ENCONTRO – CONVERSÃO – MISSÃO
A Igreja celebra a Epifania, isto é, a manifestação do Senhor ao mundo inteiro. Os Magos representam os povos de todas as línguas e nações que se põem a caminho, chamados por Deus, para adorar Jesus (cf. Mt 2, 1-12).
Nos Reis Magos, vemos milhares de almas de toda a terra que se procuram o Senhor para adorará-Lo. Passaram-se vinte séculos desde aquela primeira adoração, e esse longo desfile do mundo inteiro continua chegando a Cristo.
A festa da Epifania incita todos os fiéis a partilharem dos anseios e fadigas da Igreja, que “ora e trabalha ao mesmo tempo, para que a totalidade do mundo se incorpore ao Povo de Deus, Corpo do Senhor e Templo do Espírito Santo” (LG 17). Nós podemos ser daqueles que, estando no mundo, imersos nas realidades temporais, viram a estrela de uma chamada de Deus e são portadores dessa luz interior que se acende em consequência do trato diário com Jesus. Sentimos, pois, a necessidade de fazer com que muitos indecisos ou ignorantes se aproximem do Senhor e purifiquem a sua vida.
A Epifania é a festa da fé e do apostolado da fé. “Participam desta festa tanto os que já chegaram à fé como os que procuram alcançá-la. Participa desta festa a Igreja, que cada ano se torna mais consciente da amplitude da sua missão. A quantos é necessário levar ainda a fé! Quantos homens é preciso ainda reconquistar para a fé que perderam, numa tarefa que é às vezes mais difícil do que a primeira conversão!
A Epifania recorda-nos que devemos esforçar-nos por todos os meios ao nosso alcance para que todos os nossos amigos, familiares e colegas se aproximem de Jesus.
Os Magos, seguindo a estrela, encontram o lugar onde estava o Salvador com Maria e José. E voltaram às suas regiões por outro caminho.
Quem encontra Jesus Cristo muda de caminho. Toma outro caminho. Um caminho novo, o caminho de Jesus Cristo que se apresenta como o Caminho. O encontrar Deus no menino transforma a vida das pessoas. Já não podem voltar a Herodes. Voltaram por outro caminho à sua região. Importa seguir a estrela que pousará onde está Jesus Cristo. Precisamos estar atentos à estrela. A estrela são todos os sinais de Deus para que encontremos o Messias Salvador: a Palavra de Deus, os Sacramentos, o Magistério da Igreja, uma boa palavra do sacerdote ou de pessoas amigas, os acontecimentos da vida.
Os Magos seguiram a estrela. Não duvidaram, porque sua fé era sólida, firme; não titubearam perante a fadiga de tão longa viagem, porque o seu coração era generoso. Não adiaram a viagem para mais tarde, porque tinham alma decidida. É importante aprender dos Magos a virtude da perseverança: mesmo durante o tempo em que a estrela se ocultou aos seus olhares continuaram à procura do Menino! Também nós devemos perseverar na prática das boas obras, mesmo durante as mais obscuras trevas interiores. É a prova do espírito, que somente pode ser superada num intenso exercício de fé. Sei que Deus assim o quer, devemos repetir nesses momentos: Sei que Deus me chama e isso basta! “Sei em quem pus a minha confiança” (2Tm 1, 12).
Sejamos estrelas que vão indicando o caminho ao próximo para que ele encontre o Messias Salvador. Há muitas maneiras de sermos estas estrelas, dando testemunho de Jesus Cristo. Isso na família, na Igreja e na sociedade. Que na festa da Epifania nos deixemos guiar pela estrela, iluminar por ela, e poderemos ser luz para os outros.
Peçamos à Virgem Maria que nos conduza ao seu Filho Jesus. Os Reis Magos tiveram uma estrela. Nós temos Maria!
Mons. José Maria Pereira
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