SEJAM BEM-VINDOS!

Caríssimos(as) Irmãos(as), saudamos a todos vocês com a Paz e o Bem contidas no Cristo Jesus e em São Francisco de Assis.



domingo, novembro 30, 2014

ADVENTO - 1o domingo, ano B, roxo

Leituras do Dia
1ª Leitura - Is 63,16b-17.19b;64,2b-7
Salmo - Is 79 2ac.3b.15-16.18-19(R.4)
2ª Leitura - ICor 1,3-9
Evangelho - Mc 13,33-37

Estar pronto para Cristo

Começa o Advento, início do novo ano litúrgico (Ano B). Na 1ª leitura, o profeta Isaías provoca Deus a “rasgar o céu” e a descer para nos salvar. Estamos murchos como folhas mortas. E, contudo, Deus é nosso Pai, nós somos obra de suas mãos. Como o povo humilhado, no tempo do exílio babilônico, fazemos nosso o desejo de que Deus venha nos socorrer. Encontrar-se com Deus não é motivo de terror, mas de esperança. Se nos voltarmos para ele, ele se voltará para nós.

Na 2ª leitura, Paulo nos assegura que Deus nos fortalecerá até o fim, quando Cristo abrirá o céu e descerá para nos fazer entrar em sua glória. O encontro definitivo com Deus significa para o cristão a plena manifestação daquilo que Cristo iniciou.

O evangelho, todavia, adverte: não sabemos quando o Senhor voltará para pedir contas do serviço que ele deixou em nossas mãos. Por isso, convém vigiar. A ressurreição de Jesus é como a viagem de um empresário. Enquanto ele está fisicamente longe somos nós os responsáveis por sua obra. Ora, a obra que Jesus iniciou e levou a termo, até a morte, foi a obra da justiça e do amor fraterno. Quando nos empenhamos por isso, sua obra acontece. A causa de Deus é causa nossa. Devemos sempre estar preocupados com o amor fraterno, que Jesus deixou aos nossos cuidados e do qual ele mesmo deu o exemplo até o fim.

O ano litúrgico é o espelho de nossa vida. Desde o início, coloca-nos na presença permanente de Deus como sentido último de nossa vida, a cada momento. Põe diante de nossos olhos a vocação final: o encontro com Cristo na glória de seu Pai. Nesta perspectiva, sentimo-nos obra inacabada, mas em Cristo temos o exemplo e a garantia do acabamento que Deus nos quer conferir: uma vida doada no amor até o fim. Jesus, ressuscitado e vivo na glória do Pai, quer vir até nós, para completar a obra do Pai em nós e nos aperfeiçoar no amor fraterno, com a condição de sermos encontrados empenhados no serviço que ele nos confia.

Advento é preparação para Natal, celebração da vinda de Jesus no meio de nós. Vinda no presépio, mas também vida no dia-a-dia e no encontro definitivo. Advento significa que nos preparamos para nos encontrar com ele, na alegria, cuidando do amor que ele veio aperfeiçoar em nós.

Deus nos respeita tanto que conta com a nossa colaboração; a salvação não vem só de um lado. Em Jesus, ele nos mostrou em que consiste sermos salvos: em sermos como Jesus, agora, na vida terrena, e eternamente, na glória. Essa é a parte da salvação que Deus realiza. A nossa parte é: estarmos prontos, acatarmos sua obra, no amor disponível e eficaz de cada dia. Muitos, hoje, se sentem abandonados, deprimidos. Existe até uma indústria da depressão, procurando vender remédios antidepressivos... “Há alguém que se preocupe comigo?”, pergunta o deprimido. Mas talvez ele não se prontifique para encontrar Aquele que transforma nossa vida debilitada em esperança engajada... Por isso, a liturgia nos ensina a correr ao seu encontro!

Pe. Johan Konings SJ 
domtotal.com.br

sábado, novembro 29, 2014

Todos os Santos da Ordem Franciscana - 29 de novembro

Santos canonizados da primeira ordem, 110; Santas canonizadas da segunda ordem, 9; Santos e Santas canonizados da terceira ordem regular e secular, 53; Religiosos da primeira ordem beatificados, 161; Religiosas da segunda ordem beatificadas, 34; da terceira ordem regular e secular, 95 beatificados. Total de membros das ordens franciscanas canonizados e beatificados, no fim do milênio, 482.

No aniversário da aprovação da regra de São Francisco Honório III, no dia 29 de novembro de 1223. A ordem franciscana recolhe-se em oração festiva para contemplar a grandiosa árvore de santidade nascida daquele livrinho que Francisco dizia ter recebido do próprio Jesus e constituía a “medula do Evangelho”.

Era esse precisamente o projeto de vida e o carisma do pobrezinho: ser sal da terra e luz do mundo, fazer reviver na Igreja o Evangelho em sua pureza, ou seja, apresentar perante os homens a vida de Cristo em todas as suas dimensões: desde a pobreza ao zelo pela salvação de todos, do anúncio da Boa Nova ao sacrifício da cruz.

Quem poderia contar a imensa multidão de Santos, Beatos, Veneráveis e Servos de Deus – se quisermos utilizar esta terminologia canônica – ou melhor ainda, de todos os irmãos e irmãs, sem nome e sem rosto, que nos limites da sua fragilidade viveram a perfeição evangélica, fazendo da regra franciscana a norma da sua vida? É um imenso capital de santidade e de amor, muitas vezes desconhecido, outras vezes esquecido, quando não mesmo desprezado pelo mundo! O bem dá menos nas vistas do que o mal; no entanto, a história do bem, tantas vezes anônima e despercebida, tem escrito o nome e o rosto de Cristo. É essa história que impede o mundo de cair no desespero e fecunda as atividades da Igreja.

São Francisco disse um dia aos irmãos, numa explosão de alegria: “Caríssimos, consolai-vos e alegrai-vos no Senhor! Não vos deixeis entristecer pelo fato de serem poucos, nem vos assusteis da minha simplicidade nem da vossa, pois o Senhor me revelou que há de fazer de nós uma inumerável multidão e nos propagará até os confins do mundo. Ele me mostrou um grande número de pessoas a vir ter conosco, com o desejo de viverem segundo a nossa regra. Ainda me parece ouvir o ruído dos seus passos! Enchiam diversos caminhos, vindos de todas as nações: eram franceses, espanhóis, alemães, ingleses, uma turba imensa de várias outras línguas e nações”.

Ao ouvirem estas palavras, uma santa alegria se apoderou dos irmãos, pela graça que Deus concedia ao seu Santo.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.
http://www.franciscanos.org.br

sexta-feira, novembro 28, 2014

Rezar não é perder tempo, diz Papa Francisco

Leituras do Dia
1ª Leitura - Ap 20,1-4.11-21,2
Salmo - Sl 83 (84),3. 4. 5-6a.8a (R. Ap 21,3b)
Evangelho - Lc 21,29-33


Vaticano, 27 Nov. 14 / 03:17 pm (ACI/EWTN Noticias).- No discurso aos participantes da assembleia plenária dos religiosos e consagrados na manhã de hoje, o Papa Francisco assegurou que “rezar não é perder tempo, adorar Deus não é perder tempo, louvar Deus não é perder tempo”.

Assim indicou o Santo Padre nas suas palavras aos participantes da plenária da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, a quem assinalou: “Digam aos novos membros, por favor, digam que rezar não é perder tempo, adorar Deus não é perder tempo, louvar Deus não é perder tempo. Se nós consagrados não paramos todos os dias diante de Deus na gratuidade da oração, o vinho será vinagre!”.

