SEJAM BEM-VINDOS!

Caríssimos(as) Irmãos(as), saudamos a todos vocês com a Paz e o Bem contidas no Cristo Jesus e em São Francisco de Assis.



sábado, maio 31, 2014

Maria, mulher de fé

O relato da visitação de Maria a sua prima Isabel conclui os relatos dos anúncios do nascimento de João Batista e de Jesus (Lc 1,5-25.26-38). A alegria messiânica que faz João pular no ventre de sua mãe é dom do Espírito Santo. É por ele que Isabel pode conhecer que Maria não somente está grávida, mas que a criança que ela está gerando é o Messias. Pulando de alegria diante do seu Senhor, João, desde o ventre de sua mãe, começa a realizar sua missão de precursor do Messias. No cântico de Isabel, é dito que Maria é bendita. De fato, ela o é pela presença no seu ventre daquele que Deus nos deu como bênção, Jesus Cristo. Maria é a mulher de fé, que confiou e se entregou inteiramente ao projeto de Deus. No cântico atribuído a Maria, o Magnificat, um mosaico de citações veterotestamentárias, a Mãe do Filho de Deus reconhece com júbilo que o poder de Deus a transformou. Reconhece que a bondade, a misericórdia do Santo de Israel é que está na origem da encarnação do Verbo de Deus.

Carlos Alberto Contieri, sj

ORAÇÃO
Pai, conduze-me pelos caminhos de Maria, tua fiel servidora, cuja vida se consumou, sendo exaltada por ti. Que, como Maria, eu saiba me preparar para a comunhão plena contigo.
paulinas.org.br



Visitação de Nossa Senhora, a mãe do nosso Salvador

Sabemos que Nossa Senhora foi visitada pelo Arcanjo Gabriel com esta mensagem de amor, com esta proposta de fazer dela a mãe do nosso Salvador. E ela aceitou. E aceitar Jesus é estar aberto a aceitar o outro. O anjo também comunicou a ela que sua parenta – Santa Isabel – já estava grávida. Aí encontramos o testemunho da Santíssima Virgem – no Evangelho de São Lucas no capitulo 1, – quando depois de andar cerca de 100 km ela encontrou-se com Isabel.

Nesta festa, também vamos descobrindo a raiz da nossa devoção a Maria. Ela cantou o Magnificat, glorificando a Deus. Em certa altura ela reconheceu sua pequenez, e a razão pela qual devemos ter essa devoção, que passa de século a século.

“Porque olhou para sua pobre serva, por isso, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações.” (Lucas 1,48)

A Palavra de Deus nos convida a proclamarmos bem-aventurada aquela que, por aceitar Jesus, também se abriu à necessidade do outro. É impossível dizer que se ama a Deus, se não se ama o outro. A visitação de Maria a sua prima nos convoca a essa caridade ativa. A essa fé que se opera pelo amor. Amor que o outro tanto precisa.

Quem será que precisa de nós?

Peçamos a Virgem Maria que interceda por nós junto a Jesus, para que sejamos cada vez mais sensíveis à dor do outro. Mas que a nossa sensibilidade não fique no sentimentalismo, mas se concretize através da caridade.

Virgem Maria, Mãe da visitação, rogai por nós!
cancaonova.com

sexta-feira, maio 30, 2014

A Hora do Ângelus

Branco. 6ª-feira da 6ª Semana da Páscoa 

Leituras
1ª Leitura - At 18,9-18
Salmo - Sl 46, 2-3. 4-5. 6-7 (R. 8a)
Evangelho - Jo 16,20-23a


Paulo VI, numa encíclica mariana, incentiva a que se conserve o piedoso exercício do ângelus. O caráter simples, bíblico e de longa tradição histórica reforçam o valor dessa oração.

A piedade católica tradicional acostumou-se à hora do ângelus. Essa devoção qe lança raízes na Idade Média e tem origem na tradição franciscana. Ao toque do sino, quando do romper da manhã, os cristãos veneravam a Virgem Maria, recitando três ave-marias, intercaladas por três versículos bíblicos. O primeiro reza: O Anjo do Senhor anunciou a Maria e ela concebeu do Espírito Santo. Em seguida, se diz: Eis aqui a serva do Senhor, faça em mim segundo a tua Palavra. E termina com um último versículo: E o Verbo de Deus se fez carne, e habitou entre nós.

Recitam-se os versículos bíblicos, comumente, em forma dialogal. A primeira metade reza quem dirige a oração e a comunidade responde a outra metade. Após cada versículo, diz-se uma ave-maria. Durante a Páscoa, modificam-se os versículos e omitem-se as ave-marias.

Mais tarde, começou-se a rezá-lo mais uma vez, ao meio-dia. E mais tarde ainda, pelo século XIV, recitava-se o ângelus também ao entardecer. Daí em diante ficaram consagrados os três momentos: às 6 horas da manhã e da tarde, e às 12 horas. No século XV, percebeu o Papa Calisto III a semelhança da maneira de chamar à oração do ângelus pelo toque do sino com o costume dos muçulmanos que ouvem idêntico chamado à oração desde o alto dos minaretes. E então, em tempos de guerra com os turcos, ele relacionou as duas orações – cristã e islâmica - e prescreveu o ângelus em Roma a fim de obter a proteção da Virgem no combate contra esses inimigos da fé católica.

S. Pedro Canísio, com seu manual dos católicos, universalizou tal prática na cristandade. Os últimos papas, sobretudo a partir de Pio XII, têm valorizado muito essa oração de tal modo que à hora do ângelus, especialmente ao meio-dia, há sempre multidões na praça de São Pedro. E quando o papa está em Roma, aparece na janela de seu aposento de trabalho para recitar o ângelus com o povo, dirigindo-lhe algumas palavras e concluindo com a bênção.

Paulo VI, numa encíclica mariana, incentiva a que se conserve o piedoso exercício do ângelus. O caráter simples, bíblico e de longa tradição histórica reforçam o valor dessa oração.

A iconografia sagrada conhece famoso quadro em que camponeses piedosos descobrem a cabeça, inclinam-na para rezar, no fim do dia de trabalho, o ângelus. 
A. Manzoni, famoso escritor italiano, descreve com tons tocantes esse momento da devoção popular.

“Quando surge e quando cai o dia 
E o quando o sol a meio caminho o parte 
Saúda-te o bronze, que as turbas piedosas 
Convida a louvar-te” 

As cidades modernas dificultam o tocar dos sinos para não interferir numa vida social, hoje regida por outros critérios. Mas ainda várias rádios tocam às 6 horas da tarde alguma das famosas melodias da Ave-maria para que o fiel reze o ângelus. Um toque religioso no final do dia serve de repouso para o corpo e para o espírito no meio ao torvelinho da agitação urbana.

Enquanto a sociedade secular oferece técnicas de relaxamento, a piedade popular criou momentos de silêncio e contemplação. O espírito descola-se do peso do trabalho e da faina diária para perder-se durante um momento no mistério. Este visibiliza-se na reza do ângelus sob diversos aspectos. O conteúdo da oração é o mistério da Encarnação. Recorda-se, repetindo os versículos da Escritura, a visita do anjo São Gabriel que anuncia o plano da Encarnação e sua aceitação por parte de Maria. No centro está a pessoa do Verbo feito carne, mas a atenção volta-se também para a Virgem Maria que se transformou na figura feminina, símbolo da piedade e da beleza religiosa. E finalmente as ave-marias cantadas ou orquestradas são de compositores famosos, cuja melodia nos enleva. Todo esse conjunto de fatores transforma tal momento em experiência de paz e de religiosidade.

