SEJAM BEM-VINDOS!

Caríssimos(as) Irmãos(as), saudamos a todos vocês com a Paz e o Bem contidas no Cristo Jesus e em São Francisco de Assis.



domingo, janeiro 20, 2013

A Liturgia nos ritmos do tempo

O Ano Litúrgico não apenas recorda as ações de Jesus Cristo, nem somente renova a lembrança de ações passadas, mas sua celebração tem força sacramental e especial eficácia para alimentar a vida cristã (2). Por isso, o Ano Litúrgico é sacramento e, assim, torna-se um caminho pedagógico-espiritual nos ritmos do tempo.

Como a vida, a liturgia segue um ritmo que garante a repetição, característica da ação memorial. Repetindo, a Igreja guarda a sua identidade. Para fazer memória do mistério, a liturgia se utiliza de três ritmos diferentes: o ritmo diário, alternando manhã e tarde, dia e noite, luz e trevas; o ritmo semanal, alternando trabalho e descanso, ação e celebração; o ritmo anual, alternando o ciclo das estações e a sucessão dos anos.

1.1 – O ritmo diário
Acompanhando o caminho do sol, que é símbolo de Cristo, o povo de Deus faz memória de Jesus Cristo, nas horas do dia, pela celebração do Ofício Divino. – Daí o nome “Liturgia das Horas”. De tarde, o sol poente evoca o mistério da morte, na esperança da ressurreição. De manhã, o sol nascente evoca o mistério da ressurreição, novo dia para a humanidade. De noite, nas vigílias, principalmente na de sábado à noite, que inicia o domingo, dia da ressurreição, celebramos em espera vigilante o mistério da volta do Senhor. Em algum outro momento do dia ou da noite, rezamos o “Ofício das Leituras”. E, em qualquer hora do dia, celebramos a Eucaristia, que abrange a totalidade do tempo.

Com hinos, salmos e cânticos bíblicos, com leituras próprias, com preces de louvor e de súplica, celebramos o mistério pascal do Cristo. Como toda a liturgia, o Ofício acompanha o Ano Litúrgico, expressa nosso caminhar pascal, do nascimento à morte e ressurreição, do advento à segunda vinda gloriosa de Cristo.

Como oração do povo de Deus, verdadeira ação litúrgica, o Ofício Divino é excelente escola e referência fundamental para nossa oração individual.

Os ministros ordenados e religiosos assumem publicamente o compromisso de celebrarem a Liturgia das Horas nas principais horas do dia. Os fiéis leigos também são convidados a celebrá-la, individual ou comunitariamente. Podem fazê-lo seguindo o roteiro simples e adaptado proposto pelo Ofício Divino das Comunidades, que conserva a teologia e a estrutura da Liturgia das Horas.

Incentivem-se também outras formas de oração comunitária da Igreja, por exemplo, Ofícios Breves adaptados, Celebrações da Palavra de Deus, Horas Santas, Ladainhas, Angelus, Via-Sacra e Rosário comunitário.

“O dia litúrgico se estende da meia-noite à meia-noite. A celebração do domingo e das solenidades começa, porém, com as Vésperas do dia precedente” (NALC 3).

1.2 – O ritmo semanal
O ritmo semanal é marcado pelo domingo, o dia em que o Senhor se manifestou ressuscitado (cf. Mc 16,2; Lc 24,1; Mt 28,1; Jo 20,1).

A história do domingo nasce na cruz e na ressurreição de Jesus. No primeiro dia da semana, quando as mulheres foram para embalsamar seu corpo, já não o encontraram mais. No domingo, Jesus apareceu vivo a vários dos discípulos, sozinhos, ou reunidos; comeu e bebeu com eles e falou-lhes do Reino de Deus e da missão que tinham que levar adiante (Mt, 28,5-9; Lc 24,13-49; Mc 16,14; Jo 20,11-18; 20,24-29; Ap 1,10). O dia de Pentecostes, vinda do Espírito Santo, também aconteceu no domingo (At 2,1-11).

“Por tradição apostólica que tem sua origem do dia mesmo da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra cada oitavo dia o mistério pascal, naquele que se chama justamente dia do Senhor ou domingo. Neste dia, pois, devem os fiéis reunir-se em assembléia para ouvirem a palavra de Deus e participarem da eucaristia, e assim recordarem a paixão, ressurreição e glória do Senhor Jesus e darem graças a Deus que os “gerou de novo pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos para uma esperança viva” (lPd 1,3).

O domingo, conforme rezamos no Prefácio IX dos domingos do Tempo Comum, é o dia em que a família de Deus se reúne para “escutar a Palavra e repartir o Pão consagrado, recordar a ressurreição do Senhor na esperança de ver o dia sem ocaso, quando a humanidade inteira repousar diante do Pai”.

João Paulo II, na Carta Apostólica sobre o domingo (Dies Domini), apresenta as cinco características deste dia: Dia do Senhor, Dia de Cristo, Dia da Igreja, Dia do Homem e Dia dos Dias. O mesmo Papa nos pede, na Carta Apostólica Mane Nobiscum Domine, que demos “uma atenção ainda maior à missa dominical, como celebração na qual a comunidade paroquial se reencontra em coro, vendo comumente participantes também os vários grupos, movimentos, associações nela presentes” (MND 23).

