SEJAM BEM-VINDOS!

Caríssimos(as) Irmãos(as), saudamos a todos vocês com a Paz e o Bem contidas no Cristo Jesus e em São Francisco de Assis.



terça-feira, junho 30, 2015

Leituras do Dia
1ª Leitura - Gn 19,15-29
Salmo - Sl 25,2-3. 9-10. 11-12 (R.3a)
Evangelho - Mt 8,23-27


Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedece?

A palavra de hoje nos apresenta a figura dos discípulos, que mesmo estando ao lado do Mestre, se apavoram com agitação do mar. Vemos aí pouca fé. Mesmo depois de uma boa caminhada com Cristo, apreciando as suas maravilhas, e vendo o que seria impossível aos nossos olhos se tornando possível, ainda têm medo.

Muitas vezes isso acontece em nossa vida. Sendo cristãos não precisaríamos mais ter medo de nada, porque nós estamos seguindo o Deus todo-poderoso, aquele que tudo venceu e prometeu aos seus a salvação. Devido a nossa pouca fé, as pequenas dificuldades que a vida nos apresenta e por causa dos tumultos que esse mundo nos oferece, por vezes nos desviamos de seu caminho. Daí vem uma pergunta: Se confiamos naquele que é poderoso, que a tudo dá solução, por que ainda precisamos temer as coisas deste mundo?

Por isso, caríssimos irmãos e irmãs, em Cristo não mais precisaremos ter medo de nada, porque estamos ao lado daquele que pode nos socorrer em qualquer momento de nossas dificuldades. Basta O invocarmos com fé.

Reflexão feita pelos noviços.
http://www.franciscanos.org.br

segunda-feira, junho 29, 2015

Pedro e Paulo, dois homens, um único bem: O Ressuscitado!

Leituras do Dia
1ª Leitura - Gn 18,16-33
Salmo - Sl 102,1-2. 3-4. 8-9. 10-11 (R. 8a)
Evangelho - Mt 8,18-22


O que celebramos é a oferta que une a vida de Pedro e Paulo, seu amor incondicional a Cristo e seu testemunho que plantou a Igreja que é viva. Essa festa remonta dos século IV, quando no oriente e em Roma já se celebrava a memoria dos dois apóstolos. O Martirológio Sírio do final do século quatro, que é um catálogo grego dos santos da Ásia Menor, indica as seguintes festas em conexão com o Natal (25 de dezembro): 26 de dezembro Santo Estêvão, 27 de dezembro São Tiago e São João; 28 de dezembro São Pedro e São Paulo. Em Roma a comemoração foi mantida a 29 de Junho desde o terceiro ou quarto século. Hoje, liturgicamente, é celebrada no Domingo seguinte ou que antecede esse dia.

“Num só dia celebramos o martírio dos dois apóstolos. Na realidade, os dois eram como um só. Embora tenham sido martirizados em dias diferentes, deram o mesmo testemunho. Pedro foi à frente; Paulo o seguiu. Celebramos o dia festivo consagrado para nós pelo sangue dos apóstolos. Amemos a fé, a vida, os trabalhos, os sofrimentos, os testemunhos e as pregações destes dois apóstolos.”

Pedro, encontrou Jesus no mar da Galiléia, o seguiu nos dias da sua pregração e foi o primeiro a confessar que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16,16). Foi colocado pelo Senhor à frente dos doze e de todos os discípulos de Cristo. Firme e ao mesmo tempo frágil, chegou a negar o Mestre, e após a ressurreição, foi confirmado na missão e enviado a apascentar o rebanho de Cristo (João 21,17). Pregou o evangelho e deu seu ultimo testemunho em Roma, onde foi crucificado sob o governo de Nero. É a ele que Jesus entrega as chaves da Igreja e afirma que as portas do inferno não lhe resistirão (Mt 16,18). Paulo não conheceu Jesus segundo a carne, mas teve uma experiência que transformou o curso de sua vida ao encontrar o Ressuscitado na estrada de Damasco (At 9,13), Jesus o Fez apóstolo. Pregou o evangelho incansavelmente e fundou igrejas nas principais cidades do Império Romano foi martirizado também em Roma sob o Imperador Nero.

O que nos salta os olhos nestes gigantes da fé não é somente o fruto de sua obra, tão fecunda. Encanta-nos igualmente a fidelidade à missão. As palavras de Paulo servem também para Pedro: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (II Tm 4,7). Ambos foram perseverantes e generosos na missão que o Senhor lhes confiara: entre provações e lágrimas, eles fielmente plantaram a Igreja de Cristo, como pastores solícitos pelo rebanho, buscando não o próprio interesse, mas o de Jesus Cristo. Não largaram o arado, não olharam para trás, não desanimaram no caminho… Ambos experimentaram também, dia após dia, a presença e o socorro do Senhor. Paulo, como Pedro, pôde dizer: “Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar…” (At 12,11)

Mas o que essa festa tem a nos dizer, que sigficado tem celebrar as duas colunas da Igreja? O Papa Bento XVI afirmou: “A festa de hoje oferece-me a oportunidade de voltar a meditar mais uma vez sobre a confissão de Pedro, momento decisivo no caminho dos discípulos com Jesus.” Todos os evangelhos concordam que a confissão de Pedro, tem um lugar decisivo na vida de Cristo. Terminada a pregação na Galileia, Jesus segue decididamente para Jerusalém, levará a termo sua missão salvadora. Os discípulos são parte da decisão do Senhor e é a eles que “Jesus convida-os a fazer uma opção que os levará a distinguir-se da multidão, tornando-se a comunidade dos que acreditam nele, a sua “família”, o início da Igreja.” Jesus chama a atenção dos discípulos a tomarem conciência de que existem dois modos de ver: o da multidão, que é superficial e o dos discípulos, que é autentico. As pessoas acham que Jesus é um profeta, e é verdade, mas não é só isso! Jesus é o Messias, o Filho do Deus vivo (Mt 16,16)!

Hoje não é diferente, muitas pessoas se aproximam de Cristo e mantem uma visão superficial, como a da multidão, para estes Jesus é mais um sábio como tantos outros que passaram pela história. Isso não basta! É preciso responder com firmeza a pergunta do Senhor: “E vós quem dizeis que eu sou?” (Mt 16,15) Essa resposta deve ser dada na evangelização, no anuncio de Cristo ressuscitado. Se de Pedro nós colhemos a profissão da fé em Cristo Jesus, em Paulo nós reconhecemos o “Apóstolo por vocação, escolhido para anunciar o Evangelho de Deus” (Rm 1, 1). As duas figuras nos ensinam em uníssono que “O compromisso de anunciar o Evangelho aos homens do nosso tempo, animados pela esperança mas, ao mesmo tempo, muitas vezes atormentados pelo medo e pela angústia, é sem dúvida alguma um serviço prestado à comunidade cristã, mas também a toda a humanidade”

Um outro aspecto importante é a complementariedade de Pedro e Paulo presente ainda hoje na vida da Igreja, por um lado temos a dimensão hierárquica e do outro a dimensão missionária, “O Espírito Santo é quem ‘unifica na comunhão e no ministério, e enriquece com diversos dons hierárquicos e carismáticos’ toda a Igreja através dos tempos, dando vida às instituições eclesiásticas, sendo como que a alma delas, e instilando nos corações dos fiéis aquele mesmo espírito de missão que animava o próprio Cristo. ” Uma dimensão não nega a outra, mas se complementam para no mesmo corpo cumprir a missão que o senhor nos deu. Dois homens um amor esponsal: Jesus. Duas vidas, um só ideal: anunciar com ousadia a novidade do Senhor Ressuscitado. “As duas dimensões da Igreja, missionária e petrina encontram-se portanto naquele que constitui a realização de ambas, isto é no valor supremo da caridade, o carisma maior, o caminho melhor de todos, como escreve o apostolo Paulo.”