João Batista Libânio
domtotal.com.br

quinta-feira, maio 29, 2014

Deus revelado em Jesus

“Não mais me vereis e […] me vereis” – é de sua morte e ressurreição que Jesus está falando. A pergunta dos discípulos revela sua incompreensão e a dificuldade de entrar na lógica do mistério de Deus revelado em Jesus (cf. v. 12). Jesus mesmo abre aos discípulos a possibilidade de esclarecer suas dúvidas e toma a iniciativa para tal (v. 19). À Páscoa de Jesus corresponde a Páscoa dos discípulos: da tristeza e lamentação causadas pela morte do Senhor, à alegria da ressurreição. O que para o mundo parecerá sua vitória em razão da cruz de Cristo, será revelado, na ressurreição do Filho único de Deus, como pecado e derrota; e aquele que parecia derrotado aparecerá como vitorioso sobre o mal e a morte. Os discípulos, os fiéis de modo geral, devem tirar as consequências do mistério pascal para a sua própria vida e no exercício de sua missão: o sofrimento e a morte não são a última palavra da existência humana; eles passam. O definitivo é a herança da ressurreição que, em razão dos méritos de Cristo, Deus concede a todos os fiéis que aceitam permanecer no Senhor.

Carlos Alberto Contieri, sj

ORAÇÃO
Pai, que o meu testemunho de vida cristã seja tal, que as pessoas possam “ver” Jesus nas minhas palavras e nos meus gestos de amor ao próximo.
paulinas.org.br



Palavras de João Paulo II sobre a Oração do Rosário

"O Rosário é minha oração preferida. Oração maravilhosa em sua simplicidade e em sua profundidade. Nesta oração repetimos muitas vezes as palavras que a Virgem Maria escutou da boca do anjo e de sua prima Isabel. A estas palavras toda a Igreja se associa.

Podemos dizer que o Rosário é, de certo modo, uma oração-comentário do último capítulo da Constituição "Lumen Gentium" do Vaticano II, capítulo que trata da admirável presença da Mãe de Deus no mistério de Cristo e da Igreja. No fundo das palavras "Ave Maria", passam diante dos olhos do que reza os principais episódios da vida de Cristo, com seus mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos, que nos fazem entrar em comunhão com Cristo, poderíamos dizer, através do coração de sua Mãe.

Nosso coração pode encerrar nestas dezenas do Rosário todos os atos que compõem a vida de cada indivíduo, de cada família, de cada nação, da Igreja e da humanidade: os acontecimentos pessoais e os do próximo e, de modo particular, daqueles que mais gostamos. Assim, a simples oração do Rosário pulsa no ritmo da vida humana".

João Paulo II
acidigital.com

quarta-feira, maio 28, 2014

Dionísio, Dâmaris e outros

Quarta-feira da sexta semana da Páscoa
Atos 17,15.22-18, 1; João 16,12-15

Os Atos nos falam que Paulo está em Atenas. Ali faz, no areópago seu famoso discurso. Quando aborda o tema da ressurreição dos mortos faz com que seus ouvintes se retirem dizendo: “Quanto a isso te ouviremos numa outra ocasião”. No final do trecho hoje proclamado lemos: “Alguns, porém, uniram-se a ele e abraçaram a fé. Entre eles estava também Dionísio, o areopagita, uma mulher chamada Dâmaris e outros com eles”.

Misteriosos os efeitos da pregação, do anúncio de Jesus ressuscitado! Há os que conseguem ouvir com as entranhas. Há, de outro lado, os que se recusam a dar seu assentimento. Estamos diante do mistério da ação de Deus nos corações e da abertura ou fechamento da pessoa. Nós, cristãos, temos convicção de que não podemos deixar de anunciar a vitória de Jesus sobre o absurdo, sobre a morte. Temos consciência de a partir da paixão, morte e ressurreição de Jesus começou um mundo novo. Muitos de nós, desde a nossa mais tenra idade, fomos respondendo a esta Palavra que nos foi renovando interiormente, fazendo com que literalmente renascêssemos, fossemos criatura novas.

A resposta que os homens podem dar ao Evangelho depende de muitas circunstâncias.

● Há a figura do pregador, do anunciador. Este teve encontros pessoais e comunitários com o Cristo. Não fala de si, mas é portador de uma novidade: a vida tem sentido, o amor vence o ódio, viveremos transparentemente, seremos do Senhor e esperamos sua plena manifestação em nossa vida .
● Há o testemunho de um grupo de cristãos, de uma comunidade sincera e fervorosa. A evangelização, sobretudo em nossos dias, passa de modo especial pelo testemunho de homens e mulheres límpidos e transparentes que vivem sem duplicidade, com generosidade, espírito criativo a fé cristã.
● Sempre é assim que o trabalho do evangelizador é preparado e acompanhado pela graça do Senhor. O pregador e o missionário são instrumentos. Eles se colocam à disposição das intenções do Senhor.
● Devemos ainda dizer que, as mais das vezes, a evangelização surte efeito quando o coração das pessoas que ouvem a Boa Nova está desejoso de salvar sua vida da mediocridade.

Os Atos nos dizem que, em Atenas, por ocasião da pregação de Paulo alguns uniram-se aos apóstolos. Entre esses estavam Dionísio, o areopagita, e uma mulher chamada Dâmaris.

Frei Almir Ribeiro Guimarães
www.franciscanos.org.br



Consagração ao Imaculado Coração de Maria

Santíssima Virgem Maria, movido pelo ardente desejo de amar-vos como Mãe querida e promover uma terna devoção ao Vosso Imaculado Coração, digníssimo de todo amor e veneração e tão transpassado de dor pelas blasfêmias e ingratidões dos homens, humildemente me prostro ao vossos pés e consagro ao vosso coração doloroso e imaculado para sempre: meu corpo, minha alma, minha vida, meu coração e todo o meu ser. Aceitai, Mãe amorosíssima, esta consagração e guardai-me sempre em vosso coração materno. Ó, minha terna Mãe, em vós confio, quero amar-vos sempre mais e servir-vos com toda felicidade. Abençoai-me, protegei-me e preservai-me de todo o mal. Amém


Consagração ao Imaculado Coração de Maria

terça-feira, maio 27, 2014

NÃO SERVOS, MAS AMIGOS

Branco. 3ª-feira da 6ª Semana da Páscoa

Leituras
1ª Leitura - At 16,22-34
Salmo - Sl 137, 1-2a. 2bc-3. 7c-8 (R. 7c)
Evangelho - Jo 16,5-11

Jesus rompeu a visão rígida de discipulado que vigorava em sua época, recusando-se considerar seus discípulos como servos, por considerá-los como amigos. Ele não era um rabino a mais, preso a esquemas incompatíveis com o Reino. Sua postura foi inovadora.
O esquema servo-senhor era-lhe insuficiente para expressar seu modo de considerar os discípulos. Um patrão não tem satisfações a dar a seus empregados, uma vez que são considerados como meros executores das ordens recebidas. Os laços de comunhão entre eles são frágeis, pois o empregado, quase sempre, quer ver-se livre da tutela do seu patrão. A um e outro falta o amor.
O esquema amigo-amigo revela o que Jesus pretende ser para os seus discípulos. A amizade comporta afeto, comunhão de interesses e busca de ideais comuns. Embora correndo o risco de ser rompida, a amizade autêntica tende a ser estável. Nela, um amigo não se sente tutelado pelo outro. Tudo se fundamenta na liberdade e no respeito.
Ao convocar seus discípulos, Jesus quis, logo, estabelecer laços de amizades com eles. Chamou a cada um por decisão pessoal. Comunicou-lhe tudo quanto aprendeu do Pai. Assumiu-os como colaboradores em sua missão. Não lhes impôs normas ou regras, a não ser o mandamento do amor mútuo. Manifestou-lhes, até o extremo, seu bem-querer, a ponto de dar a vida por eles.

Oração
Espírito que constrói amizade reforça os laços que me unem a Jesus e aos meus semelhantes.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
domtotal.com.br


A Igreja é “uma família que tem uma Mãe, a Virgem Maria”, diz o Papa Francisco no Cenáculo

Vaticano, 26 Mai. 14 / 12:07 pm (ACI/EWTN Noticias).- Na homilia da Missacelebrada no Cenáculo em Jerusalém, o Papa Francisco disse que a Igreja é uma família que tem uma mãe que é a Virgem Maria.

