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quinta-feira, julho 26, 2012

Idosos, avós, antepassados

Eclesiástico 44, 1.10-15; Mateus 13, 16-17

Hoje ocorre a comemoração dos pais da Mãe de Jesus. É festa de Sant’Ana e de São Joaquim. Alguns versículos do Livro do Eclesiástico são aplicados liturgicamente aos dois. Há uma exaltação legítima e justa da fé dos antepassados: “Vamos fazer o elogio dos homens famosos, nossos antepassados através das gerações (…). Os povos proclamarão a sua sabedoria e a assembleia vai celebrar os seus louvores”. E hoje pensamos nos avós.

A família é realidade importante e fundamental na vida de todos nós. A fragilidade dos vínculos conjugais e familiares, a pouca atenção dada à construção de um casamento sólido e cristão, o trabalho profissional exagerado (necessário por vezes) do pai e da mãe, a pouca presença de pais e mães na vida de seus filhos dificultam a formação de pessoas equilibradas e ajustadas. Devido a este pano de fundo e a outros fatores parece-nos importante a presença dos avós na vida dos netos. Os pais, meio perdidos na busca de Deus, se omitem na missão de “transmitir” a fé aos filhos.

Estes representam a tradição, o passado. A vida não começa agora com as novas gerações. Cada ser que vem ao mundo tem marcas e traços de um ontem que, as mais das vezes, está presente na mãos calejadas do avô, imigrante alemão ou japonês, no rosto da mãe, polonesa ou italiana. Os avós, convivendo com os netos, fazem com o um passado que já parecia como que devorado nas brumas do tempo reapareça nas massas que a vó sabe fazer, nas histórias que o avô conta, ligadas aos campos de concentração de Auchwitz. Os avós africanos trazem no corpo o requebro de suas músicas e, no coração, o banzo. Há esses avós cheios de Deus, gente simples, reta, completamente reta, sem dobras. Pessoas que viveram dignamente sem pretensões a serem superiores, pessoas profundamente cristãs e caridosas que passam fé aos netos. Avós de missa de domingo, de todos os domingos, avós que após a missa de domingo visitam uma parenta bem idosa levando-lhe um torcidinho de coco comprado na padaria dos alemães.

Continua o Eclesiástico: “Sua descendência permanece para sempre e sua glória jamais se apagará. Seus corpos serão sepultados na paz e seu nome dura através das gerações”.

Nestes dias de julho, talvez alguns netos tenham vontade de ir até á sepultura de seus avós para deixar cair uma lágrima morna que está meio presa em nossos olhos.

Que Sant’Ana e São Joaquim, com sua bela filha Maria, intercedam a Deus por nossos avós queridos, os que conhecemos e pelos que não tivemos a dita de olhar com nossos olhos.

Frei Almir Ribeiro Guimarães
franciscanos.org.br

Pia União de Santo Antônio

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