O Papa fez esta afirmação em relação ao tema da plenária “Vinho novo em odres novos”. Aos cerca de 80 participantes, o Santo Padre disse que “na parcela da vinha do Senhor representada pelos que escolheram imitar a Cristo mais de perto mediante a profissão dos conselhos evangélicos, amadureceu a uva nova e se espremeu o vinho novo”.

“Nestes dias se propôs discernir a qualidade e o sabor do ‘vinho novo’ colhido na longa temporada da renovação, e ao mesmo tempo avaliar se os odres que o contêm, representados pelas formas institucionais presentes hoje em dia na vida consagrada, são adequados para conter este ‘vinho novo’ e favorecer o seu pleno amadurecimento”.

“Como lhes recordei outras vezes não devemos ter medo de deixar os ‘odres velhos’: quer dizer, de renovar os hábitos e as estruturas que, na vida daIgreja e, portanto, também na vida consagrada já não respondem ao que Deus pede hoje para fazer avançar o seu Reino no mundo: As estruturas que nos dão falsa proteção e que condicionam o dinamismo da caridade; os hábitos que nos afastam do rebanho ao qual somos enviados e nos impedem de escutar o grito de quantos esperam a Boa Nova de Jesus Cristo”.

O Santo Padre exortou a não esconder “os pontos fracos que a vida consagrada pode ter nos nossos dias como a resistência de alguns setores à mudança, a menor força de atração, o importante número de abandonos, a fragilidade de alguns caminhos de formação, o afã pelas tarefas institucionais e ministeriais em detrimento da vida espiritual, a difícil integração da diversidade cultural e geracional, o problemático equilíbrio no exercício da autoridade e no uso de bens”.

“Preocupa-me também a pobreza... Santo Inácio dizia que a pobreza é a mãe e também o muro da vida consagrada. E é mãe também porque dá vida e como muro protege do mundanismo. Continuem querendo escutar os sinais do Espírito que abre novos horizontes e empurra a novos caminhos, sempre partindo da regra suprema do Evangelho e inspirados pela audácia criativa de seus fundadores e fundadoras”.

O Papa enumerou depois os critérios de orientação a seguir na “árdua tarefa de avaliar o vinho novo e comprovar a qualidade dos odres que devem contê-lo”, citando entre eles, a originalidade evangélica das opções, a fidelidade carismática, a primazia do serviço, a atenção aos menores e mais frágeis e o respeito pela dignidade de cada pessoa.

Antes de finalizar, animou os presentes a continuarem trabalhando com generosidade e engenho na vinha do Senhor, “para colher o vinho bom que revitaliza a vida da Igreja e alegra os corações de tantos irmãos e irmãs necessitados de sua atenção”.

Logo destacou que “nem a substituição dos odres velhos pelos novos é automática, requer o compromisso e a capacidade para proporcionar o espaço idôneo para acolher e fazer frutificar os dons com que o Espírito continua embelezando a Igreja, sua esposa”.

Para concluir o Papa disse: “não se esqueçam de continuar no caminho de renovação iniciado e, em grande medida, realizado nos últimos cinquenta anos, examinando toda novidade à luz da Palavra de Deus e escutando as necessidades da Igreja e do mundo contemporâneo e utilizando todos os meios que a Igreja põe a sua disposição para avançar no caminho da santidade pessoal e comunitária. E entre estes meios o mais importante é a oração”.

acidigital.com

quinta-feira, novembro 27, 2014

A alegria transbordante da vida consagrada

Leituras do Dia
1ª Leitura - Ap 18,1-2.21-23; 19,1-3.9a
Salmo - Sl 99 (100),2. 3. 4. 5 (R. Ap 19,9a)
Evangelho - Lc 21,20-28

"Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Com Jesus Cristo sempre nasce e renasce a alegria". Com estas palavras tão animadoras e exortativas o Papa Francisco lançava a Carta Circular Alegrai-vos, para o Ano da Vida Consagrada, que inicia neste 1º Domingo de Advento. Um ano para valorizar o dom destas pessoas que foram encontradas, alcançadas e transformadas pelo olhar e pelo chamado de Cristo.

Um ano de graça para reexperimentar a alegria de seguir a Jesus através da profissão dos votos. Mas também um período de renovação e tomada de consciência das potencialidades, carismas e serviços deste estado de vida para a Igreja. Acreditar nesta fonte consoladora para o Povo de Deus, geradora de proximidade e ternura eucarística.

Tempo para deixar de lado e superar visões passadas e deturpadas como o fantasma de pensar a vida religiosa como refúgio e resguardo diante de um mundo externo difícil e complexo. É necessário afirma Francisco sair do ninho, para morar na vida dos homens e das mulheres do nosso tempo, e nos entregarmos a Deus e ao próximo.

Assumir um êxodo a partir de si mesmos, um caminho de adoração e serviço. Sair pela porta afora para procurar e encontrar. Ser capazes com coragem e parresía de ir contra a corrente eficientista do descarte e da provisoriedade que leva ao descompromisso e a indiferença. Somos convidados neste ano com a vida consagrada a nos comprometer em desestruturar modelos sem vida para narrar o humano marcado por Cristo, nunca absolutamente revelado nas linguagens e nos modos.

Recordar uma vez mais com o Papa Francisco: "Épreciso não trazer a fronteira para casa, mas viver em fronteira e ser audazes". Na inquietação de um amor infinito e eterno, desejamos para a vida consagrada, um crescimento na fidelidade, na coerência e autenticidade, para levar o abraço de Deus àhumanidade, para deixar atrás comunidades-comodidades e testemunhar com alegria a misericórdia e a ternura de Cristo. Deus seja louvado!

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo da diocese de Campos (RJ)

cnbb.org.br

quarta-feira, novembro 26, 2014

Testemunho corajoso

“Que sejamos humildes, sem nos vangloriar de uma luz própria, procurando sempre a luz que vem do Senhor”. Papa Francisco 

Leituras do Dia
1ª Leitura - Ap 15,1-4
Salmo - Sl 97 (98), 1. 2-3ab. 7-8. 9 (R. Ap 15,3b)
Evangelho - Lc 21,12-19

Somos cristãos. Somos discípulos do Senhor Jesus. Na infância, na juventude, na idade madura e no tempo da colheita perseguimos essa meta: seguir Jesus. Os que se deixam tocar pelo Senhor Jesus não podem deixar de torná-lo conhecido, respeitado e amado. Esse o objetivo do que chamamos de evangelização ou de missão.

Tornamos Jesus e o Reino do Pai conhecidos na medida em que, através de nossas palavras, conseguimos exprimir a fé que nos anima. Catequistas, sacerdotes, missionários e missionárias nas terras cristãs e nas plagas distantes não podemos deixar de falar. Nem sempre é tão fácil dizer em palavras a fé que habita nosso interior. Sabemos que precisamos nos empenhar em encontrar palavras as mais adequadas para dizer hoje a Palavra que toma conta de nós. Ao lado da fala que evangeliza está o testemunho que completa e, em alguns contextos, mais eloquente do que todas as frases das falas.

Estamos nos aproximando do final do ano litúrgico e os textos descrevem o fim das coisas e o fim da vida. Lucas fala de um tempo de perseguições em que o anúncio seria mais difícil, mais exigente. “Sereis presos, sereis entregues às sinagogas e postos na prisão”. Nesse momento, o anúncio da fé se fará pelo testemunho. “Será ocasião em que testemunhareis a vossa fé”.