Em suas palavras em italiano diante dos bispos da Terra Santa, o Santo Padre afirmou que o Cenáculo, o lugar onde o Senhor Jesus celebrou a Última Ceia com os Apóstolos, “recorda-nos o nascimento da nova família, a Igreja, constituída por Jesus ressuscitado. Família esta, que tem uma Mãe, a Virgem Maria”.

O Papa ressaltou logo que “as famílias cristãs pertencem a esta grande família e, nela, encontram luz e força para caminhar e se renovar no meio das fadigas e provações da vida”.

“Para esta grande família, estão convidados e chamados todos os filhos de Deus de cada povo e língua, todos irmãos e filhos do único Pai que está nos céus”, ressaltou.

acidigital.com

segunda-feira, maio 26, 2014

São Filipe Néri - 26 de maio

Branco. 2ª-feira da 6ª Semana da Páscoa 
S. Filipe Néri, presbítero, memória

Leituras
1ª Leitura - At 16,11-15
Salmo - Sl 149, 1-2. 3-4. 5.6a.9b (R.4a)
Evangelho - Jo 15,26 - 16,4a

“Contanto que os meninos não pratiquem o mal, eu ficaria contente até se eles me quebrassem paus na cabeça.” Há maior boa vontade em colocar no caminho correto as crianças abandonadas do que nessa disposição? A frase bem-humorada é de Filipe Néri, que assim respondia quando reclamavam do barulho que seus pequenos abandonados faziam, enquanto aprendiam com ele ensinamentos religiosos e sociais.

Nascido em Florença, Itália, em 21 de julho de 1515, Filipe Rômolo Néri pertencia a uma família rica: o pai, Francisco, era tabelião e a mãe, Lucrécia, morreu cedo. Junto com a irmã Elisabete, foi educado pela madrasta. Filipe, na infância, surpreendia pela alegria, bondade, lealdade e inteligência, virtudes que ele soube cultivar até o fim da vida. Cresceu na sua terra natal, estudando e trabalhando com o pai, sem demonstrar uma vocação maior, mesmo frequentando regularmente a igreja.

Aos dezoito anos foi para São Germano, trabalhar com um tio comerciante, mas não se adaptou. Em 1535, aceitou o convite para ser o tutor dos filhos de uma nobre e rica família, estabelecida em Roma. Nessa cidade foi estudar com os agostinianos, filosofia e teologia, diplomando-se em ambas com louvor. No tempo livre praticava a caridade junto aos pobres e necessitados, atividade que exercia com muito entusiasmo e alegria, principalmente com os pequenos órfãos de filiação ou de moral.

Filipe começou a chamar a atenção do seu confessor, que lhe pediu ajuda para fundar a Confraternidade da Santíssima Trindade, para assistir os pobres e peregrinos doentes. Três anos depois, aos trinta e seis anos de idade, ele se consagrou sacerdote, sendo designado para a igreja de São Jerônimo da Caridade.

Tão grande era a sua consciência dos problemas da comunidade que formou um grupo de religiosos e leigos para discutir os problemas, rezar, cantar e estudar o Evangelho. A iniciativa deu tão certo que depois o grupo, de tão numeroso, passou à Congregação de Padres do Oratório, uma ordem secular sem vínculos de votos.

Filipe se preocupou somente com a integração das minorias e a educação dos meninos de rua. Tudo o que fez no seu apostolado foi nessa direção, até mesmo utilizar sua vasta e sólida cultura para promover o estudo eclesiástico. Com seu exemplo e orientação, encaminhou e orientou vários sacerdotes que se destacaram na história da Igreja e depois foram inscritos no livro dos santos.

Mas somente quando completou setenta e cinco anos passou a dedicar-se totalmente ao ministério do confessionário e à direção espiritual. Viveu assim até morrer, no dia 26 de maio de 1595. São Filipe Néri é chamado, até hoje, de “santo da alegria e da caridade”.


A comunhão de Maria com a Humanidade
Frei José Carlos Correa Pedroso

Além da Antífona de Nossa Senhora, do Ofício da Paixão, vamos ler outra oração dedicada à Mãe de Deus:

Salve, ó senhora, Rainha santa, Mãe santa de Deus, ó Maria, que sois Virgem feita Igreja, e escolhida pelo santíssimo Pai celestial, que vos consagrou com seu santíssimo e dileto Filho e o Espírito Santo Paráclito! Em vós residiu e reside toda a plenitude da graça e todo o bem! Salve, ó palácio do Senhor! Salve, ó tabernáculo do Senhor! Salve, ó morada do Senhor! Salve, ó manto do Senhor! Salve, ó serva do Senhor! Salve, ó Mãe do Senhor, e salve vós todas, ó santas virtudes, derramadas, pela graça e iluminação do Espírito Santo, nos corações dos fiéis, transformando-os de infiéis em fiéis do Senhor! (Saudação à Mãe de Deus).

Chamar Nossa Senhora de Virgem feita Igreja é uma das maiores originalidades de São Francisco e demonstra que a viu realmente como uma imagem do Povo de Deus:
Como o povo de Israel, que Deus escolheu entre os mais desconhecidos da terra, Maria era uma virgem quando o Senhor a escolheu: na cultura antiga, não sendo homem nem sendo a mãe ou a esposa de alguém, era fraca, não tinha importância, era nada.

Mas ela foi feita cheia de graça por pura bondade do Senhor, como o povo que era escravo no Egito, e Deus assumiu como sua esposa.

E ela foi a primeira dentro de todo o Povo a receber a plenitude da vida de Deus, essa vida trinitária que Ele quer que chegue a todos.

Nela ficou claro que toda essa união com a divindade transforma-a, eleva-a, mas não absorve sua personalidade nem a tira de sua normalidade, como deve acontecer com todo o povo.

Como deve acontecer com todo o Povo, ela se tornou um novo cristo, uma colaboradora no anúncio do Bem (começou com Isabel, passou por Caná, acompanhou Jesus pobre, foi para a casa de João…).

Por tudo isso, como lembra o magnífico capítulo 8 da Lumen Gentium, Maria merece, muito mais que Eva, ser chamada a “Mãe dos Viventes”. Francisco preferiu chamá-la Virgem feita Igreja.

Somos nós que temos que fazer o Povo do nosso tempo ir sendo transformado numa Igreja feita Maria. É o nosso campo de trabalho: nossas ações diárias são capazes de construir a comunhão da humanidade.

Para Francisco, Maria é um ponto de chegada muito claro para o Povo: nós vamos ser aquela esposa descendo do céu coroada com doze estrelas. Ele lembrou isso no cântico Ouvi, pobrezinhas!, que escreveu para as clarissas: Porque cada urna será rainha no céu, coroada com a Virgem Maria!

E também o propôs como o ponto mais alto a alcançar no Cântico de Frei Sol: Bem-aventurados os que as suportam em paz, que por vós, Altíssimo, serão coroados!

Mas Francisco e Clara ainda viram Maria como o Povo evangelizador, que assumiu ser o Cristo místico. Viram-na como peregrina acompanhando Jesus pelo mundo, pobre e vivendo de esmola.

Por isso, o Fundador também a fez Advogada da Ordem e pediu que os frades nunca abandonassem a Porciúncula, a casa de Nossa Senhora em que a Ordem nasceu.

A humanidade vai se realizar quando for a Cidade de Deus. Maria é a figura dessa Pátria total e definitiva.

/www.franciscanos.org.br

domingo, maio 25, 2014

O Papa Francisco recorda no Jordão que a paz se constrói e não se pode comprar

AMAN, 24 Mai. 14 / 06:45 pm (ACI).- Na homilia da Missa que presidiu esta tarde (hora local) no estádio internacional de Amã na Jordânia, o Papa Francisco explicou que a paz não se pode comprar e que é necessário construi-la na vida cotidiana.

