SEJAM BEM-VINDOS!

Caríssimos(as) Irmãos(as), saudamos a todos vocês com a Paz e o Bem contidas no Cristo Jesus e em São Francisco de Assis.



sexta-feira, janeiro 31, 2014

São João Bosco - 31 de janeiro

Sacerdote da Terceira Ordem (1815-1888). Fundador da Congregação dos Padres Salesianos e o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora e os Cooperadores Salesianos. Foi canonizado por Pio XI no dia 1º de abril de 1934.

João Melquior Bosco, nasceu no dia 16 de agosto de 1815, numa família católica de humildes camponeses em Castelnuovo d’Asti, no norte da Itália, perto de Turim. Órfão de pai aos dois de idade, cresceu cercado do carinho da mãe, Margarida, e amparo dos irmãos. Recebeu uma sólida formação humana e religiosa, mas a instrução básica ficou prejudicada, pois a família precisava de sua ajuda na lida do campo.

Aos nove anos, teve um sonho que marcou a sua vida. Nossa Senhora o conduzia junto a um grupo de rapazes desordeiros que o destratava. João queria reagir, mas a Senhora lhe disse: “Não com pancadas e sim com amor. Torna-te forte, humilde e robusto. À seu tempo tudo compreenderás”. Nesta ocasião decidiu dedicar sua vida a Cristo e a Mãe Maria; quis se tornar padre. Com sacrifício, ajudado pelos vizinhos e orientado pela família, entrou no seminário salesiano de Chieri, daquela diocese.

Inteligente e dedicado, João trabalhou como aprendiz de alfaiate, ferreiro, garçom, tipógrafo e assim, pôde se ordenar sacerdote, em 1841. Em meio à revolução industrial, aconselhado pelo seu diretor espiritual, padre Cafasso, desistiu de ser missionário na Índia. Ficou em Turim, dando início ao seu apostolado da educação de crianças e jovens carentes. Este “produto da era da industrialização”, se tornou a matéria prima de sua Obra e vida.

Neste mesmo ano, criou o Oratório de Dom Bosco, onde os jovens recebiam instrução, formação religiosa, alimentação, tendo apoio e acompanhamento até a colocação em um emprego digno. Depois, sentiu necessidade de recolher os meninos em internatos-escola, em seguida implantou em toda a Obra as escolas profissionais, com as oficinas de alfaiate, encadernação, marcenaria, tipografia e mecânica, repostas às necessidades da época. Para mestres das oficinas, inventou um novo tipo de religioso: o coadjutor salesiano.

Em 1859, ele reuniu esse primeiro grupo de jovens educadores no Oratório, fundando a Congregação dos Salesianos. Nos anos seguintes, Dom Bosco criou o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora e os Cooperadores Salesianos. Construiu, em Turim, a basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, e fundou sessenta casas salesianas em seis países. Abriu as missões na América Latina. Publicou as Leituras Católicas para o povo mais simples.

Dom Bosco agia rápido, acompanhou a ação do seu tempo e viveu o modo de educar, que passou à humanidade como referência de ensino chamando-o de “Sistema Preventivo de Formação”. Não esqueceu do seu sonho de menino, mas, sobretudo compreendeu a missão que lhe investiu Nossa Senhora. Quando lhe recordavam tudo o que fizera, respondia com um sorriso sereno: “Eu não fiz nada. Foi Nossa Senhora quem tudo fez”.

Morreu no dia 31 de janeiro de 1888. Foi beatificado em 1929 e canonizado por Pio XI em 1934. São João Bosco, foi proclamado “modelo por excelência” para sacerdotes e educadores. Ecumênico, era amigo de todos os povos, estimado em todas as religiões, amado por pobres e ricos; escreveu: “Reprovemos os erros, mas respeitemos as pessoas” e se fez , ele próprio, o exemplo perfeito desta máxima.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.
www.franciscanos.org.br

quinta-feira, janeiro 30, 2014

A luz cumpre a sua função quando ela ilumina

Leituras

1ª Leitura - 2Sm 7,18-19.24-29
Salmo - Sl 13l, 1-2. 3-5.11. 12. 13-14 (R. Lc 1,32b)
Evangelho - Mc 4,21-25

É em relação à parábola precedente que o nosso texto deve ser compreendido. “Tua Palavra é lâmpada para os meus passos, luz para o meu caminho”, diz o salmista (Sl 119[118],105). A Palavra de Deus é como a lâmpada. A luz cumpre a sua função quando ela ilumina, quando faz ver na escuridão. Mas o Novo Testamento diz que a pessoa também pode ser como a luz. É o caso de João Batista (cf. Jo 5,35). Jesus é a “luz dos homens” (cf. Jo 1,15ss; 8,12); a comunidade cristã é luz: “vós sois a luz do mundo…” (Mt 5,14-16). Ora, a luz simboliza a pessoa, iluminada pela fé, e a sua doutrina, a sua palavra. É de si mesmo que Jesus fala quando diz que uma lâmpada não pode ficar escondida. O que ele é se manifesta em seus gestos e palavras, e em tudo o que ele faz, se manifesta o Reino de Deus. A chamada de atenção dos vv. 24 e 25 é um apelo à compreensão profunda da palavra que o Senhor anuncia para não se fazer um juízo equivocado, nem se permanecer no erro. O que é dado por Deus através do ensinamento de Jesus é para produzir bons frutos.

Carlos Alberto Contieri, sj
paulinas.org.br

quarta-feira, janeiro 29, 2014

Dogmas e privilégios marianos: Predestinada a ser Mãe de Deus



Em seu eterno e sábio conselho, a Santíssima Trindade elegeu a criatura que seria, para todo o sempre, a Mãe admirável do Verbo Encarnado. Em que consistiu essa predestinação?


A predestinação com que a Santíssima Virgem foi eleita é especial, única entre todas, não somente pelo grau, mas pelo gênero. Se Maria é, na verdade, a primeira criatura predestinada como a mais perfeita imagem de seu Filho é, além disso e a outro título, a única predestinada em qualidade de Mãe sua".1

Para demonstrar a afirmação de que desde toda a eternidade Deus predestinou a Santíssima Virgem Maria para ser a Mãe do Verbo Encarnado, o insigne dominicano padre Royo Marín evoca a pura voz da infalibilidade pontifícia: "Na Bula Ineffabilis Deus, com a que Pio IX definiu o dogma da Imaculada Conceição, leem-se expressamente estas palavras: ‘Elegeu e assinalou (Deus), desde o princípio e antes dos tempos, para seu Unigênito Filho uma Mãe, na qual Ele Se encarnaria, e da qual, depois, na ditosa plenitude dos tempos, nasceria; e em tal grau A amou acima de todas as criaturas, que somente n'Ela Se comprouve com singularíssima benevolência'.

Nada sucede, nem pode suceder no tempo que não tenha sido previsto ou predestinado por Deus desde toda a eternidade. Logo, se a Virgem Maria é, de fato, a Mãe do Verbo Encarnado, claro está que foi predestinada para isso desde toda a eternidade. É uma verdade tão límpida e evidente que não necessita demonstração alguma".2

A eleição de Maria foi singularíssima e distinta da dos outros predestinados
"Se, [pois], o decreto divino relativo a Cristo, Filho de Deus e Mediador, foi idêntico com o relativo à Virgem Santíssima, Mãe de Deus e Medianeira, segue-se logicamente que a predestinação de Maria foi singularíssima e, por isso, gloriosíssima, distinta da dos outros predestinados, seja quanto ao termo, seja quanto à sua extensão.

Quanto ao termo
Foi distinta, antes de tudo, quanto ao termo, pois que, enquanto a predestinação de todas as outras criaturas racionais (Anjos e homens) se refere, como a seu termo, à visão beatífica, que deve ser alcançada mediante a graça, a predestinação de Maria, ao contrário, se refere, como a seu termo, à maternidade do Homem-Deus Mediador; maternidade que, pertencendo à ordem hipostática, é incomparavelmente superior à graça e à glória. Por conseguinte, Maria foi predestinada àquele grau altíssimo, excepcionalíssimo de graça e de glória, que era proporcionado e conveniente a tão alta dignidade".3

Quanto à extensão
"A predestinação de Maria não compreende apenas a maternidade divina e, em virtude desta, toda a abundância de graças e prerrogativas sobrenaturais, desde sua Conceição Imaculada até o seu glorioso triunfo nos Céus, mas também a própria existência e os dotes naturais de corpo e de alma que A adornaram.

