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domingo, junho 15, 2014

Solenidade da Santíssima Trindade - O DEUS DE AMOR

“Não resistamos ao Espírito Santo, mas sejamos dóceis à sua ação que renova a nós mesmos, à Igreja e ao mundo.” ( Papa Francisco, twitter 13/06/2014 )


 Fr Walden, presidindo a celebração das 10h


LEITURAS
1ª leitura: (Ex 34,4b-6.8-9) Javé revela seu íntimo: o Deus de misericórdia e fidelidade 
Salmo - Dn 3, 52.53.54-55.56 (R.52b)
2ª leitura: (2Cor 13,11-13) A graça do Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo
Evangelho: (Jo 3,16-18) O amor de Deus revela-se no dom de seu Filho único 



O tempo pascal nos colocou diante dos olhos a unidade da obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Cristo veio cumprir a obra do Pai e nos deu seu Espírito, para que ficássemos nele e mantivéssemos o que ele fundou, renovando-o constantemente, neste mesmo Espírito. Assim, a festa de hoje vem completar o tempo pascal, como uma espécie de síntese. Síntese, porém, não intelectual (isso seria como a criança, de que fala Agostinho, que queria colocar o mar num pocinho na areia), mas “misterial”, isto é, celebrando a nossa participação na obra das pessoas divinas.

Como ponto de partida podemos tomar o evangelho, que, aludindo ao sacrifício de Isaac (“filho único”) por Abraão, proclama que a obra de Cristo é o plano do amor do Pai para com o mundo. Quem o aceita na fé, está salvo. O Deus que em Jesus Cristo se manifesta (cf. Jo 1,18) é o Deus da “graça e verdade” (Jo 1,14.16s), o que se pode traduzir também, conforme a índole da língua hebraica, por “amor e fidelidade”. A 1ª leitura nos confronta com o texto mais característico do Antigo Testamento a falar nesse sentido: Deus é compassivo e misericordioso, lento para cólera, rico em bondade e fidelidade (Ex 34,6). Diante deste Deus, sentimos o peso do pecado, mas também o desejo de ser seu (Ex 34,9).

Não há oposição entre o Deus do Antigo Testamento e o do Novo. É verdade que o A.T. não oferecia uma visão completa sobre Deus; Moisés só pôde ver Deus de costas (Ex 33,23), de modo que João tem razão quando diz que ninguém jamais viu Deus, mas o Filho unigênito o deu a conhecer (1,18), pois, quem vê Jesus, vê Deus mesmo (14,9). Mas o Deus do Antigo Testamento é o mesmo Deus do Novo. Deus é um só: o Deus de amor (1Jo 4,8.16). Nós é que temos, às vezes, visões muito parciais dele. Mas em Cristo, ele se deu a conhecer como aquele que ama o mundo até entregar por ele seu próprio filho (evangelho).

Assim, o mistério que nos envolve, hoje, é o da unidade do Pai e do Filho, no seu amor para o mundo (compare Jo 3,16 com 1Jo 3,16). Esta unidade no amor para dentro e para fora, Agostinho a identificou como Espírito Santo. O Espírito de Deus é de amor e unidade (cf. Pentecostes).

Daí ser bem adequada a saudação final de Paulo aos Coríntios (2ª leitura), desejando-lhes o Deus da paz e pedindo que eles se saúdem com o “beijo santo” (o nosso “abraço da paz”), no nome das três pessoas divinas, que ele caracteriza como segue: o Filho, graça; o Pai, amor; o Espírito, comunhão (cf. a saudação inicial da missa).

O prefácio próprio traz as fórmulas consagradas: três pessoas em um Deus, mesma natureza e igual majestade... A teologia recorreu à distinção filosófica entre o ser como essência (natureza: o que se é) e como subsistência (existência, pessoa: aquele que é), para expressar o “mistério” que consiste em encontrarmo-nos com o Deus único, tanto na obra do Cristo, quanto na criação e na história salvífica, como também no Espírito que age na Igreja e no mundo. A experiência de Deus se fez – sem diminuição e sempre essencialmente a mesma – em Cristo e no Espírito que anima a Igreja. Portanto, o mistério da SS. Trindade é outra coisa que um problema especulativo; é um dado da experiência cristã. É, sobretudo, experiência de um Deus amoroso.

Uma pista para a atualização desta mensagem: nosso povo simples é muito comunicativo, partilha a tal ponto seus bens, pensamentos e sentimentos que, às vezes, não faz diferença a gente falar com fulano ou com sicrano: falando com um, fala-se com o outro. Falar com o filho da casa é a mesma coisa que falar com o pai: duas pessoas distintas, mas a “causa” (“o negócio”) é a mesma. Assim também as Pessoas divinas; e a “causa” comum delas é seu próprio ser: amor e fidelidade. 


domtotal.com.br






Pia União de Santo Antônio

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