Nesse momento não será preciso inventar palavras para dizer a fé.“Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a vossa defesa, porque eu vos darei palavras tão acertadas que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater”.

O testemunho corajoso de viver é fundamental. Num tempo de fragilização das convicções religiosas, num tempo em que as coisas parecem se diluir num “mais ou menos” generalizado, sem provocar nervosamente os que não estão de acordo com nossas convicções, só nos resta dar o alegre testemunho de que encontramos a felicidade no seguimento do Senhor e, como pobres, mostramos a outros, se quiserem seguir, o caminho que percorremos até o momento presente de nossas existências e que encheu de beleza nossa vida.

Esse testemunho acontecerá no cotidiano e nas coisas sem aparato: uma fidelidade viçosa à palavra dada, uma capacidade corajosa de perdoar, um empenho do êxodo de si mesmo no intento de ser para os outros. Num tempo de indiferença, individualismo, busca de todas as facilidades, o mundo precisa de seres esvaziados de si mesmos e cheios da força de Deus. O Senhor nos dará as palavras acertadas. Não há que temer. “Vós não perdereis um só fio de cabelo de vossa cabeça”.

Frei Almir Ribeiro Guimarães
www.franciscanos.org.br

terça-feira, novembro 25, 2014

A espiritualidade do Advento

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

Com o Advento iniciamos um novo Ano Litúrgico, quando começamos as leituras dominicais do ano B, em que privilegiamos o Evangelho de São Marcos. É tempo de preparação para a Solenidade do Natal (primeira vinda do Senhor) e da expectativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos.

Celebrar a liturgia é uma oportunidade de aprofundar a fé e caminhar com esperança no futuro, vivendo a caridade. A nossa Arquidiocese viveu a Festa da Unidade na véspera de Cristo Rei, e comemorou o último dia do Ano Litúrgico com o Show Rio em Comunhão, com os músicos católicos do Rio de Janeiro. Oportunidade de estarmos unidos na missão evangelizadora. Desde o Domingo de Cristo Rei vivemos a Campanha pela Evangelização, que vai culminar com a coleta no Terceiro Domingo do Advento.

A coroa do Advento é uma das características deste tempo: a cada semana acendemos uma das quatro velas, preparando-nos para a celebração do mistério da encarnação: Ele veio, virá e vem!

A liturgia vai se delineando no passar dos séculos tanto no Oriente como no Ocidente. Temos uma grande e rica experiência que nos foi transmitida e que necessitamos atualizar. É necessário distinguir elementos que dizem respeito a práticas ascéticas e a outras, de caráter estritamente litúrgico; um Advento que é preparação para o Natal, e um Advento que celebra a vinda gloriosa de Cristo (Advento escatológico). Um testemunho antigo encontra-se em uma passagem de Santo Hilário (por volta de 366), que diz: "Sancta Mater Ecclesia Salvatoris adventos annuo recursu per trium septimanarum sacretum spatium sivi indicavit" (CSEL, 65,16). "A santa mãe Igreja oferece um espaço sagrado de três semanas por ano para a vinda do Salvador".

O duplo caráter do Advento, que celebra a espera do Salvador na glória e a Sua vinda na carne, emerge das leituras bíblicas festivas. O primeiro domingo orienta para a parusia final. O segundo e o terceiro chamam a atenção para a vinda cotidiana do Senhor; o quarto domingo prepara-nos para a natividade de Cristo, ao mesmo tempo fazendo dela a teologia e a história. Portanto, a liturgia contempla ambas as vindas de Cristo, em íntima relação entre si.

A partir do dia 17 de dezembro iremos viver a Preparação próxima do Natal, com sua liturgia própria e com as famosas antífonas em “Ó” que contemplam Nossa Senhora da Expectação como N. Sra. do Ó.

Toda a liturgia do Advento é apelo para se viver alguns comportamentos essenciais do cristão: a expectativa vigilante e alegre, a esperança, a conversão, a pobreza. A expectativa vigilante e alegre caracteriza sempre o cristão e a Igreja, porque o Deus da revelação é o Deus da promessa, que manifestou em Cristo toda a sua fidelidade ao homem: "Todas as promessas de Deus encontram nele seu sim" (2 Cor 1,20). A esperança da Igreja é a mesma esperança de Israel, mas já realizada em Cristo.

Os nossos primeiros irmãos na fé, como atesta a Didaqué, imploravam: "Que o Senhor venha e passe a figura deste mundo. Maranatha. Amém". Assim termina o livro do Apocalipse e toda a escritura: "Aquele que atesta essas coisas diz: Sim! Venho muito em breve. Amém! Vem, Senhor Jesus. A graça do Senhor Jesus esteja com todos. Amém" (Ap 22,20). A expectativa vigilante é acompanhada sempre pelo convite à alegria. O Advento é tempo de expectativa alegre porque aquilo que se espera certamente acontecerá. Deus é fiel. A vinda do Salvador cria um clima de alegria que a liturgia do Advento não só relembra, mas quer que seja vivida. O Batista, diante de Cristo presente em Maria, salta de alegria no seio da mãe. O nascimento de Jesus é uma festa alegre para os anjos e para os homens que Ele vem salvar (Lc 1, 44.46-47; 2, 10.13-14).

No Advento, toda a Igreja vive a sua grande esperança. O Deus da revelação tem um nome: "Deus da esperança" (Rm15,13). Não é o único nome do Deus vivo, mas é um nome que O identifica como "Deus para conosco". O Advento é o tempo da grande educação à esperança: uma esperança forte e paciente; uma esperança que aceita a hora da provação, da perseguição e da lentidão no desenvolvimento do Reino; uma esperança que confia no Senhor e liberta das impaciências subjetivistas e do frenesi do futuro programado pelo homem.

Na convocação ao testemunho da esperança, a Igreja, no Advento, é confortada pela figura de Maria, a mãe de Jesus. Ela, que "no Céu, glorificada em corpo e alma, é a imagem e a primícia da Igreja... brilha também na Terra como sinal de segura esperança e de consolação para o povo de Deus a caminho, até que chegue o Dia do Senhor" (2 Pd 3,10).

Advento, tempo de conversão, como espera do Redentor! Não existe possibilidade de esperança e de alegria sem retornar ao Senhor de todo coração, na expectativa da Sua volta. A vigilância requer luta contra o torpor e a negligência; requer prontidão e, portanto, desapego dos prazeres e bens terrenos. O cristão, convertido a Deus, é filho da luz e, por isso, permanecerá acordado e resistirá às trevas, símbolo do mal, pois do contrário corre o risco de ser surpreendido pela parusia. Nesse tempo, em nossas paróquias temos a oportunidade de fazer os mutirões de confissões, quando sacerdotes de uma mesma região atendem as confissões dos paroquianos de uma determinada paróquia em um dia da semana. Tempo de celebrar a conversão e o retorno a Deus através do sacramento da Penitência.

O comportamento de vigilante espera na alegria e na esperança, exige sobriedade, isto é, renúncia aos excessos e a tudo aquilo que possa desviar-nos da espera do Senhor. A pregação do Batista, que ressoa no texto do evangelho do Segundo Domingo do Advento, é apelo para a conversão, a fim de preparar os caminhos do Senhor. O espírito de conversão, próprio do Advento, possui tonalidades diferentes daquelas relembradas na Quaresma. A substância é essencialmente a mesma, mas, enquanto a Quaresma é marcada pela austeridade da reparação do pecado, o Advento é marcado pela alegria da vinda do Senhor.

