SEJAM BEM-VINDOS!

Caríssimos(as) Irmãos(as), saudamos a todos vocês com a Paz e o Bem contidas no Cristo Jesus e em São Francisco de Assis.



sexta-feira, novembro 30, 2012

Santo ANDRÉ Apóstolo - 30 de novembro

Entre os Doze apóstolos de Cristo, André foi o primeiro a ser seu discípulo. Além de ser apontado por eles próprios como o "número dois", depois, somente, de Pedro. Na lista dos apóstolos, pela ordem está entre os quatro primeiros. Morava em Cafarnaum, era discípulo de João Batista, filho de Jonas de Betsaida, irmão de Simão-Pedro e ambos eram pescadores no mar da Galiléia.

Foi levado por João Batista à verde planície de Jericó, juntamente com João Evangelista, para conhecer Jesus. Ele passava. E o visionário profeta indicou-o e disse a célebre frase: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". André, então, começou a segui-lo.

A seguir, André levou o irmão Simão-Pedro a conhecer Jesus, afirmando: "Encontramos o Messias". Assim, tornou-se, também, o primeiro dos apóstolos a recrutar novos discípulos para o Senhor. Aparece no episódio da multiplicação dos pães: depois da resposta de Filipe, André indica a Jesus um jovem que possuía os únicos alimentos ali presentes: cinco pães e dois peixes.

Pouco antes da morte do Redentor, aparece o discípulo André ao lado de Filipe, como um de grande autoridade. Pois é a ele que Filipe se dirige quando certos gregos pedem para ver o Senhor, e ambos contaram a Jesus.

André participou da vida publica de Jesus, estava presente na última ceia, viu o Cristo Ressuscitado, testemunhou a Ascenção e recebeu o primeiro Pentecostes. Ajudou a sedimentar a Igreja de Cristo a partir da Palestina, mas as localidades e regiões por onde pregou não sabemos com exatidão.

Alguns historiadores citam que depois de Jerusalém foi evangelizar na Galiléia, Cítia, Etiópia, Trácia e, finalmente, na Grécia. Nessa última, formou um grande rebanho e pôde fundar a comunidade cristã de Patras, na Acaia, um dos modelos de Igreja nos primeiros tempos. Mas foi lá, também, que acabou martirizado nas mãos do inimigo, Egéas, governador e juiz romano local.

André ousou não obedecer à autoridade do governador, desafiando-o a reconhecer em Jesus um juiz acima dele. Mais ainda, clamou que os deuses pagãos não passavam de demônios. Egéas não hesitou e condenou-o à crucificação. Para espanto dos carrascos, aceitou com alegria a sentença, afirmando que, se temesse o martírio, não estaria "pregando a grandeza da cruz, onde morreu Jesus".

Ficou dois dias pregado numa cruz em forma de "X"; antes, porém, despojou-se de suas vestes e bens, doando-os aos algozes. Conta a tradição que, um pouco antes de André morrer, foi possível ver uma grande luz envolvendo-o e apagando-se a seguir. Tudo ocorreu sob o império de Nero, em 30 de novembro do ano 60, data que toda a cristandade guarda para sua festa.

O imperador Constantino trasladou, em 357, de Patos para Constantinopla, as relíquias mortais de santo André, Apóstolo. Elas foram levadas para Roma, onde permanecem até hoje, na Catedral de Amalfi, só no século XIII. Santo André, Apóstolo, é celebrado como padroeiro da Rússia e Escócia.

paulinas.org.br

quinta-feira, novembro 29, 2012

Todos os santos da Ordem Franciscana

Santos canonizados da primeira ordem, 110; Santas canonizadas da segunda ordem, 9; Santos e Santas canonizados da terceira ordem regular e secular, 53; Religiosos da primeira ordem beatificados, 161; Religiosas da segunda ordem beatificadas, 34; da terceira ordem regular e secular, 95 beatificados. Total de membros das ordens franciscanas canonizados e beatificados, no fim do milênio, 482.

No aniversário da aprovação da regra de São Francisco Honório III, no dia 29 de novembro de 1223. A ordem franciscana recolhe-se em oração festiva para contemplar a grandiosa árvore de santidade nascida daquele livrinho que Francisco dizia ter recebido do próprio Jesus e constituía a “medula do Evangelho”.

Era esse precisamente o projeto de vida e o carisma do pobrezinho: ser sal da terra e luz do mundo, fazer reviver na Igreja o Evangelho em sua pureza, ou seja, apresentar perante os homens a vida de Cristo em todas as suas dimensões: desde a pobreza ao zelo pela salvação de todos, do anúncio da Boa Nova ao sacrifício da cruz.

Quem poderia contar a imensa multidão de Santos, Beatos, Veneráveis e Servos de Deus – se quisermos utilizar esta terminologia canônica – ou melhor ainda, de todos os irmãos e irmãs, sem nome e sem rosto, que nos limites da sua fragilidade viveram a perfeição evangélica, fazendo da regra franciscana a norma da sua vida? É um imenso capital de santidade e de amor, muitas vezes desconhecido, outras vezes esquecido, quando não mesmo desprezado pelo mundo! O bem dá menos nas vistas do que o mal; no entanto, a história do bem, tantas vezes anônima e despercebida, tem escrito o nome e o rosto de Cristo. É essa história que impede o mundo de cair no desespero e fecunda as atividades da Igreja.

São Francisco disse um dia aos irmãos, numa explosão de alegria: “Caríssimos, consolai-vos e alegrai-vos no Senhor! Não vos deixeis entristecer pelo fato de serem poucos, nem vos assusteis da minha simplicidade nem da vossa, pois o Senhor me revelou que há de fazer de nós uma inumerável multidão e nos propagará até os confins do mundo. Ele me mostrou um grande número de pessoas a vir ter conosco, com o desejo de viverem segundo a nossa regra. Ainda me parece ouvir o ruído dos seus passos! Enchiam diversos caminhos, vindos de todas as nações: eram franceses, espanhóis, alemães, ingleses, uma turba imensa de várias outras línguas e nações”.

Ao ouvirem estas palavras, uma santa alegria se apoderou dos irmãos, pela graça que Deus concedia ao seu Santo.

franciscanos.org.br

quarta-feira, novembro 28, 2012

Liturgia do dia - 28 de novembro

1ª Leitura - Ap 15,1-4
Entoavam o cântico de Moisés e o cântico do Cordeiro.
Leitura do Livro do Apocalipse de São João 15,1-4

Eu, João, 1vi no céu outro sinal, grande e admirável: sete anjos, com as sete últimas pragas. Com elas o furor de Deus ia-se consumar.
2Vi também como que um mar de vidro misturado com fogo. Sobre este mar estavam, de pé, todos aqueles que saíram vitoriosos do confronto com a besta, com a imagem dela e
com o número do nome da besta. Seguravam as harpas de Deus.
3Entoavam o cântico de Moisés, o servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo:
'Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações!
4Quem não temeria, Senhor, e não glorificaria o teu nome? Só tu és santo! Todas as nações virão prostrar-se diante de Ti, porque tuas justas decisões se tornaram manifestas.'
Palavra do Senhor.


Salmo - Sl 97 (98), 1. 2-3ab. 7-8. 9 (R. Ap 15,3b)
R. Como são grandes e admiráveis vossas obras,
ó Senhor e nosso Deus onipotente!
1Cantai ao Senhor Deus um canto novo, *
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo *
alcançaram-lhe a vitória.R.

2 O Senhor fez conhecer a salvação, *
e às nações, sua justiça;
3arecordou o seu amor sempre fiel *
3bpela casa de Israel.R.

7Aplauda o mar com todo ser que nele vive, *
o mundo inteiro e toda gente!
8As montanhas e os rios batam palmas *
e exultem de alegria.R.

9na presença do Senhor, pois ele vem, *
vem julgar a terra inteira.
Julgará o universo com justiça *
e as nações com eqüidade.R.

Evangelho - Lc 21,12-19
Todos vos odiarão por causa do meu nome.
Mas vós não perdereis.um só fio de cabelo da vossa cabeça.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 21,12-19
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12Antes que estas coisas aconteçam,
sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome.
13Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. 
14Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa;
15porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater.
16Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós.
17Todos vos odiarão por causa do meu nome.
18Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça.
19É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!
Palavra da Salvação.


Reflexão - Lc 21, 12-19

Ganhar a vida eterna significa ser capaz de lutar no dia a dia pelos valores que a caracterizam. Mas os valores que caracterizam a vida eterna são completamente diferentes dos valores que caracterizam a nossa sociedade de hoje, sendo que a conseqüência dessa diferença é o conflito, que é seguido da perseguição, do ódio e, muitas vezes, da morte. Mas quem de fato acredita na vida eterna e a deseja ardentemente para si assume o projeto de Deus e os valores do Reino dos céus e luta constantemente por eles, não temendo a perseguição e desafiando até mesmo a morte, porque sabe que nada o separará da vida e vida em abundância.


cnbb.org.br

No próximo domingo, começa o ADVENTO

O Tempo do Advento é o ponto de partida do Ano Litúrgico: a espera do Messias. Os fiéis se preparam pela conversão para a celebração dessa vinda: “Revestido de nossa fragilidade, ele veio a primeira vez… revestido de sua glória, ele virá uma segunda vez” (Prefácio do Advento I).