Nos demais predestinados, alguns efeitos, como a graça e a glória, derivam da predestinação; outros, ao invés,pertencem à ordem da providência natural, como a existência do eleito e seus dotes naturais, que a predestinação pressupõe e ordena a seu fim.

A índole da predestinação de Maria é belamente descrita pelo Cônego Campana: ‘Assim como em Jesus, tudo em Maria é efeito da providência relativa à ordem sobrenatural. É claro que em Maria, não só a divina maternidade, não só os dons extraordinários da graça, mas a existência, a alma, o corpo, as faculdades, as mínimas coisas, enfim, dependem da predestinação: se Maria não devesse ser Mãe de Deus, não teria existido. [...] Em Maria a maternidade divina penetra, por
assim dizer, todo o seu ser, e o transporta à ordem sobrenatural, não apenas no sentido de que o dirige para esta ordem, mas que o constitui um efeito próprio desta ordem. [...] Como não ver em tudo isso uma vertiginosa elevação de Maria acima de toda outra criatura? Quem não compreende que Maria, na hierarquia da criação, ocupa um lugar singularíssimo, imediatamente abaixo de Jesus?'".4

A predestinação de Maria à graça e à glória
"A predestinação de Maria à maternidade divina encerra, como consequência moralmente necessária, sua predestinação à graça e à glória. A razão é porque a maternidade divina tem uma relação tão íntima e estreita com Deus que exige ou postula moralmente uma participação na mesma natureza divina, que é precisamente a definição da graça santificante. Não se concebe, moralmente falando, a Mãe de Deus privada da graça. E como a graça é completamente gratuita - por isso se chama graça -, a Virgem não pôde merecê-la antes de possuí-la: logo, foi predestinada eternamente a possuí-la, e certamente já no primeiro instante de seu ser.

Isto quanto à graça. O mesmo raciocínio deve-se utilizar em relação à glória. Pode-se conceber, porventura que a Mãe de Deus se condenasse eternamente? Pois a esta disparatadíssima conclusão haveria de se chegar, se negássemos que foi predestinada eternamente por Deus, não só à graça, mas também à glória.

Por conseguinte, ambas predestinações - à graça e à glória - se depreendem clarissimamente, como moralmente necessárias, do fato colossal de sua predestinação à divina maternidade.

Cumpre ainda dizer que o grau de graça e de glória a que foi eternamente predestinada a Santíssima Virgem Maria é tão
grande e sublime, que excede muito o de todos os Anjos e Bem-aventurados juntos, sendo superado unicamente pela graça e a glória de seu Divino Filho Jesus".5

Excertos de: CLÁ DIAS, EP, João Scognamiglio. Pequeno Ofício da Imaculada Conceição Comentado. 2.ed . São Paulo: Associação Católica Nossa Senhora de Fátima, 2010, v.II, p.12-17. (Revista Arautos do Evangelho, Janeiro/2014, n. 145, p. 36-37)

arautos.org

terça-feira, janeiro 28, 2014

S. TOMAS DE AQUINO - 28 DE JANEIRO

Branco. 3ª-feira da 3ª Semana Tempo Comum 
S. Tomás de Aquino PresbDr, memória

Leituras
1ª Leitura - 2Sm 6,12b-15.17-19
Salmo - Sl 23,7. 8. 9. 10 (R.8a)
Evangelho - Mc 3,31-35

Neste dia lembramos uma das maiores figuras da teologia católica: Santo Tomás de Aquino. Conta-se que, quando criança, com cinco anos, Tomás, ao ouvir os monges cantando louvores a Deus, cheio de admiração perguntou: “Quem é Deus?”.

A vida de santidade de Santo Tomás foi caracterizada pelo esforço em responder, inspiradamente para si, para os gentios e a todos sobre os Mistérios de Deus. Nasceu em 1225 numa nobre família, a qual lhe proporcionou ótima formação, porém, visando a honra e a riqueza do inteligente jovem, e não a Ordem Dominicana, que pobre e mendicante atraia o coração de Aquino.

Diante da oposição familiar, principalmente da mãe condessa, Tomás chegou a viajar às escondidas para Roma com dezenove anos, para um mosteiro dominicano. No entanto, ao ser enviado a Paris, foi preso pelos irmãos servidores do Império. Levado ao lar paterno, ficou, ordenado pela mãe, um tempo detido. Tudo isto com a finalidade de fazê-lo desistir da vocação, mas nada adiantou.

Livre e obediente à voz do Senhor, prosseguiu nos estudos sendo discípulo do mestre Alberto Magno. A vida de Santo Tomás de Aquino foi tomada por uma forte espiritualidade eucarística, na arte de pesquisar, elaborar, aprender e ensinar pela Filosofia e Teologia os Mistérios do Amor de Deus.

Pregador oficial, professor e consultor da Ordem, Santo Tomás escreveu, dentre tantas obras, a Suma Teológica e a Suma contra os gentios. Chamado “Doutor Angélico”, Tomás faleceu em 1274, deixando para a Igreja o testemunho e, praticamente, a síntese do pensamento católico.

Santo Tomás de Aquino, rogai por nós!

cancaonova.com





QUE EU CHEGUE A TI, SENHOR

Que eu chegue a Ti, Senhor, 
por um caminho seguro e reto; 
caminho que não se desvie 
nem na prosperidade nem na adversidade,
de tal forma que eu Te dê graças
nas horas prósperas e nas adversas, 
conserve a paciência, 
não me deixando exaltar 
pelas primeiras nem abater pelas outras.

Que nada me alegre ou entristeça, 
exceto o que me conduza a Ti 
ou que de Ti me separe.

Que eu não deseje agradar 
nem receie desagradar senão a Ti.
Tudo o que passa torne-se desprezível a meus olhos 
por Tua causa, Senhor, 
e tudo o que Te diz respeito me seja caro, 
mas Tu, meu Deus, mais do que o resto.

Qualquer alegria sem Ti me seja fastidiosa, 
e nada eu deseje fora de Ti.
Qualquer trabalho, Senhor, 
feito por Ti me seja agradável 
e insuportável aquele de que estiveres ausente.

Concede-me a graça 
de erguer continuamente o coração a Ti 
e que, quando eu caia, me arrependa.
Torna-me, Senhor meu Deus, 
obediente, pobre e casto; 
paciente, sem reclamação; 
humilde, sem fingimento; 
alegre, sem dissipação; 
triste, sem abatimento; 
reservado, sem rigidez; 
ativo, sem leviandade; 
animado pelo temor, sem desânimo; 
sincero, sem duplicidade; 
fazendo o bem sem presunção; 
corrigindo o próximo sem altivez; 
edificando-o com palavras e exemplos, 
sem falsidade.

Dá-me, Senhor Deus, 
um coração vigilante, 
que nenhum pensamento curioso 
arraste para longe de Ti; 
um coração nobre que nenhuma afeição indigna debilite; 
um coração reto que nenhuma intenção equívoca desvie; 
um coração firme, que nenhuma adversidade abale; 
um coração livre, que nenhuma paixão subjugue.

Concede-me, Senhor meu Deus, 
uma inteligência que Te conheça, 
uma vontade que Te busque, 
uma sabedoria que Te encontre, 
uma vida que Te agrade, 
uma perseverança que Te espere com confiança 
e uma confiança que Te possua, enfim.

Amém.

segunda-feira, janeiro 27, 2014

Mensagem final do 2º Seminário sobre Formação Presbiteral

“Em nossa missão, sejamos perseverantes e não nos deixemos abater pelos desafios, pois Cristo é nossa vida e nosso guia, nossa esperança e nosso fim, nossa única referência”, afirmam os participantes do 2º Seminário Nacional sobre Formação Presbiteral, em mensagem final do encontro, ocorrido de 20 a 25 de janeiro, em Aparecida (SP). O evento, promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada e pela Organização de Seminários e Institutos Filosófico-Teológicos do Brasil (Osib), reuniu 232 pessoas, entre reitores de seminários, seminaristas, diretores de institutos, professores, psicólogos, padres, bispos, religiosos (as) que refletiram sobre o tema “Presbíteros segundo o coração de Jesus para o mundo de hoje” e lema “Corramos com perseverança com os olhos fixos em Jesus” (Hb 12, 1-2). Leia, na íntegra, a mensagem final do seminário.