Enfim, um comportamento que caracteriza a espiritualidade do Advento é o do pobre. Não apenas o pobre em sentido econômico, mas também o pobre entendido em sentido bíblico: aquele que confia em Deus e apoia-se totalmente nele. Estes “anawîm”, como os chama a Bíblia, são os mansos e humildes, porque as suas disposições fundamentais são a humildade, o temor de Deus, a fé.

Eles são objeto do amor benévolo de Deus e constituem as primícias do "povo humilde” (Sf 3,12) e da "Igreja dos pobres" que o Messias reunirá. Jesus proclamará felizes os pobres e neles reconhecerá os herdeiros privilegiados do Reino, Ele mesmo será pobre. Belém, Nazaré, mas, sobretudo, a cruz: são diversas formas com que Cristo manifestava-se como autêntico "pobre do Senhor". Maria emerge como modelo dos pobres do Senhor, que esperam as promessas de Deus, confiam Nele e estão disponíveis, com plena docilidade, à atuação do plano de Deus.

Vivamos com abertura de coração este tempo privilegiado, e manifestemos nossa fé com coragem, simplicidade e alegria. 
Eis que o Senhor veio, virá e vem!

cnbb.org.br

segunda-feira, novembro 24, 2014

Creio, mas não pratico

“Que a Virgem Maria ensine a todos nós, a todos os pastores, a todos aqueles que têm responsabilidades pastorais, a manter limpo o Templo, para receber com amor os que vêm, como se cada um deles fosse Ela mesma”. Papa Francisco

Leituras do Dia
1ª Leitura - Ap 14,1-3.4b-5
Salmo - Sl 23 (24),1-2. 3-4ab. 5-6 (R. Cf. 6)
Evangelho - Lc 21,1-4


Quando, num encontro de amigos, a conversa gira em torno de assuntos religiosos, é comum alguém declarar, com naturalidade e segurança: “Creio, mas não pratico!” Trata-se de uma afirmação que parece sertão bem formulada, tão lógica, que, normalmente, ninguém a contesta. Assim, dias depois, em outro grupo, se a discussão for também sobre questões religiosas, é possível que alguém volte a fazer a mesma afirmação. Mais do que uma afirmação isolada, essa ideia de que se pode acreditar sem colocar em prática aquilo em que se acredita é tão comum que já se tornou uma mentalidade em muitos ambientes.

A justificativa desse comportamento varia de pessoa para pessoa. Há aquela que deixou de lado a prática religiosa pela decepção com um líder da comunidade; outra, sem perceber, abandonou, pouco a pouco, sua vida de fé: passou tanto tempo sem ler a Palavra de Deus, sem rezar e sem assistir à missa dominical que, quando notou, já havia organizado sua vida de tal maneira que não havia mais espaço para expressões religiosas; outras pessoas tinham um conhecimento tão superficial de sua religião que, sem grandes questionamentos, a abandonaram. Há, também, as que procuram o batismo dos filhos, a missa de formatura ou de sétimo dia, tão somente como atos sociais.

Afinal, é possível crer sem praticar? Algumas pessoas deixam a prática religiosa com o argumento de que buscam uma maior autenticidade. Dizem não gostar de normas e ritos: preferem uma religião “mais espiritual”, sem estruturas. Esquecem-se de que somos seres humanos, não anjos. Os anjos não precisam de sinais, gestos e palavras para se relacionarem. Nós, ao contrário, usamos até nosso corpo como meio de comunicação. Traduzimos nossos sentimentos com um sorriso ou um aperto de mão, uma palavra ou um tapinha nas costas; fazemos questão de nos reunir com a família nos dias de festa e telefonamos para o amigo, cumprimentando-o no dia de seu aniversário; damos uma rosa para nossa mãe e nos encantamos com o gesto da criança que abre seus braços para acolher o pai que chega. Como, pois, relacionar-nos com Deus tão somente com a linguagem dos anjos, que nem conhecemos?

A fé nos introduz na família dos filhos e filhas de Deus; nela, é essencial a prática do amor a Deus e ao próximo. Nossa família cristã tem uma história, uma rica tradição e belíssimas celebrações. Pode ser que alguém não as entenda. Mas, antes de simplesmente ignorá-las ou, pior, de desprezá-las, não seria mais prudente procurar conhecê-las, penetrar em seu significado e descobrir seus valores? O essencial, já escreveu alguém, é invisível aos nossos olhos.

Não se pode querer uma fé sem gestos, com a desculpa da busca de maior autenticidade. O Pai eterno, quando nos quis demonstrar seu amor, levou em conta nosso jeito de ser, de pensar e agir. Mais do que expressar “espiritualmente” seu amor, concretizou-o: enviou-nos seu Filho, que habitou entre nós. Algumas Bíblias, em vez de traduzirem o ato descrito pelo evangelista João, na forma clássica – “e o Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (Jo 1,14) -, preferem a expressão: “e armou sua tenda nomeio de nós”, para expressar a ideia de que Deus, em Jesus Cristo, passou a morar em uma tenda ao lado da nossa. Em sua primeira carta, S. João dá um testemunho concreto dessa experiência de proximidade: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e o que as nossas mãos apalparam da Palavra da Vida (…) isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco” (1Jo1,1.3). Ele considerou ter sido uma graça especial ter podido ouvir, ver etocar o Filho de Deus. Jesus, por seu lado, tendo assumido a natureza humana, submeteu-se a ritos: passou noites em oração, foi ao Templo de Jerusalém e frequentou sinagogas.

“Creio, mas não pratico”. A fé (“creio”) e a vida (“não pratico”) não podem estar assim separadas. Por sua própria natureza, devem estar unidas. Uma fé sem obras é morta; obras, mesmo que piedosas, sem fé tornam Creio-se vazias.

Dom Murilo S. R. Krieger, scj
comshalom.org

domingo, novembro 23, 2014

23 de novembro / 2014 - Jesus Cristo, Rei do Universo

Leituras do Dia
1ª Leitura - Ez 34,11-12.15-17
Salmo - Sl 22,1-2a.2b-3.5-6 (R.1)
2ª Leitura - 1Cor 15,20-26.28
Evangelho - Mt 25,31-46


Na festa de Cristo Rei, comemoramos o dia dos cristãos leigos e leigas. Iniciamos parabenizando a todos os batizados em nome da Trindade. Pela graça do Batismo fomos incorporados no ressuscitado e com ele aceitamos o convite de sermos “sacerdotes, profetas e reis”.

A Comissão Episcopal de Pastoral para o Laicato da CNBB quer externar a alegria por contar com tantos milhões de cristãos leigos e leigas que se engajam nos trabalhos pastorais, vivem seu carisma específico numa comunidade, ou associação de fieis, ou institutos seculares, ou movimentos ou em tantas outras formas expressões laicais que enriquecem a Igreja como sinal do Reino de Deus.

Jesus Cristo é proclamado Rei do Universo. Por isso, por sermos filhos desse Reino, devemos ajudar e promulgar o mesmo inaugurado por Jesus Cristo. “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo” (Mt 6,33).

Nosso modo de viver e testemunhar a fé cristã, o nosso jeito de ser na Igreja e na sociedade deve contribuir para que esse Reino cresça para o bem de toda a humanidade. Na família, no trabalho, na escola, na política, no esporte, na Igreja somos desafiados a viver os sentimentos de Jesus Cristo. O mestre mesmo nos diz: “Completou-se o tempo, e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede na Boa Nova” (Mc 1,15).

