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Caríssimos(as) Irmãos(as), saudamos a todos vocês com a Paz e o Bem contidas no Cristo Jesus e em São Francisco de Assis.



sábado, abril 21, 2012

Estava soprando um vento forte

Atos 6, 1-7; João 6,16-21

Estamos sempre envolvidos pela atmosfera alegre e esperançosa do tempo pascal. Estamos novamente com uma cena que se passou mar de Genesaré. Misturam-se confiança e medo, receio e fé.

Jesus andava com os discípulos, ou os discípulos andavam com Jesus. Viviam as coisas do cotidiano: sentavam-se à mesa para as refeições, mantinham encontros com as pessoas, dedicavam-se ao trabalho como é o caso da pesca no lago. Por gosto e por necessidade estavam sempre à beira do lado ou atravessando-o de um lado para o outro, ou ainda pescando. Era a vida dessa gente. Jesus fez sermões no monte, na planície e no lago. Sempre no coração da vida.

João afirma que ao “cair da tarde os discípulos desceram ao mar”. A impressão que se tem é que simplesmente iam atravessar o lago. Há circunstâncias que levam à uma certa apreensão: estava escuro, Jesus não estava com eles, ventava e o mar encontrava-se agitado. Bem concretamente os apóstolos estavam com medo. Jesus aparece, de repente, andando sobre as águas. Havia o medo de morrer e o medo de ver agora esse Jesus andando sobre as águas.

Esse “milagre” se dera antes da ressurreição. A liturgia da Igreja o coloca nesse contexto da ressurreição. Não precisamos temer. O Senhor chega até nós caminhando pelas águas… Os cristãos, os discípulos de Jesus, vivem em comunidades de Igreja, esperam contar com a presença e a força do Ressuscitado no meio deles, em suas atividades normais e, de modo especial, na qualidade missionários do Ressuscitado. Pode ser que muitos discípulos, através dos tempos, tenham tido a impressão de navegarem em barquetas que pareciam soçobrar. Apesar de todos os desafios, das divisões, das perseguições, da inquisições, das falhas grandes mesmo daqueles que estavam à frente da Igreja, esta continua a existir… Ela não é obra humana. Jesus vem, caminhando sobre as águas, a seu encontro, mesmo que pastores e fiéis, por vezes, tenham receio de soçobrar.

Dizem os estudiosos do quarto evangelho que essa “caminhada” de Jesus sobre as águas evoca a passagem dos hebreus pelo mar vermelho. Estamos no tempo pascal, tempo em que se evocam a passagem a pé enxuto pelo mar vermelho e também o tempo em que somos aspergidos pelo sangue rubro do Cordeiro Imolado. O sangue de Cristo é o mar vermelho.

Não há motivos para medo. Deus querendo chegaremos ao porto. Com o auxilio de Cristo e a força do Espírito os cristãos continuam a Igreja. Ela é obra do Senhor. Não cabe lugar para temores e medos infundados.

Frei Almir Ribeiro Guimarães
franciscanos.org.br

Pia União de Santo Antônio

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