Quatro domingos
Como todos os anos, o espírito do Advento é marcado pelo tema do encontro com o Salvador, que veio inaugurar a perspectiva final de nossa História (1º dom.) Celebramos a esperança de sua primeira vinda (2º e 3º), até o despontar de sua presença, na gravidez de Maria, cheia de graça (4º dom.). Nesta meditação, a liturgia evoca a renovação da História pela obra de Deus, citando os nomes novos que receberá Jerusalém – (1º e 3º domingos) e a grandeza que se realizará na pequena cidade de Belém (4º dom). O Advento deste ano revela o cunho “prático” do 3º evangelista, sobretudo no 3º domingo, que diz concretamente em que consiste, para cada classe social, a conversão ao Senhor que vem.

O ano de Lucas
O ano C é o ano de Lucas, evangelista da “manifestação da bondade de Deus e de seu amor pela humanidade”(cf. Tt 3,4), evangelista dos pobres e dos pecadores, dos pagãos e dos valores humanísticos, como também das mulheres, especialmente, de Nossa Senhora. Seu evangelho faz de Jesus não apenas o Messias (Mc), o Mestre (Mt), mas o Fiel, que nos serve de modelo em nossa caminhada, o homem de oração, de ternura humana, de convivência fraterna, mas também o profeta por excelência, o novo Elias, o porta-voz credenciado do Altíssimo. Assim, o ano C será o ano da práxis cristã segundo o modelo de Cristo.

(1) Konings, J., Liturgia Dominical, Vozes, Petrópolis, 2004, p.351
(2) Idem.


franciscanos.org.br

terça-feira, novembro 27, 2012

Origem e sentido da Bênção de Santo Antônio


Frei Urbano Plentz, OFM

Introdução

Nossos termos "abençoar" e "bendizer", dos quais deriva o substantivo "bênção", originam-se do Latim "benedicere". Este verbo composto é formado dos radicais bene e dicere, que significam "dizer bem".

A palavra bênção, com os verbos "abençoar", "benzer"e "bendizer", expressa, em sua própria essência, uma atitude religiosa, uma relação entre o homem e o sobrenatural. Mostram um vínculo de reciprocidade entre o humano e o divino. É a divindade que concede os seus dons e dádivas (suas bênçãos) e o homem que pede as bênçãos e bendiz e agradece ao recebê-las.

Por isso, vale dizer que o sentido mais amplo de bênção é "invocar a divindade, a sua proteção sobre as pessoas e sobre as realidades humanas". E, ao receber essa proteção e seus benefícios o homem bendiz e louva.


Vale também lembrar, aqui, o fato de que a procura de bênçãos, ultimamente, foi de novo revalorizada. Inclusive, em manifestações supersticiosas e deturpadas. Mas, seja como for, o importante que se pode notar, é que o sentido da bênção foi redescoberto, tanto pelo povo como pela própria Igreja.

Origem da Bênção de Santo Antônio

Existem muito poucas pesquisas sobre a origem desta bênção. E nenhuma pesquisa séria mais recente. Até hoje, a mais citada é a dos Bolandistas. E mesmo esta é baseada numa lenda. Eles a contam assim:

"Havia em Portugal, no reinado do rei Diniz, uma pessoa atormentada por vexações diabólicas. O inimigo da nossa salvação aparecia-lhe sempre sob a forma de Jesus Cristo e ordenava-lhe que se atirasse ao Rio Tejo, para obter a remissão dos seus pecados e a recompensa celestial. A infeliz, enganada pelas mentiras de Satanás, decidiu um dia afogar-se. No caminho, encontrou uma capela franciscana e ali entrou. Ajoelhou-se diante do altar de Santo Antônio de Pádua, suplicou ao Santo para ajudá-la a salvar a alma. Depois, amedrontada com a perspectiva do gênero de morte que lhe estava reservado e bastante fatigada, adormeceu.

Durante o sono, Santo Antônio lhe apareceu, afastou-a do funesto projeto e deu-lhe um pergaminho, dizendo-lhe para o trazer sempre consigo. Ao acordar, achou suspensa no pescoço a folha preciosa, onde se liam algumas linhas, chamadas depois "Breve ou Carta de Santo António". Imediatamente se fez sentir a eficácia do remédio celeste: a obsessão de Satanás desapareceu imediatamente.

O rei de Portugal, tendo tomado conhecimento do milagre, quis ver o maravilhoso escrito e mandou buscá-lo. Desde que se viu privada do seu tesouro, a pessoa recaiu no poder do demônio. Levaram-lhe uma cópia exata do Breve milagroso. Recebeu-a com confiança, trazendo-a dia e noite consigo. No mesmo instante, recobrou a paz e ficou livre de tais tentações. O rei conservou o original entre as relíquias da coroa.

O Breve ou Bênção de Santo Antônio

O "Breve", tradicionalmente, vem impresso numa cruz. De um lado está o texto da bênção e, do outro lado, uma figura de Santo Antônio.O texto da bênção é este: "Ecce crucem Domini; fugite, partes adversae! Vixit Leo de tribu Juda. Radix David. Alleluia! Alleluia!

Geralmente, a tradução vem, mais ou menos, nestes termos: "Eis aqui a cruz do Senhor; fugi, potências Inimigas! Venceu o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi. Aleluia! Alelula!"

Esta bênção é dada, em muitas igrejas de Santo Antônio, às terças-feiras. Os fiéis, devotos do Santo, têm muita fé na eficácia desta bênção. Procuram recebê-la todas as terças-feiras!

A raiz bíblica desta bênção

A Bênção de Santo Antônio (ou "Breve-) é tirada, em sua parte central, do Livro do Apocalipse (Ap 5.5). Isso já lhe dá logo um valor especial. Mesmo que a sua origem esteja envolvida em elementos lendários, ela tem, no entanto, um valor garantido por suas raizes bíblicas.

O texto do Livro do Apocalipse refere-se à vitória do Cordeiro sobre Satanás e a força do mundo. Essa raiz bíblico-cristológica lhe dá o sentido bem característico de uma bênção do Novo Testamento. E assim lhe assegura a garantia de uma bênção legítima e um valor inquestionável.


Se isso não bastasse para legitimá-la, pode-se ainda invocar a sua longa tradição de uso constante em muitas igrejas. Esse fato também lhe dá um direito de legitimidade adquirida.

Como entender hoje esta bênção 
A Igreja sempre estimulou o uso das bênçãos autênticas e legítimas. Elas, em última análise, são uma forma de "exorcismo" positivo, como remédio contra o mal. Vale aqui lembrar que a melhor forma de combater o mal não é ir contra ele, diretamente, mas cultivar o bem. Onde o bem entra, e se toma uma realidade, o mal é, "ipso facto", eliminado.

Outro fato, que convém aqui lembrar, é que o povo simples dá muito valor às bênçãos. E se não encontra as bênçãos boas na IgreJa Católica, vai procurá-las em outros lugares, onde encontrará as fórmulas supersticiosas e deturpadas. E pode até ser levado a seguir falsas religiões manipuladas por exploradores, com suas "tendas de bênçãos e milagres".

Portanto, usar e popularizar a boa bênção pode ser até uma ocasião para se fazer evangelização. São pequenas oportunidades, mas preciosas, para se conscientizar o Povo de Deus sobre valores genuinamente cristãos. E, por meio das bênçãos, pode-se conduzir este mesmo povo a amar "o Pai das luzes, de quem nos vem toda dádiva boa e todo dom perfeito" (Tg 1,17).

A Bênção de Santo Antônio, além de ter um longo valor histórico, é uma bênção de raizes bíblicas. Tem, portanto, os seus direitos de legitimidade. E, se Santo Antônio é "o Santo mais querido do povo brasileiro", a sua bênção tem uma significação muito grande para este povo tão sofrido!

Mas vale a pena lembrar que, por meio dela, há um grande caminho aberto para uma evangelização desses devotos. Pode-se aproveitá-la para invocar os dons e dádivas boas do Pai das Luzes e levar esses devotos a imitar as virtudes do "Grande Santo Antônio", que é o "Doutor Evangélico". E, assim, pode-se criar nos fiéis tambêm o mesmo amor ao Evangelho de Jesus Cristo, que Santo Antônio viveu tão profundamente e anunciou com tanta eloqüência aos seus ouvintes.

Esta bênção é uma grande porta aberta para a descoberta e a vivência de muitos e grandes valores da fé cristã! Vale a pena aproveitá-la bem!

http://www.conventosantoantonio.org.br/artigos/2010/16.php 

segunda-feira, novembro 26, 2012

Quando montar a Árvore de Natal e o Presépio?


Por Pe. Carlos Gustavo Haas.

"Após as I Vésperas do I Domingo do Advento é a hora de montar a árvore de Natal, colocar a guirlanda na porta, armar o presépio, e mudar o capacho da frente de casa por um tapete com decoração natalina." (Rafael Vitola Brodbeck).
A árvore não deve ser montada toda de uma vez: o ideal é acrescentar enfeites e adereços aos poucos, durante as quatro semanas do Advento, que é, para nós católicos, tempo de preparação. 

“Durante o Natal, no Hemisfério Norte, todas as árvores perdem as folhas, com exceção do pinheiro. Por isso, a árvore se tornou símbolo da vida, celebrada no Natal com o nascimento do menino Jesus.”

A preparação da árvore deve ser intensificada durante a última semana que antecede o Natal. “Até 16 de dezembro, tudo ainda é muito sóbrio, mesmo nas leituras feitas nas Missas do advento. É só a partir do dia 17 de dezembroque a Bíblia começa a falar do nascimento de Jesus, e se inicia um momento de maior expectativa. Esse é o momento, portanto, de intensificar a decoração da árvore.”
A montagem do presépio, também tradicional em tempos de Natal, deve seguir a mesma linha da preparação da árvore de natal. “Aos poucos, pode-se começar a montar a gruta, colocar os animais e os pastores, mas a Virgem Maria, São José e o menino Jesus devem fazer parte do presépio apenas mais próximo da noite do Natal.” 