Não podemos ficar protelando na vida os sinais do bem, da justiça, da paz e da alegria. Toda tristeza e toda mágoa que alimentamos nos distanciam do Reino de Deus, portanto, o cristão está em contínua vigilância e atento, de rosto livre e limpo tendo atitudes corretas e de respeito onde vive no dia a dia. “Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele!” (Mc 10,15).

Na alegria e na tristeza os batizados agem com sentimentos de estima, de responsabilidade, de compaixão e de misericórdia. Os cristãos leigos e leigas não vivem isolados; fechados em si mesmos, muitos recebem o mandato pela inspiração do Mestre e, iluminados pelo Espírito Santo, decidem agir em outros lugares na busca de fazer o bem. “Mas Ele disse-lhes: “Eu devo anunciar a Boa Nova do Reino de Deus também a outras cidades, pois é para isso que fui enviado” (Lc 4,43).

Alegramo-nos com os milhões de cristãos leigos e leigas que, como sujeitos eclesiais, atuam na Igreja como catequistas, animadores de comunidades, ministros extraordinários da Eucaristia, na pastoral da Juventude, nos Conselhos de Pastorais, Pastoral da Criança, Pastoral da Pessoa Idosa, e tantas outras iniciativas. Agradecemos, também, a tantos que atuam nos diferentes campos da sociedade e são pessoas boas que pelo jeito de ser, atraem o bem e são instrumentos de paz e harmonia na sociedade. São pessoas que divulgam com a vida e testemunho a gratuidade do Reino de Deus.

Que em cada Diocese do Brasil os leigos se organizem, vejam quais as ações viáveis para fortalecer os batizados na vida prática e contar cada vez mais com um laicato maduro que ampliará com certeza o Reino de Deus entre nós. Fortalecer os Conselhos Diocesanos de Leigos onde existem, e criar onde ainda não existem, para enriquecer a dignidade dos leigos e leigas em todo o Brasil. Os Conselhos vão além das organizações, das Pastorais, são a expressão da organização e articulação dos leigos e leigas e da força da sua identidade e dignidade de cristãos batizados, implantando o Reino de Deus entre nós.

Homenageando a todos os cristãos leigos e leigas, queremos afirmar o compromisso de fomentar o desejo de promover a paz, missão de cada ser humano juntamente com os bispos, padres e religiosos e religiosas, diáconos. Assimteremos um mundo sonhado por Deus e nunca mais se ouvirá notícias de mortes violentas, corrupções, desajustes familiares, vícios que machucam famílias e toda a sociedade.

Parabéns por vocês serem pessoas comprometidas com o Reino de Deus.

O Senhor da Vida os abençoe.

Dom Frei Severino Clasen, OFM
Bispo Diocesano de Caçador, SC
Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral para o Laicato.

cnbb.org.br

sábado, novembro 22, 2014

22 de Novembro - Santa Cecília

Sábado da 33ª Semana Tempo Comum
Sta. Cecília VgMt, memória, VERMELHO

Leituras do Dia
1ª Leitura - Ap 11,4-12
Salmo - Sl 143 (144), 1. 2. 9-10 (R. 1a)
Evangelho - Lc 20,27-40


Cecília, entre as mais populares virgens de Roma, é apresentada como virgo clarissima e ao mesmo tempo como esposa do jovem Valeriano. A Paixão, posterior ao século V, pouco confiável do ponto de vista histórico, estende-se nos particulares para esclarecer a aparente contradição: virgem esposa.

Na noite de núpcias, Cecília confidenciou ao esposo haver consagrado a própria virgindade a Deus, e acrescentou: “Nenhuma mão profana pode tocar-me porque um anjo me protege”. Convidou-o então a seguir seu exemplo, fazendo antes de tudo com que se batizasse.

O contrariado esposo não protestou. E na manhã seguinte dirigiu-se à via Ápia, onde o papa Urbano estava escondido entre os monumentos funerários. Instruído e batizado, voltou depois para a jovem esposa e um anjo colocou em sua cabeça uma coroa de rosas e lírios.

O irmão de Valeriano, Tibúrcio, seguiu seu exemplo, e ambos se consagraram à piedosa obra de sepultar os mártires cristãos. Foram logo presos, processados e condenados à decapitação a quatro milhas fora de Roma. Pelo caminho os dois irmãos conseguiram converter o prefeito Máximo, que colheu com eles a palma do martírio.

Cecília depôs seus corpos em um sarcófago, depois lhe coube dar a Cristo o extremo testemunho. Condenada à fogueira, saiu ilesa do suplício. Passou-se então à decapitação, mas a espada do verdugo não conseguiu cortar-lhe a cabeça. Cecília esperou assim por três dias a visita do papa Urbano e por todo aquele tempo continuou a professar a sua fé ao Deus Uno e Trino, com os dedos da mão, pois não podia proferir uma palavra. Nesta atitude foi esculpida por Maderno a sua célebre estátua.

Antes de morrer, encontrou um modo de encarregar o papa da distribuição de seus bens aos pobres, pedindo-lhe que transformasse sua casa em igreja. Aqui termina a Paixão. A história averiguou a existência dos mártires Valeriano e Tibúrcio, se bem que seja difícil estabelecer uma relação entre eles e santa Cecília.

O patrocínio da mártir romana à música sacra deveu-se a uma simples frase que se lê na Paixão, segundo a qual a jovem esposa, no dia das núpcias, “enquanto os órgãos tocavam, cantava em seu coração tão-só para o Senhor”. Aceita-se que suas relíquias, originariamente guardadas nas catacumbas de São Calisto, ao lado da Cripta dos Papas, tenham sido transferidas pelo papa Pascoal I (817-824) para a basílica do Trastévere, a ela dedicada.


paulinas.org.br

sexta-feira, novembro 21, 2014

Festa da Apresentação 2014 - 21 de novembro



PROGRAMAÇÃO DA FESTA DE NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO – 2014 -
“COM A VIRGEM DA APRESENTAÇÃO, ANUNCIAMOS O EVANGELHO DA FAMILIA”
CATEDRAL DE NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO


21/11 – SEXTA-FEIRA
DIA DE NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO
00h – Vigília da Apresentação na Pedra do Rosário com a Comunidade Shalon.
03h30min – Procissão fluvial.
05h – Missa da Pedra do Rosário.
Tema:.MARIA, MÃE E MESTRA DA FAMILIA
Presidente: Pe. Júlio César Souza Cavalcante – Pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Candelária – Natal.
07h30min – Missa Solene na Matriz (Antiga Catedral).
Presidente: Dom Matias Patrício de Macedo – Arcebispo Emérito de Natal.
10h – Missa Solene na Catedral Metropolitana.
Presidente: Dom Jaime Vieira Rocha – Arcebispo Metropolitano.
16h – Tradicional Procissão com a Imagem de Nossa Senhora da Apresentação saindo da Antiga Catedral.
18h – Missa Solene de Encerramento da Festa.
Presidente: Dom Jaime Vieira Rocha – Arcebispo Metropolitano.
19h – Show Pirotécnico em honra à Nossa Senhora da Apresentação.

arquidiocesedenatal.org.br

quinta-feira, novembro 20, 2014

As chaves do Papa Francisco para sermos santos no cotidiano

Leituras do Dia
1ª Leitura - Ap 5,1-10
Salmo - Sl 149,1-2. 3-4. 5-6a.9b (R. Ap 5,10)
Evangelho - Lc 19,41-44

Vaticano, 19 Nov. 14 / 02:12 pm (ACI/EWTN Noticias).- O Papa Francisco dedicou-se na sua catequese da audiência geral desta quarta-feira a refletir sobre o chamado universal à santidade, recordou que “todos podemos ser santos!” e explicou as chaves para vivê-lo na vida cotidiana.