Abaixo segue na Íntegra a homilia do Santo Padre:

Ouvimos, no Evangelho, a promessa de Jesus aos discípulos: «Eu apelarei ao Pai e Ele vos dará outro Paráclito para que esteja sempre convosco» (Jo 14, 16). O primeiro Paráclito é o próprio Jesus; o «outro» é o Espírito Santo.

Aqui não estamos muito longe do lugar onde o Espírito Santo desceu poderosamente sobre Jesus de Nazaré, depois de João O ter baptizado no rio Jordão (cf. Mt 3, 16). Por isso, o Evangelho deste domingo e também este lugar, onde, graças a Deus, me encontro como peregrino, convidam-nos a meditar sobre o Espírito Santo, sobre aquilo que Ele realiza em Cristo e em nós e que podemos resumir da seguinte maneira: o Espírito realiza três acções, ou seja, prepara, unge e envia.

No momento do baptismo, o Espírito pousa sobre Jesus a fim de O preparar para a sua missão de salvação; missão caracterizada pelo estilo do Servo humilde e manso, pronto à partilha e ao dom total de Si mesmo. Mas o Espírito Santo, presente desde o início da história da salvação, já tinha agido em Jesus no momento da sua concepção no ventre virginal de Maria de Nazaré, realizando o evento maravilhoso da encarnação: «O Espírito Santo virá sobre ti – diz o Anjo a Maria – e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra, e tu darás à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus» (cf. Lc 1, 35.31). Depois, o Espírito Santo tinha actuado sobre Simeão e Ana, no dia da apresentação de Jesus no Templo (cf. Lc 2, 22). Ambos à espera do Messias, ambos inspirados pelo Espírito Santo, Simeão e Ana, à vista do Menino, intuem que Ele é mesmo o Esperado por todo o povo. Na atitude profética dos dois anciãos, exprime-se a alegria do encontro com o Redentor e, de certo modo, actua-se uma preparação do encontro entre o Messias e o povo.

As diferentes intervenções do Espírito Santo fazem parte de uma acção harmónica, de um único projecto divino de amor. Com efeito, a missão do Espírito Santo é gerar harmonia – Ele mesmo é harmonia – e realizar a paz nos vários contextos e entre diferentes sujeitos. A diferença de pessoas e a divergência de pensamento não devem provocar rejeição nem criar obstáculo, porque a variedade é sempre enriquecedora. Por isso hoje, com coração ardente, invoquemos o Espírito Santo, pedindo-Lhe que prepare o caminho da paz e da unidade.

Em segundo lugar, o Espírito Santo unge. Ungiu interiormente Jesus, e unge os discípulos para que tenham os mesmos sentimentos de Jesus e possam, assim, assumir na sua vida atitudes que favoreçam a paz e a comunhão. Com a unção do Espírito, a nossa humanidade é marcada pela santidade de Jesus Cristo e tornamo-nos capazes de amar os irmãos com o mesmo amor com que Deus nos ama. Portanto, é necessário praticar gestos de humildade, fraternidade, perdão e reconciliação. Estes gestos são pressuposto e condição para uma paz verdadeira, sólida e duradoura. Peçamos ao Pai que nos unja para nos tornarmos plenamente seus filhos, configurados cada vez mais a Cristo, a fim de nos sentirmos todos irmãos e, assim, afastar de nós rancores e divisões e amar-nos fraternalmente. Isto mesmo nos pediu Jesus no Evangelho: «Se me tendes amor, cumprireis os meus mandamentos, e Eu apelarei ao Pai e Ele vos dará outro Paráclito para que esteja sempre convosco» (Jo 14, 15-16).

E, por último, o Espírito Santo envia. Jesus é o Enviado, cheio do Espírito do Pai. Ungidos pelo mesmo Espírito, também nós somos enviados como mensageiros e testemunhas de paz.

A paz não se pode comprar: é um dom que se deve buscar pacientemente e construir «artesanalmente» através dos pequenos e grandes gestos que formam a nossa vida diária. Consolida-se o caminho da paz, se reconhecermos que todos temos o mesmo sangue e fazemos parte do género humano; se não nos esquecermos que temos um único Pai celeste e que todos nós somos seus filhos, feitos à sua imagem e semelhança.

Neste espírito, vos abraço a todos: o Patriarca, os irmãos Bispos, os sacerdotes, as pessoas consagradas, os fiéis leigos, a multidão de crianças que hoje fazem a Primeira Comunhão e os seus familiares. Com todo o meu coração saúdo também os numerosos refugiados cristãos que vieram da Palestina, da Síria e do Iraque: levai às vossas famílias e comunidades a minha saudação e a minha solidariedade.

Queridos amigos! O Espírito Santo desceu sobre Jesus no Jordão e deu início à sua obra de redenção para libertar o mundo do pecado e da morte. A Ele pedimos que prepare os nossos corações para o encontro com os irmãos independentemente das diferenças de ideias, língua, cultura, religião; que unja todo o nosso ser com o óleo da sua misericórdia que cura as feridas dos erros, das incompreensões, das controvérsias; que nos envie, com humildade e mansidão, pelas sendas desafiadoras mas fecundas da busca da paz. Amen!

acidigital.com

sábado, maio 24, 2014

São Francisco e a Virgem Maria

Mais uma vez estamos celebrando festivamente o mês dedicado à bem-aventurada Virgem Maria. Enquanto estamos vivenciando as alegrias do Tempo da Páscoa, nosso olhar se volta para a mãe do Ressuscitado para contemplar com ela os mistérios da nossa redenção através da oração do santo Rosário. Por esta razão, queremos, nesta página franciscana, falar um pouco sobre a devoção mariana presente na vida e nos ensinamentos do pai São Francisco.


São Francisco contempla a Virgem Maria na sua íntima relação com o mistério da Encarnação, sempre unida ao seu Filho e Redentor: “Onipotente, santíssimo, altíssimo e sumo Deus... por vosso Filho nos criastes, do mesmo modo... o fizeste nascer como verdadeiro Deus e verdadeiro homem da gloriosa sempre Virgem, a beatíssima Santa Maria” (Regra não Bulada 23).





Na Carta aos Fiéis, possivelmente tendo em vista a heresia dos cátaros, São Francisco põe em relevo a realidade humana e carnal assumida pelo Verbo eterno de Deus ao se encarnar no seio da Virgem Maria: “Esta Palavra do Pai tão digna, tão santa e gloriosa, o altíssimo Pai a enviou do céu por meio de seu santo anjo Gabriel ao útero da santa e gloriosa Virgem Maria, de cujo útero recebeu a verdadeira carne da nossa humanidade e fragilidade” (Carta aos Fiéis 4).

Tomás de Celano, ao falar da devoção do seráfico pai pela bem-aventurada Virgem, nos oferece a razão deste amor: Francisco “Abraçava a Mãe de Jesus com indizível amor, pelo fato que ela tornou irmão nosso o Senhor da majestade. Cantava-lhe louvores especiais, derramava preces, oferecia afetos tantos e tais que a língua humana não poderia exprimir” (2Celano 198).

São Francisco se comovia ao contemplar a pobreza da Virgem Maria e do seu Filho. Celano afirma que num certo dia “Ao sentar-se para o almoço, um irmão lembra-lhe a pobreza da bem-aventurada Virgem e traz à memória a indigência de Cristo, o filho dela. Imediatamente, ele se levanta da mesa, solta soluços dolorosos e, banhado em lágrimas, come o resto do pão sobre a terra nua. Por isso, dizia que esta era uma virtude régia que refulgira de modo eminente no Rei e na Rainha” (2Celano 200,4-6).

O santo pai convida-nos não apenas ao louvor e à exaltação da Virgem, mas principalmente a assumir em nossa vida a maternidade da Virgem Maria. Na Carta aos Fiéis ele fala da possibilidade de sermos mães de Jesus: “Somos mães, quando o trazemos em nosso coração e nosso corpo através do amor e da consciência pura e sincera; damo-lo à luz por santa operação que deve brilhar como exemplo para os outros” (2Fi 53).