O presépio, enquanto “encenação”, foi uma invenção de São Francisco de Assis para lembrar a simplicidade e as dificuldades enfrentadas pela Virgem Maria e São José no nascimento de Jesus. A orientação para quem pretende seguir a tradição católica é não sofisticar os presépios com luzes e enfeites. 

“Costumamos dizer sempre também que é muito importante envolver as crianças na montagem dos presépios, e o ideal seria que eles fossem feitos nas próprias casas, pelas crianças, para que eles percebam o real sentido do natal.”

Hora de desmontar 

Tradicionalmente, o dia de desmontar a árvore de Natal, o presépio e toda a decoração natalina é 6 de janeiro, o Dia de Reis. “É nesse dia que três magos, pessoas sábias, encontram o menino Jesus e ele é então revelado a todas as nações. Termina então o tempo de Natal, o tempo de expectativa, e começa o Tempo Comum para a Igreja.”

Advento 
Um dos grandes símbolos do Natal para a Igreja é a coroa do Advento. Formada com ramos verdes e em formato de círculo, a coroa simboliza a unidade e a perfeição, sem começo e sem fim. “A coroa representa o nascimento do rei. Em cada um dos quatro domingos do advento uma vela é acesa. Com a proximidade do nascimento de Jesus, a luz se torna mais intensa, e é o Natal enquanto festa da luz que celebramos.”


reflexoesfranciscanas.com.br 

domingo, novembro 25, 2012

Solenidade de CRISTO REI

Jesus, o Rei que dá vida
Solenidade de Cristo Rei

1ª Leitura: Dn 7,13-14
Salmo: 92
2ª Leitura: Ap 1,5-8

Evangelho: Jo 18,33b-37
Chamou Jesus e perguntou: «Tu és o rei dos judeus?» 34 Jesus respondeu: «Você diz isso por si mesmo, ou foram outros que lhe disseram isso a meu respeito?» 35 Pilatos falou: «Por acaso eu sou judeu? O teu povo e os chefes dos sacerdotes te entregaram a mim. O que fizeste?» 36 Jesus respondeu: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue às autoridades dos judeus. Mas agora o meu reino não é daqui.» 37 Pilatos disse a Jesus: «Então tu és rei?» Jesus respondeu: «Você está dizendo que eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade. Todo aquele que está com a verdade, ouve a minha voz.»

* 33-38a: Jesus confirma que é rei. Sua realeza, porém, não é semelhante à dos poderosos deste mundo. Estes exploram e oprimem o povo, enganando-o com um sistema de idéias, para esconder sua ação. É o mundo da mentira. Jesus, ao contrário, é o Rei que dá a vida, trazendo aos homens o conhecimento do verdadeiro Deus e do verdadeiro homem. Seu reino é o reino da verdade, onde a exploração dá lugar à partilha, e a opressão dá lugar à fraternidade.

Bíblia Sagrada – Edição Pastoral

MENSAGEM
Cristo reina pelo testemunho da verdade
O último domingo do ano litúrgico é a festa de Cristo, Rei do Universo. Cristo reina. Reinar ou governar não significa mandar arbitrariamente, mas exercer a responsabilidade da decisão última num projeto de sociedade. Interrogado por Pôncio Pilatos, Jesus diz que seu reinado não é deste mundo (evangelho). Não deve seu reinado a nenhuma instância deste mundo. Ele não é como os reis locais, no Oriente, que eram nomeados pelo Imperador de Roma; nem como o Imperador, cujo poder dependia de seus generais, os quais por sua vez dependiam do poder de … quem? De uma estrutura que se chama “este mundo”. Como hoje. Os governantes deste mundo – estabelecidos por “este mundo” – dependem de toda uma constelação de poderes, influências e trâmites escusos. Devem pactuar, conchavar, corromper. E, no fim, caem de podres. Pensam que são donos do mundo enquanto, na realidade, o mundo é dono deles.

O que são os reinos deste mundo aparece bem na 1ª leitura: quatro feras que tomam conta do mundo e se digladiam entre si. Mas então aparece uma figura com rosto humano, um “como que filho do homem”, que desce do céu, de junto de Deus, e que representa o reinado de Deus que domina as quatro feras, os reinos deste mundo. Jesus na sua pregação se auto-intitula “filho do homem” no sentido de ser aquele que traz esse reinado de Deus ao mundo.

O reinar de Jesus não pertence a este mundo, nem lhe é concedido por este mundo. É reinado de Deus, Deus é seu dono. Mas, embora não sendo deste mundo, este reino não está fora do mundo. Está bem dentro do mundo, mas não depende deste por uma relação de pertença, nem procura impor-se ao mundo por aqueles laços que o prenderiam: força bruta, astúcia, diplomacia, mentira … Jesus ganha o mundo para Deus pela palavra da verdade.

“Para isto eu nasci e vim ao mundo: para dar testemunho da verdade” (Jo 18,37). Jesus é a palavra da verdade em pessoa. Nele a verdade é levada à fala. E que verdade? A verdade lógica, científica? Não. Na Bíblia, verdade significa firmeza, confiabilidade, fidelidade. Jesus é a palavra “cheia de graça e verdade” (Jo 1,14), a palavra em que o amor leal e fiel de Deus vem à tona e se dirige a nós: amor e fidelidade em palavras e atos. É Deus se manifestando. Essa “verdade”, Jesus a revela dando sua vida até o fim. Esse é o sentido desta declaração, feita três horas antes de sua morte, ao ser interrogado por Pôncio Pilatos, que não entende …

Jesus é o Reino de Deus em pessoa. Não reino de opressão, mas reino de amor fiel, reino de rosto humano – o amor humano de Deus por nós, manifestado no dom da vida de Jesus, que reina desde a cruz. A opressão exercida pelos reinos deste mundo, Jesus a venceu definitivamente pela veracidade do amor fiel de Deus. Ora, quem faz existir o amor fiel de Deus no mundo de hoje somos nós. Por isso Jesus nos convida: “Quem é da verdade escuta a minha voz”.

Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes

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sábado, novembro 24, 2012

Ofertório da missa

O Ofertório é a parte da Missa, logo a seguir à Oração dos Fiéis, em que o Pão e o Vinho, e outras oferendas, bem como a colecta da Comunidade, são apresentados sobre o altar pelo sacerdote celebrante e que hão-de ser transformados no Corpo e Sangue de Cristo.

No Missal antigo (de S. Pio V, chamado "Tridentino") o Ofertório era considerado uma das três partes principais da Missa, (com a Consagração e a Comunhão do sacerdote).

As cinco orações que acompanhavam este rito, no Missal antigo, datam apenas da Idade Média e refletem a duplicação de algumas partes do Cânon Romano.

A cerimónia de oferecer Pão e Vinho desenvolveu-se e difundiu-se a partir de um rito simples que depois foi elaborado no rito do dito Missal de S. Pio V (1566-1572).

Presentemente ao Ofertório da Missa com que começa a LITURGIA EUCARÍSTICA, chama-se o Rito da Preparação das Oferendas, segundo a (Instrução Geral do Missal Romano) que diz :

49. - É de louvar a apresentação do pão e do vinho pelos fiéis. Embora, hoje em dia, os fiéis já não ofereçam do seu próprio pão e vinho para a celebração litúrgica, como se fazia noutros tempos, no entanto, o rito desta oferta conserva ainda o significado espiritual.

Além do pão e do vinho, são permitidas ofertas em dinheiro e outros dons, destinados aos pobres ou à Igreja, e tanto podem ser trazidos pelos fiéis como recolhidos dentro da lgreja.

50. - A procissão em que se faz a apresentação dos dons é acompanhada do canto do Ofertório (...) A antífona do Ofertório, se não é cantado, omite-se.

Estes textos são muito mais breves do que os do antigo Missal.

Antigamente os fiéis ofereciam os seus frutos, mas hoje tudo é substituído por dinheiro, não só por ser mais fácil e mais acessível, mas também porque nem toda a gente tem as suas terras para colher os frutos.

Todavia o significado é o mesmo porque é o fruto do trabalho e além disso, os fiéis, como membros da Comunidade têm que contribuir para as despesas da Igreja e para a sustentação do clero em cumprimento do 5º Preceito da Igreja :

O quinto Preceito ("Contribuir para as despesas do culto e para a sustentação do clero segundo os legítimos usos e costumes e as determinações da Igreja"), aponta aos fiéis a obrigação de, conforme as suas possibilidades, "prover às necessidades da Igreja, de forma que ela possa dispor do necessário para o culto divino, para as obras apostólicas e de caridade e para a honesta sustentação dos seus ministros".

Mas, para além do cumprimento do 5º Preceito da Igreja, o Ofertório é a contribuição dos fiéis para o Sacrifício Eucarístico, que o celebrante apresenta sobre o altar como «fruto da terra e do trabalho do homem» e «como fruto da videira e do trabalho do homem», que é também a contribuição dos fiéis para o «Banquete Eucarístico».

Segundo o significado desta contribuição, duas coisas deviam ficar bem presentes no pensamento e no coração de cada um :

1ª- Não faz sentido que não contribua para o Ofertório quem se apresenta para o «Banquete Eucarístico» (Comunhão).

2ª- Não faz sentido que alguém contribua para o Ofertório se não pode ou não quer tomar parte no «Banquete Eucarístico» (Comunhão).