MENSAGEM FINAL

DO II SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE A FORMAÇÃO PRESBITERAL (20-25/01/2014)

“Presbíteros segundo o coração de Jesus, para o mundo de hoje”

“Corramos com perseverança com os olhos fixos em Jesus” (Hb 12, 1-2)

1. Nós, 232 participantes do II Seminário Nacional sobre a Formação Presbiteral, formadores, formandos e leigos comprometidos com a formação presbiteral em nossas Dioceses, nos reunimos aos pés de Nossa Senhora Aparecida, “Mãe do Evangelho vivente, manancial de alegria para os pequeninos” (Papa Francisco), neste momento eclesial característico, para em atitude de escuta, oração e diálogo, sondar indicações para que nossos Seminários se tornem sempre mais lugar de vida e vida plena (cf. Jo 10, 14).

2. A vocação ao ministério ordenado é dom e tarefa. Dom, pois, sua origem não está em nós mesmos. Ao início do nosso ser cristão, seminarista e presbítero, está o encontro com a Pessoa de Jesus e seu projeto: “Não fostes vós que me escolhestes, fui eu que vos escolhi” (Jo 15,16). E é tarefa, pois, cada um é convocado a fazer crescer e frutificar o dom recebido na comunhão do presbitério. A vida se fortalece em se doando (cf. Papa Francisco. Evangelii Gaudium, n. 10).

3. Com o coração pulsante, dispostos para “o bom combate da fé” (2Tm 4,7), queremos ter sempre os “olhos fixos em Jesus” (Hb 12,2). Apressamo-nos na corrida “do certame que nos é proposto” (Hb 12,1b), até o dia em que o Senhor, por sua graça e misericórdia, nos chamar para o convívio definitivo.

4. Reconhecemos as fragilidades, as dificuldades e os desafios nossos e de nossas instituições formativas. Isto nos conscientiza de que precisamos ainda melhor qualificar o processo formativo. Dispomo-nos, como formadores, a esse ministério por amor ao Senhor, à Igreja, a nossos presbitérios e ao nosso povo. Sabemos que o testemunho de pessoas apaixonadas pelo Crucificado-Ressuscitado é fundamental neste nosso serviço. “Ele é a fonte da nossa esperança, e não nos faltará a sua ajuda para a missão que nos foi confiada” (Papa Francisco. Evangelii Gaudium, n. 278).

5. O ministério ordenado, como participação no sacerdócio de Cristo, fiel à vontade do Pai, misericordioso e solidário, só pode ser compreendido à luz da fé. Para viver generosamente esse dom, precisamos cuidar do coração, tornando-o pleno de ardor e fervor, deixando de lado tudo que atrapalha à configuração com Jesus Cristo.

6. Em nossa missão, sejamos perseverantes e não nos deixemos abater pelos desafios, pois Cristo é nossa vida e nosso guia, nossa esperança e nosso fim, nossa única referência. Como discípulos-missionários, queremos lançar-nos na missão de proclamar a “boa nova da parte de Deus” (Cf. Mc 1, 38), na alegria da “loucura da Cruz” (1Cor 1,18).

7. Na arte de formar presbíteros segundo o coração de Jesus, somos exortados a sair de nossas comodidades e autorreferências e, sem medo, ir às periferias existenciais que marcam nosso tempo. Dispomo-nos à missionariedade característica dos discípulos daquele “que passou por entre nós fazendo o bem” (At 10,38), e que “fazia bem todas as coisas” (Mc 7,36).

8. Queremos ser como Jesus: homens de vigor espiritual, pobres e zelosos no exercício da caridade pastoral. Que a intimidade com a sua Palavra viva e eficaz e com a Eucaristia, ilumine e alimente nossa vocação e nosso ministério.

9. Agradecidos por este II Seminário, invocamos a intercessão de São Luiz Gonzaga e São João Maria Vianney, padroeiros dos seminaristas e dos padres, para que possamos sempre e de novo responder ao convite do Senhor – “Vem e segue-me” (Mt 19,21) – e permanecer no seu amor (cf. Jo 15,9).



Aparecida (SP), 25 de janeiro de 2014

cnbb,org,br

domingo, janeiro 26, 2014

Louvores a Deus Altíssimo

1.Vós sois santo, Senhor Deus único, que fazeis maravilhas (Sl 74,15). 

2.Vós sois forte, vós sois grande (cf. Sl 85, l0), vós sois altíssimo, vós sois rei onipotente, vós Pai Santo (Jo 17, 11), rei do céu e da terra (cf. Mt 11, 25). 

3.Vós sois trino e uno, Senhor Deus dos deuses (cf. Sl 135, 2), vós sois o bem, todo bem, o sumo bem, Senhor Deus vivo e verdadeiro (cf. 1Ts 1, 9). 

4.Vós sois amor, caridade; vós sois sabedoria, vós sois humildade, vós sois paciência (Sl 70, 5), vós sois beleza, vós sois mansidão, vós sois segurança, vós sois descanso, vós sois gozo, vós sois nossa esperança e alegria, vós sois justiça, vós sois temperança, vós sois toda nossa riqueza e satisfação. 

5.Vós sois beleza, vós sois mansidão, vós sois protetor (Sl 30, 5), vós sois guarda e defensor nosso; vós sois fortaleza (cfr. Sl 42, 2), vós sois refrigério. 

6.Vós sois nossa esperança, vós sois nossa fé, vós sois nossa caridade, vós sois toda doçura nossa, vós sois nossa vida eterna:
 Grande e admirável Senhor, Deus onipotente, misericordioso Salvador.


O texto autógrafo (atrás do bilhete a Frei Leão) está um pouco estragado pelo uso, mas o que nele não pode ser lido completa-se pela ampla tradição dos manuscritos medievais. É uma das expressões mais bonitas e arrebatadas das orações de louvor de São Francisco e de seu amor ao Deus Trindade. Esta oração foi escrita pouco depois que São Francisco recebeu os estigmas no Alverne (cfr. 2 Cel 49).


procamig.org.br

sábado, janeiro 25, 2014

A conversão de Saulo - 25 de janeiro

Branco. Conversão de São Paulo, Apóstolo, Festa

Leituras
1ª Leitura - At 22,3-16
Salmo - Sl 116(117),1-2 (R. Mc 16,15)
Evangelho - Mc 16,15-18

O martírio de São Paulo é celebrado junto com o de São Pedro, em 29 de junho, mas sua conversão tem tanta importância para a história da Igreja que merece uma data à parte. Neste dia, no ano 1554, deu-se também a fundação da que seria a maior cidade do Brasil, São Paulo, que ganhou seu nome em homenagem a tão importante acontecimento.

Saulo, seu nome original, nasceu no ano 10 na cidade de Tarso, na Cilícia, atual Turquia. À época era um pólo de desenvolvimento financeiro e comercial, um populoso centro de cultura e diversões mundanas, pouco comum nas províncias romanas do Oriente. Seu pai Eliasar era fariseu e judeu descendente da tribo de Benjamim, e, também, um homem forte, instruído, tecelão, comerciante e legionário do imperador Augusto. Pelo mérito de seus serviços recebeu o título de Cidadão Romano, que por tradição era legado aos filhos. Sua mãe uma dona de casa muito ocupada com a formação e educação do filho.

Portanto, Saulo era um cidadão romano, fariseu de linhagem nobre, bem situado financeiramente, religioso, inteligente, estudioso e culto. Aos quinze anos foi para Jerusalém dar continuidade aos estudos de latim, grego e hebraico, na conhecida Escola de Gamaliel, onde recebia séria educação religiosa fundamentada na doutrina dos fariseus, pois seus pais o queriam um grande Rabi, no futuro.

Parece que era mesmo esse o anseio daquele jovem baixo, magro, de nariz aquilino, feições morenas de olhos negros, vivos e expressivos. Saulo já nessa idade se destacava pela oratória fluente e cativante marcada pela voz forte e agradável, ganhando as atenções dos colegas e não passando despercebido ao exigente professor Gamaliel.

Saulo era totalmente contrário ao cristianismo, combatia-o ferozmente, por isso tinha muitos adversários. Foi com ele que Estêvão travou acirrado debate no templo judeu, chamado Sinédrio. Ele tanto clamou contra Estevão que este acabou apedrejado e morto, iniciando-se então uma incansável perseguição aos cristãos, com Saulo à frente com total apoio dos sacerdotes do Sinédrio.