São Francisco nos deixou uma bela e pequenina oração dirigida à Virgem: “Santa Virgem Maria, não há mulher nascida no mundo semelhante a vós. Filha e serva do altíssimo Rei e Pai celestial, mãe de nosso santíssimo Senhor Jesus Cristo, Esposa do Espírito Santo, rogai por nós com São Miguel arcanjo e todas as virtudes do céu e todos os santos, junto a vosso santíssimo e dileto Filho, nosso Senhor e Mestre. Amém” (Antífona do Ofício da Paixão). Nesta oração, o santo exalta a Virgem como a Esposa do Espírito Santo, sendo possivelmente o primeiro a usar esta expressão (cf. Dicionário Franciscano, 2ª edição, Vozes, 1999, pág. 409 e 410).


Por fim não podemos esquecer o amor de São Francisco pela Porciúncula, lugar dedicado a Mãe de Deus, e onde “ele próprio concebeu pelos méritos da Mãe de misericórdia e deu à luz o espírito da verdade evangélica” (Legenda Maior 3,1). Naquele santo lugar ele confiou a sua Ordem aos cuidados da Virgem: “O que mais nos alegra é que ele a constituiu advogada da Ordem e confiou à sua proteção os filhos que haveria de deixar para serem aquecidos e protegidos até ao fim” (2Celano 198,3).




Paz e Bem

Frei Salvio Romero, eremita capuchinho.
escolafranciscanademeditacao.blogspot.com.br

sexta-feira, maio 23, 2014

24/05 Nossa Senhora Auxiliadora

Leituras
1ª Leitura - At 15,22-31
Salmo - Sl 56, 8-9. 10-12 (R. 10a)
Evangelho - Jo 15,12-17

A Virgem Maria sempre foi venerada e festejada por todos os cristãos, que invocam o seu socorro e auxílio nas horas de sofrimento e aflição. Porque à Ela fomos confiados como seus filhos por Jesus na Cruz e à nós cristãos do mundo todo foi indicada como Mãe, através de João Evangelista, também aos pés da Cruz.

Essa festa, entretanto, remonta o século XVI, quando a expressão "Auxiliadora dos Cristãos" foi introduzida na Ladainha de Nossa Senhora pelo Papa São Pio V, após a vitória dos cristãos sobre os muçulmanos na batalha nas águas de Lepanto, em 1571. Os soldados do exército cristão depois de receberem a Eucaristia, invocando o nome de Maria, Auxílio dos Cristãos, foram à luta. Três horas mais tarde conquistaram a vitória, e gritando "Viva Maria", hastearam a bandeira de Cristo. 

A data que se comemora hoje com esse título está ligada à dominação do conquistador Napoleão que prendeu o Papa Pio VII. No século XIX , o imperador francês Napoleão Bonaparte espalhava o terror pelo mundo, com suas incessantes conquistas sangrentas. Invadiu também Roma, prendeu o Papa e o mandou para uma das terríveis prisões da França. Ali, durante cinco anos Pio VII passou por horríveis sofrimentos. Só ao fim desse período, quando o poder político de Napoleão começou a desaparecer, e as pressões do mundo inteiro a surtir efeito, o pontífice foi libertado. 

O Papa entrou solenemente em Roma, aclamado pela população. Recuperou a Santa Sé e voltou a exercer suas funções, atribuindo a própria sobrevivência à Mãe Maria. Dessa forma, em 1815, instituiu a festa de Nossa Senhora Auxiliadora, a ser celebrada no dia 24 de maio. A devoção se propagou e muitos países de vários continentes a celebram como sua padroeira, como a Austrália católica, a China, a Polônia, a Argentina. É também muito antiga esta devoção nos países do Leste Europeu.

Porém o maior devoto e propagador do culto à Nossa Senhora Auxiliadora foi o grande educador e inovador São João Bosco, que desde o início colocou toda a sua obra de sacerdote e fundador sob a sua proteção e auxílio. Ele fundou: a Congregação de São Francisco de Sales, cujos sacerdotes são conhecidos como "Salesianos de Dom Bosco"; as "Filhas de Maria Auxiliadora" e os "Cooperadores Salesianos" para leigos e sacerdotes. Foram esses missionários que espalharam com a sua chegada a devoção e a celebração da festa de Nossa Senhora Auxiliadora, em todos os cantos do planeta. E foi assim que ela chegou, também, no Brasil.

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Oração a Nossa Senhora Auxiliadora
Por São João Bosco

Ó Maria, Virgem poderosa,
Tu, grande e ilustre defensora da Igreja.
Tu, Auxílio maravilhoso dos cristãos,
Tu, terrível como exército ordenado em batalha.
Tu, que, só, destruíste toda heresia em todo o mundo:
nas nossas angústias, nas nossas lutas, nas nossas aflições, 
defende-nos do inimigo; e na hora da morte,
acolhe a nossa alma no Paraíso. 
Amém.

quinta-feira, maio 22, 2014

Santa Rita de Cássia, Padroeira dos Impossíveis - 22 de maio

Santa Rita de Cássia nasceu em Cássia na Itália, em um 22 de maio. Seu verdadeiro nome era Margarida, mas desde muito pequena lhe diziam Rita. Desde seu nascimento, a santa começou a demonstrar porque ia ser chamada a "advogada dos impossíveis", pois sua mãe era estéril e não podia conceber nenhum filho. Sem embargo, suas contínuas orações e penitências lhe permitiram obter a graça de Deus de dar à luz a uma maravilhosa e piedosa filha.

Desde seus primeiros anos, a santa demonstrava constantemente sua piedade e seu desejo de consagrar-se à vida religiosa; seu maior gosto era dedicar-se à oração e à caridade fraterna com o próximo. Entretanto, por decisão e obediência aos seus pais, Santa Rita contraiu matrimônio. O esposo da santa resultou ser uma pessoa de caráter difícil e sumamente violento que constantemente agredia e humilhava a Santa Rita entretanto, ela suportou o gênio feroz deste homem por 18 anos, com a mais refinada paciência, sem reclamar, sem recorrer às autoridades civis para pedir sanções e oferecendo todo este martírio pela conversão dos pecadores e entre eles, seu esposo, e logo seus dois filhos, que tambbém tinha herdado o gênio rebelde do seu pai.

A paciência e a oração de Santa Rita deram seus frutos, e pouco antes da morte de seu esposo, e logo de seus dois filhos, se converteram de coração. Agora já sem esposo e sem filhos, Rita se dedicou a obras de caridade e a passar longos lapsos dedicados à oração e à meditação. Desejava ser religiosa, mas as comunidades de freiras lhe respondiam que elas somente recebiam a jovens solteiras. Ela aproveitou este intervalo de tempo para espiritualizar-se mais e dedicar-se com maior esmero a socorrer aos necessitados.

Afinal as irmãs Agostinianas fizeram uma exceção e aceitaram-na em sua comunidade.
Uma vez admitida como religiosa se dedicou com a mais estrita atitude a cumprir tudo o que mandavam os regulamentos da Congregação e a obedecer a suas superioras com alegria e prontidão em tudo. Ademais, se dedicou a tender às irmãs enfermas e a rezar pela conversão dos pecadores e obteve prodígios a longa distância.

Santa Rito caiu muito doente, falecendo no dia 22 de maio de 1457. Seu corpo se conserva incorrupto.

acidigital.com



Oração a Santa Rita de Cássia

Ó poderosa e gloriosa Santa Rita, 
eis a vossos pés um alma desamparada que, 
necessitando de auxílio, 
a vós recorre com a doce esperança 
de ser atendida por vós 
que tendes o incomparável título 
de SANTA DOS CASOS IMPOSSÍVEIS E DESESPERADOS.

Ó cara Santa, interessai-vos pela minha causa, 
intercedei junto a Deus 
para que me conceda a graça 
de que tanto necessito (dizer a graça que deseja). 

