SEJAM BEM-VINDOS!

Caríssimos(as) Irmãos(as), saudamos a todos vocês com a Paz e o Bem contidas no Cristo Jesus e em São Francisco de Assis.



sábado, maio 10, 2014

“A quem iremos, Senhor?”

Branco. Sábado da 3ª Semana da Páscoa 

Leituras
1ª Leitura - At 9,31-42
Salmo - Sl 115, 12-13. 14-15. 16-17 (R. 12)
Evangelho - Jo 6,60-69

Costumamos dizer que somos cristãos. Desde a nossa infância fomos sendo envolvidos por símbolos, palavras, gestos que apontavam para Cristo. Fomos ensinados a fazer o sinal na cruz, lemos as páginas dos Evangelhos, alimentamo-nos da eucaristia e somos impregnados pela força do Espírito. Com efeito, somos cristãos.

Pode acontecer que, com repetição das mesmas coisas, das mesmas palavras, dos mesmos gestos tenhamos nos tornado cristãos rotineiros, sem plena consciência do que significa ser discípulo do Senhor.

No final do discurso do pão da vida do evangelista João, hoje proclamado, há uma observação de Jesus que impacta. Ele, o Mestre, foi falando das coisas do alto, de um pão que não era pão, mas sua carne. Aos poucos foi se dando conta que nem todos estavam dispostos a segui-lo. Uns e outros foram se retirando. “A partir daquele momento, muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele”. Jesus então interroga os seus mais íntimos: “Vós também quereis ir embora?” Nesse momento, Pedro profere uma das palavras mais densas e lindas do Novo Testamento: “A quem iremos, Senhor, só tu tens palavras de vida eterna”.

No tempo da juventude, quando começamos a pensar com nossa própria cabeça, Jesus, o vivo, o Ressuscitado, foi se insinuando aos nossos olhos.. Íamos sendo despertos para a vida, deixamos a infância e a adolescência, começamos a ser donos de nós mesmos, fomos fazendo o planos e arquitetando projetos de vida que, aos poucos, iam se concretizando. Tantos projetos, tantas tarefas: cuidar da inteligência, descobrir modos e meios de viver e conviver bem com as pessoas, crescer no seio da família e daquela que pretendíamos fundar, administrar o negativo da vida nas contradições e enfermidades, colocar um filho no mundo, indo de um lado para o outro, vivendo na abundância ou na carestia, em tempos de paz e de guerra, sentados à mesa com pessoas que nos amam ou vivendo em ambientes hostis. E em todos esses espaços, sempre de novo, tudo vivido à luz de Cristo Jesus, ressuscitado, aquele que seguimos com garra. Por vezes entre as paredes da casa, no meio das máquinas da fábrica, na solidão de uma cama de doente, ou tentados pela materialidade das coisas visíveis e de certos convites que a vida nos faz para sorver todos os goles das coisas imediatas tivemos a impressão (ou quem sabe temos a impressão) de que Jesus não ilumina de fato esse mundo todo do tecido de nossa vida. Em determinadas circunstâncias pareceu-nos que ele era exigente demais. Tivemos vontade de ir embora. Por vezes pode acontecer que tenhamos a tentação de ir alhures, de construir nossa vida no imediato das coisas que brilham, mas passam e deixam um gosto ácido no canto de nossos lábios… Nessas horas temos vontade de dizer como Pedro: “A quem iremos, Senhor, só tu tens palavras de vida eterna?”

Frei Almir Ribeiro Guimarães
www.franciscanos.org.br


Maria e o simbolismo da Aurora

"Aurora quer dizer "hora áurea": hora preciosa, hora encantadora, hora de esperança e de felicidade. O simbolismo da aurora ou do nascer do dia convém, sobretudo, a Maria."
Con. Victor-Joseph Thiébaud

Ouvistes, sem dúvida, os amantes da bela natureza se extasiarem sobre o maravilhoso efeito do nascer do dia. Viste-os empreender longas viagens e passar noites inteiras no cimo de montanhas glaciais, a fim de se encontrarem, pela manhã, prontos a desfrutar do radioso espetáculo de uma bela aurora.

O Sol ainda não se levantou; não se distingue nem um de seus raios, e, entretanto, uma certa luz intermediária, semelhante à da alegria, já faz renascer a natureza. Há, então, entre a noite e o dia, alguns instantes de luta. Logo o horizonte se colore de mil matizes, e o lado do Oriente aparece todo em fogo. É então que acreditareis ver cada criatura retomar sua vida, sua cor, sua inteligência, como se retoma um traje de gala após a noite onde tudo é sombrio e incolor. [...]

Os esplêndidos fulgores de um meio-dia de verão não têm o encanto desta aparição resplandecente, que exerce sobre a natureza um tão grande domínio.

Digno de lástima seria aquele que permanecesse indiferente a este imponente quadro, e que, podendo ser testemunha de um tão belo espetáculo, não sentisse seu coração disposto a glorificar, reconhecido, a majestade das obras de Deus!

Mas, quanta distância há entre todas essas belezas da Terra e as belezas espirituais que Maria nos veio trazer! É Ela que, no dia de seu nascimento, foi um presságio de misericórdia que antecedeu somente de algum tempo ao Sol de Justiça, o desejado das nações. É Ela que precede a marcha desse gigante dos Céus, como para preparar nossos olhos à luz divina, que logo inundará a Terra.

À sua vista, comprazemo-nos em exclamar com o Espírito de Deus: Ó Homens, [...] alegrai-vos; a hora da esperança chegou: já a noite passou com seus terrores e seus espantos; ele se aproxima, esse belo dia prometido há tanto tempo. É Maria, verdadeira aurora da salvação, que nos aparece hoje, [...] radiosa, Ela própria, da felicidade que nos traz".1

1 THIÉBAUD. Victor-Joseph. Les Litanies de la Sainte Vierge expliquées et commentées, apud CLÁ DIAS, EP, João Scognamiglio. Pequeno Ofício da Imaculada Conceição comentado. 2.ed. São Paulo: Associação Católica Nossa Senhora de Fátima, 2010, p.343- 344.

(Revista Arautos do Evangelho, Fevereiro/2013, n. 134, p. 50 - 51)
arautos.org

Pia União de Santo Antônio

Pia União de Santo Antônio