Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
Na Oitava da Páscoa somos convidados a traçar como que as diretrizes espirituais deste tempo litúrgico que se espraia entre o Tríduo Pascal e a Solenidade de Pentecostes. Vivenciamos e testemunhamos em primeiro lugar a alegria da presença do Ressuscitado entre nós, a alegria da vida nova, da vida em Deus que nos é dada no Batismo, que nos torna conressuscitados em Cristo.
A criatividade da força do Vivente e Vitorioso, que nos impulsiona a transformar e mudar todas as coisas e relacionamentos, construindo novas estruturas de convivência e serviço na Igreja e na Sociedade. Uma espiritualidade profundamente amorosa e cheia de ternura, que imitando as mulheres miróforas (portadoras de óleos) almeja aproximar todas as pessoas à fonte da vida em plenitude, que é o Primogênito dentre os mortos, Jesus Cristo Salvador. Por isso este tempo nos mergulha numa mística missionária, que não só se compraz em celebrar este mistério luminoso, mas comunicá-lo e anunciá-lo a toda criatura.
A experiência de uma liberdade inusitada capaz de recriar nossas formas de ser e trabalhar, conquistando espaços e derrubando muros e entraves, que como a pedra diante do túmulo, impedem a passagem da vida. Finalmente, um acontecimento que nos transborda e marca por inteiro fazendo-nos ser um Aleluia dos pés a cabeça testemunhando com parresía (força e unção proféticas) a Vitória definitiva do Cordeiro Pascal que nos encaminha e insere na marcha emancipadora da humanidade rumo a Jerusalém Celeste, a cidade da comunhão e da fraternidade, a urbe divina sem portas, sem excluídos, onde celebraremos com Deus o banquete da vida sem fim. Deus seja louvado!
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