Não permitais que tenha de me afastar 
dos vossos pés sem ser atendido. 
Se houver em mim algum obstáculo 
que me impeça de obter a graça que imploro, 
auxiliai-me para que o afaste. 
Envolvei o meu pedido 
em vosso preciosos méritos 
e apresentai-o a vosso celeste esposo, Jesus, 
em união com a vossa prece. 

Ó Santa Rita, 
eu ponho em vós toda a minha confiança; 
por vosso intermédio, 
espero tranquilamente a graça que vos peço. 

Santa Rita, advogada dos impossíveis, rogai por nós.

quarta-feira, maio 21, 2014

Precisamos permanecer em Cristo para dar frutos

LITURGIA 21 de Maio de 2014
1ª Leitura At 15,1-6
Salmo Salmo 121
Evangelho Jo 15,1-8


Cristo nos convida a permanecermos n’Ele para produzirmos os frutos que sejam do agrado do Pai, os frutos do Reino de Deus. 

“Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim” (João 15, 4).

O Evangelho da videira, no qual Jesus mesmo se proclama como a videira verdadeira, lembra o papel da agricultura na história de Israel, porque Israel é a verdadeira videira de Deus, mas a videira que, muitas vezes, não produz bons frutos, de modo que Jesus é a única videira, a verdadeira videira, que produz os frutos do gosto do Pai.

O que leva a videira a produzir os frutos é a sua união íntima com o Agricultor, é a sua união com o Pai. Uma vez que Jesus está ligado ao Pai, está unido a Ele, uma vez que Jesus tem essa união íntima com Seu Pai, Ele produz os frutos que o Pai deseja; os frutos verdadeiros, os frutos que agradam ao Pai.

O Senhor Jesus nos diz que, se nós também queremos produzir os frutos que sejam do agrado do Pai, os frutos saborosos, os frutos do Reino de Deus, se nós realmente não queremos produzir frutos velhos, estragados, sem gosto ou sem sabor, nós precisamos permanecer n’Ele!

Ele repete este verbo: “permanecer”, para dar realmente o sentido da mística da espiritualidade cristã, que consiste em uma união íntima com a pessoa de Jesus. Estar ligado a Jesus, unido a Ele, para que possamos produzir os verdadeiros frutos de uma vida em Deus.

A união íntima com Jesus é o convite para que vivamos uma espiritualidade voltada à oração, à escuta da vontade do Pai, ao conhecimento da Palavra de Deus, à reflexão e à meditação. Quando nós adoramos Jesus, produzimos em nós os frutos que o Pai deseja, porque já não vivemos por nós, é Jesus quem vive em nós. E uma vez que Ele vive em nós, podemos viver a vida de Deus em nós.

Nós, muitas vezes, não pensamos como Deus, até conhecemos a vontade d’Ele, mas não temos força, disposição nem uma profunda convicção de como realizar a vontade d’Ele em nossa vida. Quando nós guardamos os Mandamentos de Deus, quando vivemos essa união íntima com o Senhor, nós produzimos os frutos que o Pai deseja.

Que possamos permanecer no Senhor, que nós não saiamos da presença do Senhor, porque Ele há de conduzir os nossos passos!

Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo





No ano de 1927, no Egito, foi encontrado um fragmento de papiro que remonta ao século III. Neste fragmento estava escrito: “À vossa proteção recorremos Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita!”.

Esta oração conhecida com o nome “Sub tuum praesidium” (À vossa proteção) é a mais antiga oração a Nossa Senhora que se conhece. Tem ela uma excepcional importância histórica pela explícita referência ao tempo de perseguições dos cristãos (Livrai-nos de todo perigo) e uma particular importância teológica por recorrer à intercessão de Maria invocada com o título de Theotókos (Mãe de Deus).

Este título é o mais belo e importante privilégio da Virgem Santíssima. Já no século II, era dirigido à Maria e foi objeto de definição conciliar em Éfeso no ano de 431. Maria, Mãe de Deus! Qual é, na mente da Igreja e da Tradição, o genuíno e profundo sentido deste dogma mariano central?São Tomás afirma que pelo fato de ser mãe de Deus: “A Bem Aventurada Virgem Maria está revestida de uma dignidade quase infinita, a causa do bem infinito que é o mesmo Deus. Portanto, não se pode conceber nada mais elevado que ela, como nada pode haver mais excelso que Deus”(Suma Teológica 1, q.25, a.6 ad 4.). E, de acordo com o Catecismo da Igreja Católica.

Denominada nos Evangelhos “a Mãe de Jesus” (João 2,1;19,25[a72]), Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito, desde antes do nascimento de seu Filho, como “a Mãe de meu Senhor” (Lc 1,43). Com efeito, Aquele que ela concebeu Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (CIC 495)

O Concílio de Éfeso tem a glória de ser o grande Concílio Mariano, pois seu dogma destruiu a maior heresia contra a Virgem e pôs a pedra angular de toda a Mariologia. A igreja com o decorrer do tempo iria descobrindo os grandes tesouros encerrados na Maternidade Divina de Maria.

Porém, é necessário compreender o que a Igreja quer dizer quando fala em Maria como mãe de Deus. Jesus Cristo, segunda pessoa da santíssima Trindade, existe desde toda a eternidade. Ele procede do Pai por uma geração espiritual, na qual não intervém evidentemente nenhuma criatura humana. Portanto, Maria não é mãe do Filho de Deus quanto à sua origem divina, mas é mãe do “verbo encarnado”, do Filho de Deus feito homem.

Maria deve ser chamada Mãe de Deus, porque a maternidade se refere sempre à pessoa. A mãe de um homem não é só a mãe de seu corpo. Ela é mãe da pessoa toda. Assim também Maria é mãe de seu Filho, como pessoa divina e humana que Cristo é.

Convém ainda recordar que esta questão já foi tratada na era patrística, isto é, no Cristianismo primitivo. De fato, Nestório, bispo de Constantinopla, negava o título de “Theotokos” (“Mãe de Deus”) a Maria. Nestório sabia muito bem que isto significava a consequente negação da natureza de Cristo, homem e Deus.

A mesma história patrística mostra a forte reação dos cristãos contra Nestório, que resultou no Concílio de Éfeso, no ano de 431, reconhecendo a legitimidade do título de Mãe de Deus, dado a Maria, e condenando as ideias nestorianas.

Por Diácono Inácio de Almenida EP.
Fonte: Gaudium Press

cancaonova.com

terça-feira, maio 20, 2014

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou”

Branco. 3ª-feira da 5ª Semana da Páscoa 

Leituras
1ª Leitura - At 14,19-28
Salmo - Sl 144, 10-11. 12-13ab. 21 (R. Cf. 12a)
Evangelho - Jo 14,27-31a


Jesus começa a anunciar a seus discípulos seu retorno ao Pai. Não é o fim, mas antes, o início, a abertura do Reino celeste, onde todos nós iremos estar juntos do Pai. Jesus deixa a paz para seus discípulos, não a paz como o mundo a dá, uma paz armada e falsa.

A Paz de Cristo é a plenitude do amor, e o cumprimento da promessa do Pai, é o amor com que Ele nos amou ,e ama, é a conquista de uma comunhão definitiva, selada pela obediência de Jesus na Cruz.

A nós também é destinada a glória celeste, porém, não esqueçamos que, antes, existe a cruz, as ciladas e as dores.

Para isso ouçamos do apóstolo Paulo:<<É preciso que passemos por muito sofrimento, para entrar no Reino de Deus (At 14,22b)>>.

Assim permaneçamos firmes na fé, sem esmorecer, pois a nossa vitória está próxima e só em Cristo iremos vencer.<<Vou, mas voltarei a vós (Jo 14, 28b)>>.

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Oração a Nossa Senhora

Ó Maria, tu és bendita entre todas as mulheres, tu que acreditaste!
O poderoso fez maravilhas por ti!
A maravilha de tua maternidade divina e, em vista dela, a maravilha de teu sim.

Tu foste verdadeiramente associada a toda obra de nossa redenção, unida à cruz de nosso Salvador. 
Teu coração foi transpassado ao lado de seu Coração.
E agora, na glória de teu filho, não cessas de interceder por nós, pobres pecadores.