Na celebração dos Santos apóstolos Pedro e Paulo voltamos também o nosso olhar para Roma, aquela Igreja banhada pelo sangue desses dois mártires, que guarda seus túmulos e que será para sempre a Igreja de Pedro e nela para a Igreja de todo mundo. Deus constituiu pastor de sua Igreja o Papa, de quem Santa Catarina dizia, é “o doce Cristo na terra”. O Sumo dentre os pontífices que assume a missão de Cefas e de Saulo apascentar e confirmar, anunciar oportuna e inoportunamente de formas sempre novas, Cristo Jesus. Em tempos difíceis como esses queremos afirmar nosso amor a Pedro, nossa comunhão com o santo Padre e nossa obediência filial aquele que é o Pastor supremo da Igreja de Cristo porque somente a ele o Senhor entregou de modo supremo o seu rebanho.

Esta portanto, é a festa da confissão e da unidade! Como recordou o Papa Francisco, “Podemos caminhar o que quisermos, podemos edificar um monte de coisas, mas se não confessarmos Jesus Cristo, está errado. Tornar-nos-emos uma ONG sócio-caritativa, mas não a Igreja, Esposa do Senhor. Quando não se caminha, ficamos parados. Quando não se edifica sobre as pedras, que acontece? Acontece o mesmo que às crianças na praia quando fazem castelos de areia: tudo se desmorona, não tem consistência. Quando não se confessa Jesus Cristo, faz-me pensar nesta frase de Léon Bloy: ‘Quem não reza ao Senhor, reza ao diabo’. Quando não confessa Jesus Cristo, confessa o mundanismo do diabo, o mundanismo do demônio.” É festa da unidade, porque na diversidade dos dons somos reunidos na multidão daqueles que conheceram o Senhor nas “estradas de Damasco”, que ouviram a sua voz e consideraram tudo como perda diante do Bem maior.

São Pedro e São Paulo, rogai por nós!

Vinícius C. Ribeiro
Comunidade Católica Shalom
comshalom.org

domingo, junho 28, 2015

Festa de São Pedro e São Paulo

Leituras do Dia - vermelho

1ª leitura: (At 12,1-11) Prisão e libertação de Pedro – Ca. 43 d.C.: Herodes Agripa I manda executar Tiago, filho de Zebedeu. Depois, manda aprisionar Pedro. Mas o “anjo do Senhor” o liberta – como libertou os israelitas do Egito. A comunidade recorreu à arma da oração: é Deus quem age. Ele é o Libertador. * Cf. Ex 18,10; Sl 106[105],10; Dn 3,95; Lc 1,68.71.74.

Salmo - Sl 33(34),2-3.4-5.6-7.8-9 (R. 5)

2ª leitura: (2Tm 4,6-8.17-18) A oferenda da vida de Paulo – Paulo, que sempre trabalhou com suas próprias mãos, está agrilhoado; na defesa, ninguém o assistiu. Contudo, fala cheio de gratidão e esperança. “Guardou a fidelidade”: a sua e a dos fiéis. Aguarda com confiança o encontro com o Senhor. Ofereceu sua vida no amor, e o amor não tem fim (1Cor 13,8). Seu último ato religioso é a oblação da própria vida (cf. Rm 1,9; 12,1). Sua vida está nas mãos de Deus, que a arrebata da boca das feras. * Cf. Fl 3,4-16.

Evangelho: (Mt 16,13-19) Pedro, a rocha da Igreja – Jesus conscientiza os Apóstolos perguntando-lhes quem ele é, na opinião dos outros e deles mesmos. Pedro responde pelos Doze, chamando-o de “Messias” (cf. Mc 8,29) e “filho de Deus” (típico de Mt 16,16; cf. 14,33). Sobre esta fé de Pedro, Jesus edifica sua comunidade, a Igreja. O poder do inferno não poderá nada contra ela. Jesus confia a Pedro o serviço de administrar a comunidade (as chaves), o poder de ligar e desligar (= obrigar e deixar livre; decidir), com ratificação divina. * Cf. Mc 8,27-29; Lc 9,18-20 .


domtotal.com



Simplesmente Pedro e Paulo

Novamente vivemos a alegria da solenidade dos apóstolos Pedro e Paulo. Ao longo do ano litúrgico há outras comemorações de um e de outro: a festa da conversão de Paulo e a cátedra de Pedro. Na presente solenidade os dois aparecem juntos e a coleta do dia exprime bem o sentido da festa: “Ó Deus, que hoje nos concedeis a alegria de festejar são Pedro e São Paulo, concedei à vossa Igreja seguir em tudo os ensinamentos desses apóstolos que nos deram as primícias da fé.

No começo dessa meditação não podemos deixar de nos lembrar da figura do Papa Francisco que é Pedro entre nós. Somos imensamente reconhecidos pelos labores e trabalhos de Francisco que se mostra como sinal da unidade. Por onde passa ele se apresenta como o Pastor universal, aquele que vela pela unidade, que cuida para que o rebanho possa ser alimentado em prados verdejantes.

Pedro, o pescador, o homem de pés no chão, preocupado com o trabalho duro de ir mar adentro, de passar noites e noites no Mar da Galileia. É chamado pelo Mestre. Simão passa a ser chamado de Rocha, de Pedra, de Pedro. Mostra, em vários lugares do Novo Testamento, um carinho e um amor muito grande pelo Mestre. Quer mesmo tirar da espada e matar os que o perseguem… Quando muitos parecem hesitar ele prorrompe num grito de confiança: “A quem iremos, Senhor? Só tu tens palavras de vida eterna”. Declara que está disposto a acompanhar o Mestre até a morte. Sua maravilhosa biografia, no entanto, revela também momentos de fragilidade. Uma empregada, no pátio da casa do governador romano, diz que ele era também discípulo desse Jesus que estava sendo julgado. Pedro nega o Mestre. El Grecco, o grande pintor espanhol, representou belissimamente o rosto de Pedro, depois da negação, com uma lágrima no canto dos olhos.

Esse, que no seu próprio dizer, amava o Senhor mais do que os outros nunca haveria de se esquecer da experiência que tivera na montanha da transfiguração quando vira o rosto do Senhor transmutado e transfigurado. Belamente a primeira leitura de hoje relata: “Enquanto Pedro era mantido na prisão a Igreja rezava continuamente a Deus por ele”.

Saulo de Tarso era judeu convicto. Não podia admitir que Jesus um homem fosse tido como Deus. Os discípulos de Jesus de Nazaré estavam equivocados. O Senhor, no entanto, escolhe esse homem para uma missão admirável e única. Ele seria o grande pregador do Evangelho às nações. Ele faria com que a Boa Nova atingisse os confins da terra. Converte-se, se reveste de força, anuncia a Palavra, cria comunidades, escreve cartas, penetra no mistério de Cristo, na altura, largura e comprimento do amor de Deus. Não sabe se é melhor continuar a pregar ou morrer e entrar na glória. Tem como lixo e esterco tudo quem não é Cristo Jesus. Na epístola proclamada nesta liturgia ele diz: “O Senhor esteve a meu lado e me deu forças, ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente e ouvida por todas as nações.”

