São Félix desenvolveu sua atividade em Roma no século da reforma protestante, juntamente com vários outros santos: Inácio de Loyola, Francisco Borgia, Luís Gonzaga, Pio V, Carlos Barromeu, Filipe Neri, Camilo. Todos conheciam e amava o santo esmoleiro que era uma característica das ruas de Roma, São Félix pertencia ao mais novo ramo da família franciscana, a Ordem dos Capuchinhos, podendo ser definido como a personificação do primitivo espírito franciscano: pobre, sempre com a mente em Deus e cheio de amor seráfico.
Nasceu de uma família humilde de lavradores do Vale Reatino. Ainda jovem ouviu o chamado de Deus, ao qual não respondeu.
Depois de um acidente quase mortal ocorrido no trabalho da roça, decidiu-se e assim, com quase 30 anos, ingressou na Ordem dos Capuchinhos para seguir o Crucificado na rigorosa vida franciscana. Desde o começo foi um frade enamorado da pobreza franciscana e em sinal disso, vestiu um saco como hábito até idade avançada; não usava sandálias e, às vezes, os pés deixavam rastros de sangue nas ruas de Roma que o viram todos os dias, durante quarenta e dois anos, com um saco nas costas pedindo esmolas para o convento.
Observava rigorosos jejuns, comendo apenas alguns pedacinhos de pão e acrescentava cruéis flagelações noturnas. Com tudo isso, era a humildade e modéstia personificadas; se definia o jumento do convento.
Vivia a verdadeira pobreza franciscana dos primeiros tempos: desapegado de tudo aquilo que não fosse Deus e não levasse a Deus, para ser disponível a uma plena união com Ele. A sua vida desde o noviciado, foi um modelo de oração. Passava nas ruas da cidade eterna com os olhos ao chão, o terço na mão e o coração no céu.
A todos respondia: Graças a Deus. Depois do duro trabalho do dia, concedia-se somente uma miserável refeição e duas horas de descanso. Passava o resto da noite entre penitência e orações. Penitência pelos erros e pecados encontrados durante o dia e oração por aqueles que se tinham recomendado a ele. Ficava horas e horas diante do sacrário, meditando os mistérios da Encamação e da Paixão do Senhor. Dizia sempre: "Conheço somente seis letras, cinco vermelhas e uma branca; as vermelhas são as chagas do meu Senhor e a branca, as alegrias da Mãe do Senhor".
Pela manhã ajudava nas missas e a Comunhão o ajudava a preparar-se para o novo dia de trabalho. Assim alimentado, expandia pelas ruas de Roma o amor de Deus e ao próximo; todos gostavam dele e para todos dizia uma boa palavra; admoestava, corrigia e aconselhava cardeais, príncipes, comerciantes e trabalhadores, pobres e ricos, crianças e velhos; Bispos e prelados beijavam-lhe as mãos, sacerdotes e religiosos recomendavam-se às suas orações.
O futuro papa Sixto V pedia-lhe um pedaço de pão e o comia em casa com todo respeito. Admirável mesmo era sua amizade com São Filipe Neri: se abraçavam no meio da rua e bebiam do vinho oferecido como esmola.
Era como se nas ruas de Roma passasse o pobrezinho de Assis. O humilde irmão capuchinho foi um dos reformadores da cidade eterna; devemos a ele se a jovem reforma capuchinha conseguiu superar aquele período difícil, depois que Bernardino Ochino deixou a Ordem.
São Félix faleceu em 1587 durante o capítulo geral; foi beatificado em 1625 e canonizado em 1709.
São Félix nos deixou a lição do primitivo espírito franciscano - amor à pobreza, união com Deus e caridade franciscana.
BENÇÃO DE SÃO FÉLIX
V - A nossa proteção está no nome do Senhor. R - Que fez o céu e a terra.
V – Ouvi Senhor, a minha oração.
R - E chegue a Vós o meu clamor.
V - O Senhor esteja convosco.
R - Ele está no meio de nós.
V - Rogai por nós, São Félix.
R - Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos:
Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, rico em misericórdia, que socorrestes a fragilidade humana com a vossa graça, olhai para estes vossos filhos e filhas a fim de que, afastadas todas as doenças, conservem a perfeita saúde do corpo e da alma. (Aspersão e canto apropriado).
Unção: Pela intercessão da gloriosa sempre Virgem Maria e de São Félix, livre-vos Deus de todas as doenças e de todos os males do corpo e da alma. Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém. (Procede-se à unção, na testa, em forma de cruz, enquanto se canta um hino).
Oremos: Ouvi, Senhor, as preces que agora vos dirigimos em favor desses vossos filhos e filhos que, em vosso nome, ungimos. E pela intercessão da gloriosa sempre Virgem Maria (de Santo Antônio) e de São Félix, fazei que possam experimentar a força dessa unção e sejam libertados de todos os males do corpo e da alma. Amém!