Tu velas sobre a Igreja, da qual és Mãe.
Velas sobre cada um dos teus filhos e filhas.
Obténs de Deus para nós todas as graças, com a única condição de que ousemos pedi-las, e nos aproximemos de ti com confiança, com audácia e simplicidade de criança.

É assim que tu nos levas sem cessar ao teu divino Filho...
Ó Maria! Eu te pertenço totalmente!
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segunda-feira, maio 19, 2014

“Rezar, celebrar e imitar Jesus para conhecê-Lo”

Branco. 2ª-feira da 5ª Semana da Páscoa 

Leituras
1ª Leitura - At 14,5-18
Salmo - Sl 113 B, 1-2. 3-4. 15-16 (R. 1)
Evangelho - Jo 14,21-26

Cidade do Vaticano – Para conhecer Jesus, não basta estudar, mas rezar e imitá-Lo: palavras do Papa Francisco na Missa celebrada esta manhã na Casa Santa Marta.

Comentando a afirmação de Jesus “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, Francisco observou que o “conhecimento de Jesus é o trabalho mais importante da nossa vida”.

Para isso, o estudo é sim importante, mas não suficiente. “Algumas pessoas, afirmou ele, acreditam que somente as ideias nos levarão ao conhecimento de Jesus. Inclusive entre os primeiros cristãos se pensava assim. Mas, no final, ficam presos em seus pensamentos:

As ideias por si só não dão vida e quem percorre o caminho somente das ideias acaba num labirinto e não sai mais! É por isso que, desde o início da Igreja, existem as heresias. As heresias são isto: tentar entender quem é Jesus somente com a nossa mente e a nossa luz. Um grande escritor inglês dizia que a heresia é uma ideia que enlouqueceu. É assim. Quando as ideais estão sós, enlouquecem… Este não é o caminho!

Para conhecer Jesus – afirmou o Papa – é preciso abrir três portas:

Primeira porta: rezar a Jesus. O estudo sem oração não serve. Rezar a Jesus para conhecê-Lo melhor. Os grandes teólogos fazem teologia de joelhos. E com o estudo, com a oração, nos aproximamos um pouco…. Mas sem oração jamais conheceremos Jesus. Jamais! Segunda porta: celebrar Jesus. Não basta a oração, mas também a alegria da celebração. Celebrar Jesus nos seus Sacramentos, porque ali nos dá a vida, a força, o alimento, o conforto, a aliança e a missão. Sem a celebração dos Sacramentos, não conseguiremos conhecer Jesus. Isso é próprio da Igreja: a celebração. Terceira porta: imitá-Lo. Pegar o Evangelho: o que Ele fez, como era a sua vida, o que nos disse, o que nos ensinou e tentar imitá-Lo.

Entrar por essas três portas – disse ainda Francisco –, significa “entrar no mistério de Jesus”. Somente se formos capazes de entrar no seu mistério poderemos conhecer Jesus, “sem medo”:

Podemos hoje, durante o dia, pensar em como anda a porta da oração na minha vida: mas a oração do coração, não a do papagaio! Como anda a celebração cristã na minha vida? E a imitação de Jesus? Como imitá-Lo?

Para quem não se lembra porque o Evangelho está “todo empoeirado e nunca é aberto”, o Papa aconselhou a abri-lo, pois lá encontrará como imitar Jesus.

Texto: Rádio Vaticano



Maria Santíssima na piedade de São Francisco
Por Frei Constantino Koser, OFM

O intenso amor a Cristo-Homem, qual o praticara São Francisco e qual o legara à sua Ordem, não podia deixar de atingir Maria Santíssima. Já as razões do coração católico de São Francisco e seu cavaleirismo o levavam a amor aceso da virgem Mãe de Deus. “Seu amor para com a bem-aventurada Mãe de Cristo, a puríssima Virgem Maria, era de fato indizível, pois nascia em seu coração quando considerava que ela havia transformado em irmão nosso o próprio Rei e Senhor da glória e que por ela havíamos merecido alcançar a divina misericórdia. Em Maria, depois de Cristo, punha toda a sua confiança. Por isto a escolheu para advogada sua e de seus religiosos, e em sua honra jejuava devotamente desde a festa de São Pedro e São Paulo até à festa da Assunção”.

São Francisco não é apenas um santo muito devoto, muito afeiçoado à Mãe de Deus, mas é um dos santos em que a piedade mariana aparece numa floração original e singular, sem contudo se afastar, por pouco que seja, das linhas marcadas pela Igreja. A Idade Média, da qual é Filho, teve uma piedade mariana cheia dos mais suaves encantos, porque fundada toda sobre a nobreza de sentimentos e a cortesia de atitudes de cavaleiros. Os cavaleiros se consideravam paladinos da honra e da glória de Maria Santíssima.

São Francisco, que em sua concepção específica da vida religiosa partia deste ideal e que considerava os seus como “cavaleiros da Távola Redonda”, cultivou com esmero e com intensidade toda sua o serviço da Virgem Santíssima nos moldes do ideal cavaleiroso, condicionado pelo seu conceito e pela sua prática da pobreza. Nada mais comovente e delicado na vida deste Santo, que a forte e ao mesmo tempo meiga e suave devoção à Mãe de Deus. Derivada do amor de Deus e de Cristo, orientada pelo Evangelho e vazada nos moldes e costumes do cavaleirismo medieval, transposto a uma sobrenaturalidade, pureza e força singularíssima, esta piedade mariana do Santo fundador é parte integrante do que legou à sua Ordem e aí foi cultivada com esmero.

São Francisco fez dos cavaleiros de “Madonna Povertá” os paladinos dos privilégios e da honra da Mãe de Cristo. As fontes da vida e da espiritualidade de São Francisco são unânimes em narrar quanto a igrejinha da Porciúncula minúscula, pobre e abandonada na várzea ao pé de Assis, igrejinha de Nossa Senhora dos Anjos – atraía as atenções de São Francisco e prendia a sua dedicação. Atraiu as suas atenções, quando estava para cumprir, segundo a interpretação que lhe dava, a ordem de Cristo de reconstruir a Igreja Santa. O edifício ameaçava ruínas. São Francisco pôs mãos à obra e em pouco tempo, com pedras e cal de “Madonna Povertá”, restituiu a estrutura da capela: “Vendo-a (a capela) São Francisco em tão ruinoso estado, e movido por seu indizível e filial afeto da soberana Rainha do universo, se deteve ali com o propósito de fazer quanto fosse possível para a sua restauração… Fixou neste lugar a sua morada, movido a isto pela sua reverência aos santos anjos, e muito mais pelo entranhado amor da Mãe Bendita de Cristo”.

Depois de assinalado por Cristo com os sinais gloriosos, mas dolorosos da Paixão, São Francisco voltou à Porciúncula. De lá partia novamente para pregar, mas voltava sempre. Os irmãos, apreensivos pela sua saúde combalida, obrigaram-no a permitir o levassem aonde melhor podiam atender ao tratamento reclamado pelo eu estado. Quando, porém, ia findar o tempo que Deus lhe concedera, e sabia quando findaria, São Francisco pediu que o levassem novamente à capelinha da Virgem dos Anjos. À sombra da igrejinha entregou sua alma a Deus no trânsito incomparável que foi o seu. Maria Santíssima, tão agraciada por Deus, possui encantos mil e à semelhança do seu Filho Divino é tão rica que um coração humano não pode venerar de uma só vez todas as prerrogativas de que foi cumulada pela generosidade divina.

Há desta forma a possibilidade das mais variadas devoções da Virgem, há a possibilidade de cada qual venerá-la e amá-la sob o aspecto que mais o comove, que mais o inflama.