Pedro e Paulo são decantados e exaltados no Prefácio da Missa de hoje: “Pedro, o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel. Paulo, mestre e doutor das nações, anunciou-lhes o evangelho da salvação. Por diferentes meios, os dois congregaram a única família de Cristo e, unidos pela coroa do martírio, recebem hoje, por toda a terra, igual veneração”.

Frei Almir Guimarães
http://www.franciscanos.org.br

sábado, junho 27, 2015

O Testemunho dos Apóstolos Pedro e Paulo

Leituras do Dia
1ª Leitura - Gn 18,1-15
Salmo - Lc 1,46-47. 48-49. 50-51. 52-53. 54-55 (R.Cf.54b)
Evangelho - Mt 8,5-17

Celebramos a festa dos Apóstolos Pedro e Paulo (28.06.2015) que muito tem marcado a Igreja, especialmente pelo testemunho de fidelidade a Cristo. Mortos na perseguição de Nero pelo ano 64. Através destes dois apóstolos a Igreja celebra sua apostolicidade: Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica.

A Igreja não pode ser fundada por ninguém, a não ser pelo próprio Senhor, que a estabeleceu sobre o testemunho daqueles Doze primeiros que ele mesmo escolheu. Seu alicerce, sua origem, seu fundamento são o ministério e a pregação apostólicas que, na força do Espírito Santo, deverão perdurar até o fim dos tempos, graças à sucessão apostólica dos Bispos católicos, transmitida na Consagração episcopal. Dizer que nossa fé é apostólica significa crer firmemente que a fé não pode ser inventada nem tampouco deixada às modas de cada época. Não somos nós, mas o Cristo no Espírito Santo, quem pastoreia e santifica a Igreja.

Apóstolo não é somente aquele que anuncia Jesus, mas, sobretudo, aquele que, escolhido pelo Senhor, com ele conviveu, nele viveu e, por ele, entregou sua vida. Os apóstolos testemunharam Jesus não somente com a palavra, mas também com o modo de viver e com a própria morte. Por isso mesmo, seu martírio é uma festa para a Igreja, pois é o selo de tudo quanto anunciaram. O próprio São Paulo reconhecia: “Não pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor. Trazemos, porém, este tesouro em vasos de argila, para que esse incomparável poder seja de Deus e não nosso” (2Cor 4,5.7).

Jesus fundamenta sua Igreja sobre a fé de Pedro. Mesmo a ação missionária de Paulo submete-se à autoridade de Pedro. Em Pedro e Paulo reflete-se a Igreja de Cristo. Uma Igreja que imita a Cristo (At 12,1-11). Uma Igreja que dá testemunho de Cristo.

Iluminados pela Palavra de Deus, somos motivados a imitar os exemplos que Pedro e Paulo nos deixaram. Eles não foram cristãos apenas por palavras, mas pelo testemunho corajoso até à morte.

Quando Pedro se encontrava na prisão, por anunciar o Evangelho, não lhe faltaram a oração da Igreja e o auxílio do Senhor naquela situação tão difícil (cf. At 12,5). A solidariedade por meio da oração é uma atitude a ser sempre cultivada em nossas comunidades. Não pode faltar apoio fraterno aos que sofrem perseguições por causa da fé em Cristo e da participação na Igreja. Paulo, também perseguido e preso por causa da pregação do Evangelho, ressalta a sua serenidade e confiança em Deus: “o Senhor esteve a meu lado e me deu forças” (2Tm 4,17).

O testemunho dos Apóstolos continua a ecoar na Igreja, nos estimulando a repetir, com os lábios, o coração e a vida, a profissão de fé de Pedro diante de Jesus: “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo” (Mt 16,16). É feliz quem professa esta mesma fé, pela graça de Deus, especialmente nos momentos mais difíceis da vida. Fazemos isso, em profunda comunhão com o sucessor do Apóstolo Pedro, comemorando nesta festa o Dia do Papa. A palavra de Jesus dirigida a Pedro fundamenta a missão exercida na Igreja, por ele e seus sucessores: “Tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja e o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (Mt 16,19).

Rezemos pelo Papa Francisco, seguindo o exemplo da Igreja nascente que estava unida ao apóstolo Pedro em oração. O Senhor, nosso Deus, que o escolheu para o Episcopado na Igreja de Roma, o conserve são e salvo à frente da sua Igreja confirmando os irmãos e irmãs.


Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena 
Bispo de Guarabira (PB)

cnbb.org.br

sexta-feira, junho 26, 2015

Pedra por pedra

Leituras do Dia
1ª Leitura - Gn 17.1.9-10.15-22
Salmo - Sl 127 (128),1-2. 3. 4-5 (R. 4)
Evangelho - Mt 8,1-4


Pedro vem de pedra, Pedro vem de Simão, Simão, irmão de André, Simão companheiro de Paulo, Pedro escolhido para confirmar os irmãos. Pedro, homem escolhido para fundamento, ponto de unidade, ainda que limitado e fraco. Apenas uma brincadeira com as palavras? Uma realidade, diante da qual nos inclinamos respeitosos, pela grandeza da obra realizada por Deus. Celebramos a Festa de São Pedro, e com ela a unidade e a missão da Igreja.

Hoje, o Sucessor de Pedro tem nome de Francisco, e Francisco, o de Assis, encontrou um dia uma igreja em ruínas, dedicada a São Damião. O Senhor crucificado lhe dirigiu a palavra, pedindo-lhe para reconstruir. Francisco entendeu "igreja" e Jesus queria dizer "Igreja", a Igreja! Aquela que está sempre em construção, pois, nascida como esposa imaculada do lado do Senhor crucificado, é confiada aos homens e mulheres de todos os tempos, até a volta do Senhor. Como edificá-la? Francisco de Assis entendeu: "Se você quiser servir a Deus, faça poucas coisas, mas as faça bem, pedra por pedra, com esperança de ver Jesus, dia após dia, com alegria!".

Há poucos dias estive mais uma vez com o Papa Francisco e tive a alegria de estar bem perto dele. Impressionou-me a naturalidade com que se relaciona com as pessoas, fazendo-se um com os cerca de mil e cem sacerdotes reunidos em Retiro na Basílica de São João de Latrão, em Roma. Depois, a profundidade de suas reflexões, destiladas em palavras que entram imediatamente no coração das pessoas. Quando respondia às perguntas feitas pelos padres, dirigia-se logo ao âmago dos problemas apresentados, sem medo dos desafios. Mais uma vez pediu orações a todos os presentes, dizendo com simplicidade "porque eu sou um pecador!". E a Santa Missa! Celebrada com intenso espírito de fé! Como o Pedro das margens do Mar da Galileia, o Francisco de hoje tem a missão de confirmar os irmãos!

Primeira lição da Festa de São Pedro é a naturalidade, que não se confunde com banalidade. O cristão que se preze convive com os outros com simplicidade, recolhendo tudo o que existe de bom, valorizando os pequenos gestos e as alegrias gratuitas que a Providência de Deus lhe proporciona. Não tem necessidade de empolar-se de afetações ou palavras complicadas. Tudo deve ser vivido com serenidade, aproveitando as lições que são oferecidas a cada momento. Ninguém despreze um sorriso de criança, ou o olhar provocante e esperançoso de um jovem, ou, quem sabe, a pele enrugada de um ancião que testemunha a grandeza dos anos bem vividos! Pedro é pedra do cotidiano! Ao lado dos outros, ele sabe que está trabalhando na terra que é de Deus. Foi também a experiência de outra grande coluna da Igreja, Paulo, confrontado com a diversidade dos apóstolos: "Quando um declara: 'Eu sou de Paulo' e outro: 'Eu sou de Apolo', não estais apenas no nível humano? Pois, que é Apolo? Que é Paulo? Não passam de servos pelos quais chegastes à fé. A cada um o Senhor deu sua tarefa: eu plantei, Apolo regou, mas era Deus que fazia crescer. De modo que nem o que planta nem o que rega são, propriamente, importantes. Importante é aquele que faz crescer: Deus. Aquele que planta e aquele que rega são a mesma coisa, mas cada qual receberá o salário correspondente ao seu trabalho. Pois nós somos cooperadores de Deus, e vós, lavoura de Deus, construção de Deus. Paulo, Apolo, Cefas, o mundo, a vida, a morte, o presente, o futuro, tudo é vosso, mas vós sois de Cristo e Cristo é de Deus" (1 Cor 3, 4-9. 22-23). Pedra por pedra!

