era realmente verdadeiro no passado parece estar acontecendo de novo diante dos nossos olhos. É uma descoberta da verdadeira ação do Espírito Santo, sempre atuante, como Jesus prometeu. Ele mantém a sua palavra. É mais uma vez uma explosão do Espírito de Pentecostes, uma alegria que tinha se tornado desconhecida para a Igreja”[20].
Os movimentos eclesiais e as novas comunidades não esgotam todo o potencial e as expectativas de renovação do concílio, mas respondem à mais importante delas, pelo menos aos olhos de Deus. Eles não estão livres de fraquezas e desvios parciais, mas que outra grande novidade na história da Igreja não sofreu as falhas humanas? Não foi a mesma coisa quando, no século XIII, apareceram as ordens mendicantes? Foram os papas romanos, especialmente Inocêncio III, que reconheceram e acolheram aquela graça pela primeira vez, incentivando o resto do episcopado a fazer o mesmo.
4. Uma promessa cumprida
Qual é, então, o significado do concílio como conjunto dos documentos produzidos, Dei Verbum,Lumen Gentium, Gaudium et Spes, Nostra Aetate, etc.? Vamos deixá-los todos de lado e esperar tudo do Espírito? A resposta está contida na frase com que Agostinho resume a relação entre a lei e a graça: “A lei foi dada para buscarmos a graça, e a graça foi dada para observarmos a lei”[21]. O Espírito não dispensa o valor da letra, ou seja, os decretos, o Vaticano II. Ao contrário, é ele quem nos leva a estudá-los e a colocá-los em prática. E, de fato, fora do ambiente acadêmico, onde são objeto de discussão e de estudo, é nas realidades da Igreja mencionadas acima que eles são tidos de fato em maior consideração.
Eu mesmo experimentei isto. Eu me livrei de preconceitos contra judeus e protestantes, acumulados durante os anos de formação, não pela leitura da Nostra Aetate, mas por ter feito também, à minha humilde maneira e graças a alguns irmãos, a experiência do novo Pentecostes. Depois eu senti a necessidade de reler a Nostra Aetate, como reli ainda a Dei Verbum após o Espírito incutir em mim um novo amor pela palavra de Deus e pela evangelização. O movimento, entretanto, pode acontecer nas duas direções: alguns, para usar a linguagem de Agostinho, são incentivados a partir da letra para buscar o Espírito, e outros são movidos pelo Espírito a observar a letra.
O poeta Thomas S. Eliot compôs versos que podem nos iluminar quanto ao significado das celebrações do 50º aniversário do Concílio Vaticano II:
“Não devemos nos deter em nossa exploração,
E o fim do nosso explorar
Será chegar ao ponto donde partimos
E conhecer o lugar pela primeira vez” [22].

Depois de muitas explorações e controvérsias, somos levados de volta para o lugar onde começamos: no caso, o concílio. Mas todos os trabalhos em torno dele não foram em vão, porque, no sentido mais profundo, só agora somos capazes de “conhecer o lugar pela primeira vez”, de avaliar o seu verdadeiro significado, desconhecido para os Padres do concílio.
Isso nos permite dizer que a árvore crescida do concílio é coerente com a semente da qual nasceu. De onde nasceu o evento do concílio Vaticano II? As palavras com que João XXIII descreve a emoção que acompanhou “o súbito florescimento em seu coração e em seus lábios da simples palavra concílio”[23] sugerem os sinais de uma inspiração profética. Ao encerrar a primeira sessão, ele falou do concílio como “um novo e desejado Pentecoste, que há de enriquecer a Igreja com abundância de energias espirituais”[24].
Depois de 50 anos, não podemos deixar de constatar o cumprimento da promessa feita por Deus à Igreja, pela boca de seu humilde servo, o beato João XXIII. Se nos parecer exagerado falar de um novo Pentecostes, diante de todos os problemas e conflitos que surgiram na Igreja depois e por causa do concílio, o que temos a fazer é reler os Atos dos Apóstolos e observar que os problemas e disputas já ocorreram após o primeiro Pentecostes. E não menos acalorados que os de hoje! T

[Tradução Equipe ZENIT]

[1] Cf. Il Concilio Vaticano II. Recezione e attualità alla luce del Giubileo (O Concílio Vaticano II. Recepção e atualidade á luz do Jubileu), aos cuidados de R. Fisichella, Ed. San Paolo 2000.
[2] João XXIII, Discurso de abertura do Concílio, n. 6,5 (Os textos do Concílio são tirados da versão que se encontra no site oficial do Vaticano).
[3] Paolo VI, Enc. Ecclesiam suam, 52; cf. também Insegnamenti di Paolo VI, vol. IX (1971), p. 318.
[4] João Paolo II, Audiência Geral do 1 Agosto 1979.
[5] J.H. Newman, Lo sviluppo della dottrina cristiana, (O progresso da doutrina cristã), Bolonha, Il Mulino 1967, pp.46 s.
[6] Gregorio Magno, Commento a Giobbe (Comentário a Jó) XX,1 (CC 143 A, p. 1003).
[7] S. Ireneo, Contra as heresias III, 24,1.
[8] Ch. Péguy, Le Porche du mystère de la deuxième vertu, La Pléiade, Paris 1975, pp. 588 s. (trad. ital. di M. Cassola, Milano 1978, pp. 60-62).
Ces paroles prononcées vivantes dans le temps ».
[9] Tomas de Aquino, Summa theologiae, I-IIae, q. 106, a. 2.
[10] Ibid., q. 106, a. 1; cf já Agostinho, De Spiritu et littera, 21, 36.
[11] Joao Paulo II, Carta apostólica A Concilio Constantinopolitano I, 25 março 1981, in AAS 73 (1981) 515-527.
[12] I. Ker, Newman, the Councils, and Vatican II, in “Communio”. International Catholic Review, 2001, págs. 708-728.
[13] Newman, op. cit. p.46.
[14] Exemplo ainda mais claro aconteceu no concílio ecumênico de Éfeso, em 431, com a definição de Maria como Theotokos, Mãe de Deus. O concílio queria unicamente afirmar a unidade de pessoa de Cristo. No entanto, deu imenso impulso ao crescimento da devoção mariana e à construção das primeiras basílicas dedicadas a ela. A unidade de pessoa de Cristo foi definida depois, em outro contexto e com mais equilíbrio, no concílio de Calcedônia, em 451.
[15] Cf H.G. Gadamer, Wahrheit und Methode, Tübingen 1960.
[16] Novo millennio ineunte, 42.
[17] I. Ker, art. cit. p.727.
[18] João Paulo II, Novo millennio ineunte,46.
[19] Cf. discurso na vigília de Pentecostes em 2006.
[20] Card. L.-J. Suenens, Memories and Hopes, Dublin, Veritas 1992, pág. 267.
[21] Agostinho, De Spiritu et littera ,19,34.
[22] T.S. Eliot, Four Quartets V , The Complete Poems and Plays, Faber & Faber, Londres 1969, p.197.
[23] João XXIII, Discurso de abertura, Vaticano II, 11 de outubro de 1962, núm 3,1
[24] João XXIII, Discurso de encerramento do primeiro período do concílio, 8 de dezembro de 1962, núm. 3,6.


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