Branco. 2ª-feira da 4ª Semana da Páscoa
Leituras
1ª Leitura - At 11,1-18
Salmo - Sl 41, 2-3; 42, 3.4 (R. Cf. Sl 41, 3a)
Evangelho - Jo 10,1-10
Ainda que sejamos a ovelha machucada, ferida, maltratada, Jesus, o Bom Pastor, dá a vida para curar o nosso coração e para restituir a nossa vida!
”Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas” (João 10, 11).
Nós queremos continuar contemplando a imagem maravilhosa de Jesus, o Bom Pastor. Sabem, meus irmãos, faz parte da cultura hebraica, faz parte realmente do sistema de economia dos judeus, a figura das ovelhas. Porque é muito comum vermos, na região de Israel, as ovelhas, que estão nas principais regiões daquele país. E é claro que para cuidar das ovelhas existe o pastor, que está ali observando cada uma delas, alimentando-as, vendo o que elas precisam, as conduzindo para que estejam no redil, cuidando das que estão doentes ou das que se perdem.
A figura do pastor é uma figura muito cara, ele é muito bem visto pelo trabalho que faz e pela forma como ele cuida das suas ovelhas. E assim como existe o pastor, que cuida das suas ovelhas no campo, Jesus diz a nós que Ele também é um Pastor, mas Ele não é um pastor qualquer, Ele é o Bom Pastor! E por que Ele é um Bom Pastor? Porque Ele é capaz de dar a vida por Suas ovelhas, Ele não só cuida, ama, trata e dá o que a ovelha precisa, mas o fundamental: todas as vezes que preciso for, Ele dá a vida pelas ovelhas!
Dar a vida pelas ovelhas não significa apenas morrer por elas, Ele também é capaz de morrer e morreu por Suas ovelhas num gesto supremo de amor e de entrega total por aqueles a quem Ele ama, pois Ele dá a vida por cada uma a cada dia, Ele se sacrifica, cuida dela. E, mesmo que a ovelha seja rebelde, mesmo que a ovelha fuja, Ele vai atrás dela para poder cuidar dela.
Do mesmo modo como Jesus é o Bom Pastor, eu e você precisamos ser também “a boa ovelha”, precisamos nos deixar ser cuidados pelo nosso Bom Pastor; precisamos permitir que Ele, com todo o amor e ternura, cuide de nós. Ainda que sejamos a ovelha machucada, ferida, maltratada, o Bom Pastor dá a vida para curar o nosso coração, para restituir a nossa vida, para dar um vigor novo à nossa vida de ovelha!
O Bom Pastor não olha para as Suas ovelhas no plural, no rebanho, no coletivo. Ele as olha de forma individual, cada ovelha é única, por isso Ele a toma pela mão, a conduz nos Seus braços e lhe dá todo o amor, carinho e ternura. Porque Ele quer que Suas ovelhas estejam bem cuidadas, tratadas, alimentadas, mas, sobretudo, que elas tenham vida plena e abundante em Deus!
Que o Bom Pastor nos abençoe!
Padre Roger Araújo
cancaonova.com
Maria, a força da piedade popular
O que levou o magistério da Igreja a proclamar o dogma da Imaculada Conceição de Maria foi a força da piedade popular, que se expressou através de sua fé e seu culto a Maria, desde as primeiras comunidades do cristianismo primitivo. A contribuição da teologia neste caso, ainda que com suas justas reservas, foi a de acompanhar tal processo, numa atitude de vigilância, no sentido de perceber a força da experiência da fé nas comunidades e debruçar-se, com desprendimento, sobre a afirmação do magistério eclesial, com a finalidade de dar às palavras do dogma uma interpretação que não anulasse uma experiência de fé popular mariana, que já vinha, há séculos, crescendo.
A explicação do dogma se dá levando em conta a maturação da verdade professada pelo culto e pela piedade popular, que vem sendo legitimada, percebida e praticada pelas comunidades de fé. Maria torna-se, gradativamente, não só figura e símbolo, mas ela realiza o plano do Pai com uma missão específica: a de ser a mulher cheia de graça, a mulher que está com o Senhor, a bendita entre as mulheres e aquela que traz em seu seio o fruto bendito, obra do Espírito Santo.
A reflexão teológica, então, busca penetrar o sentido das palavras do dogma para a fé popular para expô-la, com maturidade, dentro do plano divino. Por isso tudo, Maria invocada, cultuada e se encontra profundamente arraigada na fé e no culto popular como a santa e toda imaculada, sobretudo a santa poderosa que intercede junto a Jesus em favor de seus filhos e filhas, peregrinos nesta terra. Ela é a companheira do povo que caminha em direção ao Pai, que enviou o Filho para reconciliar toda a humanidade com Deus, pela força do Espírito Santo.
Texto do livro “Imaculada Maria do Povo, Maria de Deus”, do capítulo “A mulher toda santa e imaculada”, de Lina Boff, que é teóloga e ensina Teologia Sistemática na Faculdade Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
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