Um dos desafios de nosso tempo é a superação da superficialidade com que as questões são tratadas, faltando a dedicação e o tempo necessário ao amadurecimento das respostas aos grandes problemas. Carecemos de maior seriedade, estudo, atenção, competência! As pessoas e as situações em que se encontram sejam levadas a sério. Suas eventuais crises não sejam minimizadas com desprezo. Cuide-se que a sua fama seja respeitada, sem espalhar, como folhas ao vento, notícias ou fofocas destruidoras, como infelizmente tem acontecido através de instrumentos preciosos, mas utilizados inadequadamente, como são as redes sociais. O Apóstolo Paulo, sofrendo por causa de "falsos irmãos, intrusos, que sorrateiramente se introduziram entre nós, para espionar a liberdade que temos no Cristo Jesus, com o fim de nos escravizarem" (Gl 2, 5) foi a Jerusalém, confrontou-se com Pedro e os outros, enfrentou os problemas existentes com seriedade, foi, por sua vez, lavado a sério: "Viram que a evangelização dos pagãos fora confiada a mim, como a Pedro tinha sido confiada a dos judeus. De fato, o mesmo que tinha preparado Pedro para o apostolado entre os judeus, preparou também a mim para o apostolado entre os pagãos. Reconhecendo a graça que me foi dada, Tiago, Cefas e João, considerados as colunas da igreja, deram-nos a mão, a mim e a Barnabé, como sinal de nossa comunhão recíproca" (Gl 2, 7-9). Pedra por pedra!

O primeiro Pedro, pescador das águas do Lago de Genesaré, cujas fragilidades não ficaram escondidas, experimentou a grandeza da presença misericordiosa do Senhor. Diante da pesca milagrosa, "Simão Pedro caiu de joelhos diante de Jesus, dizendo: 'Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um pecador!' Ele e todos os que estavam com ele ficaram espantados com a quantidade de peixes que tinham pescado. O mesmo ocorreu a Tiago e João, filhos de Zebedeu e sócios de Simão. Jesus disse a Simão: 'Não tenhas medo! De agora em diante serás pescador de homens!' Eles levaram os barcos para a margem, deixaram tudo e seguiram Jesus" (Lc 5, 8-11). Mais tarde, depois de ter pecado gravemente, por ter negado conhecer Jesus, diante do olhar do Senhor, "chorou amargamente" (Lc 22, 62). O Papa Francisco, quando pede orações, dizendo-se pecador, é o que tem condições para a infalibilidade garantida quando declara as verdades da fé! Pedra por pedra!

Aos padres reunidos em Retiro, o Papa Francisco recomendou algo que serve para todos os cristãos: rezar sempre, rezar muito! Com simplicidade, disse aos sacerdotes que não se assustem se alguma vez "cochilarem" quando estiverem em silêncio diante da presença do Senhor no Tabernáculo! E candidamente acrescentou que isso ocorre também com o Papa! Recordo-me de tantas pessoas preocupadas com suas eventuais distrações na oração, às quais cabe-me estimular a aproveitarem justamente o "assunto da distração" para tratar com o Senhor, agradecer, pedir, chorar, reclamar, louvar! O coração da oração estará no reconhecimento da presença salvadora do Senhor, parecidos que somos com o Pedro da primeira hora: "Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos discípulos: 'Quem dizem as pessoas ser o Filho do Homem?' Eles responderam: 'Alguns dizem que és João Batista; outros, Elias; outros ainda, Jeremias ou algum dos profetas'. 'E vós', retomou Jesus, 'quem dizeis que eu sou?' Simão Pedro respondeu: 'Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo'" (Mt 16, 13-16). Pedra por pedra!

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará
cnbb.org.br

quinta-feira, junho 25, 2015

É preciso pôr em prática os ensinamentos de Jesus

Leituras do Dia
1ª Leitura - Gn 16,1-12.15-16
Salmo - Sl 105, 1-2. 3-4a. 4b-5 (R. 1a)
Evangelho - Mt 7,21-29

O evangelho deste dia é a conclusão do discurso sobre a montanha (Mt 5–7). O título “Senhor, Senhor” revela, em princípio, o respeito atribuído ao Mestre. Somente depois, para a fé cristã, passará a ser um título cristológico atribuído a Jesus Cristo ressuscitado. No Antigo Testamento, ele substituía, na leitura, o nome impronunciável de Deus. Pelo que segue, o texto deve ser compreendido assim: em primeiro lugar, os discípulos não devem simplesmente orgulhar-se de ter Jesus como seu Mestre; é preciso pôr em prática seus ensinamentos. Não são as muitas palavras ou o louvor estéril que caracterizam os discípulos de Jesus, mas um engajamento afetivo e efetivo no dinamismo da própria vida do Mestre, cujo alimento é fazer a vontade do Pai (Jo 4,34). Dito em outras palavras, é preciso que a vontade de Deus se realize na vida do discípulo como se realizou na vida de Jesus. Em segundo lugar, as duas breves parábolas subsequentes (vv. 24-25.26-27) põem o acento nas palavras de Jesus e na vivência dessa palavra. De algum modo, nas palavras de Jesus está a vontade de Deus. A solidez da vida cristã está em ouvir e pôr em prática as palavras de Jesus e viver os seus valores. Essa exigência evoca Dt 31,12, em que Moisés recomenda aos sacerdotes exortarem o povo a pôr em prática as palavras da Lei. Jesus é, para o evangelho de Mateus, o verdadeiro e autêntico intérprete da Lei.
Pe. Carlos Alberto Contieri, sj

Oração
Pai, eu quero caminhar com sinceridade para a comunhão contigo, no teu Reino. Que todos os meus gestos e palavras estejam sempre alicerçados na tua vontade.


quarta-feira, junho 24, 2015

Natividade de São João Batista - Solenidade

cor - branco

Leituras do Dia
1ª Leitura - Is 49,1-6
Salmo - Sl 138(139),1-3.13-14ab.14c-15 (R. 14a)
2ª Leitura - At 13,22-26
Evangelho - Lc 1,57-66


Aprendamos com São João Batista a ser profetas do Senhor. Ele prepara os caminhos de Jesus e diz: “É Ele, é Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

“Que será este menino? Porque a mão do Senhor estava com ele. O menino foi crescendo e forticava-se em espírito e viveu nos desertos, até o dia em que se apresentou diante de Israel” (Lucas 1, 80).

Deus hoje nos dá a graça de celebrarmos o nascimento de São João Batista, aquele que é o precursor do Messias e que veio preparar os caminhos para que Jesus chegasse até nós.

E quem é João Batista? Ele é o último dos profetas no Antigo Testamento e o primeiro dos profetas no Novo Testamento. Ele é o elo, a ponte que liga o Velho ao Novo Testamento, que transforma o que era velho em novo pela graça de Deus.