Parece que uma coisa exige ou supõe a outra.

Mas, como para o «Banquete Eucarístico» é necessário e indispensável estar em graça de Deus (túnica nupcial), todo o mistério da Celebração Eucarística (Ofertório e Banquete Eucarístico), é um sério compromisso e uma exigência absoluta, que ajudam a viver na graça de Deus e promovem uma vida espiritual mais profunda e intensa, porque, por um lado, não se pode tomar parte no Banquete Eucarístico (Comunhão) sem estar em graça de Deus, e por outro lado, não tem sentido participar na Celebração Eucarística e não tomar parte no «Banquete Eucarístico» que é a Comunhão.

Assim o recomenda S. Paulo :

- Portanto, sempre que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha. E, assim, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se cada qual a si mesmo e, então, coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que come e bebe, sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação.(1 Cor.11,26-29).

Faltar a este compromisso e ser infiel a tais exigências, significa a prática do sacrilégio e a perda de todos os Frutos da Missa.

Assunto para uma séria reflexão de cada um de nós...


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sexta-feira, novembro 23, 2012

Liturgia do dia 23 de novembro de 2012

Primeira leitura: Apocalipse 10, 8-11
Salmo: Sl 118 (119),14. 24. 72. 103. 111. 131 (R. 103a)
Evangelho: Lucas 19,45-48

REFLEXÃO


Nos evangelhos encontramos alguns relatos a respeito da expulsão dos vendilhões do templo operada por Jesus. Lucas é extremamente sucinto em descrever a cena. Jesus entrou no templo e começou a expulsar os vendedores. Afirma que sua casa é casa de oração e não uma toca de ladrões.

A respeito deste episódio, a impressão que se tem é que tudo já foi dito. Vejamos alguns elementos que devem ser colocados em destaque:

● “Minha casa é casa de oração”. Esses templos de pedra, essas construções de hoje, onde os fiéis se reúnem, onde se celebra a Eucaristia, onde as pessoas entram como que impelidas pelo Senhor, são espaços de oração, de diálogo com Deus, de escuta da Palavra.

● Se o templo é casa de oração, de encontro particular com Deus, há posturas a serem cultivadas: o homem, colocando-se diante do Senhor, adota uma atitude profunda humildade, de disponibilidade para ouvir a voz do Senhor, de modo particular através a audição da Palavra.

● As pessoas que circulavam no templo pareciam estar interessadas em negócios e seu coração não estava, em primeiro lugar, no Senhor. Talvez a reação de Jesus fosse na mesma linha de uma outra observação que fez em outro lugar retomando um texto do Antigo Testamento: o povo honrava o Senhor com os lábios, mas seu coração estava longe de Deus.

● A atitude de Jesus se compreende na linha do zelo. Não podia ele admitir que a casa de seu Pai fosse profanada. Como hoje não podemos assistir passivamente uma indiferença para com o Senhor.

● Jesus tinha o costume de ensinar todos os dias no templo. Os fariseus e os doutores da lei começavam a ficar incomodados com a persistência do ensinamento do Mestre e com sua maneira de falar. Procuraram, então, matá-lo.

● Lucas observa que estes, na verdade, não sabiam o que fazer. O povo ficava fascinado com a maneira como Jesus falava.

Frei Almir Ribeiro Guimarães

franciscanos.org.br

quinta-feira, novembro 22, 2012

22 de novembro - Liturgia do dia

Verde. 5ª-feira da 33ª Semana Tempo Comum Sta. Cecília VgMt, memória


1ª Leitura - Ap 5,1-10
O Cordeiro foi imolado, e com seu sangue adquiriu para Deus homens de toda a tribo, língua, povo e nação.


Leitura do Livro do Apocalipse de São João 5,1-10
Eu, João, 1vi um livro na mão direita daquele que estava sentado no trono. Era um rolo escrito por dentro e por fora, e estava lacrado com sete selos. 2Vi então um anjo forte, 

que proclamava em voz alta: 'Quem é digno de romper os selos e abrir o livro?' 
3Ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra era digno de abrir o livro ou de ler o que nele estava escrito. 
4Eu chorava muito, porque ninguém foi considerado digno de abrir ou de ler o livro. 
5Um dos anciãos me consolou: 'Não chores! 
Eis que o Leão da tribo de Judá, o Rebento de Davi, saiu vencedor. Ele pode romper os selos e abrir o livro'. 
6De fato, vi um Cordeiro. Estava no centro do trono e dos quatro Seres vivos, no meio dos Anciãos. Estava de pé como que imolado. O Cordeiro tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus, enviados por toda a terra. 
7Então, o Cordeiro veio receber o livro da mão direita daquele que está sentado no trono. 
8Quando ele recebeu o livro, os quatro Seres vivos e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro. Todos tinham harpas e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. 
9E entoaram um cântico novo: 'Tu és digno de receber o livro e abrir seus selos, porque foste imolado, e com teu sangue adquiriste para Deus homens de toda a tribo, língua, povo e nação. 
10Deles fizeste para o nosso Deus um reino de sacerdotes. E eles reinarão sobre a terra.' 
Palavra do Senhor.


Salmo - Sl 149,1-2. 3-4. 5-6a.9b (R. Ap 5,10)
R. Fizestes de nós, para Deus, sacerdotes e povo de reis.

1Cantai ao Senhor Deus um canto novo, *
e o seu louvor na assembléia dos fiéis!
2Alegre-se Israel em Quem o fez, *
e Sião se rejubile no seu Rei!R.

3Com danças glorifiquem o seu nome, *
toquem harpa e tambor em sua honra!
4Porque, de fato, o Senhor ama seu povo *
e coroa com vitória os seus humildes.R.

5Exultem os fiéis por sua glória, *
e cantando se levantem de seus leitos,
6acom louvores do Senhor em sua boca *
9bEis a glória para todos os seus santos.R.


Evangelho - Lc 19,41-44 
Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz!

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 19,41-44
Naquele tempo: 41Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse:
42'Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos!
43Dias virão em que os inimigos farão trincheiras contra ti e te cercarão de todos os lados.
44Eles esmagarão a ti e a teus filhos. E não deixarão em ti pedra sobre pedra. Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada.'
Palavra da Salvação.



Reflexão - Lc 19, 41-44
A cidade de Jerusalém abre as suas portas para Jesus, mas não abre o seu coração. Não aceita as suas palavras e rejeita a sua doutrina, pois os seus olhos estão voltados para outra direção, a direção que a levará até a destruição e a morte. É necessário que abramos o nosso coração e reconheçamos que somos visitados pelo Deus da Vida e que rejeitar essa visita significa para nós trilharmos os caminhos da morte, resultado de uma vida de quem apenas está preocupado em olhar para seus interesses mesquinhos e não para os verdadeiros bens que são destinados a quem acolhe o Senhor e vive segundo os valores do Evangelho.

cnbb.org.br

quarta-feira, novembro 21, 2012

21 de novembro - Nossa Senhora da Apresentação

Reza a lenda que ela surgiu à margem direita do rio Potengi, em Natal, numa caixa de madeira envolta em uma rede de pesca. Dentro do caixote, a imagem de uma santa e uma mensagem: "Onde esta imagem chegar, nenhuma desgraça acontecerá". Não existem documentos ou registros históricos comprovando a veracidade deste fato. Entretanto, a tradição oral e a fé depositada naquela imagem e escrito, se perpetuam pelos últimos 259 anos. E, a cada dia 21 de novembro, os fiéis católicos celebram Nossa Senhora da Apresentação, a padroeira de Natal.

Para relembrar o feito dos pescadores que retiraram o caixote do mar na manhã de 21 de novembro de 1753, a Arquidiocese de Natal montou uma programação especial para a tradicional missa na Pedra do Rosário e procissão de encerramento da festa de Nossa Senhora da Apresentação este ano. As celebrações incluem vigília, procissão fluvial, missas e quermesses. "Já são 259 anos da presença de Maria nas nossas vidas", comentou o pároco da Arquidiocese de Natal, Valdir Cândido.

Ele ressaltou, ainda, que a cada ano a festa de Nossa Senhora da Apresentação cresce, congregando cada vez mais jovens, adultos e idosos. Para a missa na Pedra do Rosário, na madrugada desta quarta-feira (21), a expectativa é de que aproximadamente 70 mil pessoas compareçam à Avenida do Contorno, às margens do rio Potengi. "A cada ano a festa aumenta, seja na missa na Pedra do Rosário, seja na procissão de encerramento no final da tarde", afirmou o pároco. A programação religiosa para o feriado santo inclui celebrações a partir da meia-noite desta quarta.



A História de Nossa Senhora da Apresentação
De acordo com o historiador Itamar de Souza, a história da Padroeira de Natal baseia-se na tradição oral. Ele salienta que, mesmo sem ter aqui uma imagem, Nossa Senhora da Apresentação é a Padroeira desde os primórdios da vida cristã da comunidade natalense. Em 1990, numa carta encaminhada ao monsenhor Severino Bezerra, chanceler da Cúria e historiador da Arquidiocese de Natal, fazendo-lhe algumas indagações sobre o orago (santo a que é dedicado um templo ou capela) de Natal, a surpresa.

Na sua carta resposta, o monsenhor fez a seguinte revelação: "Em 29 de março de 1718, antes da chegada de Nossa Senhora da Apresentação, num inventário por morte de Joana de Barros, em Goianinha, entre as dívidas deixadas pela falecida está: esmola de 5.000 (cinco mil) réis à Nossa Senhora da Apresentação. Só 35 anos depois foi o encontro da imagem (Carta datada de 20 de maio de 1900".

