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domingo, fevereiro 02, 2014

Domingo da Apresentação do Senhor

Branco. Apresentação do Senhor, Festa

Leituras
1ª Leitura - Ml 3,1-4
Salmo - Sl 23(24),7.8.9.10 (R. 10b)
2ª Leitura - Hb 2,14-18
Evangelho - Lc 2,22-40

Apresentação do Senhor

A presente festa, ainda imbuída do espírito de Natal, encena a apresentação de Jesus ao Senhor Deus (evangelho), conforme prescrevia a lei judaica para os primogênitos masculinos (Ex 13, 11-16). (Nos tempos pré-históricos, a consagração do primogênito pode até ter sido um sacrifício humano; o episódio do sacrifício de Isaac mostra que a religião abraâmica teve de abolir o sacrifício dos primogênitos). Na Lei de Moisés, o primogênito masculino “pertence ao Senhor”, mas pode ser resgatado mediante um sacrifício, originariamente um cordeiro ou, no tempo de Jesus, o pagamento de cinco moedas de prata. A apresentação da criança ao santuário era facultativa; quem o faz, dá prova de ser judeu “piedoso”. A apresentação, no caso de Jesus, se realizou no quadragésimo dia, coincidindo com O sacrifício da purificação da mãe, igualmente uma instituição antiquíssima (ver Lv 12,1-8). O sacrifício da purificação era um cordeiro de um ano, e uma rola ou pombinho em sacrifício “pelo pecado” (pecado = mancha, impureza ritual do sangue). No caso de pessoas pobres podia ser substituído por um par de rolas ou pombinhos. É o que Maria ofereceu.

Na ocasião desta apresentação e purificação, um piedoso ancião, Simeão, profetiza o papel messiânico de Jesus, atribuindo-lhe os títulos “luz das nações” e “glória de Israel”: ele é o Salvador das “nações” (= os pagãos) e do “povo” (= Israel), concebido conforme a ideia de que Israel seria o centro a partir do qual brilhasse a glória para iluminar as nações. O templo, habitação do Senhor, ocupa, nesta representação, um lugar central. Por isso, a 1ª leitura é o texto de Ml 3 que descreve a visão escatológica da visita de Deus a seu templo. No deserto, o Senhor descia à Tenda da Aliança, na nuvem. No tempo messiânico – assim espera o profeta – sua presença já não estará envolta em nuvem: seria a glória manifesta, iluminando o mundo a partir do templo. Para Lucas, a existência de Jesus é a realização desta visita (cf. Lc 19,44b).

Além desse augúrio messiânico, o mesmo Simeão anuncia também que a existência de Jesus será um sinal de contradição, e uma espada há de atravessar o coração de sua mãe (evangelho). Em redor dele se manifestarão os pensamentos profundos dos corações humanos; por causa dele, os homens se hão de dividir em pró e contra (cf. Lc 12,49-53).

Essas palavras, dirigidas a Maria, juntamente com o tema da purificação da mãe, fizeram com que a presente festa fosse interpretada, na tradicional liturgia e devoção ocidentais, como festa de N. Senhora. No Oriente, não foi assim, e também na liturgia renovada do Concílio Vaticano II a festa é concebida nitidamente como festa de N. Senhor Jesus Cristo. O que não exclui, evidentemente, que seus pais participem da veneração.

A 2ª leitura insiste no fato de que Jesus assumiu plenamente nossa humanidade (cf. também o fim do evangelho: pleno cumprimento da Lei). Esta ideia é parecida com a de Gl 4,4, comentada na Solenidade da S. Mãe de Deus (em parte semelhante à presente festa).

A liturgia evoca também fortemente a ideia da purificação, não tanto a partir do antigo rito da purificação da mãe, mas antes a partir do texto de Ml 3,1-4, que descreve o efeito purificador da visita de Deus a seu templo (1ª leitura). A oração inicial aplica esta ideia aos fiéis. A 2ª leitura lembra nossa purificação pelo sacrifício de Cristo e a oração sobre as oferendas inspira-se num pensamento semelhante (o cordeiro imaculado). A pureza assim evocada – e pela força do simbolismo inevitavelmente assimilada à pureza da Virgem-Mãe – une-se ao simbolismo da luz: e dos olhos puros, que podem ver o Salvador (Cântico de Simeão, no evangelho).

A impressão do conjunto desta festa é, portanto, de alegria (mas com ressalva: a espada que atravessa o coração de Maria), de pureza e de luz. Ao mesmo tempo, evoca também o Mistério divino encarnado na existência simples, humilde e piedosa de Jesus de Nazaré.

Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes 

www.franciscanos.org.br

Pia União de Santo Antônio

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