Ainda conhecendo a Lei Antiga, João diminui a si mesmo e rebaixa-se para que sobre ele venha o novo, que é Deus. João é aquele que, desde o ventre de sua mãe, é santificado e preparado. É aquele que morre para si para que Jesus cresça por intermédio dele. É ele quem diz: “Convém que ele cresça e eu diminua” (João 3, 30).

São João é aquele que não chama a atenção para si, mas aponta o dedo, o caminho e a direção ao dizer: “É Ele, é Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo“.

João é uma voz por meio da qual a Palavra de Deus ecoa e chega até os corações. São João é o grande profeta responsável por nos preparar os caminhos do Senhor! Por isso, hoje, celebramos com muita solenidade e com muita festa o nascimento desse profeta.

Na Igreja, nós só celebramos o nascimento de Jesus, o nascimento de Sua Mãe, Maria Santíssima, e o nascimento de João Batista, santificado ainda no ventre de sua mãe e preparado para ser o profeta do Senhor.

Assim como João Batista foi santificado no ventre de sua mãe, nós queremos no dia de hoje rezar por nossas crianças e pedir por todas as mães que estão grávidas, trazendo dentro de si a vida de uma nova criatura, um filho que vem para trazer sempre uma boa nova.

Rezemos pelas nossas crianças que estão ainda no ventre de suas mães para que se desenvolvam com sabedoria e com inteligência. E para que venham a este mundo abençoadas, como João Batista também o foi, e possam crescer e se apresentar diante do mundo como servas de Deus.

Peçamos a São João Batista que nos ensine a ser também profetas. Profeta é aquele que não tem voz própria. É aquele que se faz voz de Deus para os outros, é aquele que se abaixa para que Deus apareça por intermédio dele!

Deus abençoe você!


Padre Roger Araújo
cancaonova.com

terça-feira, junho 23, 2015

A missão dos discípulos: o serviço à vida plena

Leituras do Dia
1ª Leitura - Gn 13,2.5-18
Salmo - Sl 14, 2-3ab. 3cd-4ab. 5 (R. 1b)
Evangelho - Mt 7,6.12-14


Queridos irmãos e irmãs!


Continuando nossas reflexões sobre as Diretrizes gerais da ação evangelizadora da Igreja no Brasil 2015-2019, quero ressaltar essa afirmação do documento da CNBB: “é missão dos discípulos o serviço à vida plena” (CNBB. Diretrizes gerais da ação evangelizadora da Igreja no Brasil 2015-2019, n. 62). Inspirados no Documento de Aparecida, os bispos do Brasil apontam assim como podemos entender as urgências da evangelização. De fato, a vida da Igreja, da iniciação à animação bíblica, passando pela setorização, isto é, a vida das pequenas comunidades, onde todos se conhecem e podem “viver juntos em um lugar”, para usar uma expressão do filósofo Emanuel Levinas, a vida da Igreja tem como missão proclamar o Evangelho da vida, a participação na vida divina. “O impulso missionário é fruto necessário à vida que a Trindade comunica aos discípulos” (CELAM. Documento de Aparecida, n.347).

A partir da eclesiologia do Concilio Vaticano II, a Igreja é que deve proclamar que Jesus Cristo é a luz dos povos, e que Ele mesmo nos faz participantes de sua luz (cf. Mt 5,14), a iniciação à vida cristã, “apresentação de Jesus Cristo para suscitar nos corações o seguimento apaixonado à sua pessoa” (CNBB. op, cit. n. 41), a animação bíblica da vida e da pastoral, como convite a “redescobrir o contato pessoal e comunitário com a Palavra de Deus como lugar privilegiado de encontro com Jesus Cristo” (CNBB. idem. n. 49), e a setorização, processo de tornar nossas paróquias, comunidade de comunidades, pois, “o discípulo missionário de Jesus Cristo, necessariamente, vive sua fé em comunidade, em íntima união ou comunhão das pessoas entre si e delas com Deus Trindade, espaço onde se propicia uma real experiência de comunhão” (CNBB. Idem, n. 55.56), isto é, essas três urgências encontram na primeira, Igreja em estado permanente de missão e, na quinta, Igreja a serviço da vida plena para todos, a motivação e sua síntese. Na verdade, nós todos, bispo, presbíteros, diáconos e leigos, e nossas estruturas, organizações e eventos, tudo e todos devemos ser missionários de Jesus Cristo para servir, defender e anunciar a vida plena para todos. Eis aí, portanto, o que deve nos animar e fortalecer nossa caminhada. Isto está bem dentro do programa do Ano Santo da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco: “a Igreja vive um desejo inexaurível de oferecer misericórdia” (FRANCISCO. Exortação apostólica Evangeliigaudium, 24), “a Igreja sente, fortemente a urgência de anunciar a misericórdia de Deus”, “é chamada, em primeiro lugar, a ser verdadeira testemunha da misericórdia”, “a sua missão é a de introduzir a todos no grande mistério da misericórdia de Deus, contemplando o rosto de Cristo” (FRANCISCO. Bula de proclamação do Jubileu da Misericórdia, Misericordiaevultus, n. 25)

Oxalá as Diretrizes encontrem acolhida em cada um, para que todos se empenhem no serviço à vida plena e assim, sejam verdadeiros discípulos de Jesus Cristo, o rosto da misericórdia do Pai.

Dom Jaime Vieira Rocha

Arcebispo de Natal
arquidiocesedenatal.org.br

segunda-feira, junho 22, 2015

Reforçando a fé!

Leituras do Dia
1ª Leitura - Gn 12,1-9
Salmo - Sl 32,12-13. 18-19. 20.22 (R. 12b)
Evangelho - Mt 7,1-5


“Um dia precisei amar a minha dor. Era o único jeito que tinha de continuar vivendo. Ou aprendia ou morreria com ela. Resolvi aprender.” (Pe. Fábio de Melo).

A vida é feita de momentos, variados momentos. Experimentamos um pouco de tudo. Não deixamos de ter preferências, mas temos que provar o sabor de cada situação. Talvez tenha chegado o momento de fazer as pazes com a dor. Não faz parte das alternativas diárias, a inclusão da dor. Foge-se da dor.

O sofrimento não tem nada de simpático, mas sem ele a vida não alcançaria o sabor da maturidade, o gosto requintado do aprendizado. Muitos fogem do sofrimento. Até pode haver uma trégua, mas não tem como fugir eternamente. Cedo ou tarde, a dor faz uma visita. Na maior parte das vezes, por causa das nossas escolhas. Algumas vezes, por causa dos outros.

Que tal amar a dor? Não é loucura. É um jeito de viver. Não se trata de escolha. Faz parte da vida. Para continuar vivendo, em alguns momentos, a única opção é dedicar amor à dor. Isto é, acolher aquela situação, por mais dolorida que seja, dando continuidade aos dias. Tem algo que só quem ama a dor percebe: ela é capaz de ensinar a viver. O aprendizado que a dor proporciona é grandioso. Claro, não é nada fácil.

Se fosse só facilidades, não haveria crescimento. Interessante que cada um tem uma história, um momento, uma determinada situação. Até pode haver semelhanças, mas a dor é única. Creio que a dor seja até indomável. Não obedece a ninguém. Quando decide se apresentar, nada a detém. Mas a vida será sempre maior do que qualquer dor intensa.

É possível superar o sofrimento. O ponto de partida é ter consciência de que a dor passa.

Depois, é muito importante querer aprender com a dor. Quanto aprendizado num coração humilde, que aceita as contrariedades da vida. Em tempo, foi da cruz que brotou a luz!


