Por Pe. Paulo Ricardo.
Em primeiro lugar, nós somos convidados, pela Igreja, a ter uma visão católica da Virgem Maria. Mas o que isso quer dizer? Isso nos dizer que precisamos ter uma visão do todo, sem se prender a uma ou outra característica apenas.
A heresia é, justamente, o oposto. É quando o indivíduo escolhe em que acreditar, ou seja, apenas o que é conveniente para ele naquele momento. Assim como acontece quando muitas pessoas reconhecem Maria como mãe de Jesus, mas não aceitam o dogma da Imaculada Conceição.
Nossa Senhora não pode ser comparada com qualquer fiel, apesar de ter sido uma, pois ela foi responsável por gerar e educar o Salvador. Nenhuma pessoa, na história, teve um papel tão importante na missão salvífica de Jesus quanto Maria.
Este ano celebramos os cinquenta anos do Concílio Vaticano II e, ainda naquele tempo, existiam muitas visões sobre a figura de Maria na Igreja. Foi quando o Servo de Deus, Paulo VI, declarou Maria como membro da Igreja, mas também como Mãe da Igreja.
Pode parecer contraditório, em um primeiro momento, imaginar que ela tenha sido salva antes da vinda do Salvador, não é? Porém, para Deus não existe tempo, por isso, o sacrifício de Cristo, na cruz, foi responsável pela salvação ainda no ventre de sua mãe Sant'Ana.
Maria foi preservada do pecado original por meio do sacrifício do seu Filho Jesus, pois para Deus nada é impossível. É justamente isso que a difere de qualquer outro santo da Igreja, porque, de alguma forma, ela foi colocada em uma missão.
Jesus é o nosso Salvador, mas Ele não quer que a salvação aconteça sem a nossa participação. Prova disso é que Ele não precisaria de apóstolos, bispos, padres, catequistas, diáconos, etc; bastaria desejar que o mundo inteiro conhecesse o Evangelho por ciência infusa, mas esse não é o desejo do Seu coração, porque não seria um gesto livre na nossa parte.
Nós vivemos, neste mundo, em constante luta. Por isso, não podemos reclamar por viver tribulações diárias, pois Ele quer usar cada um de nós para nos salvar e salvar os outros. Isso não significa que a salvação de Cristo tenha sido incompleta, mas sim que Ele deseja nos inserir, um dia, na Sua glória e deseja que façamos parte, desde, já da Sua missão de salvação.
Imagine um mar infinito, e você tem, aqui, uma fogueira que é o demônio. É claro que não terá lógica derramar todo o mar sobre a fogueira, correto? Exatamente, por isso, o demônio não enfrenta Deus, pois sabe que a derrota é certa. Mas, por conta disso, ele deseja usar de nós para atingir o Senhor, assim como é muito mais glorioso para Deus ver Seus filhos lutando contra o demônio e saindo vencedores.
Houve uma pessoa especial, escolhida por Deus, para fazer o demônio passar vergonha. Prova disso é, durante os exorcismos, a forma com que o maligno se contorce diante do nome da Virgem Maria. Isso acontece, porque ele sabe que ela é completamente o seu oposto, que, por meio da humilhação, foi exaltada pelo Senhor.
Deus trouxe a salvação para o homem por meio de Jesus, o qual foi gerado no seio de Maria. Por isso, se quisermos fazer parte da glória de Deus, deveremos também ser gerados no ventre de Maria. Somos todos católicos, por isso não precisamos olhar para ela apenas como a serva humilde e esquecer dela como Rainha do Céu.
Deixamos de economizar elogios a Nossa Senhora por medo de diminuir a glória do Senhor, mas, quando reconhecemos a grandeza daquela que foi escolhida pelo próprio Deus, damos glória a tudo o que Ele fez e ainda faz pela humanidade. T
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