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quinta-feira, outubro 25, 2012

O Evangelho não pode perder a força

Santo Antônio Maria Galvão, franciscano
Efésios 3,14-21; Lucas 12, 49-53


Eu vim lançar fogo à terra e como gostaria que já estivesse acesso!


Estamos lendo hoje o Evangelho em que Jesus se apresenta como aquele que divide, esse Jesus que afirma ter vindo para trazer divisão…. Vale transcrever as acertadas linhas do Missal Cotidiano da Paulus: “O Jesus desta página não é, com certeza, esse Jesus açucarado de certas imagens, ou o herói de certos filmes que fazem derramar lágrimas. Este não traz divisão alguma. Pode ainda limitar-se a ser edificante personagem do passado ou emotiva recordação da primeira comunhão. A vida dura, real, conflituosa passa por ele sem ser tocada. Papini, em sua Vida de Cristo, escreveu que os homens fizeram algo pior do que opor-se a Cristo: esqueceram-no. Ou procuraram torná-lo inócuo, sob o verniz do romantismo ou de uma oração antisséptica, imunizada de qualquer contato com os conflitos da vida. Se procurarmos na oração, na Eucaristia, uma espécie de tranquilidade espiritual para esquecer os problemas cotidianos, encontraremos o Jesus da nossa fantasia; não autêntico, do Evangelho” (p. 1413).

Pode-se dizer que a veemência como Jesus se exprime, quer mostrar a urgência que reclama seu seguimento. O cristão é o homem do combate, da luta. A vida cristã exige constantes revisões. Necessário se faz, muitas vezes, reorientar a rota. Sobretudo, os discípulos haverão de cuidar para não caírem numa rotina estéril e numa ação meio desmaiada. Será importante não se acomodar. O Jesus que é pintado diante de nossos olhos é alguém que está ansioso no sentido de que as coisas aconteçam. Faz alusão a um batismo no qual deve ser batizado: batismo de sangue, batismo de entrega amorosa e calorosa da vida? Esse fogo teria alguma coisa a ver com o Espírito?

Pode acontecer que nossa vida de seguimento de Cristo se desenvolva de maneira satisfatória: absorção do espírito do evangelho, convivência fraterna com irmãos, intimidade com o Senhor no mistério da oração, colocação de gestos firmes de transformação da realidade. Através de revisões constantes, retiros, exames delicados da consciência conseguimos viver a vida cristã com ardor. Ao contrário, pode acontecer que, aos poucos, tenhamos colocado o Cristo, o ideal do Cristo, muito baixo e o seu seguimento realizado sem fogo. Papini tem razão: muitas vezes fabricamos para nós Jesus mais inofensivo. Em nossa maneira de viver e de fazer missão pode acontecer que venhamos a tornar o Evangelho muito fraco, fazendo com que ele perca a força que precisa conservar. Numa época em que se fala muito de evangelização, precisamos dar à palavra Evangelho sua total pujança: uma força que vem de Deus para salvar e transformar o mundo, fazendo com que os seres humanos ardam pelo desejo do Reino.

Frei Almir Ribeiro Guimarães
franciscanos.org.br

Pia União de Santo Antônio

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