Um dia, às portas da cidade de Damasco, uma luz, descrita nas Sagradas Escrituras como "mais forte e mais brilhante que a luz do Sol", desceu dos céus, assustando o cavalo e lançando ao chão Saulo , ao mesmo tempo em que ouviu a voz de Jesus pedindo para que parasse de persegui-Lo e aos seus e, ao contrário, se juntasse aos apóstolos que pregavam as revelações de Sua vinda à Terra. Os acompanhantes que também tudo ouviram, mas não viram quem falava, quando a luz desapareceu ajudaram Saulo a levantar pois não conseguia mais enxergar. Saulo foi levado pela mão até a cidade de Damasco, onde recebeu outra "visita" de Jesus que lhe disse que nessa cidade deveria ficar alguns dias pois receberia uma revelação importante. A experiência o transformou profundamente e ele permaneceu em Damasco por três dias sem enxergar, e à seu pedido também sem comer e sem beber.

Depois Saulo teve uma visão com Ananias, um velho e respeitado cristão da cidade, na qual ele o curava. Enquanto no mesmo instante Ananias tinha a mesma visão em sua casa. Compreendendo sua missão, o velho cristão foi ao seu encontro colocando as mãos sobre sua cabeça fez Saulo voltar a enxergar, curando-o. A conversão se deu no mesmo instante pois ele pediu para ser Batizado por Ananias. De Damasco saiu a pregar a palavra de Deus, já com o nome de Paulo, como lhe ordenara Jesus, tornando-se Seu grande apóstolo.

Sua conversão chamou a atenção de vários círculos de cidadãos importantes e Paulo passou a viajar pelo mundo, evangelizando e realizando centenas de conversões. Perseguido incansavelmente, foi preso várias vezes e sofreu muito, sendo martirizado no ano 67, em Roma. Suas relíquias se encontram na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, na Itália, festejada no dia de sua consagração em 18 de novembro.

O Senhor fez de Paulo seu grande apóstolo, o apóstolo dos gentios, isto é, o evangelizador dos pagãos. Ele escreveu 14 cartas, expondo a mensagem de Jesus, que se transformaram numa verdadeira "Teologia do Novo Testamento". Também é o patrono das Congregações Paulinas que continuam a sua obra de apóstolo, levando a mensagem do Cristianismo a todas as partes do mundo, através dos meios de comunicação.

www.paulinas.org.br

sexta-feira, janeiro 24, 2014

Dos que querem ser franciscanos

Viver é construir sua história com outras histórias num mundo em constante transformação. Uma das tarefas mais nobres e difíceis é a de discernir seu lugar na orquestra da vida. O Senhor é o maestro que a tudo rege e gostaria que cada ser humano encontrasse seu lugar na grande sinfonia da criação e da redenção. Há a vocação para ser gente, gente de pé, e não uma sombra caminhando ao longo da existência. Realizar a vocação humana. Há esses que escutam o apelo para o seguimento de Cristo na vida cristã. Uns optam pelo casamento, pela família à luz de Cristo. Estamos, não esqueçamos, diante de vocações e não de realidades que precisam fatalmente acontecer. Casamento e família constituem uma vocação. Há aqueles que, nos diferentes caminhos da vida, querem ser franciscanos. Desejam ser cristãos com alguns traços de Francisco no semblante.

● Os que desejam ser franciscanos e franciscanas procuram fazer uma experiência especial do Senhor. Sentem-se atraídos na direção de um Deus, bom, sumo bem, bem total. Pensamos aqui no êxtase da oração. Os franciscanos podem ser referenciais do absoluto de Deus. Frei Prudente Nery dizia: “Sedento e faminto, o mundo busca pessoas que sejam referenciais deste absoluto, que desvelem o sentido de sua própria vida, que lhes indiquem a fonte e lhes apontem o onde ver a face e encontrar a fonte”. Os franciscanos rezam com outros, na missa, nas diferentes modalidades de prece, mas são atraídos pela gruta e pelo eremitério.

● Os franciscanos são pessoas marcadas pela proximidade e fraternidade. Não se consideram melhores do que ninguém. Fazem tudo como se tudo dependesse deles, mas restituem todos os bens ao supremo doador.

São humildes. São verdadeiros e não se vestem com penas de pavão. Querem ser o que são diante de Deus e nada mais. Cuidam dos irmãos, valorizam os irmãos, fazem-se presentes junto dos irmãos.

● Os franciscanos estão perto das pessoas. Não se distanciam. Lutam, sonham, caminham com os outros. Novamente citamos Frei Prudente Nery que Deus chamou tão prematuramente: “Tal proximidade junto dos seres humanos, tão própria de nossa família, é ainda de grave importância para aquilo que chamamos de sintonia com o coração do mundo e dos homens, pela qual nos colocaríamos em condições de captar afetiva, analítica e praticamente, os reais apelos das reais necessidades de um mundo e de pessoas reais”.

● Sentindo-se bem entre os pequenos os franciscanos são pessoas de cuidado e compaixão: cuidado e compaixão pelo leproso, pelo casal de mendigos, pelos homens e mulheres que vivem a mediocridade da fé, pelos que são abusados, pelos que morrem porque a corrupção impera. Os franciscanos cuidam. Cuidam das flores, da água, da terra. Cuidam de Deus nas criaturas mais frágeis.

● São missionários. Sofrem porque o amor não é amado.

Frei Almir Ribeiro Guimarães

www.franciscanos.org.br




quinta-feira, janeiro 23, 2014

“Intolerável a exclusão social generalizada”‘

Dignidade do homem, economia ao serviço do bem comum, inclusão social, luta contra a fome e atenção aos refugiados: são estes os temas principais da mensagem enviada pelo Papa Francisco ao Fórum Económico Mundial, que está a decorrer em Davos, na Suíça, até 25 de Janeiro. No documento pontifício – dirigido ao Presidente Executivo do Fórum Klaus Schwab e lido pelo Cardeal Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz – o Papa espera que o encontro seja “ocasião para uma reflexão mais aprofundada sobre as causas da crise económica” mundial.

Para muitas pessoas, escreve o Papa, a pobreza foi reduzida, mas isso não basta, porque ainda persiste “uma exclusão social generalizada”. Ainda hoje, “a maior parte dos homens e mulheres continua a viver ainda uma precariedade diária, muitas vezes com consequências dramáticas”. A política e a economia devem, portanto, trabalhar na promoção de “uma abordagem inclusiva que tenha em conta a dignidade de cada pessoa humana e do bem comum”.

“Não se pode tolerar - escreve em seguida o Papa - que milhares de pessoas morram diariamente de fome, havendo embora à disposição grandes quantidades de alimentos que muitas vezes são simplesmente desperdiçados”. Da mesma forma, o Papa sublinha que ”não podem deixar indiferentesos muitos refugiados em busca de condições de vida minimamente dignas, que não apenas não encontram acolhimento, mas não raramente vão ao encontro da morte em viagens desumanas”. ”Estou consciente que estas palavras são fortes, até mesmo dramáticas - nota o Papa - mas elas pretendem salientar, mas também desafiar a “capacidade do Fórum para fazer a diferença. O que é necessário, insiste o Papa, é ”um sentido deresponsabilidade renovado, profundo e alargado por parte de todos”, para ”servir mais eficazmente o bem comum e tornar os bens deste mundo mais acessíveis para todos”.

Tomando as palavras de Bento XVI na Caritas in Veritate, o Papa Francisco ressalta depois que a equidade não deve ser apenas económica, mas deve ser baseada numa “visão transcendente da pessoa”, de modo que se possa obter “uma distribuição mais equitativa das riquezas, a criação deoportunidades de emprego e uma promoção integral dos pobres que ultrapasse a mera assistência”.

A mensagem do Papa termina com um forte apelo: “Peço-vos – escreve ele – para fazer com que a riqueza esteja ao serviço da humanidade e não que a governe” na óptica de “uma ética verdadeiramente humana”, levada a cabo por pessoas ”de grande honestidade e integridade”, guiadas por ”altosideais de justiça, generosidade e preocupação pelo autêntico desenvolvimento da família humana”.

Agora que chegou na sua na sua 44ª edição, o Fórum de Davos este ano conta com 2.500 participantes, incluindo 40 chefes de Estado e de Governo. Não falta o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi. Estão também presentes numerosas ONGs e vários representantes religiosos, cristãos, hebreus e muçulmanos. Para a Igreja Católica, assinalam-se os cardeais Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz; John Onayekan, Arcebispo de Abuja, na Nigéria, e Luis Antonio Tagle, Arcebispo de Manila, nas Filipinas, assim como o Arcebispo de Dublin, Dom . Diarmuid Martin.