Itamar de Souza, em seus escritos publicados no Fascículo Nova História de Natal, afirma que esta revelação corrobora com o que Frei Agostinho de Santa Maria escreveu num livro publicado, em Lisboa, em 1722, citado pelo historiador Luís da Câmara Cascudo: "Na capela-mor daquela matriz se colocou pouco depois um grande e famoso quadro de pintura, em que se vê o mesmo mistério da Senhora historiado... A sua festividade se lhe celebra em 21 de novembro, que é o dia em que a Senhora foi oferecida ao Senhor da Glória". (1980:122).

Conta a tradição que na manhã de 21 de novembro de 1753, pescadores encontraram na margem direita do Rio Potengi, na confrontação da Igreja do Rosário, um caixote que estava encalhado numa pedra. Quando abriram-no, encontraram uma imagem da mãe de Jesus com um menino no colo.

A referida imagem tinha uma mão estendida, aparentando sustentar alguma coisa. Logo, deduziram que fosse um rosário. Avisado sobre a novidade daquela descoberta, o vigário da Paróquia, Pe. Manoel Correia Gomes pressuroso, dirigiu-se ao local e, incontinenti, conduziu o vulto para a Matriz, ciente de que se tratava de um ícone de Nossa Senhora do Rosário.

Entretanto, como 21 de novembro é, no calendário litúrgico da Igreja Católica, o dia em que se festeja a apresentação da Mãe de Jesus no Templo, deram à imagem que apareceu no Rio Potengi o nome de Nossa Senhora da Apresentação. A esta altura, é oportuno lembrar que a Festa da Apresentação de Nossa Senhora no Templo foi instituída pela Igreja Católica no ano de 1571.


www.g1.globocom/rn

Hoje, 21 de novembro

Hoje, dia 21 de novembro, não haverá missas na Igreja de Santo Antônio ( do Galo ). Todos nós estaremos voltados para a programação do dia de nossa padroeira, Nossa Senhora da Apresentação, na Catedral:

DIA 21/11 – QUARTA-FEIRA - DIA DE NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO 
Tema:  MÃE DA APRESENTAÇÃO, MODELO PERFEITO DE FÉ. “BEM AVENTURADA AQUELA QUE ACREDITOU” (Lc 1, 45).
00h - Vigília da Apresentação na Pedra do Rosário com a Comunidade Shalom.
03h30min - Procissão fluvial.
05h - Missa da Pedra do Rosário.
07h30min - Missa Solene na matriz (Antiga Catedral).
10h - Missa Solene na Catedral.
Presidente: Dom Jaime Vieira Rocha - Arcebispo Metropolitano.
14h - 9º NATAL CAMINHA COM MARIA.
Saída: Paróquia Santuário dos Mártires – Bairro Nazaré.
17h - Missa Solene de Encerramento.
Presidente: Dom Jaime Vieira Rocha - Arcebispo Metropolitano.


Paz e Bem.

PROGRAMAÇÃO DA FESTA DE NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO 2012

DIA 21/11 – QUARTA-FEIRA - DIA DE NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO 
Tema:  MÃE DA APRESENTAÇÃO, MODELO PERFEITO DE FÉ. “BEM AVENTURADA AQUELA QUE ACREDITOU” (Lc 1, 45).
00h - Vigília da Apresentação na Pedra do Rosário com a Comunidade Shalon.
03h30min - Procissão fluvial.
05h - Missa da Pedra do Rosário.
07h30min - Missa Solene na matriz (Antiga Catedral).
10h - Missa Solene na Catedral.
Presidente: Dom Jaime Vieira Rocha - Arcebispo Metropolitano.
14h - 9º NATAL CAMINHA COM MARIA.
Saída: Paróquia Santuário dos Mártires – Bairro Nazaré.
17h - Missa Solene de Encerramento.
Presidente: Dom Jaime Vieira Rocha - Arcebispo Metropolitano.

terça-feira, novembro 20, 2012

Leitura orante: Zaqueu viu e foi visto por Jesus, Lc 19,1-10

Evangelho do dia: Lucas 19,1-10

Jesus entrou em Jericó e estava atravessando a cidade. Morava ali um homem rico, chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos. Ele estava tentando ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, pois Zaqueu era muito baixo. Então correu adiante da multidão e subiu numa figueira brava para ver Jesus, que devia passar por ali. Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse a Zaqueu: 
- Zaqueu, desça depressa, pois hoje preciso ficar na sua casa. 
Zaqueu desceu depressa e o recebeu na sua casa, com muita alegria. Todos os que viram isso começaram a resmungar: 
- Este homem foi se hospedar na casa de um pecador! 
Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: 
- Escute, Senhor, eu vou dar a metade dos meus bens aos pobres. E, se roubei alguém, vou devolver quatro vezes mais. 
Então Jesus disse: 
- Hoje a salvação entrou nesta casa, pois este homem também é descendente de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar quem está perdido. 

Leitura Orante
Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que se encontram neste ambiente virtual. 
Graça e Paz a todos os que se reúnem aqui, na web, em torno da Palavra. 
Juntos, rezamos ou cantamos o Salmo 94: 
(Se, em grupo, pode ser rezado em dois coros ou um solista e os demais repetem) 
- Venham, ó nações, ao Senhor cantar (bis) 
- Ao Deus do universo, venham festejar (bis) 
- Seu amor por nós, firme para sempre (bis) 
- Sua fidelidade dura eternamente (bis) 
- Toda a terra aclame, cante ao Senhor (bis) 
- Sirva com alegria, venha com fervor (bis) 
- Nossas mãos orantes para o céu subindo (bis) 
- Cheguem como oferenda ao som deste hino (bis) 
- Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito (bis) 
- Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito (bis) 

1. Leitura (Verdade) 
O que diz o texto do dia? Leio atentamente, na minha Bíblia, o texto: Lc 19,1-10. 
Zaqueu procura ver e conhecer Jesus. Era um cobrador de impostos, profissão arrendada pelos romanos que consistia em pagar pontualmente a quantidade estipulada pelo império. Nesta posição o coletor tinha ocasiões para fraudar, não o fisco, mas os cidadãos comuns. Por isso não era bem visto. 

Quando Jesus entra em Jericó, Zaqueu deseja vê-lo. Seu perfil é de um homem muito rico, chefe dos cobradores de impostos e baixinho. Tentava ver Jesus e não conseguia. Por isso, sobe numa figueira. O texto diz que "Jesus olhou para cima", viu Zaqueu e falou com ele. O fato ganha relevo porque Jesus lhe dá uma atenção especial. Não só! Diz o seu nome - Zaqueu - e ainda, como se já o conhecesse, lhe diz, com liberdade, que vai passar o dia na sua casa. Zaqueu responde "com muita alegria", descendo da árvore. Sentia-se muito honrado em receber Jesus em sua casa. As demais pessoas, "começaram a resmungar". Viam apenas aquele que era considerado pecador. Zaqueu, por sua vez, não perde tempo. Se regenera. De pé, diz a Jesus que vai dar metade dos seus bens aos pobres e, se roubou alguém, vai devolver-lhe o quádruplo. 
E Jesus declara : "Hoje a salvação entrou nesta casa... O Filho do Homem veio buscar e salvar quem está perdido". A salvação é este encontro com Jesus Cristo e com os irmãos e se faz com a prática da justiça. 

2. Meditação (Caminho) 
O que o texto diz para mim, hoje? 
Os bispos na Conferência de Aparecida lembraram: "Jesus, o Bom Pastor, quer nos comunicar a sua vida e se colocar a serviço da vida. Vemos como ele se aproxima do cego no caminho (cf. Mc 10,46-52), quando dignifica a samaritana (cf. Jo 4,7-26), quando cura os enfermos (cf. Mt 11,2-6), quando alimenta o povo faminto (cf. Mc 6,30-44), quando liberta os endemoninhados (cf. Mc 5,1-20). Em seu Reino de vida Jesus inclui a todos: come e bebe com os pecadores (cf. Mc 2,16), sem se importar que o tratem como comilão e bêbado (cf. Mt 11,19); toca leprosos (cf. Lc 5,13), deixa que uma prostituta unja seus pés (cf. Lc 7,36-50) e, de noite, recebe Nicodemos para convida-lo a nascer de novo (cf. Jo 3,1-15). Igualmente, convida a seus discípulos à reconciliação (cf. Mt 5,24), ao amor pelos inimigos (cf. Mt 5,44) e a optarem pelos mais pobres (cf. Lc 14,15-24)."(DAp 353) 
E eu me interrogo: Como me sinto dentro da cena do Evangelho de hoje? Aceito que Jesus venha me visitar? Tenho garantida a minha paz e a felicidade pela aceitação de Jesus Cristo, da mesma forma que Zaqueu? 

3.Oração (Vida) 
O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com a oração: 
Jesus, Mestre: 
Que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria. 
Que eu ame com o teu coração. 
Que eu veja com os teus olhos. 
Que eu fale com a tua língua. 
Que eu ouça com os teus ouvidos. 
Que as minhas mãos sejam as tuas. 
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas. 
Que eu reze com as tuas orações. 
Que eu celebre como tu te imolaste. 
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém. 
(BV. Alberione) 

4.Contemplação (Vida e Missão) 
Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Sinto-me discípulo/a de Jesus. 
Meu olhar deste dia será iluminado pela presença de Jesus Cristo, acolhido na minha casa, no meu trabalho, nos meus relacionamentos. 

Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

www.paulinas.org.br

segunda-feira, novembro 19, 2012

Descanse no colo do Senhor

Deus nos tem no colo. Pode descansar, relaxe no colo do Senhor! Eu era gago e por causa de minha timidez me tornava antipático; e veja a transformação que Deus fez em mim. Saiba que você está no colo do Pai e no colo da Mãe da Ternura, os quais o acolhem e podem transformar tudo em sua vida.

"Todas as coisas concorrem para o bem dos que amam a Deus" (Rom 8,28). E se tudo concorre para o nosso bem, acabamos achando que não amamos a Deus e que Ele não nos ama, pois tantas coisas ruins acontecem. Você não precisa ser perfeito, ame no seu “grau”. Basta que você ame! Você olha para o seu casamento, vê tantos erros e acaba se revoltando com Deus. Mas, Ele não se revoltou com você, Ele continua o amando.

Você não é um cachorro vira-lata, mas um escolhido por Deus, com suas qualidades e falhas. Ele só quer que você corresponda ao chamado d’Ele. Se o Senhor fez tudo isso em nossas vidas é porque nós temos correspondido a Ele; mas se não correspondêssemos mais, Ele faria ainda mais.

Deus merece que você dê tudo a Ele, porque Ele deu tudo por você!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

www.cancaonova.com

domingo, novembro 18, 2012

“O Céu e a terra passarão, minhas palavras não passarão”

33º Domingo do Tempo Comum

Primeira leitura: Daniel 12,1-3
Leitura da Profecia de Daniel: 1“Naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, defensor dos filhos de teu povo; e será um tempo de angústia, como nunca houve até então, desde que começaram a existir nações. Mas, nesse tempo, teu povo será salvo, todos os que se acharem inscritos no Livro. 
2Muitos dos que dormem no pó da terra despertarão, uns para a vida eterna, outros para o opróbrio eterno.
3Mas os que tiverem sido sábios brilharão como o firmamento; e os que tiverem ensinado a muitos homens os caminhos da virtude brilharão como as estrelas, por toda a eternidade.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Salmo: Salmos 15
— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!

— Ó Senhor, sois minha herança e minha taça,/ meu destino está seguro em vossas mãos!/ Tenho sempre o Senhor ante meus olhos,/ pois se o tenho a meu lado não vacilo.
— Eis porque meu coração está em festa,/ minha alma rejubila de alegria,/ e até meu corpo no repouso está tranqüilo;/ pois não haveis de me deixar entregue à morte,/ nem vosso amigo conhecer a corrupção.
— Vós me ensinais vosso caminho para a vida;/ junto a vós, felicidade sem limites,/ delícia eterna e alegria ao vosso lado!

Segunda leitura: Hebreus 10,11-14.18
Leitura da Carta aos Hebreus:
11Todo sacerdote se apresenta diariamente para celebrar o culto, oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, incapazes de apagar os pecados. 
12Cristo, ao contrário, depois de ter oferecido um sacrifício único pelos pecados, sentou-se para sempre à direita de Deus. 13Não lhe resta mais senão esperar até que seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés.
14De fato, com esta única oferenda, levou à perfeição definitiva os que ele santifica.
18Ora, onde existe o perdão, já não se faz oferenda pelo pecado.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Evangelho: Marcos 13,24-32— O Senhor esteja convosco. 
— Ele está no meio de nós. 
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos:
24“Naqueles dias, depois da grande tribulação, o sol vai se escurecer, e a lua não brilhará mais, 25as estrelas começarão a cair do céu e as forças do céu serão abaladas.
26Então vereis o Filho do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória. 27Ele enviará os anjos aos quatro cantos da terra e reunirá os eleitos de Deus, de uma extremidade à outra da terra.
28Aprendei, pois, da figueira esta parábola: quando seus ramos ficam verdes e as folhas começam a brotar, sabeis que o verão está perto. 29Assim também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Filho do Homem está próximo, às portas.
30Em verdade vos digo, esta geração não passará até que tudo isto aconteça. 31O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão. 32Quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

REFLEXÃO
Jesus vivia num ambiente marcado pela efervescência apocalíptica. Esperava-se o Messias, a intervenção de Deus na História, o fim do mundo, a era definitiva, a paz para Israel e o mundo inteiro. E quem está esperando o ônibus crê reconhecer em cada veículo que aparece na curva o “seu ônibus”. Assim também os contemporâneos e os discípulos de Jesus.

Repartindo em tudo a condição humana, menos o pecado, Jesus entra também no gênero literário das especulações apocalípticas (evangelho). Utiliza as imagens corriqueiras, fala dos cataclismos que anunciam “aqueles dias” como o brotar da figueira anuncia o verão. Jesus assume por sua conta a advertência de que a gente se deve preparar para o dia do Filho do Homem, que virá reunir os eleitos. Diz que tudo isso deve acontecer dentro em breve, ainda nesta geração (13,30). Mas isso é apenas o quadro literário daquilo que ele quer dizer mesmo. O fim dos tempos fica um mistério. Ninguém conhece o dia, nem a hora. Nem mesmo o próprio Jesus (13,32). Mas é certo que tudo o que existe é provisório e relativo, o céu e a terra, tudo (13,31). Uma coisa porém não é provisória e relativa, mas definitiva e decisiva: a palavra de Jesus.

Esta é a mensagem da liturgia de hoje. Muitas pessoas se iludem com especulações sobre uma terceira guerra mundial, uma revolução mundial ou seja lá o que for. Nosso tempo é tão apocalíptico quanto o de Jesus. Mas todas estas especulações passam ao lado do essencial: a palavra de Jesus no aqui-e-agora. Sua mensagem de conversão e de dedicação ao amor radical por nossos irmãos é o verdadeiro centro de nossa vida, o ponto de referência firme e inabalável. Dados à sua práxis, não precisamos temer os acontecimentos apocalípticos, pois não acrescentarão nada de novo. Ou seja, não é nos cataclismos cósmicos que está o acontecimento decisivo, mas na palavra do Cristo e sua realização em nós. Se acatamos essa Palavra e a pomos em prática, nossa vida já está nas mãos de Deus. Só precisamos então fazer com que isso se comunique a todos.

A 1a leitura nos conta como os apocalípticos antes de Jesus imaginavam os últimos dias (o livro de Dn é do séc. II a.c.). Os justos ressuscitarão para a vida eterna, os ímpios para a vergonha sem fim. A realidade decisiva não é aquela que se mostra aos nossos olhos. Dn foi escrito no tempo dos Macabeus, tempo da prepotência do ímpio rei sírio Antíoco Epífanes e dos colaboracionistas judaicos, traidores de seu povo e da Lei. Ensina que Deus sempre tem a última palavra sobre a História e a vida humana. Esta fé deve também ser nossa, para ficarmos fiéis à Palavra do Cristo, que é a de Deus, num mundo em que o abuso do poder e a sedução dos falsos valores são o pão de cada dia.

Poucos anos atrás, os teólogos progressistas preferiam não mais falar do fim dos tempos. Hoje vemos que o fim dos tempos ou, pelo menos, de nossa civilização é uma possibilidade real. Basta uma guerra nuclear. E a amontoação de agressividade no mundo parece preparar isso mesmo. Ao mesmo tempo, acreditamos menos nas belas utopias. Ficamos céticos diante da evolução do mundo e da sociedade. Porém, para o cristão, isso não pode ser uma razão de cruzar os braços. Ele tem uma razão de existir e de agir: a palavra de Cristo, que é uma utopia aqui e agora: a doação que nunca se dá por satisfeita. Fim de civilização ou não – isso não importa tanto para nós. Temos um programa que é sempre válido. E pode desabar o mundo, o que tivermos feito em obediência à palavra de Cristo é bem feito para sempre. Este é o mistério da alegria inesgotável do cristão.

Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes

franciscanos.org.br

sábado, novembro 17, 2012

Decálogo para a PAZ - OFS

O DECÁLOGO foi feito pelos Dez Grupos que reflectiram a Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz de 2011 no Encontro/Retiro da OFS Nacional para Formandos e Formadores, que se realizou em Fátima em Março de 2011 e proclamado por um Irmão de cada Grupo a seguir à homilia na Eucaristia de encerramento no dia 27 do mesmo mês. 

Como cristãos e franciscanos…

1. Proclamamos que toda a pessoa é titular do direito sagrado a uma vida íntegra, mesmo do ponto de vista espiritual. Queremos liberdade autêntica, dotada de valores e princípios éticos, fundamentada no Amor, no Perdão, na Esperança e no Sentido para a Vida. Comprometemo-nos, pelo nosso testemunho de vida, a anunciar a dignidade e a despertar consciências para a vida como de Deus.

2. Proclamamos que a Família é o lugar por excelência de aprendizagem religiosa em liberdade integral da relação com Deus e com o Irmão em harmonia e respeito mútuo que conduz à paz. Queremos que a Família, fundada no Matrimónio entre Homem e Mulher,seja defendida nas sua dimensão humana, social e religiosa. Comprometemo-nos com a nossa oração em Família, para que a paz frutifique em terra fértil e se desenvolva em liberdade.

3. Proclamamos que a liberdade religiosa não é património exclusivo dos crentes, mas de toda a família dos povos da terra. Queremos aceitar todas as religiões, porque Deus é um só. Comprometemo-nos a não impor a nossa religião nem a nós mesmos, mas a viver o Evangelho a exemplo de Francisco de Assis.