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domingo, junho 21, 2015

Jesus, Senhor da Natureza

Leituras do Dia
1ª Leitura - Jó 38,1.8-11
Salmo - Sl 106,23-24.25-26.28-29.30-31 (R. 1b)
2ª Leitura - 2Cor 5,14-17
Evangelho - Mc 4,35-41


1ª Leitura: (Jó 38,1.8-11) Jávé, Senhor das forças da natureza - A lamentação de Jó ganha, finalmente, uma resposta: Deus lhe fala (J´38-42), não para resolver o mistério do sofrimento, mas para mostrar sua presença. Mostra-a no meio das forças da natureza, apresentando-se como o que a domina. Ao experimentar a presença de Deus, Jó aprende que há alguém que é maior do que seu sofrimento (42,1-6). *Cf. Sl 104[103], 6-9; Jr 5,22.

Salmo Responsorial: (Sl 107[106], 23-24.25-26.28-29.30-31) "Ele muda a tempestade em bonança".

2ª leitura: (2Cor 5,14-17) "O amor de Cristo nos tem em seu poder" - Essa parte da 2Cor é fortemente marcada pela idéia da morte (cf. domingos anteriores), que, aqui, toma ares místicos, a ponto de parecer loucura (5,13). Se Cristo, diz Paulo, morreu por nós (solidariedade), nós todos morremos (naquele que tomou nosso lugar: personalidade corporativa). Viveremos, então, nãos mais por nós, mas por aquele morreu por todos. Morremos para tudo o que e meramente humano (literalmente: "carnal"). O modo de perceber a realidade - inclusive o próprio Cristo - mudou radicalmente. Para quem é de Cristo, tudo é novo. *5,14-15, cf. Jo 15,13; Rm 6,4-11 * 5,16-17, cf. Gl 6,15; Ef 2,10.15-16; Is 43,18-19.

Evangelho: (Mc 4,35-41) "Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?" - Mc 4,35-6,6 mostra as diversas reações humanas diante das manifestações da "autoridade" divina nos milagres de Jeus: dureza de cerviz (4,40), entusiasmo (5,18), fé (5,34), ironia (5,40), incredulidade (6,5-6). Quando Jesus domina as forças da tempestade (assimiladas aos maus espíritos etc.), os discípulos não reconhecem nele o poder de Deus ("Ainda não tendes fé?", 4,40), mas, pelo menos, perguntam: "Quem é este?" * Cf. Mt 8,18-23-27; Lc 8,22-25; Jn 1,3-16.

O Evangelho deste domingo conta a história da tempestade acalmada. Imaginemos a cena: a tempestade levantando ondas que cobrem o barco com os discípulos – e Jesus , domingo... Quando o acordam, Jesus conjura os ventos e o mar, e vem a calmaria. Jesus censura-lhes a falta de fé, e eles perguntam: "Quem é este, a quem o vento e o mar obedecem?" (Mc 4,41).

Aos fiéis presentes na celebração a resposta já foi dada na 1ª Leitura (Jó 38,1.8-11) e no Salmo de Meditação que a acompanha (Sl 107[106]: quem manda na tempestade e o no mar é Deus ou aquele que age com seu poder. Jesus se revela através de seu poder soberano, divino. Por isso, ele pode dormir tranquilo no barco atormentado pelas ondas, como também pode levantar-se para acalmar o mar.

Essa história é muito instrutiva. Em primeiro lugar: a tempestade. Quando tudo está tranquilo em torno de nós, temos a tendência de confiar em nossas próprias forças, seguros de que "tudo vai dar certo". E Deus fica sobrando. Mas quando surge uma tempestade, percebemos que nossas forças são pequenas e pouco fidedignas. Então recorremos a Deus, não tanto por amor a ele quanto por amor à nossa pele. Pouco importa. O importante é descobrirmos que nossa vida está nas mãos dele.

Na tempestade, Deus surge com poder (Sl 65[64], 8). Quando de repente nos vemos entregues às contradições da vida e da história, importa lembrarmo-nos daquele a quem o vento e o mar obedecem: não só Deus, mas Jesus de Nazaré, nosso guia. Mas o melhor é nunca o esquecer e tê-lo sempre diante dos olhos. Enquanto não percebemos sua presença e o poder que está nele, temos medo, ainda não temos fé (Mc 4,40).

E que fé é essa? Fé para ter proteção, cura, bem-estar? Claro que a gente espera tudo isso de Deus. Mas isso passa por uma pessoa com nome e sobrenome. Perguntamos: "Quem é este?" Damos crédito a ele, por causa do poder que manifesta. Mas seu gesto maior não é um gesto de poder, e sim, de entrega da própria vida. A fé por causa do poder é apenas um aperitivo para que acreditemos no Crucificado. A tempestade acalmada vem no início da caminhada de Jesus; no fim, estão a cruz e a ressurreição.


domtotal.com.br


Assim, nas aflições da vida, procurando segurança em Deus, encontramos Jesus diante de nós, poderoso, sim, mas isso, em última instância, por meio da cruz, por meio de sua doação por amor, Aí, ele revela o poder maior de Deus em sua pessoa. Reconhecendo isso, teremos confiança para enfrentar as tempestades de nossa história.

sábado, junho 20, 2015

O medo e a fé

Leituras do Dia
1ª Leitura - 2Cor 12,1-10
Salmo - Sl 33, 8-9. 10-11. 12-13 (R. 9a)
Evangelho - Mt 6,24-34


A tendência do ser humano hoje é voltar-se para si mesmo e proteger seu “mundo” e seu jeito de viver e de agir. O medo está rondando sua sensibilidade. A insegurança está alterando o poder de decisão. A fé em algo superior está perdendo sua intensidade e sua força.

O ambiente social está sendo desestabilizado pelo individualismo. Está difícil confiar nas pessoas. A desconfiança é algo que permeia e perturba a convivência. A dúvida limita a maneira de se aproximar dos demais. Parece até que antes de confiar é preciso desconfiar.

E isso causa mal estar permanente nos relacionamentos. Seja no relacionamento conjugal, seja no relacionamento social, econômico, político e religioso sempre haverá uma desconfiança a perturbar. A espontaneidade entra em falência. Surge a insegurança no processo de comunicar e mesmo de ouvir e aceitar propostas.

Não está fácil confiar nas pessoas. Mesmo aquelas com quem se assume um grande e sonhado amor há momentos em que se duvida, se inquieta e se perturba. Porém, a verdade precisa ser preservada, precisa ser cultivada e precisa ser acreditada para garantir uma convivência harmoniosa e feliz.

Ninguém está no mundo para ser infeliz. Ninguém vai se aventurar numa conquista para fracassar. Ninguém vai iniciar uma obra de valor para depois amargar uma decepção. Ninguém vai apostar sua fé numa missão para depois cair na escuridão do insucesso.

Em qualquer iniciativa é preciso crer na força e no poder da mente e no amor do coração. E para quem crê não existirão fracassos. Existirão experiências a indicar por onde andar e o que fazer para progredir, para percorrer o melhor caminho e alcançar a vitoria almejada.

Não importa o tempo que for preciso. Não importa o caminho a ser percorrido, as dificuldades a superar e as barreiras a contornar.

Vencerá quem acreditar naquilo que propõe a si mesmo. O Mestre dos mestres teve momentos difíceis na convivência com seus seguidores. Eles esperavam que tudo fosse fácil pelo fato de estarem com ele. Confiavam a ele a solução de todos os problemas. Andavam despreocupados simplesmente pelo fato de o Mestre ter realizado inúmeros milagres.