Fonte: Rádio Vaticano

quarta-feira, janeiro 22, 2014

Franciscos: coerência entre inspirador e inspirado

Frei Gustavo Medella, OFM

Desde o momento em que foi apresentado como Papa, Francisco tem transmitido, por palavras e ações, as mais belas e revolucionárias intuições do Santo de Assis encarnadas nos tempos atuais. É presença terna e acolhedora: nunca ingênua. Assim como seu inspirador de Assis, o Francisco de Roma tem influenciado a Igreja a partir de dentro, apresentando ao mundo o caminho do diálogo, do respeito, do amor a Deus e às pessoas e, assim como Poverello, tem despertado a admiração de muitos, para além dos limites de crença, nacionalidade, visão de mundo e valores. Não se pode negar que também desperta desconfiança e antipatia de alguns – poucos, porém poderosos –, tanto no âmbito interno quanto para além dos muros da Igreja, por balançar os alicerces de uma religiosidade alienada e de um sistema econômico excludente e desumano.

A título de ilustração, seguem exemplos de algumas posturas e atitudes que aproximam Francisco de Roma ao Francisco de Assis:

• Reconhecimento das próprias fraquezas e postura penitencial
Ao enxergar-se como pecador, São Francisco não desejava nutrir uma postura de baixa autoestima ou cultivar um sentimento de azedume em relação a si mesmo. Apenas ficava maravilhado pelo modo como Deus, o Sumo Bem, em seu amor infinito, teria sido capaz de se tornar tão próximo do ser humano, cheio de lutas, imperfeições e fracassos, marcado pela finitude. É este o Espírito que perpassa a importante oração que brotou no mais profundo de sua alma: “Senhor, quem sois vós? E quem sou eu? Vós, o Altíssimo Senhor do céu e da terra, e eu, um vermezinho, vosso ínfimo servo”, e muitas outras considerações a ele atribuídas. Converter-se, viver a penitência, para Francisco, é, portanto, voltar-se por inteiro para Deus todo-bondade.

A mesma consciência diante da Infinita Bondade apresenta o Papa Francisco ao afirmar, em entrevista publicada pelos jesuítas: “Eu sou um pecador. Esta é a melhor definição. E não é um modo de dizer, uma figura de linguagem. Sou um pecador. Sou um pecador para quem o Senhor olhou. Sou alguém que é olhado pelo Senhor”. Ou, ainda, logo depois de ter sido eleito Papa, a seus irmãos cardeais: “Sou pecador, mas confiante na misericórdia e na paciência infinitas de Nosso Senhor Jesus Cristo, confundido e em espírito de penitência, aceito”. O espírito de penitência e a busca de voltar-se inteiramente para o Senhor, abraçadas pelo Santo de Assis, também povoaram o coração do cardeal argentino ao aceitar a missão que Cristo a ele confiava.

• Disposição para vencer a si mesmo, abraçar o leproso e reconhecer nesta figura o Filho de Deus
O germe da vida penitencial movimentava o coração de Francisco de Assis. Tanto que, no Testamento, um de seus últimos textos, ele evoca o encontro com o leproso, figura abjeta e desprezada da época, da qual todos queriam o máximo de distância: “Como estivesse em pecado, parecia-me deveras insuportável olhar para leprosos. E o Senhor me conduziu para o meio deles e eu tive misericórdia com eles. E enquanto me retirava deles, justamente o que antes me parecia amargo se me converteu em doçura da alma e do corpo”. A conversão do olhar e do coração levaram o Santo de Assis a nutrir esta reverência e este desejo de estar junto àqueles que eram os últimos, alijados completamente da vida em sociedade.

E também com estes o Papa Francisco deseja ardentemente estar: com os refugiados de Lampedusa, com os pobres da Comunidade da Varginha, no Complexo da Maré, no Rio, com os menores em conflito com a lei, com quem fez questão de celebrar a Santa Missa, com os doentes, crianças e idosos a quem vive procurando em meio às multidões, com os moradores de rua de Roma, com quem tomou café da manhã no dia de seu aniversário. Francisco quer lançar luz, voltar os olhos da sociedade para aqueles a quem se evita ao máximo olhar.

• Abertura ao diálogo e ao encontro com o diferente
Ficou célebre na história o encontro entre São Francisco e o Sultão do Egito (Melek-el-Kamel), por volta do ano de 1219. O santo enfrentou muitas dificuldades para chegar diante do sultão, mas, ocorrido o encontro, contam os biógrafos que o líder político e religioso ficara impressionado e profundamente comovido com o espírito e a postura de Francisco de Assis.

A amizade de longa data entre o Cardeal Bergoglio e o Rabino argentino Abraham Skorka, desde o tempo em que era arcebispo de Buenos Aires, gerou, e tem gerado, muitos frutos de diálogo e aproximação entre Cristianismo e Judaísmo. Como Papa, Francisco fez questão de evidenciar esta amizade e, através dela, acenar para o mundo sua abertura ao diálogo inter-religioso e ao ecumenismo, tanto que Skorka foi um dos primeiros convidados a quem Francisco recebeu depois de ter sido escolhido como Sumo Pontífice. Ainda no mesmo intuito, o Papa recebeu uma comitiva de líderes judaicos da Argentina para um encontro seguido de almoço em Roma e também anunciou há poucos dias sua visita à Terra Santa para o mês de maio deste ano.

Sob a influência do Papa, outras importantes lideranças católicas têm realizado gestos emblemáticos que revelam esta postura de cultivo de profundos laços de fraternidade. Em encontro ecumênico realizado em uma Igreja Evangélica dos Estados Unidos, o cardeal de Boston, Dom Frei Sean O’Malley, OFMCap (franciscano capuchinho), pediu à Reverenda Anne Robertson, pastora da Igreja Metodista Unida, que ungisse sua fronte com óleo e o abençoasse, imagem que correu o mundo pela internet e provocou grande repercussão.

• Despojamento e austeridade em relação aos bens materiais
Na época de Francisco de Assis, a burguesia emergente apostava na posse de bens e riquezas como um trampolim para alçar voos em direção ao poderio até então reservado exclusivamente aos nobres. E Pedro Bernardone, pai do santo, pertencia a este efervescente grupo, transmitindo também ao filho os sonhos ambiciosos de se tornar “alguém na vida”. Imbuído de tais sonhos, Francisco buscou empenhadamente galgar sucesso percorrendo o caminho proposto por seu genitor. No entanto, após seguidos fracassos, interpretados post factum como ação da Providência Divina, o jovem assisense virou as costas para este projeto “mundano” e passou a perseguir a “santíssima pobreza”, aquela que o tornava mais parecido com o Filho de Deus, que se fez pobre, com sua mãe pobrezinha, neste mundo.

E Francisco, o Papa, também ama o despojamento e manifesta tal opção em diversos sinais: escolhe não usar todos os paramentos a que teria direito enquanto papa, especialmente aqueles que seriam símbolos de ostentação de um poder imperial que pouco ou nada diz da simplicidade de Cristo; prefere morar como mais um hóspede da Casa Santa Marta, em vez de ocupar, solitariamente, a solenidade e a vasta dimensão dos aposentos papais; assume postura rigorosa e exigente no que diz respeito à administração do Banco do Vaticano; pede aos religiosos que coloquem suas casas e estruturas, muitas delas subutilizadas, a serviço dos pobres; denuncia a ganância e exploração que marcam a busca desenfreada e desumana da acumulação de dinheiro por parte de poucos; Convida à partilha e ao trabalho em prol do bem comum.

Em Assis, ao se encontrar com os pobres assistidos pela Cáritas, disse: “O despojamento de são Francisco diz-nos simplesmente o que o Evangelho ensina: seguir Jesus significa pô-lo em primeiro lugar, despojar-nos de tantas coisas que possuímos e que sufocam o nosso coração, renunciar a nós mesmos, tomar a cruz e carregá-la com Jesus. Despojar-se do eu orgulhoso e desapegar-se do desejo do ter, do dinheiro, que é um ídolo que possui. Todos estamos chamados a ser pobres, a despojar-nos de nós mesmos; e por isso devemos aprender a estar com os pobres, partilhar com quem não tem o necessário, tocar a carne de Cristo! O cristão não é alguém que enche a boca com pobres, não! É alguém que se encontra com eles, que olha para eles de frente, que toca neles. Estou aqui não para ‘ser notícia’, mas para indicar que este é o caminho cristão, o que percorreu são Francisco. São Boaventura, falando do despojamento de são Francisco, escreve: ‘Assim, portanto, o servo do Rei altíssimo foi deixado nu, para que seguisse o Senhor nu crucificado, objecto do seu amor’. E acrescenta que assim Francisco se salvou do ‘naufrágio do mundo’” (FF, 1043).

