ROMA, 09 Jul. 12 / 04:54 pm (ACI/EWTN Noticias).- O sacerdote jesuíta Guy Consolmagno, astrônomo e porta-voz do Observatório Vaticano, assinalou que, apesar de não ter direta relação com a teologia ou a revelação, a descoberta científica chamada por alguns como "a partícula de Deus" é um avanço importante.
Em entrevista com o grupo ACI, o Pe. Consolmagno afirmou que a descoberta científica é “maravilhosa”.
O sacerdote jesuíta esclareceu que o descobrimento, apesar de seu apelido, "não tem nada a ver com teologia ou com Deus", em sentido direto algum.
"O nome ‘partícula de Deus’ foi dado pelo Leon Lederman como uma brincadeira", recordou o astrônomo do Vaticano. "Basicamente é um título provocante para um livro que ele estava escrevendo sobre física de partículas".
O Pe. Consolmagno assinalou que Lederman "disse que se houvesse uma partícula que poderia existir, e que possa explicar todas as pequenas coisas que queríamos explicar, isso seria um presente de Deus. É uma metáfora e não tem nada que ver com a teologia".
Em 4 de julho, a Organização Européia para Investigação Nuclear (CERN), publicou os resultados de seus experimentos subatômicos realizados em seu laboratório de Genebra, os quais sugerem que encontraram a evasiva partícula do "bóson de Higgs", que poderia explicar a massa física dos objetos no universo.
O Pe. Consolmagno disse que o aparente descobrimento do bóson do Higgs é um "deleite" particularmente devido ao progresso gradual da maior parte da investigação científica, e devido aos recursos investidos em pôr em marcha o acelerador de partículas suíço: a construção o Large Hadron Collider (LHC), o acelerador de partículas CERN, custou cerca de 10 bilhões de dólares.
"É Bom ver um passo tão grande que todos podem celebrar", assinalou o astrônomo vaticano, que felicitou os investigadores, que "finalmente conseguiram algum resultado após os anos, tempo e esforço que empregaram na tarefa".
Apesar de que as autoridades da CERN não afirmaram definitivamente que a partícula foi encontrada, o diretor geral do grupo, professor Rolf Heuer, disse que os investigadores "observaram uma nova partícula consistente com o bóson de Higgs".
Na conferência de imprensa na qual foi anunciada a descoberta , Heuer afirmou que "como um leigo, acredito que nós a encontramos".
O bóson do Higgs, apelidado "a partícula de Deus" pelo físico Leon Lederman, foi postulado pelo físico britânico Peter Higgs durante a década de 1960, como um componente necessário no "modelo padrão" do universo.
O modelo padrão compreende quatro forças distintas: o eletromagnetismo, a "força nuclear forte", a "força nuclear fraca" e a gravidade. Enquanto os cientistas têm feito progressos em seu entendimento das primeiras três, acredita-se que a compreensão da força de gravidade dependerá do ainda não observado bóson de Higgs.
Acredita-se que os diversos tipos de partículas subatômicas, tais como quarks, leptons, e os assim chamados "portadores de força" constituam o mundo observável, de acordo ao modelo padrão. Enquanto estas partículas representam muitos fenômenos observáveis, acredita-se que o bóson de Higgs é necessário para dar-lhes sua massa.
Enquanto que os resultados recentes do CERN apontam ao descobrimento deste componente perdido do modelo padrão, o Pe. Consolmagno indicou que há "um indício de que algo está acontecendo" nos resultados, "o que é sempre emocionante".
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