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Caríssimos(as) Irmãos(as), saudamos a todos vocês com a Paz e o Bem contidas no Cristo Jesus e em São Francisco de Assis.



quinta-feira, outubro 16, 2014

"Aquilo que chamamos de mal..."

Leituras do Dia

Aquilo que chamamos de mal, em nosso tempo, muitas das vezes gera um dualismo que não é muito próprio da mensagem cristã. Todavia, isso não é um problema de agora, mas ele se apresenta com novas roupagens. A espiritualidade franciscana pode nos ajudar a assumirmos a responsabilidade perante essa realidade e nos dar uma nova visão sobre o mundo e o ser humano. 

Quando nos deparamos com nossas fraquezas, corremos o risco de virar o rosto. Não queremos reconhecer que também somos daquele jeito. Detestamos nos reconhecer invejosos, ciumentos, possessivos, raivosos, etc... 

Quando encontramos uma justificativa para tais estados de humor, ficamos acalentados. Entretanto, isso pode se apresentar de forma sorrateira fruto de um egoísmo profundo. Manter, cultivar desculpas para nossas limitações é esconder parte daquilo que somos. Por isso que uma espiritualidade sadia vai de encontro com nossos temores e consegui iluminar o que antes era escuro. 

Se mantivermos as maquiagens para nossos comportamentos nem tanto sadios e não nos reconhecermos neles, estes irão a cada dia mais ganhando forças. O que ocorre nesse caso, é que faremos exatamente àquilo que não queremos. Quem não quer se reconhecer limitado se ensoberbece e transborda de orgulho próprio. 

São Francisco disse em uma de suas Admoestações:
"Há muitos que quando pecam ou recebem uma injúria, muitas vezes acusam o inimigo ou o próximo. Mas não é assim: porque cada um tem em seu poder o inimigo, isto é, o corpo, pelo qual peca. Por isso, bem-aventurado é o servo (Mt 24,46) que sempre mantiver preso em seu poder tal inimigo e sabiamente guardar-se dele; porque, enquanto fizer isso, nenhum outro inimigo visível ou invisível poderá prejudicá-lo." (Adm 10)

Nos deparamos novamente com o realismo cortante do pobrezinho de Assis. Não se trata de um inimigo invisível externo (demônio) ou do próximo, é uma questão de reconhecimento do orgulho pessoal. Nossa concupiscência. Todos nós a carregamos. Aquele que não se reconhece com tal não se responsabiliza por seu atos, jogando a culpa em um outro. “porque cada um tem em seu poder o inimigo”. A proposta de manter sobre seu poder o inimigo não é negá-lo ou tentar sufocá-lo, mas é reconhecê-lo. 

Mantê-lo bem diante dos olhos onde possamos nos observar em momentos que sentimos feridos no orgulho. Podemos dizer que em muitas situações o mais valente dos inimigos somos nós mesmos. São Francisco encontrou a perfeita alegria quando constatou que a caminhada rumo ao Reino dependia de si pela graça e que o pior inimigo era ele mesmo. Conseguiu fazer em si uma fantástica síntese de luz e sombra. Conseguiu até mesmo das limitações tirar a graça provinda do Altíssimo. 

Precisamos de outros Franciscos em nosso tempo, que sirva de espelho para que as pessoas possam transformar a si mesmas e o mundo, tirando daquilo que parece impossível a revelação maior: O Reino de Deus! T

Fr Edson Matias, OFMCap

reflexoesfranciscanas.com.br

Pia União de Santo Antônio

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