Em uma manhã ensolarada em Roma, o Santo Padre recordou que “um grande dom do Concílio Vaticano II foi aquele de ter recuperado uma visão deIgreja fundada na comunhão e de ter interpretado também o princípio da autoridade e da hierarquia em tal perspectiva”. Graças a este fato, entende-se melhor “que todos os cristãos, enquanto batizados, têm igual dignidade diante do Senhor e têm em comum a mesma vocação, que é aquela à santidade”.

O Papa explicou depois as linhas gerais do que significa o dom da santidade para cada pessoa: “Antes de tudo devemos ter bem presente que a santidade não é algo que nós procuramos, que obtemos com as nossas qualidades e as nossas capacidades”.

“A santidade é um dom, é o dom que nos dá o Senhor Jesus, quando nos toma consigo e nos reveste de si mesmo, torna-nos como Ele. Na carta aos Efésios, o apóstolo Paulo afirma que ‘Cristo amou a Igreja e deu-se a si mesmo por ela, para torná-la santa’”, explicou o Santo Padre aos milhares de fiéis congregados na Praça São Pedro.

A santidade, prosseguiu o Pontífice, “é a face mais bela da Igreja, a face mais bela: é redescobrir-se em comunhão com Deus, na plenitude da sua vida e do seu amor. Entende-se, então, que a santidade não é uma prerrogativa somente de alguns: a santidade é um dom que é oferecido a todos, ninguém excluído, pelo qual constitui o caráter distintivo de cada cristão”.

Segundo o Papa, “para ser santos, não é preciso necessariamente ser bispo, padre ou religioso: não, todos somos chamados a nos tornarmos santos! Tantas vezes, depois, somos tentados a pensar que a santidade seja reservada somente àqueles que têm a possibilidade de destacar-se dos assuntos ordinários, por dedicar-se exclusivamente à oração. Mas não é assim!”, disse com tom enérgico.

Mas, o que é a santidade? Não é “fechar os olhos e fazer cara de imagem”, mas viver “com amor” e oferecer “o próprio testemunho cristão nas ocupações de cada dia que somos chamados a tornar-nos santos. E cada um nas condições e no estado de vida em que se encontra”.

Neste sentido, o Papa enumerou uma série de “estados de vida” e a maneira correta de levar a santidade a eles: “Você é consagrado, é consagrada? Seja santo vivendo com alegria a tua doação e o teu ministério. É casado? Seja santo amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. É um batizado não-casado? Seja santo cumprindo com honestidade e competência o seu trabalho e oferecendo tempo ao serviço aos irmãos”.

“Mas, padre, eu trabalho em uma fábrica; eu trabalho como contador, sempre com os números, ali não se pode ser santo…” – “Sim, pode! Ali onde você trabalha você pode se tornar santo. Deus te dá a graça de se tornar santo. Deus se comunica a você”. Sempre em cada lugar é possível tornar-se santo, isto é, pode-se abrir a esta graça que nos trabalha por dentro e nos leva à santidade”.

“Você é pai ou avô? Seja santo ensinando com paixão aos filhos ou aos netos a conhecer e a seguir Jesus. E é preciso tanta paciência para isto, para ser um bom pai, um bom avô, uma boa mãe, uma boa avó, é preciso tanta paciência e nesta paciência vem a santidade: exercitando a paciência. Você é catequista, educador ou voluntário? Seja santo tornando-se sinal visível do amor de Deus e da sua presença próxima a nós”.

Quer dizer, prosseguiu o Santo Padre, “cada estado de vida leva à santidade, sempre! Na sua casa, na estrada, no trabalho, na Igreja, naquele momento e no teu estado de vida foi aberto o caminho rumo à santidade. Não desanimem de andar neste caminho” porque “é o próprio Deus que nos dá a graça. O Senhor só pede isto: que nós estejamos em comunhão com Ele e a serviço dos irmãos”.

Além disso, o Santo Padre pediu que todos façam um “exame de consciência” e respondam em silêncio como estão respondendo este chamado do Senhor.

Um convite à alegria

“Quando o Senhor nos convida a nos tornarmos santos, não nos chama a uma coisa pesada, triste… Pelo contrário! É um convite a partilhar a sua alegria, a viver e a oferecer com alegria cada momento da nossa vida fazendo-a, ao mesmo tempo, um dom de amor para as pessoas que estão próximas a nós”.

Para o Papa Francisco, “se compreendemos isso, tudo muda e adquire um significado novo, um significado belo, um significado a começar pelas pequenas coisas de cada dia”, disse para continuar com vários exemplos para que as pessoas entendam: “Uma senhora vai ao supermercado fazer as compras e encontra uma vizinha e começam a falar e depois vem as fofocas e esta senhora diz: “não, não, não, eu não falarei mal de ninguém”. Isto é um passo para a santidade”.

“Depois, na sua casa, o filho te pede para falar um pouco das histórias dele: “ah, estou tão cansado, trabalhei tanto hoje…” – “Você se acomode e escute o teu filho, que ele precisa disso!”. E você se acomoda e escute com paciência: isto é um passo para a santidade. Depois termina o dia, estamos todos cansados, mas tem a oração. Façamos a oração: também isto é um passo para a santidade. Depois chega o domingo e vamos à Missa, fazemos a comunhão, às vezes precedida de uma bela confissão que nos limpa um pouco. Este é um passo para a santidade”.

“Depois pensamos em Nossa Senhora, tão boa, tão bela, e pegamos o rosário e o rezamos. Este é um passo para a santidade. Depois vou pelo caminho, vejo um pobre necessitado, paro, pergunto algo pra ele, dou algo a ele: é um passo para a santidade. São pequenas coisas, mas tantos pequenos passos para a santidade.”, explicou.

Estes “pequenos passos” nos tornarão “pessoas melhores, livres do egoísmo e do fechamento em si mesmo, e abertos aos irmãos e às suas necessidades”.

Para concluir, o Papa Francisco exortou a acolher o dom da santidade “com alegria” e a ajudar-nos uns aos outros, “para que o caminho para a santidade não seja percorrido sozinho”, mas “juntos, naquele único corpo que é a Igreja, amada e tornada santa pelo Senhor Jesus Cristo. Sigamos adiante com coragem neste caminho da santidade.”, terminou.

Entre os assistentes à audiência geral de hoje estiveram os participantes no Congresso Internacional Humanum que começou na segunda-feira passada e foi inaugurado pelo mesmo Pontífice na nova Sala do Sínodo.

acidigital.com

quarta-feira, novembro 19, 2014

Sábio é aquele que faz bom uso da vida que Deus lhe deu

“Há tanto barulho no mundo! Aprendamos a estar em silêncio dentro de nós mesmos e diante de Deus”. Papa Francisco

4ª-feira da 33ª Semana Tempo Comum
Ss. Roque González, Afonso Rodríguez e João del Castillo, PresbsMts, memória
Cor: Vermelho

Leituras do Dia
1ª Leitura - Ap 4,1-11
Salmo - Sl 150,1-2. 3-4. 5-6 (R. Ap 4,8b)
Evangelho - Lc 19,11-28


A Palavra que vem hoje ao nosso coração é um convite a todos nós, para revermos as nossas atitudes diante da vida, ou melhor, a aplicação que fazemos dela como dom maior que recebemos de Deus.

