“Acreditar não significa estar livre de momentos difíceis, mas ter a força para os enfrentar sabendo que não estamos sozinhos”. Papa Francisco
Leituras do Dia
1ª Leitura - Gn 1,20 - 2,4a
Salmo - Sl 8,4-5. 6-7. 8-9 (R. 2a)
Evangelho - Mc 7,1-13
Queridos irmãos e irmãs, os fariseus estão incomodados, porque Jesus e Seus discípulos comem e bebem sem lavar as mãos. Sabemos que, por uma tradição oral que recebemos de outros, a qual foi passando de boca em boca, os judeus não comem sem bem lavar as mãos, sem bem lavar os copos, as jarras, as vasilhas de cobre e todos os utensílios para a alimentação; e que há um excesso de rigor para lavar as mãos e assim por diante.
Existe até hoje, no meio de nós, muitas pessoas que têm um excesso de cuidado com a limpeza. Todos nós precisamos ser limpos, higiênicos, mas cuidado porque os excessos viram uma obsessão! E a obsessão por limpeza é algo muito terrível, porque a pessoa vê sujeira em tudo; para tudo o que ela olha parece que há sujeira. E ela vai criando dentro de si preconceitos e conceitos errados, desconfia da limpeza de qualquer copo, de qualquer prato.
Os fariseus, descritos no Evangelho de hoje, fazem isso com Jesus com certa dose de maldade. Sabe aquelas pessoas que não falam, mas pensam [algo contra alguém]? Sabe aquelas pessoas que, às vezes, o cumprimentam e o olham sempre desconfiadas, com vontade de lhe dizer isso ou aquilo? Julgando-o, interpretando-o segundo os conceitos e preconceitos dela.
Nós, muitas vezes, fazemos assim também! E que risco e que perigo de sermos rejeitados por Deus, porque O honramos com os nossos lábios, O louvamos, O glorificamos, O bendizemos e esticamos a nossa mão e a nossa língua para receber a Eucaristia, mas, muitas vezes, o nosso coração está longe d’Ele!
Não podemos negar, mas até entre nós, seguidores de Jesus, quantas vezes nós deixamos maldades crescerem em nós! Maldades contra os outros, contra as situações; nós só conseguimos olhar as coisas sob a ótica da maldade. E daí sabemos que nascem as detrações, as acusações, mas, sobretudo, a maldita da fofoca.
Fofoca é algo para pessoas que têm caráter meio duvidoso. É para quem não tem coragem, nem disposição de falar o que precisa ser falado ou de calar quando é necessário. Essa pessoa fica futricando, vive criando situações para falar disso ou daquilo. Das fofocas nascem as maiores maldades, nascem as más interpretações, nascem os rótulos que nós jogamos e criamos sobre as pessoas. Não é nenhuma comparação distante, mas é muito próxima por nos ajudar a entender que o farisaísmo dá origem aos fofoqueiros e às fofoqueiras de plantão. São os fariseus que julgam Jesus. Os fofoqueiros de hoje julgam Jesus de outra forma: o fazem por intermédio dos filhos, dos irmãos, dos seguidores e dos discípulos d’Ele.
Então, se queremos ser menos fariseus na vida, precisamos nos tornar menos fofoqueiros, nem digo menos: precisamos deixar de ser fofoqueiros! E não podemos permitir que essa maldade, que se chama “fofoca” ou “maledicência”, faça parte da nossa vida.
Jesus amou e acolheu a todos, os piores pecadores, segundo os nossos conceitos, mas não teve nenhuma forma de acolher a quem era fariseu por maldade ou quem era fofoqueiro por maldade.
Que Deus purifique o nosso coração! Não basta honrá-Lo com os lábios, pois o nosso coração cheio de maldades está longe do Senhor.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
cancaonova.com