Após um desses milagres, o Mestre solicita que entrem no barco e se dirijam para o outro lado do mar. E ele embarcou com eles. Obedecem e iniciam a travessia. “Começou a soprar um vento forte e as ondas se lançavam dentro do barco. E, segundo o relato, o Mestre dormia. Aos gritos os discípulos o acordaram e reclamaram: “Mestre, não te importas que nós morramos? (Mc.4,37-40)

Parece que esses seguidores não tinham segurança alguma. Duvidaram do poder do Mestre. Como poderiam morrer afogados se ele tambem estava no mesmo barco? Fracos na fé. Fracos na confiança. Só lembraram do Mestre na hora em que as águas invadiram o barco.

Ainda hoje existem pessoas assim. Só pensam e correm para Deus quando não há outro remédio, ou solução. Não é bom abusar da paciência de Deus. É bem melhor viver um relacionamento amigo e amável.

capuchinhos.org.br

sexta-feira, junho 19, 2015

Qual o propósito da Bíblia?

Leituras do Dia
1ª Leitura - 2Cor 11,18.21b-30
Salmo - Sl 33,2-3. 4-5. 6-7 (R. Cf. 18b)
Evangelho - Mt 6,19-23

Não devemos tomar a Bíblia como um livro comum, mas um livro de grandes ensinamentos deixados por Cristo

O fator mais importante –que classifica a Bíblia como o livro mais singular– é a influência que ela tem sobre a vida dos homens. Embora a Sagrada Escritura seja um grande tesouro devido à sua contribuição para a humanidade em literatura, filosofia e história, o maior valor deste livro se encontra na grande influência que exerce sobre as pessoas. Por meio de suas páginas, o homem se vê exposto à sua verdadeira condição diante de Deus; a Palavra é como uma espada que penetra até os pensamentos e propósitos do homem e o convence de seus pecados diante do Todo-poderoso (cf. Hb 4,12). “Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”.


Santo Agostinho era um homem indisciplinado e libertino em sua juventude, porém, sua mãe orava por ele enquanto ele crescia. Depois de levar uma vida dissoluta por muitos anos, certo dia, com trinta e um anos de idade, ao ler a Bíblia debaixo de uma figueira, chegou ao trecho que diz “Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e nada disponhais para a carne, no tocante às suas concupiscências” (Rm 13,13-14). Essas palavras o convenceram dos seus pecados e ele se arrependeu diante do Senhor e se tornou um servo de Cristo.

No curso da história, muitas pessoas famosas foram movidas a crer em Cristo e a ler a Sagrada Escritura. O imperador francês Napoleão, após ter sido derrotado e exilado na ilha de Santa Helena, confessou que embora ele e outros grandes líderes tivessem fundado seus impérios com uso da força, Jesus Cristo edificou Seu Reino com amor. E também confessou que embora pudesse reunir seus homens em torno dele em prol de sua própria causa, ele teria de fazê-lo falando-lhes face a face, enquanto, por dezoito séculos [na época], incontáveis homens e mulheres se dispuseram a sacrificar, com alegria, a própria vida por amor a Jesus Cristo, sem tê-Lo visto sequer uma vez.

A razão pela qual muitos se dispuseram a deixar tudo para seguir Cristo e serem martirizados por causa d’Ele é que eles O viram revelado na Bíblia. Esse Livro Sagrado tem sido a fonte de inspiração para que muitos creiam em Nosso Senhor Jesus Cristo. E embora muitos reis, imperadores e governantes tenham tentado, nos últimos dois mil anos, erradicar a Bíblia, a começar pelos imperadores romanos do primeiro século até os governos ateus deste século, nenhum poder sobre a terra tem conseguido abalar a atração do homem por esse Livro Sagrado e pela Pessoa maravilhosa que ele revela. O Cristo revelado na Bíblia continua hoje tão vivo como há dois mil anos. Nenhuma biografia de homem sobre a terra tem transformado tantas vidas como a vida de Jesus Cristo o faz.

A Bíblia existe para que possamos compreender, temer, respeitar e amar Deus sobre todas as coisas, assim ela se denomina a si mesma como a Sagrada Escritura: “E desde a infância conheces as Sagradas Escrituras e sabes que elas têm o condão de te proporcionar a sabedoria que conduz à salvação, pela fé em Jesus Cristo. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (cf. II Tm 3,15-17).

A revelação principal da Bíblia é a vida; o diabo veio para matar, roubar e destruir, mas Jesus Cristo veio para que aqueles que n’Ele cressem, e por Ele vivessem, tenham vida e vida em abundância. “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10,10). Por isso, quando lemos a Bíblia, devemos entrar em contato com o Senhor Jesus, orando para que Ele nos dê revelação da palavra lida.

“Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6,17-18). E orando também para que sejamos capacitados pelo Espírito Santo para viver a Palavra de Deus, e não só apenas a conhecer em nossa mente, pois o simples fato de conhecermos a Bíblia não nos faz cristãos; os judeus cometeram esse erro, pois eles examinavam as Escrituras, mas não conheciam a Pessoa de Cristo. “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo 5,39-40). Isso pode ser mais bem compreendido ao analisarmos o versículo de II Coríntios, 3,6: “O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica”.

Não devemos tomar a Bíblia como um livro comum, apenas para nos trazer algum conhecimento a nossa mente, mas devemos tomá-la como um livro de vida, contatando o Senhor Jesus por meio da oração, para que Ele nos conceda algo vivo em Sua Palavra, ou seja, algo que traga uma lição prática para o nosso viver no dia a dia, pois a intenção de Deus, revelada na Sagrada Escritura, não é apenas a salvação do nosso espírito, como também a salvação de todo o nosso ser, para que consigamos viver coletivamente na Igreja, que é comparada ao Corpo e à Esposa de Cristo: “O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (I Tm 2,4). “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Ts 5,23). “Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo” (I Cor 12,27). “Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou” (Ap 19,7).

Pe Anderson Marçal
cancaonova.com

quinta-feira, junho 18, 2015

Orar com simplicidade

“Viver a experiência da fé significa deixar-se nutrir pelo Senhor e construir a própria existência sobre a realidade que não perece: os dons de Deus, a Sua Palavra e Seu Corpo”. Papa Francisco


Leituras do Dia
1ª Leitura - 2Cor 11,1-11
Salmo - Sl 110,1-2. 3-4. 7-8 (R. 7a)
Evangelho - Mt 6,7-15

A consequência prática das recomendações de Jesus é a rejeição determinada e livre da hipocrisia. O que distingue a verdadeira da falsa piedade? É essa pergunta que o nosso texto do evangelho de hoje responde. Não é a oração que está em questão, mas o modo de fazê-la. Deus conhece o coração de cada um, antes mesmo que as palavras cheguem à boca (cf. Sl 138). Diante dele a multiplicação de palavras é inútil. Ademais, essa multiplicação de palavras é expressão da pressão exercida sobre Deus para conseguir algo dele. O que Deus concede ao seu povo é fruto de seu amor e de sua bondade, e não de merecimento de quem quer que seja. A oração do Senhor é, para o discípulo, referência no modo de relacionar-se com Deus. Essa oração exprime, em primeiro lugar, a centralidade de Deus e o engajamento filial do discípulo com relação ao Pai. Em seguida, o discípulo, consciente de sua condição, suplica pelo que deve sustentá-lo na vida cotidiana: pão e perdão. Por fim, como o mal está presente no coração do ser humano, o cristão pede, pela graça de Deus, não ser envolvido pelo poder da tentação, mas liberto de todo mal.

