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Caríssimos(as) Irmãos(as), saudamos a todos vocês com a Paz e o Bem contidas no Cristo Jesus e em São Francisco de Assis.



domingo, julho 13, 2014

A SEMENTE DA PALAVRA

“Não temais lançar-vos nos braços de Deus: por qualquer coisa que vos peça, há de recompensar-vos com o cêntuplo.” Papa Francisco

15º domingo do tempo comum
Leituras
1ª Leitura - Is 55,10-11
Salmo - Sl 64,10.11.12-13.14 (R. Lc 8,8)
2ª Leitura - Rm 8,18-23
Evangelho - Mt 13,1-23

Ouvimos hoje a parábola do semeador, ou melhor, das aventuras da semente que é a Palavra de Deus, a palavra da pregação cristã (evangelho). Descreve o que acontece com a semente da Palavra em várias circunstâncias, com diversos tipos de pessoas; e, conforme o caso, o resultado é diferente. Resultado bom mesmo, que corresponda à fecundidade que a Palavra de Deus por si mesma tem (cf. a 1ª leitura), só há quando ela cai em terra boa, isto é, em alguém que, ao ouvir a palavra, a deixa penetrar, a absorve, a assimila no seu próprio pensar e sentir (pois tudo isso significa a expressão “entende” em Mt 13,23).

Tudo isso reflete as condições da pregação da Igreja das origens e de sempre. A palavra divina é eficaz e fecunda como a chuva que fertiliza o chão (1ª leitura, sublinhada pelo salmo responsorial). Mas o ouvinte tem que colaborar. Deus não força ninguém, ele se deixa acolher. Se alguém não o acolhe, ou acolhe mal, de modo superficial... nada feito, não cria vínculo com Deus. Aí está o mistério da liberdade da alma humana. No evangelho reflete-se a preocupação das primeiras gerações cristãs com a incredulidade. Por que alguns entendem, outros não? A uns é dado conhecer os mistérios do Reino, outros não chegam a abrir a casca da parábola (Mt 13,11). É como nos negócios: quem tem, ganha crédito e pode negociar mais; quem não tem, perde ainda o pouco que têm. Trata-se da fé. Os judeus farisaicos achavam que possuíam algo: seu refinado conhecimento da Lei. Mas, para compreender a mensagem da graça de Deus, esse “algo” era nada. Entretanto, aos que tinham a fé, a abertura de um coração simples e humilde, a esses foi dado conhecer o mistério do Reino.

Tal situação não contraria o plano de Deus. Mesmo a incredulidade das pessoas, Deus a tem levado em conta no seu projeto. É o que experimentou o profeta Isaías. Mt 13,14-15 cita Is 6,9-10 (os primeiros cristãos citavam muito esta passagem para explicar o mistério da incredulidade: cf. Jo 12,40; At 28,26s). O ser humano é livre para ser incrédulo. E tão grande é o plano de Deus, que ele consegue até incluir essa incredulidade... Segue, então, mais uma felicitação para os simples e pequenos, que podem enxergar o que muitos profetas quiseram ver e não viram (13,16s).

E os incrédulos, será que eles não conhecerão a salvação? Paulo, em Rm 9–11, se debate com este problema e só sabe responder que ninguém conhece o abismo do pensamento e da sabedoria de Deus (Rm 11,33ss). Nem mesmo a incredulidade à mensagem cristã é prova de rejeição de Deus. Só Deus sabe quem poderá aguentar sua eterna companhia e quem não. Mas, de toda maneira, os que não conseguem acolher e fazer frutificar a palavra, não têm a felicidade e o privilégio de ser, desde já, o povo-testemunha de Deus. Talvez se salvem, mas não podem realmente cantar as grandes obras do Senhor e reconhecer seu reino em Jesus Cristo. Ora, que há de mais bonito que isso?

A 2ª leitura desta liturgia continua o tema da vivificação pelo Espírito, a vida nova em Cristo. No contexto imediatamente anterior, Paulo acaba de dizer que recebemos o Espírito do Cristo, que clama em nós: “Abbá, Pai”; o Espírito que nos transforma em filhos adotivos de Deus, coerdeiros com Cristo, chamados para a glória com ele (Rm 8,14-17). Mas ainda não se revelou em nós esta glória, embora o já tenhamos recebido o Espírito como primícia. Por isso, nós e toda a criação estamos ansiando por essa plenitude, como uma mulher em dores de parto (cf. Jo 16,21): o filho está aí, mas até que ele se manifesta, ela tem que passar pelo trabalho de parto. É essa a situação nossa e de nosso mundo, que é solidário conosco.

Como um eco do evangelho, as oração sobre as oferendas e oração final falam do crescimento da fé e da salvação em nós. Trata-se de realizar o feliz encontro de uma semente “garantida” (a palavra) com uma terra boa, acolhedora e generosa. Na pregação diga-se concretamente quais são, na pessoa e na estrutura da sociedade, os obstáculos que impedem a boa acolhida ou o crescimento da semente da palavra.

domtotal.com.br

Pia União de Santo Antônio

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