A parábola que nos é contada por Jesus apresenta um aspecto da vida de uma forma muito comparativa: dez empregados receberam moedas de prata do seu patrão para negociá-las. É como se Deus as tivesse colocado em nossas mãos e nos dissesse: “Receba essa quantia!”.

Quando recebemos um determinado valor, podemos aplicá-lo, investi-lo, fazer com que ele se multiplique, podemos fazer com que renda ou simplesmente deixar do jeito que está, porque não temos coragem, disposição, inteligência ou aplicação para fazer valer algo.

Permita-me falar uma coisa ao seu coração: não importa a situação da sua vida, mas não seja preguiçoso e negligente; não importa se você nasceu rico ou pobre; não importa se você nasceu com plena saúde ou com alguns limites. Não importa se a vida foi muito bondosa com você ou se o machucou muito; o importante é que todos nós recebemos o talento da vida. O bom uso que fazemos dela é que vai dar sentido e sabor a nossa existência!

Existem pessoas que transformam uma vida sofrida e machucada numa vida plena e abençoada. Há pessoas que são capazes de dar a volta por cima. Existem aqueles que nascem em “berço de ouro”, têm carinho de pai e mãe; talvez, tenham até coisas em excesso e transformam a vida numa realidade de inércia, transformam-na numa coisa triste.

Sabe, meus irmãos, o que nós precisamos é de juízo e sabedoria para fazer bom uso daquilo que recebemos de Deus. Quantas pessoas, que foram realmente machucadas e provadas, têm uma vida digna de aplausos! Estas foram capazes de transformar o “lixo da sua vida” em um tesouro precioso, souberam multiplicar sua capacidade para fazer a vida melhor.

Não seja preguiçoso, não seja negligente, não se encoste nas suas necessidades, nas suas deficiências, não deixe sua vida ser paralisada nem vire um parasita por causa das barreiras que você encontra à sua frente. Sábio é aquele que pega o pouco ou o muito que recebeu na vida e o multiplica! Infeliz é aquele que, recebendo muito ou pouco, enterra seus talentos, suas moedas, seus dons e não é capaz de multiplicá-los e fazer render bons frutos.

Não importa o que você tem nem do que é capaz, se você se empenhar em fazer a sua vida melhor, ela será muito abençoada pelo Senhor Nosso Deus!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo
cancaonova.com

terça-feira, novembro 18, 2014

Maria nos ensina a repartir

Leituras do Dia
1ª Leitura - Ap 3,1-6.14-22
Salmo - Sl 14 (15), 2-3ab. 3cd-4ab. 5 (R.Ap 3,21))
Evangelho - Lc 19,1-10

“Maria partiu apressadamente...” Algumas décadas mais tarde, escrevendo aos cristãos da comunidade de Corinto, o apóstolo Paulo lhes testemunhou: “O amor de Cristo nos impele”,  isto é, nos pressiona, nos solicita, nos empurra, nos estimula... Quem faz a experiência do amor de Deus, sente necessidade irresistível de possibilitá-la a outros. Para Paulo, o resto — prisões, perseguições, fome, nudez, calúnias  etc. — era secundário, nem merecia ser levado em conta. Para a Mãe de Jesus, o desconforto de uma longa viagem e o tempo que ficaria fora de casa, justamente agora, num momento especial de sua vida, não mereciam ser levados em consideração. Alguém precisava dela: era o que bastava para tomar a decisão de partir, e partir “apressadamente”...
O grande pecado de nossa época é o esquecimento de Deus. À medida que não o reconhecem como Senhor, os homens e mulheres multiplicam a construção de novos bezerros de ouro e os adoram. Maria nos ensina a adorar somente a ele e a servi-lo, servindo seus filhos e filhas. Paulo dirá que “tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu desígnio”.
Não sabemos repartir nossos dons. Muitos morrem de fome, não por falta de alimentos, mas pela incapacidade de repartir o que temos. O egoísmo fecha corações e isola países. Maria nos ensina a repartir. Acolheu o grande dom do Pai à humanidade e o deu ao mundo. Ensina-nos, assim, que este belo e majestoso mundo que Deus nos deu, suas riquezas, a terra e o pão, as qualidades com que nos enriqueceu, o que somos e temos, tudo, enfim, não é para desfrutarmos egoisticamente, mas para repartir com outros.
O mundo é uma grande via-sacra. Quanto sofrimento em cada coração, em cada lar, em cada país. Quantas cruzes não desejadas precisamos abraçar cada dia. Maria nos ensina a buscar a vontade de Deus, a não esperar soluções mágicas, a fazer a nossa parte para que se multipliquem ao nosso redor gestos marcados pela justiça e pela verdade, pela solidariedade e pela paz.
A fé bíblica é essencialmente escuta e acolhida da Palavra de Deus. Deus nos mostrou sua face em Jesus, que partiu nos ensinando que a propagação do cristianismo se daria pela pregação de sua palavra e pelo testemunho, não por milagres. Maria nos ensina a caminhar apressadamente para a propagação dessa Palavra, mesmo que seja necessário caminhar na escuridão da fé.

Do livro Um mês com Maria, de Paulinas Editora.

paulinas.org.br

segunda-feira, novembro 17, 2014

Santa Isabel, padroeira da Ordem Terceira Secular ( OFS )

“Façamos largo uso da misericórdia, da ternura e do perdão do Senhor”. Papa Francisco

Leituras do Dia
1ª Leitura - Ap 1,1-4; 2,1-5
Salmo - Sl 1, 1-2. 3. 4.6 (R. Ap 2,7b)
Evangelho - Lc 18,35-43

Diz a lenda que Isabel foi invocada mesmo antes de nascer. Um vidente anunciou seu glorioso nascimento como estrela que nasceria na Hungria, passaria a brilhar na Alemanha e se irradiaria para o mundo. Citou-lhe o nome, como filha do rei da Hungria e futura esposa do soberano de Eisenach (Alemanha).

De fato, como previsto, a filha do rei André, da Hungria, e da rainha Gertrudes, nasceu em 1207. O batismo da criança foi uma festa digna de reis. E a criança recebeu o nome de Isabel, que significa repleta de Deus.

Ela encantou o reino e trouxe paz e prosperidade para o governo de seu pai. Desde pequenina se mostrou de fato repleta de Deus pela graça, pela beleza, pelo precoce espírito de oração e pela profunda compaixão para com os sofredores.

Tinha apenas quatro aninhos quando foi levada para a longínqua Alemanha como prometida esposa do príncipe Luís, nascido em 1200, filho de Hermano, soberano da Turíngia. Hermano se orientava pela profecia e desejava assegurar um matrimônio feliz para seu filho.

Dada a sua vida simples, piedosa e desligada das pompas da corte, concluíram que a menina não seria companheira para Luis. E a perseguiam e maltratavam, dentro e fora do palácio.

Luis, porém, era um cristão da fibra do pai. Logo percebeu o grande valor de Isabel. Não se impressionava com a pressão dos príncipes e tratou de casar-se quanto antes. O que aconteceu em 1221.