4. Proclamamos que a liberdade religiosa – força de liberdade e de civilização, e caminho para a paz – não deve ser instrumentalizada. Queremos aceitar e respeitar as diferenças religiosas, em coerência com o nosso ideal cristão e franciscano. Comprometemo-nos a agir com Fé e Caridade, mas com firmeza, de acordo com os princípios evangélicos, procurando ser luz na sociedade.

5. Proclamamos que a sociedade, ao impor ou negar a religião pela violência, é injusta com a pessoa, consigo mesma e com Deus. Queremos uma sociedade fundada na liberdade e na tolerância, onde haja lugar para a diferença de consciência, de pensamento e de culto.
Comprometemo-nos a aceitar, respeitar e promover a diferença do outro nas nossas relações familiares, sociais ou profissionais, sendo coerentes entre a consciência e a vida, como seres integrais.


6. Proclamamos que todos somos chamados a viver no amor e na verdade. Queremos respeitar a todos e ser respeitados em qualquer parte, rejeitar tudo o que é contra a dignidade do homem e da mulher, ser coerentes com a nossa fé. Comprometemo-nos a ser e viver em paz e bem com todos, a estar atentos aos nossos defeitos antes de apontar os dos outros, a ser humildes e voltar atrás para beijar o leproso.

7. Proclamamos o diálogo como procura do bem e da verdade em comum. Queremos o sincero respeito pelo modo de viver e agir de cada crença. Comprometemo-nos a respeitar e acolher todas as religiões com o que tenham de verdadeiro e de bom, e em diálogo e tolerância levar aos outros o testemunho de Francisco de Assis: paz e amor, fé e simplicidade.

8. Proclamamos a defesa da religião, dos direitos e da liberdade das comunidades religiosas.
Queremos paz, fé e amor em toda a humanidade, para uma vida serena e equilibrada entre pluralismo e laicidade das instituições. Comprometemo-nos a tolerar e amar todas pessoas.

9. Proclamamos a renovação conseguida com a mútua indulgência e perdão. Queremos não desanimar nas adversidades, aceitar as diferenças religiosas, promover o diálogo para a paz e afirmar-nos nos valores do Evangelho tendo como base a Fé, a Esperança e o Amor.
Comprometemo-nos a conhecer melhor as próprias imperfeições, a aceitar a liberdade de cada um, a contribuir para a paz no mundo e a amar a todos com convicção reconhecendo neles o rosto de Cristo.

10. Proclamamos a Paz como dom de Deus e projecto em construção contínua no coração de cada pessoa. Queremos ser obreiros dessa Paz, amando a todos sem discriminação. Comprometemo-nos a ser melhores e mais conscientes cidadãos e cristãos,a respeitar os que não pensam como nós, a lutar contra a permissividade e a passividade e a viver na Verdade e no Amor ao jeito de Francisco de Assis.

Fátima / Centro Bíblico dos Capuchinhos / 27 de Março de 2011

Na Conclusão do Encontro/Retiro da OFS Nacional para Formandos e Formadores

Orientado por frei Lopes Morgado, ofmcap



FONTE: http://www.capuchinhos.org

sexta-feira, novembro 16, 2012

A caridade - liturgia do dia 16/11/2012

Primeira Leitura: 2 João,4-9 
Salmo: Salmos 118
Evangelho: Lucas 17,26-37

Reflexão
A única e fundamental realidade da vida é o amor. Tudo em nossa vida, na vida da comunidades dos cristãos, converge para o amor, para a caridade.

O mundo, os espaços siderais, o homem e a mulher foram e estão sendo criados a partir da superabundante caridade de Deus. Seu amor tira os seres do nada e os sustenta no existir. As Escrituras nos dizem que o Senhor foi criando tudo, a tudo dando vida, soprando um hálito todo especial nas narinas do homem e que tudo o que fizera era não somente bom, mas muito bom. Tirando do nada suas criaturas Deus as ama.

O rosto amoroso de Deus apareceu, na plenitude dos tempos, no Menino das Palhas e no Condenado do Gólgota. Esse Deus grande e belo, uno e trino, na plenitude dos tempos, se tornou próximo dos seus. Estende as mãos no presépio pedindo nosso amor e despojado na cruz como que diz: Será que existe dor maior do que morrer de amor?

Misteriosa e belamente o amor de Deus é derramado em nossos corações e vamos nos tornando “recipientes de caridade’. Amamos a Deus com o amor de Deus. Somos elevados e alçados à condição de amar na força do amor ágape…

E tudo se faz no amor… Maridos e mulheres se amam buscando o bem do outro, respeitando o outro, fazendo o outro crescer. Não um amor de simpatia, mas um amor forte que vem de Deus. A família é uma comunidade de amor onde os mais fracos são amados preferencialmente.

Há o amor respeitoso e firme de uns para com os outros. Sobretudo o amor aos jogados à beira do caminho. O amor mútuo se chamará dedicação, respeito por sua pessoa, perdão da ofensa.

O padre, o pastor amará os seus… Gastará sua vida para que as pessoas vivam e vivam em abundância… Cuidará dos pequenos e dos grandes, dos santos e dos pecadores. Rezará por eles. A alegria de sua vida são aqueles que lhe foram confiados.

Os serviços de pastoral do batismo, da catequese, dos noivos não são feitos por grupos de técnicos, mas de cristãos que experimentam um superávit de amor. As equipes de pastoral são, antes de mais nada, pequenas células de Igreja construídas de pessoas que se amam e se estimam no Senhor, na caridade.

Os consagrados, sejam eles contemplativos ou missionários em todos os cantos, são pessoas que amam, que não podem deixar de tornar o Amor amado, que fazem o Senhor o amor enorme de suas vida e que vão dando a vida pelos outros. Sem isso para que vida consagrada?

Sim, a única coisa importante e fundamental na vida é o amor. Normal que nos sirvamos da técnica para atingir as pessoas, modernizar os serviços de pastoral, atualizar a vida da Igreja. Mas cuidado com a tentação do eficientismo que tende a dispensar o amor… Nada existe sem a caridade.

Frei Almir Ribeiro Guimarães
www.franciscanos.org.br

quinta-feira, novembro 15, 2012

"O Reino de Deus está dentro de vocês" - leitura orante

Lc 17,20-25

Alguns fariseus perguntaram a Jesus quando ia chegar o Reino de Deus. Ele respondeu:
- Quando o Reino de Deus chegar, não será uma coisa que se possa ver. Ninguém vai dizer: "Vejam! Está aqui" ou "Está ali". Porque o Reino de Deus está dentro de vocês.
Então ele disse aos discípulos:
- Chegará o tempo em que vocês vão querer ver um dos dias em que o Filho do Homem já tiver chegado, mas não verão. Alguns vão dizer a vocês: "Olhem aqui" ou "Olhem ali"; porém não saiam para procurá-lo. Porque, assim como o relâmpago brilha de uma ponta do céu até a outra, assim será no dia em que o Filho do Homem vier. Mas primeiro ele precisa sofrer e ser rejeitado pelo povo de hoje

Leitura Orante 
Graça e Paz a todos os que se reúnem aqui, na web, em torno da Palavra. Juntos, rezamos ou cantamos o Salmo 94:
(Se, em grupo, pode ser rezado em dois coros ou um solista e os demais repetem)

- Venham, ó nações, ao Senhor cantar (bis)
- Ao Deus do universo, venham festejar (bis)
- Seu amor por nós, firme para sempre (bis)
- Sua fidelidade dura eternamente (bis)
- Toda a terra aclame, cante ao Senhor (bis)
- Sirva com alegria, venha com fervor (bis)
- Nossas mãos orantes para o céu subindo (bis)
- Cheguem como oferenda ao som deste hino (bis)
- Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito (bis)
- Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito (bis)

1. Leitura (Verdade) - O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto, na minha Bíblia: Lc 17,20-25.
Jesus continua falando aos mestres fariseus, que lhe perguntam a data da vinda do Reino de Deus. Jesus evita falar em termos de época. Fala de forma diferente, dos sinais da presença do Reino. e aprofunda mais, dizendo-lhes que o Reino de Deus está dentro deles. O Reino de Deus está ativo neles e na pessoa de Jesus. Em seguida, aos discípulos, Jesus faz uma exortação à vigilância constante.

2. Meditação (Caminho)  - O que o texto diz para mim, hoje?
Como discípulos e missionários devemos ser e estar atentos aos sinais do Reino de Deus. Como disseram os Bispos em Aparecida: " O fato de ser discípulos e missionários de Jesus Cristo para que nossos povos, n'Ele, tenham vida leva-nos a assumir evangelicamente e a partir da perspectiva do Reino as tarefas prioritárias que contribuem para a dignificação do ser humano e a trabalhar junto com os demais cidadãos e instituições para o bem do ser humano. O amor de misericórdia para com todos os que vêem vulnerada sua vida em qualquer de suas dimensões, como bem nos mostra o Senhor em todos seus gestos de misericórdia, requer que socorramos as necessidades urgentes, ao mesmo tempo que colaboremos com outros organismos ou instituições para organizar estruturas mais justas nos âmbitos nacionais e internacionais. É urgente criar estruturas que consolidem uma ordem social, econômica e política na qual não haja iniquidade e onde haja possibilidade para todos. Igualmente, requerem-se novas estruturas que promovam uma autêntica convivência humana, que impeçam a prepotência de alguns e que facilitem o diálogo construtivo para os necessários consensos sociais. (DAp 384).

3.Oração (Vida) - O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com a oração do bem-aventurado Alberione, cuja festa celebramos no dia 26 de novembro.

"Jesus, Mestre:
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém".

