“Estando com seus discípulos em Cafarnaum, Jesus, num dia de sábado, entrou na sinagoga e começou a ensinar” (Mc 1,21).
Jesus, efetivamente, tinha o costume de ensinar. Não se tratava de um ensinamento intelectual, livresco, mas na linha do aprofundamento humano e espiritual. Ensinava pelo exemplo, por suas posturas corretas diante do mundo e pelo jeito como confabulava com seu Pai.
Ao longo de nossa vida de cristãos vamos sendo formados em nossa vivência de fé. Falamos em formação cristã, aprofundamento da fé, catequese. Quando falamos em catequese temos a tentação de pensar apenas nessas preparações mais ou menos imediatas para a primeira comunhão e crisma. Certamente, o quadro já mudou e vemos, aqui e ali, surgirem grupos sólidos e sérios de formação cristã mormente no meio de adultos. A catequese vai ganhando a dimensão de ser permanente.
Não podemos deixar de dizer que os primeiros e fundamentais catequistas dos filhos são os seus pais. A maneira com vivem seu relacionamento com Deus, a caridade no dia a dia, uma concepção sadia face aos sacramentos ensinam mais do que cursos de catequese. No momento atual, com a fragilização da família, nem sempre as novas gerações podem ser iniciadas na fé pelos seus pais.
Há as preparações para a primeira eucaristia e para a crisma que se fazem nas comunidades. Pensamos sempre em catequistas competentes, em crianças e jovens que se apresentem com sede de Deus, em famílias que acompanhem de perto a formação dos filhos. Há experiências muito significativas de um trabalho estreito entre a comunidade paroquial e catequistas com os pais. Pode e deveria mesmo acontecer que neste período os pais como que entrassem num catecumenato de adultos que seria ocasião de despertar-lhes a fé.
Fundamental que catequistas tenham algumas preocupações fundamentais:
● Os catequizandos, sejam eles adultos, jovens, adolescentes e crianças farão experiências profundas de Deus mormente na vida de oração. Os catequistas cuidarão do cultivo do silêncio e da iniciação nos salmos.
● Experiência de Deus e experiência do irmão: no período de catequese das novas gerações e dos convertidos aprenderão a viver em fraternidade.
● Ao longo do tempo da instrução catequética haver-se-á de levar os catequizando a terem uma profunda compreensão da celebração da Eucaristia.
● Na mesma linha da experiência do irmão será fundamental que as pessoas assumam o compromisso de manifestar amor concreto, afetivo e efetivo pelos mais abandonados e sofredores.
Imagino que o ensinamento de Jesus fosse mais ou menos nesta linha. Fundamental que a Igreja reveja sempre seu modo de ensinar…
Frei Almir Ribeiro Guimarães
franciscanos.org.br