(Extraído do Livro “O Pensamento Franciscano”, Editora Vozes)
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domingo, maio 18, 2014

Tríduo de São Félix


São Félix de Cantalicio - 18 de maio

Religioso da Primeira Ordem (1515-1587)
Canonizado por Clemente XI no dia 22 de maio de 1712

Félix Porro nasceu na pequena província agrícola de Cantalício, Rieti, Itália, em 1515. Filho de uma família muito modesta de camponeses, teve de trabalhar desde a tenra idade, não podendo estudar. Na adolescência, transferiu-se para Cittaducale, para trabalhar como pastor e lavrador numa rica propriedade. Alimentava sua vocação à austeridade de vida, solidariedade ao próximo, lendo a vida dos Padres, o Evangelho e praticando a oração contemplativa, associada à penitência constante e à caridade cristã.

Aos trinta anos de idade entrou para os capuchinhos. E, em 1545, depois de completar um ano de noviciado, emitiu a profissão dos votos religiosos no pequeno convento de Monte São João. Ele pertenceu à primeira geração dos capuchinhos. Os primeiros anos de vida religiosa passou entre os conventos de Monte São João, Tívoli e Palanzana de Viterbo, para depois, no final de 1547, se transferir, definitivamente, para o convento de São Boaventura, em Roma, sede principal da Ordem, onde viveu mais quarenta anos, sendo chamado de frei Félix de Cantalício.

Nesse período, trajando um hábito velho e roto, trazendo sempre nas mãos um rosário e nas costas um grande saco, que fazia pender seu corpo cansado, ele saía, para esmolar ajuda para o convento, pelas ruas da cidade eterna. Todas as pessoas, adultos, velhos ou crianças, pobres ou ricos, o veneravam, tamanha era sua bondade e santidade. A todos e a tudo agradecia sempre com a mesma frase: "Deo Gracias", ou seja, Graças a Deus. Mendigou antes o pão e depois, até à morte, vinho e óleo para os seus frades.

Quando já bem velhinho foi abordado por um cardeal que lhe perguntou por que não pedia aos seus superiores um merecido descanso, frei Felix foi categórico na resposta: "O soldado morre com as armas na mão e o burro com o peso do fardo. Não permita Deus que eu dê repouso ao meu corpo, que outro fim não tem senão sofrer e trabalhar".
Em vida, foram muitos os prodígios, curas e profecias atribuídos a frei Félix, testemunhados quase só pela população: os frades não julgavam oportuno difundi-los. Mas quando ele morreu, ficaram atônitos com a imensa procissão de fiéis que desejavam se despedir do amado frei, ao qual, juntamente com o papa Xisto V, proclamavam os seus milagres e a sua santidade.

Ele vivenciou o seguimento de Jesus descrito nas constituições da Ordem, na simplicidade do seu carisma, nunca servilmente. Conviveu com muitos frades e religiosos ilustres, sendo amigo pessoal de Felipe Néri, Carlo Borromeo, hoje também santos, e do papa Xisto V, ao qual predisse o seu papado.

No dia 18 de maio de 1587, aos setenta e dois anos, depois de oito anos de sofrimentos causados por uma doença nos intestinos, e tendo uma visão da Santíssima Virgem, frei Félix deu seu último suspiro e partiu para os braços do Pai Eterno. O papa Clemente XI o canonizou em 1712. O corpo de são Félix de Cantalício repousa na igreja da Imaculada Conceição, em Roma.

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sábado, maio 17, 2014

No Magníficat Maria celebra a obra admirável de Deus

Catequese de João Paulo II (6-XI-96)

1. Maria, inspirando-se na tradição do Antigo Testamento, celera com o cântico do Magníficat as maravilhas que Deus realizou nela. Esse cântico é a resposta da Virgem ao mistério da Anunciação: o anjo convidou-a a alegrar-se; agora Maria expressa o júbilo de seu espírito em Deus, seu salvador. Sua alegria nasce de ter experimentado pessoalmente o olhar benévolo que Deus dirigiu a ela, criatura pobre e sem influência na história.

Com a expressão Magníficat, versão latina de uma palavra grega que tinha o mesmo significado, é celebrada a grandeza de Deus, que com o anúncio do anjo revela sua onipotência, sueperando as expectativas e as esperanças do povo da aliança e inclusive os mais nobres desejos da alma humana.

Frente ao Senhor, potente e misericordioso, Maria manifesta o sentimento de sua pequenez: "Minha alma proclama a grandeza do Senhor; alegra meu espírito em Deus, meu salvador, porque olhou para a humilhação de sua escrava" (Lc 1,46-48). Provavelmene, o termo grego tapeinosis foi tirado do cântico de Ana, a mãe de Samuel. Com ele indicam a "humilhação" e a "miséria" de uma mulher estéril (cf. 1 S 1,11), que encomenda sua pena ao Senhor. Com uma expressão semelhante, Maria apresenta sua situação de pobreza e a consciência de sua pequenez perante Deus que, com decisão gratuita, colocou seu olhar sobre ela, jovem humilde de Nazaré, chamando-a a converter-se na mãe do Messias.

2. As palavras "de agora em diante todas as nações me chamarão bem-aventurada" (Lc 1,48), têm como ponto de partida a felicitação de Isabel, que foi a primeira a proclamar a Maria "bendita" (Lc 1,45). O cântico, com certa audácia, prediz que essa proclamação irá se estendendo e ampliando com um dinamismo incontido. Ao mesmo tempo, testemunha a veneração especial que a comunidade cristã sentiu pela Mãe de Jesus desde o século I. O Magníficat constitui a primícia das diversas expressões de culto, transmitidas de geração em geração, com as quais a Igreja manifesta seu amor à Virgem de Nazaré.

3. "O Poderoso fez em mim maravilhas; seu nome é santo e sua misericórdia chega aos fiéis de geração em geração" (Lc 1,49-50).

O que são essas "maravilhas" realizadas em Maria pelo Poderoso? A expressão aparece no Antigo Testamento para indicar a libertação do povo de Israel do Egito ou da Babilônia. No Magníficat refere-se ao acontecimento misterioso da concepção virginal de Jesus, acaecido em Nazaré depois do anúncio do anjo.

No Magníficat, cântico verdadeiramente teológico porque revela a experiência do rostro de Deus feita por Maria, Deus não só é o Poderoso, a quem nada é impossível, como havia declarado Gabriel (cf. Lc 1,37), mas também o Misericordioso, capaz de ternura e fidelidade para com todo ser humano.

4. "Ele faz proezas com seu braço; dispersa os soberbos de coração; derruba do trono os poderosos e enaltece os humildes; os famintos os sacias de bens e despede os ricos de mãos vazias" (Lc 1,51-53).

Com sua leitura sapiencial da história, Maria nos leva a descobrir os critérios da misteriosa ação de Deus. O Senhor, confundindo os critérios do mundo, vem em auxílio dos pobres e pequenos, em detrimento dos ricos e dos poderosos, e, de modo surpreendente, enche de bens os humildes, que lhe encomendam sua existência (cf. Redemptoris Mater, 37).

Estas palavras do cântico, ao mesmo tempo em que nos mostram em Maria um modelo concreto e sublime, nos ajudam a compreender que o que atrai a benevolência de Deus é sobretudo a humildade de coração.

5. Por último, o cântico exalta o cumprimento das promessas e a fidelidade de Deus com o seu povo escolhido: "Auxilia a Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, como havia prometido a nossos pais, em favor de Abraão e sua descendência para sempre" (Lc 1,54-55).

Maria, cheia de dons divinos, não se detém a contemplar seu caso pessoal, mas compreende que esses dons são uma manifestação da misericórdia de Deus a todo seu povo. Nela Deus cumpre suas promessas com uma fidelidade e generosidade abundantes.

O Magníficat, inspirado no Antigo Testamento e na espiritualidade da filha de Sião, supera os textos proféticos que estão em sua origem, revelando na "cheia de graça" o início de uma intervenção divina que vai além das esperanças messiânicas de Israel: o mistério santo da Encarnação do Verbo.

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quinta-feira, maio 15, 2014

Pia União de Santo Antônio

Pia União de Santo Antônio