Oseias 10, 1-3.7-8. 12; Mateus 10,1-7
Nesta comemoração de São Bento, pai do monarquismo ocidental, deixamos de fazer reflexões sobre as leituras proclamadas na liturgia e transcrevemos alguns tópicos da Regra beneditina que falam da humildade.
• O primeiro grau da humildade acontece, quando o monge coloca o temor de Deus sempre diante dos olhos e foge a toda espécie de esquecimento. E se lembra sempre de todas as coisas que Deus mandou, de como o inferno queima os que desprezam a Deus e igualmente revolve em seu espírito a vida eterna preparada para os que temem a Deus (…)
• O segundo degrau da humildade é quando o monge, não amando a sua própria vontade, não se agrada em realizar os seus próprios desejos, mas imita com suas ações o que diz aquela palavra do Senhor: ‘Não vim fazer a minha vontade, mas a daquele que me enviou’. E da mesma forma diz Escritura: ‘O prazer produz a pena e a necessidade gera a coroa’.
• O terceiro degrau da humildade é quando o monge, por amor a Deus, submete-se ao superior com toda obediência, imitando o Senhor de quem diz o Apóstolo: ‘Fez-se obediente até à morte’.
• O quarto degrau da humildade é quando o monge, na obediência das coisas duras e contrárias, ou mesmo em injustiças que lhe são feitas, abraça a paciência no silêncio de sua consciência e, aguentando não desanima nem se retira, pois diz a Escritura: ‘Aquele que perseverar até o fim será salvo”.
• O quinto degrau da humildade é quando o monge, por uma humilde confissão, não esconde ao seu Abade todos os maus pensamentos que vêm ao seu coração e as faltas cometidas ocultamente. A Escritura nos anima a esse respeito, quando diz: ‘Revela ao Senhor o teu caminho e espera nele’ (…).
• O décimo segundo degrau da humildade é quando o monge mostra sempre humildade aos que o veem, não apenas no coração, mas também no próprio corpo, isto é, no Ofício Divino, na capela, no claustro, na horta, na rua, no campo, ou onde quer que esteja; sentado, andando ou de pé, tem há sempre a cabeça inclinada e os olhos cravados no chão, sabendo que toda hora é réu de seus pecados, pensando que já vai estar presente no tremendo juízo de Deus e dizendo a si mesmo no coração aquilo que o publicano do Evangelho dizia com os olhos no chão: ‘Senhor, não sou digno, eu pecador de erguer os meus olhos ao céu. E também com o Profeta: “Estou aqui completamente prostrado e humilhado’.
Frei Almir Ribeiro Guimarães
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