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quinta-feira, janeiro 31, 2013

Miséria e Graça na Vida Religiosa: Psicologismo e Espiritualidade

Por Frei Edson Matias, OFMCap.
Quando me propus falar sobre “Miséria e Graça na Vida Religiosa” veio em mim um desejo de apresentar tudo aqui que vi e vivenciei nestes últimos 15 anos. Ao que se referem aos aspectos sóbrios e aos de luminosidade (se assim podemos chamá-los). Mas quero deixar claro que, ao tratar de um ou de outro, não tenho a ingenuidade de achar que alguns deles venham sem mistura. Ou seja, que naquilo que parece luz não contenha algo de sombra e na sobra algo de luz. Na vivência humana elas estão juntas.

O quero deixar claro ao meu leitor é que, nesse terreno, não tenha ingenuidade. Para esse, peço que tenham um pouco de paciência e vá refletindo mais a fundo. A vida nos apresenta surpresas e nos faz amadurecer. E ao religioso da “Vida Religiosa” peço que cultive a humildade para que ao ouvir as misérias não se incomode, e ao ver as graças não dê glória a si mesmo, mas Àquele que é devido toda ela.

Quando ler sobre as graças não retenha o leitor achando que os relatos servem para si. Isso seria pretensão. Mesmo que, pela graça, se observe que a força divina se manifestou em sua vida, e que outras pessoas podem confirmar. Neste momento, peça a graça da humildade e que não suba à cabeça algo que não pertence a nós. E sim, unicamente ao Doador.

Perante a tal noção de Graça, compadeço da psicologia da superfície. Ela nada sabe e compreende sobre as profundezas humanas. Por vezes, esse tipo de psicologia, muito usada na Vida Religiosa hoje, perfaz a espiritualidade. Com tal concepção rasa se cria um psicologismo nomeado de ‘espiritualidade’, mas nada mais é do que uma visão ‘melindrosa’ da vida. ‘auto-estima’, ‘Auto confiança’, etc. permeiam concepções dentro da Vida Religiosa. Deixando de lado o símbolo do cristianismo: A Cruz.

A Vida Religiosa por vezes se embebeda de concepções psicológicas para justificar sua atrofia. Mas espera um pouco! Você está dizendo que não podemos usar a psicologia para na Vida Religiosa e/ou na espiritualidade? – não! Não é isso que quero dizer! O que quero apresentar é quenós deixamos nos levar facilmente pelas ‘psicologias do ego’. Preocupamos-nos por demais conosco mesmo. Pensamos por demais na realização pessoal. – Então, devemos nos maltratar? Voltar a um tempo onde enganávamos a nós mesmos, em função de uma concepção religiosa? – Minha resposta é sim e não. Sim, pois uma espiritualidade baseada no ‘eu’, no ‘ego’, só pode gerar o egoísmo. Para que se aprofunde no mistério humano-divino é necessário que o ‘ego’ se perca e surja outro centro. Entretanto, isso deve ser feito e buscado com cautela, pois pode ocorrer que buscando o ‘mistério’ busquemos a nós mesmos. É uma linha tênue. Precisamos dos irmãos, da comunidade e das Graças. E nunca achar que estamos acabados, prontos. Podemos ter andado quilômetros e ainda estarmos no mesmo lugar. É assim o caminho. T


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Pia União de Santo Antônio

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