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Sinto-me discípulo/a de Jesus.
Meu olhar deste dia será de atenção aos sinais do Reino de Deus.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

paulinas.org.br

quarta-feira, novembro 14, 2012

15 de novembro - programação da Igreja do Galo

Paz e Bem!

LEMBRETE: amanhã, dia 15 de novembro, por ser feriado, apenas teremos missa às 19h.

Liturgia do dia 14 - 11 - 2012

Verde. 4ª-feira da 32ª Semana Tempo Comum

1ª Leitura - Tt 3,1-7 Outrora éramos extraviados, mas por sua misericórdia ele nos salvou.
Leitura da Carta de São Paulo a Tito 3,1-7

Caríssimo:
1Admoesta a todos que vivam submissos aos príncipes e às autoridades, que lhes obedeçam e estejam prontos para qualquer boa obra. 2Não injuriem a ninguém, sejam pacíficos, afáveis e dêem provas de mansidão para com todos os homens. 3Porque nós outrora éramos insensatos, rebeldes, extraviados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo na maldade e na inveja, dignos de ódio e odiando uns aos outros. 4Mas um dia manifestou-se a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor pelos homens:
5Ele salvou-nos não por causa dos atos de justiça que tivéssemos praticado, mas por sua misericórdia; quando renascemos e fomos renovados no batismo pelo Espírito Santo,
6que ele derramou abundantemente sobre nós por meio de nosso Salvador Jesus Cristo.
7Justificados, assim, pela sua graça, nos tornamos na esperança herdeiros da vida eterna.

Palavra do Senhor. 

Salmo - Sl 22 (23),1-3a. 3b-4. 5. 6 (R. 1)
R. O Senhor é o pastor que me conduz,
não me falta coisa alguma.

1O Senhor é o pastor que me conduz;*
não me falta coisa alguma.
2Pelos prados e campinas verdejantes* 
ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha,*
3ae restaura as minhas forças.R.

3bEle me guia no caminho mais seguro,*
pela honra do seu nome.
4Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,*
nenhum mal eu temerei.
Estais comigo com bastão e com cajado,*
eles me dão a segurança!R.

5Preparais à minha frente uma mesa,*
bem à vista do inimigo;
com óleo vós ungis minha cabeça,*
e o meu cálice transborda.R.

6Felicidade e todo bem hão de seguir-me,*
por toda a minha vida;
e, na casa do Senhor, habitarei*
pelos tempos infinitos.R.

Evangelho - Lc 17,11-19
Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 17,11-19
11Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galiléia.
12Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram ao seu encontro.
Pararam à distância, 13e gritaram: 'Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!' 14Ao vê-los, Jesus disse: 'Ide apresentar-vos aos sacerdotes.' Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados.
15Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz;
16atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano. 17Então Jesus lhe perguntou:
'Não foram dez os curados? E os outro nove, onde estão? 18Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?'
19E disse-lhe: 'Levanta-te e vai! Tua fé te salvou.'
Palavra da Salvação.

Reflexão - Lc 17, 11-19
Jesus não quer simplesmente realizar a cura das pessoas, ele quer a libertação integral e a reinserção social de todos os que são por ele curados. Quando Jesus manda que os dez leprosos se apresentem diante dos sacerdotes, ele está realizando a cura deles e quer que eles tenham autorização para voltar a participar ativamente da vida comunitária, o que não era permitido aos leprosos, que eram considerados impuros e, por isso, excluídos da sociedade. Somente quando os sacerdotes constatavam a cura da lepra, poderiam voltar ao convívio de todos.

cnbb.org.br

terça-feira, novembro 13, 2012

Crer em Deus ainda faz sentido?

Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo


No dia 11 de outubro passado, o papa Bento XVI abriu um "Ano da Fé" para toda a Igreja Católica. A iniciativa coincide com o 50.º aniversário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, levada a efeito a seu tempo pelo papa João XXIII. São objetivos do "Ano da Fé" o reencontro dos fiéis com as raízes e as razões da fé da Igreja, sua melhor compreensão e um novo impulso na transmissão do patrimônio da fé, que os cristãos vivem e partilham com a humanidade há 20 séculos.
Pareceria que não faz mais sentido crer em Deus em nossos dias, sobretudo diante da afirmação da racionalidade científica e tecnológica. Há ideias bem diversas sobre a fé, nem sempre compatíveis entre si: há uma fé natural, que se confunde com um desejo intenso, há fé nos projetos humanos e até fé na ciência e na tecnologia. Sem entrar no mérito de cada uma dessas formas de uso do conceito "fé", e respeitando a forma como cada um crê ou não crê, desejo tratar aqui da fé sobrenatural em Deus e daquilo que decorre dessa fé, no sentido cristão de crer - mais exatamente, da Igreja Católica, à qual me dedico.

As perguntas que o próprio papa Bento XVI fez na abertura do "Ano da Fé", provavelmente, são as mesmas que mais de um leitor já se fez alguma vez: ainda tem sentido crer, quando a ciência e a técnica conferem ao homem uma sensação próxima da onipotência? O homem ainda precisa da fé? A fé não humilha a razão? O que significa crer?

Razão e fé, ciência e religião foram e são contrapostas com frequência, como se fossem inconciliáveis. Sobre esse tema o papa João Paulo II escreveu a carta encíclica Fides et Ratio (A Fé e a Razão), de grande profundidade, que permanece plenamente atual. Razão e fé não precisam nem devem, necessariamente, ser contrapostas. São duas vias de acesso à única realidade, percebida de maneiras diferentes; abordagens diversas quanto ao método e complementares quanto ao seu objeto, que é a verdade.

O ato de crer, no sentido cristão, vai além da mera adesão intelectual a uma verdade, ou a um ideal ético elevado. Tampouco se restringe à afirmação de doutrinas sobre Deus ou sobre realidades sobrenaturais. A fé é um dom de Deus, que se manifesta ao homem e o atrai a si, dando-lhe a capacidade de entrar em sintonia e diálogo com Ele. Ao mesmo tempo, é um ato que envolve plenamente o homem e o faz reconhecer os motivos para crer e a razoabilidade da adesão livre a uma realidade que se lhe apresenta luminosa e forte. A fé, nesse sentido, não é um ato irracional nem contrário à razão; nem puro sentimento, podendo ser compreendida e explicitada com argumentos, embora não seja fruto desses argumentos.

Nossa fé está ligada a fatos e eventos, mediante os quais Deus envolve o homem e se manifesta a ele; ao longo da História, de diversos modos Ele veio ao encontro do homem, sobretudo por Jesus Cristo. A fé é, portanto, a resposta livre e pessoal do homem a Deus; por ela nos abrimos para esse encontro misterioso e aderimos a Deus, que é mais que uma verdade intelectual, uma energia ou mesmo o grande caos... Ele se dá a conhecer como um "tu" pessoal, o grande Tu, em referência ao qual tudo passa a ter uma compreensão nova. De fato, a fé, no sentido cristão, oferece uma percepção própria da realidade, à luz de Deus.

O ato de fé é mais que um "crer em qualquer coisa"; é, acima de tudo, abrir-se a Deus e crer nele e, como consequência, naquilo que decorre desse ato de fé primeiro; por isso, a fé se traduz numa relação pessoal com esse grande Tu, que Jesus Cristo ensinou a reconhecer como um pai e a ter com Ele uma relação filial. Apesar de parecer a suprema ousadia da parte do homem, isso corresponde, de fato, ao anseio mais profundo do seu coração, que consiste em relacionar-se de maneira próxima e familiar com Deus.

No ato de crer, a dignidade do homem não é anulada, mas supera-se a frequente tentação de contrapor Deus ao homem. Deus não é a suprema ameaça à autonomia do homem, nem representa o grande obstáculo para que ele seja feliz. O ato de fé em Deus, no sentido exposto, proporciona ao homem a máxima possibilidade de compreensão dos mistérios de sua própria existência e de seu ser.

De fato, por muito que explique o mundo e a si mesmo pela ciência e pela filosofia, o homem não se dá por satisfeito, nem pode abafar algumas questões de fundo, que permanecem sem resposta: quem somos? Por que somos capazes de pensar, querer, decidir? Que significa essa inquietude, essa espécie de saudade interior, que nos impele a procurar a felicidade, o amor, a liberdade, a vida, algo que nos faz falta, como se um objetivo nos atraísse de maneira sutil, mas irresistível? Como orientar nossas escolhas livres para um êxito bom e feliz na vida? E a morte? Haverá algo além desta vida?

Responder de maneira peremptória a essas interrogações com um seco "não me interessa" seria levar pouco a sério o próprio mistério humano e fazer um ato de fé negativo, da mesma forma como faz um ato de fé positivo quem crê em Deus e, à sua luz, procura compreender melhor a si mesmo e ao mundo. E a contraposição inconciliável entre fé e razão, entre ciência e religião pode ser cômoda e simplista, levando a reprimir as interrogações humanas mais angustiantes e a estreitar o horizonte da compreensão do mundo e do ser humano; seria diminuir a própria dignidade homem.

Nossa inteligência é "capaz de Deus" e não está fechada para Ele. Crer é um ato humano livre por excelência, mediante o qual nos abrimos ao supremo Tu, ao Deus pessoal, e podemos alcançar uma certeza interior não menos importante do que aquela que nos vem das ciências exatas ou naturais. Reduzir nossa capacidade racional às certezas verificáveis seria diminuir essa mesma capacidade.

Crer em Deus continua tendo muito sentido.
cnbb.org.br

Pia União de Santo Antônio

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