1Pedro 5, 5-14; Marcos 16,15-20
Neste ano de 2012, no segundo semestre, realizar-se-á em Roma o Sínodo dos Bispos sobre a evangelização. O tema é de toda atualidade. Desde a década de 70 do século passado ouvimos falar em evangelização, nova evangelização, evangelização das famílias e outras. Todas as estantes do mundo não comportariam o que já se escreveu a respeito do tema. Os computadores ficariam “lentos” com tudo o que já se disse sobre evangelização. Evangelizar, anunciar a Boa Nova, fazer nascer no coração das pessoas e dos povos um assentimento para o mundo novo de Jesus.
À base de todo empenho de evangelização está a ordem: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado”.
Os que partem ouvem a ordem. Antes de partirem e sempre em sua missão de andarilhos da boa nova, os anunciadores se revestem de uma paixão por Cristo. Deixam-se seduzir pelo Senhor. Não respondem apenas a um convite ou obedecem friamente a uma ordem. Os que partem vivem a chama de amor pelo Mestre e por sua causa. Anunciam a ventura de terem sido colocados na intimidade do Mestre. Por isso não podem não evangelizar. Querem que o amor seja amado.
Há uma evangelização pela presença fraterna, simples, humilde junto das pessoas. Os pais evangelizam os filhos fazendo-se presentes em suas vidas, qualidade de presença. Os filhos sentem que seus pais irradiam esperança e alegria de viver cristãmente. Há esse anuncio discreto do evangelho no ambiente de trabalho e no dia a dia da vida. Trata-se de uma evangelização pelo testemunho de vida. Ninguém está dispensado dele.
Existe uma forma de anunciar a boa nova que é a partir do serviço humilde prestado por cada discípulo do Senhor ou por um grupo de pessoas que seguem juntas o Evangelho: lavar os pés dos outros, curar os doentes, evitar que a humanidade se desespere, ajudar os outros a carregarem seus fardos, andar no encalço dos mais abandonados que estão perto e longe de nossos domicílios e de nossos corações.
Há essa evangelização feita na catequese, numa catequese que não seja uma mera doutrinação, mas iluminação da vida e séria preparação para a recepção dos sacramentos da vida e da salvação. Há uma evangelização explícita pelo anúncio da palavra.
Alguns, leigos, padres ou religiosos podem se sentir chamados a deixar casa e domicilio e partir para terras estrangeiras e serem luz de caminhos, formadores de fraternidades que sejam albergues do amor.
Concordamos todos que se faz necessário evangelizar… mas será fundamental evangelizar com qualidade, na verdade, no diálogo e no desejo de que todos sejam profundamente respeitados. Vamos aguardar os debates e conclusões do Sínodo a se realizar em outubro junto à Sé de Pedro.
Frei Almir Ribeiro Guimarães
franciscanos.org.br