A Santa não recuava diante de nenhuma obra de caridade, por mais penosas que fossem as situações, e isso em grau heróico! Certa vez, Luis a surpreendeu com o avental repleto de alimentos para os pobres. Ela tentou esconder… Mas ele, delicadamente, insistiu e… milagre! Viu somente rosas brancas e vermelhas, em pleno inverno. Feliz, guardou uma delas.

Sua vida de soberana não era fácil e freqüentemente tinha que acompanhar o marido em longas e duras cavalgadas. Além disso, os filhos, Hermano, de 1222; Sofia, de 1224 e Gertrudes, de 1227.

Estava grávida de Gertrudes, quando descobriu que o duque Luis se comprometera com o Imperador Frederico II a seguir para a guerra das Cruzadas para libertar Jerusalém. Nova renúncia duríssima! E mais: antes mesmo de sair da Itália, o duque morre de febre, em 1227! Ela recebe a notícia ao dar à luz a menina.

Quando Luis ainda vivia, ele e Isabel receberam em Eisenach alguns dos primeiros franciscanos a chegar na Alemanha por ordem do próprio São Francisco. Foi-lhes dado um conventinho. Assim, a Santa passou a conhecer o Poverello de Assis e este a ter freqüentes notícias dela. Tornou-se mesmo membro da Familia Franciscana, ingressando na Ordem Terceira que Francisco fundara para leigos solteiros e casados. Era, pois, mais que amiga dos frades. Chegou a receber de presente o manto do próprio São Francisco!

Morto o marido, os cunhados tramaram cruéis calúnias contra ela e a expulsaram do castelo de Wartburgo. E de tal forma apavoraram os habitantes da região, que ninguém teve coragem de acolher a pobre, com os pequeninos, em pleno inverno. Duas servas fiéis a acompanharam, Isentrudes e Guda.

De volta ao Palácio quando chegaram os restos mortais de Luís, Isabel passou a morar no castelo, mas vestida simplesmente e de preto, totalmente afastada das festas da corte. Com toda naturalidade, voltou a dedicar-se aos pobres. Todavia, Lá dentro dela o Senhor a chamava para doar-se ainda mais. Mandou construir um conventinho para os franciscanos em Marburgo e lá foi morar com suas servas fiéis. Compreendeu que tinha de resguardar os direitos dos filhos. Com grande dor, confiou os dois mais velhos para a vida da corte. Hermano era o herdeiro legitimo de Luis. A mais novinha foi entregue a um Mosteiro de Contemplativas, e acabou sendo Santa Gertrudes! Assim, livre de tudo e de todos, Isabel e suas companheiras professaram publicamente na Ordem Franciscana Secular e, revestidas de grosseira veste, passaram a viver em comunidade religiosa. O rei André mandou chamá-las, mas ela respondeu que estava de fato feliz. Por ordem do confessor, conservou alguma renda, toda revertida para os pobres e sofredores.

Construiu abrigo para as crianças órfãs, sobretudo defeituosas, como também hospícios para os mais pobres e abandonados. Naquele meio, ela se sentia de fato rainha, mãe, irmã. Isso no mais puro amor a Cristo. No atendimento aos pobres, procurava ser criteriosa. Houve época, ainda no palácio, em que preferia distribuir alimentos para 900 pobres diariamente, em vez de dar-lhes maior quantia mensalmente. É que eles não sabiam administrar. Recomendava sempre que trabalhassem e procurava criar condições para isso. Esforçava-se para que despertassem para a dignidade pessoal, como convém a cristãos. E são inúmeros os seus milagres em favor dos pobres!

De há muito que Isabel, repleta de Deus, era mais do céu do que da terra. A oração a arrebatava cada vez mais. Suas servas atestam que, nos últimos meses de vida, frequentemente uma luz celestial a envolvia. Assim chegou serena e plena de esperança à hora decisiva da passagem para o Pai. Recebeu com grande piedade os sacramentos dos enfermos. Quando seu confessor lhe perguntou se tinha algo a dispor sobre herança, respondeu tranqüila: “Minha herança é Jesus Cristo !” E assim nasceu para o céu! Era 17 de novembro de 1231.

Sete anos depois, o Papa Gregório IX, de acordo com o Conselho dos Cardeais, canonizou solenemente Isabel. Foi em Perusa, no mesmo lugar da canonização de São Francisco, a 26 de maio de 1235, Pentecostes. Mais tarde foi declarada Padroeira da Ordem Franciscana Secular.

FREI CARMELO SURIAN, O.F.M.
franciscanos.org.br

domingo, novembro 16, 2014

Os frutos de nossa vida - 33º Domingo do Tempo Comum

LITURGIA DIÁRIA
Provérbios 31,10-13. 19-20. 3-31; 
Salmo responsorial 127/128;
1Tessalonicenses 5,1-6; 
Mateus 25, 14-30

Paulo lembra aos Tessalonicenses que o tempo urge. Os que seguem Cristo Jesus são filhos da luz e seres vigilantes. “Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas. Portanto, não durmamos, como os outros, mas sejamos vigilantes e sóbrios.” O final do ano litúrgico e a leitura de textos “escatológicos” nos levam a refletir sobre os frutos de nossa vida ao longo do tempo que passa e que não volta.

Nada mais triste do que uma vida sem viço, uma existência centrada nas preocupações pequenas de nossos universos limitados. Belo quando um ser humano, ao longo do tempo da vida, coloca suas potencialidades e possibilidades em ação. Nesse lugar delimitado do espaço que ocupamos está nossa vida e tudo aquilo que pode ser desenvolvido. Recebemos dons e talentos. Há qualidades da inteligência, recursos do coração e força física. Tudo é dado para ser colocado em benefício de todos que nos cercam. Há uma lei que nos impulsiona para frente: a lei da generosidade. O que se recebe deverá ser multiplicado, sem medo, com audácia, com generosidade. Essa a lição da famosa parábola dos talentos. Cada um recebe dons segundo suas possibilidades. Triste a história daquele que havia recebido um só talento e o enterrara para entregá-lo intacto ao seu senhor. Ele foi paralisado pelo medo. Na vida é assim que quem não coopera, perde o pouco que recebeu.

Insistimos: a lei da vida é a da generosidade que produz o dobro do que se recebeu. Os que não frutificam são servos inúteis; o pouco que receberam lhes será tirado.

Fomos e somos cobertos de dons. Não existíamos e passamos a viver. Olhos, pernas, braços, mente, coração, são alguns dos dons que recebemos e será fundamental colocá-los em ação e a serviço. O mundo se torna melhor, mais justo, mais fraterno na medida em que tais tipos de dons são multiplicados.

Há os dons da fé, os dons espirituais. O Senhor que nos criou nos cobriu de sua graça, derramou o Espírito em nossos corações. Ele nos tirou do abismo da morte, nos lavou com o sangue e água do coração aberto de seu Filho, nos fez sentar à mesa de seu amor nos convidou para tomarmos o pão e bebermos o vinho Perdoa nossa falta, sustenta nossa fé, fortifica nossas pernas trêmulas e nossos passos titubeantes. Tudo é talento, tudo é dom, tudo será multiplicado. Não existe discípulo inerte nem Igreja que não seja missionária. Fazem progressos inauditos os que não retêm para si tantas graças recebidas. Vivem para os outros, colocam-se ao serviço da Igreja e assim multiplicam tudo o que receberam.

O que fazemos com os talentos recebidos? Em que consiste bem precisamente multiplicar os talentos?

Frei Almir Ribeiro Guimarães
franciscanos.org.br

Pia União de Santo Antônio

Pia União de Santo Antônio