LITURGIA DIÁRIA
Provérbios 31,10-13. 19-20. 3-31;
Salmo responsorial 127/128;
1Tessalonicenses 5,1-6;
Mateus 25, 14-30
Paulo lembra aos Tessalonicenses que o tempo urge. Os que seguem Cristo Jesus são filhos da luz e seres vigilantes. “Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas. Portanto, não durmamos, como os outros, mas sejamos vigilantes e sóbrios.” O final do ano litúrgico e a leitura de textos “escatológicos” nos levam a refletir sobre os frutos de nossa vida ao longo do tempo que passa e que não volta.
Nada mais triste do que uma vida sem viço, uma existência centrada nas preocupações pequenas de nossos universos limitados. Belo quando um ser humano, ao longo do tempo da vida, coloca suas potencialidades e possibilidades em ação. Nesse lugar delimitado do espaço que ocupamos está nossa vida e tudo aquilo que pode ser desenvolvido. Recebemos dons e talentos. Há qualidades da inteligência, recursos do coração e força física. Tudo é dado para ser colocado em benefício de todos que nos cercam. Há uma lei que nos impulsiona para frente: a lei da generosidade. O que se recebe deverá ser multiplicado, sem medo, com audácia, com generosidade. Essa a lição da famosa parábola dos talentos. Cada um recebe dons segundo suas possibilidades. Triste a história daquele que havia recebido um só talento e o enterrara para entregá-lo intacto ao seu senhor. Ele foi paralisado pelo medo. Na vida é assim que quem não coopera, perde o pouco que recebeu.
Insistimos: a lei da vida é a da generosidade que produz o dobro do que se recebeu. Os que não frutificam são servos inúteis; o pouco que receberam lhes será tirado.
Fomos e somos cobertos de dons. Não existíamos e passamos a viver. Olhos, pernas, braços, mente, coração, são alguns dos dons que recebemos e será fundamental colocá-los em ação e a serviço. O mundo se torna melhor, mais justo, mais fraterno na medida em que tais tipos de dons são multiplicados.
Há os dons da fé, os dons espirituais. O Senhor que nos criou nos cobriu de sua graça, derramou o Espírito em nossos corações. Ele nos tirou do abismo da morte, nos lavou com o sangue e água do coração aberto de seu Filho, nos fez sentar à mesa de seu amor nos convidou para tomarmos o pão e bebermos o vinho Perdoa nossa falta, sustenta nossa fé, fortifica nossas pernas trêmulas e nossos passos titubeantes. Tudo é talento, tudo é dom, tudo será multiplicado. Não existe discípulo inerte nem Igreja que não seja missionária. Fazem progressos inauditos os que não retêm para si tantas graças recebidas. Vivem para os outros, colocam-se ao serviço da Igreja e assim multiplicam tudo o que receberam.
O que fazemos com os talentos recebidos? Em que consiste bem precisamente multiplicar os talentos?
Frei Almir Ribeiro Guimarães
franciscanos.org.br