• Postura profética, autocrítica e propositiva
Francisco de Assis não se furtava em advertir seus irmãos quando percebia que a postura deles punha em risco não a instituição, a Ordem dos Frades Menores, mas a fidelidade evangélica que um dia escolheram abraçar. Por isso alertava em relação aos perigos da vaidade, da ambição, do orgulho, da autossuficiência, do comodismo, do desânimo, do apego a cargos. Admoestava com caridade, mas também com firmeza.

O Papa Francisco assume a mesma linha, às vezes usando expressões duras ou até jocosas: pediu aos consagrados e consagradas que não se comportassem como “solteirões e solteironas”, mas assumissem a postura de fecundos “pais e mães espirituais”; vive conclamando aos padres para deixarem a acomodação e irem ao encontro do rebanho, sem ficar tosquiando e explorando sempre as mesmas ovelhas; declarou que padres corruptos não oferecem aos fiéis o pão da vida, mas servem às ovelhas um “pasto envenenado”; recordou que padres apegados a dinheiro e a bens materiais, como carros, por exemplo, ferem profundamente o coração do povo e muitas outras “tiradas” que revelam um profundo senso de autocrítica e conhecimento da realidade.

Fiel à escolha do nome, o Papa Francisco tem sido uma voz profunda e necessária a ecoar no seio da Igreja e do mundo, chamando a atenção para verdades e urgências que não podem ser mais desconsideradas. Que o “Efeito Papa Francisco” permaneça vigoroso, provocando, despertando o coração dos seguidores de Cristo rumo à transformação da humanidade.

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terça-feira, janeiro 21, 2014

Casais em crise - Santa Inês - 21 de janeiro

Dom Murilo S.R. Krieger
Arcebispo de São Salvador (BA) e Primaz do Brasil

“Acabou!” Com essa breve observação, muitas pessoas descrevem o final de seu casamento. Por trás desse verbo há crises, sofrimentos, desabafos e, não poucas vezes, brigas infindas. Em que lugar foram enterrados os sorrisos do dia do casamento e as promessas de fidelidade “até que a morte nos separe”? Em que fase da vida se desvaneceu a certeza de que “ninguém será mais feliz do que nós dois”? Como entender a amargura que tomou conta de um relacionamento que parecia tão feliz?...

Nenhum casamento termina “de repente”. Especialistas matrimoniais constatam que, normalmente, o caminho da desintegração tem quatro etapas, profundamente interligadas – isto é, cada etapa prepara e praticamente condiciona a seguinte.

Na primeira, começam a surgir comentários negativos, um a respeito do outro. Mais do que se queixar do esposo ou da esposa (a queixa refere-se a um comportamento específico), multiplicam-se críticas que são sempre abertas, indeterminadas, gerais: “Você é um chato!”; “Você está cada vez mais insuportável!”. Há aqueles (ou aquelas) que sofrem calados: não aceitam o comportamento do companheiro, mas não verbalizam isso. O problema é que vão acumulando raiva em seu coração. Quando resolvem falar, não medem as palavras. As agressões – verbais ou de fato – parecem ser de inimigos mortais. Agora, o importante é humilhar o outro, para ficar claro que não há mesmo possibilidade alguma de reconciliação.

Para não se chegar a esse ponto, é preciso cultivar o diálogo. Mais do que escutar o outro, é importante ter a capacidade de se colocar no lugar dele, para ver o problema “do outro lado”. Um casal me confidenciou que, ao se casarem, tomaram uma decisão que marcou suas vidas: prometeram um ao outro que jamais dormiriam sem, antes, solucionar os problemas que pudessem ter surgido entre eles durante o dia. “Solucionar”, no caso, significava cultivar o perdão como atitude habitual. O perdão será menos difícil se cada um, em vez de atacar o outro de forma generalizada, chamar a atenção para erros concretos e para comportamentos que precisam ser corrigidos.

Na segunda etapa, cresce o desprezo pelo outro. Desprezar é uma forma de ignorar, de insultar, de ferir. O desprezo vem sempre acompanhado da implicância, dos insultos, da ridicularização. O objetivo a alcançar é a destruição do outro. O importante é sair vencedor.

Só se supera essa etapa quando ao menos um dos dois aceita não ver o outro como um inimigo, e passa a acreditar que não precisa provar que é o mais forte. “Quando estou fraco, então é que sou forte” (2Cor 12,10), diria o apóstolo Paulo.

Na terceira etapa, quem foi vítima de desprezo começa a se defender. Impõe-se a ideia de que a melhor defesa é o ataque. Ninguém mais escuta ninguém. Acabou-se a comunicação.

Consegue-se cortar essa situação somente com a disposição de escutar o outro, de prestar atenção nele, demonstrando que ele é importante.

Na quarta etapa, domina o mutismo. Um dos dois passa a ficar em silêncio, talvez até com o desejo de não piorar a situação. Mas, nessa hora, não é por aí que se soluciona o problema. É preciso, sim, deixar claro que se está escutando o outro. Ninguém consegue ficar indiferente diante de uma pessoa que lhe dá atenção. Escutar e prestar atenção com um coração pronto a acolher é uma maneira de criar pontes – pontes de diálogo e de perdão, pontes de comunhão.

Por fim, o que poderia ter sido escrito no começo: nos meus mais de quarenta anos a serviço da Igreja, atendendo a inúmeros casais, nunca encontrei um casal que rezasse diariamente, que colocasse Deus no centro de suas vidas e que tenha passado por crises matrimoniais insuperáveis. Para dizer isso de forma positiva, lembro a resposta que uma jovem me deu, quando lhe perguntei como estava a sua vida, já que havia se casado dois anos antes: “Meu marido sabe que eu amo a Deus mais do que a ele. Eu sei que meu marido ama a Deus mais do que a mim. A partir daí, tudo fica mais fácil e tudo se resolve sem grandes dificuldades...”

cnbb.org.br


SANTA INÊS

Virgem e mártir, Santa Inês se deixou transformar pelo amor de Deus que é santo. Seu nome vem do grego, que significa pura. Ela pertenceu a uma família romana e, segundo os costumes do seu tempo, foi cuidada por uma aia (uma babá) que só a deixaria após o casamento.

Santa Inês tiva cerca de 12 anos quando um pretendente se aproximou dela; segundo a tradição, era filho do prefeito de Roma e estava encantado pela beleza física de Inês. Mas sua beleza principal é aquela que não passa: a comunhão com Deus. De maneira secreta, ela tinha feito uma descoberta vocacional, era chamada a ser uma das virgens consagradas do Senhor; e fez este compromisso. O jovem não sabia e, diante de tantas propostas, ela sempre dizia ‘não’. Até que ele denunciou Inês para as autoridades, porque sob o império de Diocleciano, era correr risco de vida. Quem renunciasse Jesus ficava com a própria vida; caso contrário, se tornava um mártir. Foi o que aconteceu com esta jovem de cerca de 12 ou 13 anos.

Tão conhecida e citada pelos santos padres, Santa Inês é modelo de uma pureza à prova de fogo, pois diante das autoridades e do imperador, ela se disse cristã. Eles começaram pelo diálogo, depois as diversas ameaças com fogo e tortura, mas em nada ela renunciava o seu Divino Esposo. Até que pegaram-na e a levaram para um lugar em Roma próprio da prostituição, mas ela deixou claro que Jesus Cristo, seu Divino Esposo, não abandona os seus. De fato, ela não foi manchada pelo pecado.

Auxiliada pelo Espírito Santo, com muita sabedoria, ela permaneceu fiel ao seu voto e ao seu compromisso; até que as autoridades, vendo que não podiam vencê-la pela ignorância, mandaram, então, degolar a jovem cristã. Ela perdeu a cabeça, mas não o coração, que ficou para sempre em Cristo.

Santa Inês tem uma basílica que foi consagrada a ela no lugar onde foi enterrada.