Pe. Carlos Alberto Contieri, sj

Oração
Senhor Jesus, coloca-me na boca palavras verdadeiras com as quais eu possa dirigir-me ao Pai, e não me deixes cair num palavreado inútil.

segunda-feira, junho 15, 2015

As 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus

Leituras do Dia
1ª Leitura - 2Cor 6,1-10
Salmo - Sl 97, 1. 2-3ab. 3cd-4 (R.2a)
Evangelho - Mt 5,38-42


A devoção ao Sagrado Coração de Jesus tem sua origem na Sagrada Escritura

A devoção ao Sagrado Coração, de um modo visível, aparece em dois acontecimentos fortes do Evangelho: no gesto de São João, discípulo amado, encostando a sua cabeça em Jesus durante a Última Ceia (cf. Jo 13,23); e, na cruz, onde o soldado abriu o lado de Jesus com uma lança (cf. Jo 19,34).


Em um acontecimento, temos o consolo de Cristo pela dor na véspera de Sua morte. No outro, o sofrimento causado pelos pecados da humanidade. Esses dois exemplos do Evangelho nos ajudam a entender o apelo de Jesus feito, em 1675, a Santa Margarida Maria Alacoque: “Eis este coração que tanto tem amado os homens. Não recebo da maior parte senão ingratidões, desprezos, ultrajes, sacrilégios e indiferenças. Eis que te peço que a primeira sexta-feira depois da oitava do Santíssimo Sacramento (Corpo de Deus) seja dedicada a uma festa especial para honrar o Meu coração, comungando, neste dia, e dando-lhe a devida reparação por meio de um ato de desagravo para reparar as indignidades que recebeu durante o tempo em que esteve exposto sobre os altares. Prometo-te que o Meu Coração se dilatará para derramar com abundância as influências de Seu divino amor sobre os que tributem essa divina honra e que procurem que ela lhe seja prestada.”

O beato João Paulo II sempre cultivou essa devoção e sempre a incentivou a todos que desejam crescer na amizade com Jesus. Em 1980, no dia do Sagrado Coração, ele afirmou: “Na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a liturgia da Igreja concentra-se, com adoração e amor especial, em torno do mistério do Coração de Cristo. Quero, hoje, dirigir, juntamente convosco, o olhar dos nossos corações para o mistério desse coração. Ele falou-me desde a minha juventude. A cada ano, volto a esse mistério no ritmo litúrgico do tempo da Igreja.”

Conheça agora as 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque:

1ª Promessa: “A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de Meu Sagrado Coração”;

2ª Promessa: “Eu darei aos devotos de Meu Coração todas as graças necessárias a seu estado”;

3ª Promessa: “Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias”;

4ª Promessa: “Eu os consolarei em todas as suas aflições”;

5ª Promessa: “Serei refúgio seguro na vida e principalmente na hora da morte”;

6ª Promessa: “Lançarei bênçãos abundantes sobre os seus trabalhos e empreendimentos”;

7ª Promessa: “Os pecadores encontrarão, em meu Coração, fonte inesgotável de misericórdias”;

8ª Promessa: “As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção”;

9ª Promessa: “As almas fervorosas subirão, em pouco tempo, a uma alta perfeição”;

10ª Promessa: “Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos”;

11ª Promessa: “As pessoas que propagarem esta devoção terão o seu nome inscrito para sempre no Meu Coração”;

12ª Promessa: “A todos os que comunguem, nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna”.

cancaonova.com

domingo, junho 14, 2015

Missa solene e Procissão em honra a Santo Antônio - 13 de junho
















Com que coisa podemos comparar o Reino de Deus?

Leituras do Dia - 11o domingo do tempo comum
1ª Leitura - Ez 17,22-24
Salmo - Sl 91,2-3.13-14.15-16 (R. Cf. 2a)
2ª Leitura - 2Cor 5,6-10
Evangelho - Mc 4,26-34


O texto de hoje traz à tona dois elementos muito importantes para o estudo dos Evangelhos – “o Reino de Deus” e “as parábolas”. Antes de olhar o texto mais de perto, convêm comentar algo sobre esses dois termos ou conceitos.

Existe um consenso entre os estudiosos modernos, sejam católicos ou protestantes, que existem duas palavras nos textos evangélicos que provém do próprio Jesus e que não dependem da reflexão posterior das comunidades: “Reino” e “Pai” “Abbá” em aramaico. Estamos tão acostumados de ter Jesus como “objeto” da nossa pregação que esquecemos que Ele não pregou a si mesmo, mas o “Reino de Deus” (geralmente citado em Mateus como o Reino dos Céus, para evitar o uso do nome de Deus, em uma comunidade predominantemente judeu-cristã). A vida inteira de Jesus foi dedicada ao serviço desse Reino, que Ele nunca define, pois é uma realidade dinâmica, mas que Ele descreve por comparações, usando parábolas. “Parábola” é um tipo de comparação, usando símbolos e imagens conhecidos na vida dos ouvintes, e que os leva a tirar as suas próprias conclusões (de fato, várias vezes temos a explicação de uma parábola nos evangelhos, mas essa nasceu da catequese da comunidade e não teria feito parte da parábola original). O Capítulo 13 de Mateus talvez seja o melhor exemplo do uso de parábolas para clarificar a natureza do Reino – ou Reinado – de Deus.

No tempo de Jesus e das primeiras comunidades cristãs, os diversos grupos religiosos judaicos (com a exceção dos ultraconservadores e elitistas Saduceus), esperavam a chegada do Reino de Deus e achavam que poderiam apressar a sua chegada – os Fariseus através da observância da Lei, os Essênios através da pureza ritual, os Zelotas através de uma revolta armada. O texto de hoje nos adverte que não é nem possível e nem necessário tentar apressar a chegada ou o crescimento do Reino de Deus, pois ele possui uma dinâmica interna própria de crescimento. Como a semente semeada cresce independente do semeador e sem que ele saiba como, assim o Reino cresce onde plantado, pois também tem a sua própria força interna que, passo por passo, vai levá-lo à maturidade. Assim, o texto nos ensina o que Paulo ensina de uma maneira diferente aos coríntios, quando, referindo-se ao trabalho de evangelização desenvolvido por ele, Apolo e outros/as missionários/as; ele afirma “Paulo planta, Apolo rega, mas é Deus que faz crescer” (1 Cor 3, 6).

Uma das imagens que Jesus usa para caracterizar o Reino é a do grão de mostarda. Embora a semente seja minúscula, ela cresce até se tornar um arbusto frondoso. Assim Jesus quer que relembremos que é importante começar com ações pequenas e singelas, pois, pela ação do Espírito Santo, elas poderão dar frutos grandes. Esta parábola é um lembrete para que não caiamos na tentação de olhar as coisas com os olhos da sociedade dominante, que valoriza muito a prepotência, o poder, a aparência externa. A nossa vocação é plantar e regar, nunca perdendo uma oportunidade de semear o Reinado de Deus – ou seja, criar situações onde realmente reine o projeto do Pai, projeto de solidariedade e amor, partilha e justiça, começando com sementes minúsculas, para que, não através do nosso esforço, mas da graça de Deus, eventualmente cresça uma árvore frondosa que abrigará muitos. O desafio do texto é de que valorizemos o gesto pequeno, as duas moedas da viúva, a semente de mostarda, não nos preocupando com os resultados, mas, confiantes no poder transformador da semente, plantar e regar, para que Deus possa ter a colheita!

Pe. Tomaz Hughes, SVD
www.franciscanos.org.br

Pia União de Santo Antônio

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