“Por causa de sua especial importância, o domingo só cede sua celebração às solenidades e festas do Senhor. Os domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa gozam de precedência sobre todas as festas do Senhor e todas as solenidades. As solenidades que ocorrem nestes domingos sejam antecipadas para sábado” (NALC 5) (3).

O domingo exclui, por sua natureza própria, a fixação definitiva de qualquer outra celebração. São exceções somente as festas da Sagrada Família, do Batismo do Senhor, da Santíssima Trindade, de Jesus Cristo Rei do Universo, a comemoração de todos os fiéis defuntos, e, no Brasil, as solenidades de S. Pedro e S. Paulo, da Assunção de Nossa Senhora e de Todos os Santos.

Os dias que seguem o domingo, chamados dias de semana ou férias, celebram-se de diversos modos, segundo a importância própria (cf. NALC 16). Para não repetir as orações das missas do domingo, é conveniente que, no Tempo Comum e não havendo celebração especial, se utilizem nesses dias também os formulários das Missas votivas e para diversas circunstâncias.

1.3 – O ritmo anual
O Ano Litúrgico compreende dois tempos fortes: o Ciclo Pascal, tendo como centro o Tríduo Pascal, a Quaresma como preparação e o Tempo Pascal como prolongamento; o Ciclo do Natal, com sua preparação no Advento e o seu prolongamento até a festa do Batismo do Senhor. Além destes dois, temos o Tempo Comum.

a) Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor - Começa na 5ª-feira à noite com a Missa da Ceia (depois do pôr do sol) até à tarde do domingo da Páscoa da ressurreição com as Vésperas. É o ápice do ano litúrgico porque celebra a Morte e a Ressurreição do Senhor, “quando Cristo realizou a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus pelo seu mistério pascal, quando morrendo destruiu a nossa morte e ressuscitando renovou a vida” (NALC 18).

b) Tempo Pascal - Os 50 dias entre o domingo da Ressurreição e o domingo de Pentecostes. É o tempo da alegria e da exultação, um só dia de festa, “um grande domingo” (cf. NALC 22). São dias de Páscoa e não após a Páscoa. “Os oito primeiros dias do tempo pascal formam a oitava da Páscoa e são celebrados como solenidades do Senhor” (NALC 24).

c) Tempo da Quaresma - Da 4ª-feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar a celebração da Páscoa. “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica esclareça-se melhor a dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou preparação do Batismo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais freqüência a palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração do mistério pascal” (SC 109).

d) Tempo do Natal - Das primeiras vésperas do Natal do Senhor até a festa do Batismo do Senhor. É a comemoração do nascimento do Senhor, em que celebramos a “troca de dons entre o céu e a terra”, pedindo que possamos “participar da divindade daquele que uniu ao Pai a nossa humanidade” (4). Na Epifania, celebramos a manifestação de Jesus Cristo, Filho de Deus, “luz para iluminar todos os povos no caminho da salvação” (5).

e) Tempo do Advento - Das primeiras vésperas do domingo que cai no dia 30 de novembro ou no domingo que lhe fica mais próximo, até antes das primeiras vésperas do Natal do Senhor. “O tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa” (NALC 39).

f) Tempo Comum - Começa no dia seguinte à celebração da festa do Batismo do Senhor e se estende até a terça-feira antes da Quaresma, inclusive. Recomeça na segunda-feira depois do domingo de Pentecostes e termina antes das Primeiras Vésperas do 1° domingo do Advento (cf. NALC 44). A tônica dos 33 (ou 34) domingos é dada pela leitura contínua do Evangelho. Cada texto do Evangelho proclamado nos coloca no seguimento de Jesus Cristo, desde o chamamento dos discípulos até os ensinamentos a respeito dos fins dos tempos. Neste tempo, temos também as festas do Senhor e a comemoração das testemunhas do mistério pascal (Maria, Apóstolos e Evangelistas, demais Santos e Santas).

g) As Rogações e as Quatro Têmporas - Em cada estação do ano, a Igreja dedica um ou vários dias de preces, jejuns e penitência para rogar ao Senhor por diversas necessidades, principalmente pelos frutos da terra e pelo trabalho humano, e render-lhe graças publicamente (cf. NALC, n.45). Estas celebrações têm origem nas festas de semeadura e nas festas de colheita. Apesar de sua origem agrária, elas não deixam de ter sentido nos tempos atuais, por causa da crescente consciência ecológica do mundo moderno. Conforme decisão da CNBB, na sua XII Assembleia Geral, em 1971, a regulamentação da celebração das Têmporas e Rogações fica a critério dos Conselhos Episcopais Regionais. Para tais celebrações, pode-se escolher as mais adequadas entre as Missas para diversas circunstâncias (cf. Comunicado Mensal, nº 221-222 (1971), p. 136).

franciscanos.org.br

Pia União de Santo Antônio

Pia União de Santo Antônio