Santa Inês, rogai por nós!
cancaonova.com

segunda-feira, janeiro 20, 2014

São Sebastião - 20 de janeiro

Verde. 2ª-feira da 2ª Semana Tempo Comum

Leituras

1ª Leitura - 1Sm 15,16-23
Salmo - Sl 49, 8-9.16bc-17.21.23 (R. 23b)
Evangelho - Mc 2,18-22

Reflexão - Mc 2, 18-22

Em todas as épocas, as pessoas sempre valorizaram as práticas religiosas, e, entre essas práticas, o jejum. Na época de Jesus, não era diferente. Por isso, os fariseus procuram Jesus e o questionam sobre a prática do jejum por parte dele e dos seus discípulos. Jesus nos mostra que as práticas religiosas só têm sentido enquanto são manifestações do relacionamento que temos com Deus, e que o Novo Testamento apresenta essa grande novidade em relação ao Antigo. Assim, percebemos que Jesus veio nos trazer algo realmente novo, e não apenas colocar rótulos novos nas coisas velhas que já existiam antes da sua vinda ao mundo.


SÃO SEBASTIÃO

O santo de hoje nasceu em Narbonne; os pais eram oriundos de Milão, na Itália, do século terceiro. São Sebastião, desde cedo, foi muito generoso e dado ao serviço. Recebeu a graça do santo batismo e zelou por ele em relação à sua vida e à dos irmãos.

Ao entrar para o serviço no Império como soldado, tinha muita saúde no físico, na mente e, principalmente, na alma. Não demorou muito, tornou-se o primeiro capitão da guarda do Império. Esse grande homem de Deus ficou conhecido por muitos cristãos, pois, sem que as autoridades soubessem – nesse tempo, no Império de Diocleciano, a Igreja e os cristãos eram duramente perseguidos –, porque o imperador adorava os deuses. Enquanto os cristãos não adoravam as coisas, mas as três Pessoas da Santíssima Trindade.

Esse mistério o levava a consolar os cristãos que eram presos de maneira secreta, mas muito sábia; uma evangelização eficaz pelo testemunho que não podia ser explícito.

São Sebastião tornou-se defensor da Igreja como soldado, como capitão e também como apóstolo dos confessores, daqueles que eram presos. Também foi apóstolo dos mártires, os que confessavam Jesus em todas as situações, renunciando à própria vida. O coração de São Sebastião tinha esse desejo: tornar-se mártir. E um apóstata denunciou-o para o Império e lá estava ele, diante do imperador, que estava muito decepcionado com ele por se sentir traído. Mas esse santo deixou claro, com muita sabedoria, auxiliado pelo Espírito Santo, que o melhor que ele fazia para o Império era esse serviço; denunciando o paganismo e a injustiça.

São Sebastião, defensor da verdade no amor apaixonado a Deus. O imperador, com o coração fechado, mandou prendê-lo num tronco e muitas flechadas sobre ele foram lançadas até o ponto de pensarem que estava morto. Mas uma mulher, esposa de um mártir, o conhecia, aproximou-se dele e percebeu que ele estava ainda vivo por graça. Ela cuidou das feridas dele. Ao recobrar sua saúde depois de um tempo, apresentou-se novamente para o imperador, pois queria o seu bem e o bem de todo o Império. Evangelizou, testemunhou, mas, dessa vez, no ano de 288 foi duramente martirizado.

São Sebastião, rogai por nós!

cancaonova.com

domingo, janeiro 19, 2014

O Servo escolhido por Deus

Leituras

1a leitura - Is 49,3.5-6
Salmo 40
2a leitura - 1Cor 1,1-3
Evangelho - Jo 1,29-34

O livro do profeta Isaías abrange um período de quase três séculos. Convenhamos que o profeta do século VIII não viveu tanto tempo assim. Certamente, há uma longa tradição literária que subjaz ao livro que leva o nome do profeta. O texto de Isaías proposto para este domingo faz parte do que se convencionou chamar Dêutero-Isaías, que, normalmente, retrata fatos do período do exílio, na Babilônia. É parte de um dos cânticos do “servo sofredor”. Num enorme esforço apologético, os cristãos encontraram em textos como esse o apoio para justificarem, ante a oposição dos judeus, a paixão e morte daquele que eles professavam como Messias. Na releitura cristã deste texto, a personalidade coletiva, Israel, passa a ser um indivíduo, reconhecido como Messias, Jesus. Ele é o servo escolhido por Deus.
O tema do testemunho de João Batista sobre Jesus já está antecipado no prólogo do quarto evangelho (cf. Jo 1,15). O “dia seguinte” (v. 29) refere-se a Jo 1,19-28, episódio em que João é submetido a um verdadeiro interrogatório por parte dos sacerdotes e levitas, enviados pelos judeus de Jerusalém. Esse interrogatório serve ao leitor do evangelho para esclarecer que João não é o Cristo (cf. Jo 1,20). A declaração de João continua ao apontar Jesus como o “cordeiro de Deus” (cf. Jo 1,29). Essa é a única ocorrência, no Novo Testamento, do título cristológico atribuído a Jesus. Trata-se de um título carregado de evocações veterotestamentárias: pode evocar o “servo sofredor” (Is 53,7) e/ou o cordeiro pascal cujo sangue aspergido nas portas das casas livraram os hebreus das pragas do Egito (cf. Ex 12,1ss), aspecto que recorre em Jo 19,14.31-36; pode ainda ligar-se a Ap 17,14, em que o Cordeiro imolado é apresentado como vitorioso. O “cordeiro de Deus” é aquele a quem a missão de João Batista está subordinada (cf. Jo 1,30-31). O reconhecimento do Filho de Deus se dá por uma “visão” (cf. Jo 1,32-34), entenda-se, por revelação, por uma experiência interna e pessoal de Deus. O critério do reconhecimento é a inabitação do Espírito em Jesus. Essa visão em que o Espírito Santo é tangível na pessoa de Jesus faz com que João declare a filiação divina do Nazareno (cf. Jo 1,34). (ver 3 de janeiro)

Carlos Alberto Contieri, sj
paulinas.org.br

sábado, janeiro 18, 2014

Seminário avaliará a formação presbiteral no Brasil

Atualmente o Brasil conta com 5.658 seminaristas diocesanos em formação nas diferentes etapas como o propedêutico, a filosofia e a teologia. Com o objetivo de avaliar o processo formativo desses futuros padres e oferecer orientações aos seminários e seus formadores, terá início, no próximo dia 20, o 2º Seminário Nacional sobre a Formação Presbiteral, em Aparecida (SP).

São esperados reitores de seminários, diretores de institutos, professores e psicólogos que atuam na formação de presbíteros. Já estão inscritos para o seminário 230 participantes de diversas partes do Brasil. O seminário é organizado pela Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada e a Organização dos Seminários e Institutos Filosófico-Teológicos do Brasil (Osib).

A proposta do evento é refletir, à luz da Palavra de Deus e dos Documentos do Concílio Vaticano II, sobre a formação dos seminaristas na perspectiva humana e cristã, a partir do tema “Presbíteros segundo o Coração de Jesus para o mundo de hoje” e lema “Corramos com perseverança com os olhos fixos em Jesus” (Hb 12, 1-2).


Avaliação
O assessor da Pastoral Vocacional da CNBB, padre Valdecir Ferreira, relembra que o último seminário foi realizado há 13 anos. Por isso são grandes as expectativas. Para o sacerdote, o encontro será momento oportuno para avaliar a formação presbiteral no Brasil, no contexto atual.

“Verifica-se um grande avanço no diálogo com as ciências e até mesmo no aprofundamento da filosofia e teologia, também no campo das dimensões formativas. Percebemos o quanto essa juventude que ingressa em nossos seminários passa por mudanças significativas. Portanto, olhamos com muita esperança para a formação e ao mesmo tempo com preocupação”, comenta.

