Ester 5,1-2; 7, 2-3; Apocalipse 12, 1.5.13. 15-16; João 2, 1-11
Entre as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, às margens da Rodovia Dutra e do Rio Paraíba se ergue a majestosa Basílica de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil. Os que já tivemos ocasião de viver algum tempo naquele espaço sabemos do encanto e da beleza do espetáculo de fé que ali se assiste.
Dizemos, com razão, que ali é a Casa da Mãe. Os fiéis acorrem de todos os cantos. Há ônibus de peregrinos que rodam horas e horas. Há pessoas que fazem parte do caminho a pé. Há os que sobre de joelhos ladeiras e escadas. Em todos e em cada um dos peregrinos e dos devotos estão os filhos que buscam estar um pouco na Casa da Mãe. Há os que trazem o agradecimento das graças obtidas e os que não aguentam mais as dores do corpo e do coração e fazem promessas à Mãe de Jesus. Cansados da viagem, sem poderem dormir, essas mulheres e esses homens de fé querem colocar-se sob o manto da Mãe. Há mães que pedem pela conversão dos filhos, há esposos e esposas que suplicam graças para sua família e a solidez de seu casamento. Há pessoas dadas à bebida e às drogas que buscam força… Sempre um espetáculo de fé.
A primeira leitura da missa tirada do livro de Ester fala da prece de Ester pelo povo. A Igreja coloca a mesma prece nos lábios de Maria: “Se ganhei as tuas boas graças, ó rei, e se for de teu agrado, concede-me a vida, eis o meu pedido, e a vida do meu povo, eis o meu desejo”. Belíssimas palavras! A Mãe de Jesus olhando a multidão dos fiéis pede ao Filho e ao Pai que dê vida ao povo. Podemos imaginar que Maria peça também pelos pobrezinhos e quase miseráveis que lá estão e nem mesmo tenham pão para viver e sobreviver.
A segunda leitura tirada do Apocalipse fala de uma mulher vestida de sol. Sabemos que essa luminosa criatura que tinha também a lua sob seus pés é Maria, a Imaculada em sua Conceição, que pisa a cabeça da serpente e que é assim a Mãe dos Pecadores. Doce esse título da Senhora: Maria, mãe dos pecadores que nos dirigimos à Casa da Mãe.
No relato das Bodas de Caná ouvimos Maria dizer a todos: “Por favor, diante das carências da vida, da consciência das falhas e pecados que comente… façam tudo o que ele mandar… ele transformará água em vinho, desespero em esperança, morte em vida…Façam tudo o que ele mandar”.
Quando João Paulo II esteve em Aparecida, por ocasião da Dedicação da Basílica Nacional, disse: “Viva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida! Viva a Virgem Imaculada, a Senhora Aparecida”. Desde que eu pus os pés em terra brasileira, nos vários pontos por onde passei, ouvi este cântico. Ele é, a ingenuidade e singeleza de suas palavras, um grito da alma, um saudação, uma invocação cheia de filial devoção e confiança para com aquela que, sendo verdadeira Mãe de Deus, nos foi dada por seu Filho no momento extremo de sua vida para ser nossa Mãe”.
Frei Almir Ribeiro Guimarães
franciscanos.org.br
CONSAGRAÇÃO A NOSSA SENHORA APARECIDA
Ó Maria Santíssima, que em vossa imagem querida de Aparecida, espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Brasil, eu, embora indigno de pertencer ao número de vossos filhos e filhas, mas cheio do desejo de participar dos benefícios da vossa misericórdia, prostrado a vossos pés, consagro-vos o entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis; consagro-vos a língua para que sempre vos louve e propague vossa devoção; consagro-vos o coração para que depois de Deus vos ame sobre todas as coisas.
Recebei-nos, ó Rainha incomparável, no ditoso número de vossos filhos e filhas, acolhei-nos debaixo de vossa proteção; socorrei-nos em nossas necessidades espirituais e temporais, e sobretudo na hora de nossa morte.
Abençoai-nos, ó Mãe Celestial, e com vossa poderosa intercessão fortalecei-nos em nossa fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possamos louvar-vos, amar-vos e render-vos graças no céu, por toda a eternidade.
Assim seja.