Padre Valdecir explica que uma das preocupações é justamente estabelecer um diálogo mais próximo com os jovens que desejam ingressar no seminário. Além disso, a Comissão da CNBB vem acompanhando a formação presbiteral no Brasil. “Queremos perceber quais as necessidades e oferecer uma formação que atinja as realidades em que os vocacionados estão inseridos. Identificar as lacunas e buscar supri-las, garantindo um processo formativo integral a esses jovens que serão os futuros presbíteros da Igreja”, ressalta.

cnbb.org.br

sexta-feira, janeiro 17, 2014

A fé como atitude prática - Santo Antão do Egito - 17 de janeiro

Branco. 6ª-feira da 1ª Semana Tempo Comum 
Sto. Antão Ab, memória

Leituras
1ª Leitura - 1Sm 8,4-7.10-22a
Salmo - Sl 88, 16-17. 18-19 (R. Cf. 2a)
Evangelho - Mc 2,1-12

Reflexão
Com este episódio, tem início a seção denominada de “controvérsias galileanas” (Mc 2,1–3,6). A finalidade dessa seção é apresentar as resistências enfrentadas por Jesus no desempenho de sua missão. A questão da controvérsia é o “perdão dos pecados”, mas no centro do relato está a fé dos quatro homens que carregam e levam o paralítico até Jesus. A fé, aqui, se manifesta como uma atitude prática que fez com que os quatro homens procurassem todos os meios para que o paralítico fosse posto diante do Senhor da vida. A palavra de Jesus fazia sentido à vida de todos e comunicava um sopro de vida. A palavra é dita e toma corpo no perdão e na consequente cura do paralítico, pois para a mentalidade da época a enfermidade estava ligada ao pecado. O que atrai a atenção de Jesus é a fé daqueles quatro homens que carregam o paralítico. Por que não ver nesses quatro personagens anônimos a evocação dos quatro primeiros discípulos chamados por Jesus às margens do mar da Galileia (Mc 1,16-20)? É a fé deles que faz Jesus agir em favor do paralítico. O perdão dos pecados é, outrossim, um dos sinais dos tempos messiânicos (cf. Jr 31,34).

Carlos Alberto Contieri, sj
paulinas.org.br



Santo Antão do Egito
“Quando eu for elevado da terra, atrairei todos a mim” (Jo 12,32)

Santo Antão é conhecido como o grande iniciador da vida monástica. Viveu por volta de 251-356. Ele levou homens e mulheres a renunciarem ao dinheiro, ao casamento e a qualquer privilégio para viverem plenamente o Evangelho, numa vida em comum. Santo Antão entendeu a palavra de Jesus: “Vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres”. Mas, depois de viver 18 anos rezando e jejuando sozinho, no deserto, compreendeu que a oração não é completa sem a ação, ou seja, sem a caridade e o amor. Passou então a confortar seus irmãos na fé e no amor, visitando regularmente todos os seus discípulos, que viviam nos mosteiros.

Também chamado de Antônio do Deserto, nasceu na cidade de Conam, no coração do antigo Egito, em 251, e batizado com o nome de Antão. Era o primogênito de uma família cristã de camponeses abastados e tinha apenas uma irmã.

Aos vinte anos, com a morte dos pais, herdou todos os bens e a irmã para cuidar. Mas, numa missa, foi tocado pela mensagem do Evangelho em que Cristo ensina a quem quer ser perfeito: “Vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro nos céus. Depois, vem e me segue”. Foi exatamente o que ele fez. Distribuiu tudo o que tinha aos pobres, consagrou sua irmã ao estado de virgem cristã e se retirou para um deserto não muito longe de sua casa.

Passou a viver na oração e na penitência, dedicado exclusivamente à Deus. Como, entretanto, não deixava de atender quem lhe pedia orientação e ajuda, começou a ser muito procurado. Por isto, decidiu se retirar ainda para mais longe, vivendo numa gruta abandonada, por dezoito anos. Assim surgiu Antônio do Deserto o único discípulo do santo mais singular da Igreja: São Paulo, o ermitão.

Mas seus seguidores não o abandonavam. Aos cinquenta e cinco anos, atendeu o pedido de seus discípulos, abandonando o isolamento do deserto. Com isto, nasceu uma forma curiosa de eremitas, os discípulos viviam solitários, cada um em sua cabana, mas todos em contato e sob a direção espiritual de Antônio.

A fama de sua extraordinária experiência de vida santa no deserto, correu o mundo. Passou a ser o modelo do monge recluso e chamado, até hoje, de “pai dos monges cristãos”.

Antônio não deixou de ser procurado também pelo próprio clero, por magistrados e peregrinos que não abriam mão de seus conselhos e consolo. Até o imperador Constantino e seus filhos estiveram com ele.

Mas, o corajoso Antônio esteve em Alexandria duas vezes: em 311 e 335. A primeira para animar e confortar os cristãos perseguidos por Diocleciano. E a segunda, para defender seu discípulo Atanásio, que era o bispo, e estava sendo perseguido e caluniado pelos arianos e para exortar os cristãos a se manterem fiéis à doutrina do Concílio de Nicéia de 325.

Ele também profetizou sua morte, depois de uma última visão de Deus com seus santos, que ocorreu aos cento e cinco anos, em 17 de janeiro de 356, na cidade de Coltzum, Egito. Antônio do Deserto ou Antão do Egito, foi colocado no Livro dos Santos para ser cultuado no dia de sua morte. Santo Atanásio foi o discípulo e amigo que escreveu sua biografia, registrando tudo sobre o caráter, costumes, obras e pensamento do monge mais ilustre da Igreja Católica antiga.

As suas relíquias são conservadas na igreja de Santo Antônio de Viennois, na França, onde os seus discípulos construíram um hospital e numerosas casas para abrigar os doentes abandonados. Mais tarde, se tornaram uma congregação e receberam o nome de “Ordem dos Hospedeiros Antonianos”, que atravessou os séculos, vigorosa e prestigiada.

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quinta-feira, janeiro 16, 2014

Deseje ser curado pelas mãos de Deus

Verde. 5ª-feira da 1ª Semana Tempo Comum 

Leituras
1ª Leitura - 1Sm 4,1-11
Salmo - Sl 43, 10-11.14-15.24-25 (R. 26d)
Evangelho - Mc 1,40-45

HOMILÍA

Nós precisamos ser profundamente insistentes naquilo que necessitamos para ver as graças de Deus no meio de nós!

”Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: ‘Eu quero: fica curado!”’ (Mc 1, 41).

Este leproso, que se aproxima de Jesus, pede com toda a insistência do seu coração, e implora ao Mestre: ”Senhor, se Tu queres, Tu tens o poder de curar-me!” O Senhor tem o poder de me lavar, me purificar, de renovar-me, Senhor, o Senhor pode, por isso estou Te implorando: faça isso por mim, Senhor! Jesus foi tomado de toda compaixão, por isso realizou o pedido desse homem.

Meus irmãos, a cura, o perdão e a restauração de Deus em nossa vida só serão sentidas por nós, na profundidade, quando nós também tivermos profundidade em buscar essas graças e em implorá-las ao Senhor. Nós, muitas vezes, não sentimos o efeito do perdão de Deus, porque não tomamos consciência do peso do pecado. Nós não sentimos a mão de Deus nos lavando, porque não temos consciência da sujeira que está em nós. Nós não sentimos a misericórdia de Deus na Sua profundidade, porque não tocamos no fundo da nossa miséria. E, muitas vezes, nós permitimos que a ação de Deus em nós seja muito ”superficial”. E não é porque Deus seja superficial ou aja de forma superficial, nós é que não vamos, com profundidade, em busca de Deus, em busca da ação de Deus dentro de nós.

Esse leproso sabia do que Jesus poderia fazer por ele, esse leproso sabia que Jesus poderia limpá-lo por dentro e por fora, e ele mesmo proclama: ”Senhor, se Tu queres, o Senhor tem poder para fazer isso”.

Nós precisamos, com a mesma veemência e insistência desse homem, clamar ao coração de Deus: ”Senhor, se Tu queres, o Senhor pode!”. Olhe para a minha miséria, para a minha aflição, venha em meu socorro, Senhor! Não me deixe mais preso, escravo deste mal, não me deixe mais cativo, Senhor, da ação do maligno! Eu creio que o Senhor pode fazer isso!

Sabem, meus irmãos, muitas vezes, existem pensamentos ou sentimentos e coisas que se apoderam de nós, como vícios, pecados e comportamentos que se impregnam à nossa natureza, costumamos agir assim e, desta forma, vamos fazendo isso ou aquilo, às vezes na forma de falar, de agir… Quando nós determinamos que não queremos mais ser assim, quando determinamos que não queremos mais fumar, não queremos mais beber, não queremos mais depender disso ou daquilo, e clamamos, com insistência ao coração de Jesus, podemos ter a certeza de que a mão d’Ele poderosa quer nos curar.

O que nós precisamos é ser profundamente insistentes naquilo que necessitamos para ver as graças de Deus no meio de nós. O Senhor deseja nos curar e libertar, mas é preciso que nós também o queiramos, que também desejemos ser curados e ser libertos!

Que Deus abençoe você!

Pe Roger Araújo
cancaonova.com

Pia União de Santo Antônio

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