SEJAM BEM-VINDOS!

Caríssimos(as) Irmãos(as), saudamos a todos vocês com a Paz e o Bem contidas no Cristo Jesus e em São Francisco de Assis.



domingo, setembro 15, 2013

BÊNÇÃO É UM ATO RELIGIOSO? 15 de setembro - Nossa Senhora das Dores

Comecemos com um pouco de história. Os textos mais antigos da Bíblia hebraica recorrem com frequência (cerca de 400 vezes) à palavra berâkâh ou à sua raiz brk no sentido de “poder de vida e de salvação”. Trata-se de um gesto, quase sempre acompanhado de alguma palavra, que realiza o que exprime. Na Bíblia, ela costuma vir junto das palavras que significam paz, felicidade e vida. Por exemplo, a palavra hebraica ‘ashrè (feliz) quer dizer: quem recebeu a bênção e caminha na lei do Senhor (cf. Sl 1,1-2). Essa palavra, ‘ashrè, traduzida em grego por makarios, é o termo que aparece no Evangelho quando Jesus proclama as bem-aventuranças (cf. Mt 5,3-11).

Veja, então, que princípio bonito para meditar: abençoada é toda pessoa feliz e feliz é quem vive as bem-aventuranças! Abençoar alguém, na Bíblia, é conceder-lhe ou desejar-lhe o poder necessário ao cumprimento de uma tarefa particular. No Novo Testamento, Jesus deixa claro que tarefa é essa: segui-lo, dando testemunho de seu Reino de justiça e de amor.
Porém, poderíamos perguntar: será que, muitas vezes, o ato de abençoar ou receber uma bênção não é feito ou percebido em sentido mágico? Bem provável que sim. Em várias religiões e mesmo dentro das Igrejas cristãs não é raro encontrar esse tipo de atitude. Entretanto, os textos bíblicos se distanciam dessa compreensão. Para a Bíblia, a eficácia da bênção vem da Palavra de Deus, de um Deus que só deseja a nossa felicidade, mas que nada faz à revelia de nossa liberdade. A bênção de Deus para nós é aquele ardor no coração nos puxando para o amor e aquela angústia que, lá no fundo, denuncia que não somos felizes porque nos iludimos em ciladas egoístas.

Companhia de Deus – Bênção não é magia dos deuses. É companhia de Deus. É parceria com Deus em seu plano de amor. É harmonia, em Deus, com toda a sua criação. É energia de Deus que gera amor entre nós. “Sabemos que Deus existe porque podemos amar as pes­soas” – diz São João (cf. 1Jo 4).
Abençoar e bendizer não é, portanto, mero ritualismo. E também é mais do que “falar bem” de algo ou alguém. Na Bíblia, Deus é o primeiro bendito (cf. Lc 1,68), como Criador (cf. Rm 1,25) e como Pai de Jesus Cristo (cf. 2Cor 11,31), e nós podemos ser benditos se quisermos participar de seu plano divino.

Mas, quando Jesus, na ceia, pronunciou a bênção sobre o pão e o vinho (cf. Mt 26,26; Mc 14,22), não estaria ensinando uma “fórmula mágica” a seus sucessores? De forma alguma. As narrativas da ceia associam “bênção” com “eucaristia” no sentido de “dar graças” e de “louvar”. De novo, não é mágica nem um rito para obter isso ou aquilo. É agradecimento exuberante por sabermos que Deus, em Jesus Cristo, quis deixar claro que nos ama e sempre nos amará independentemente do que fizermos.
Enfim, só bendiz a Deus quem percebeu que não precisa bendizê-lo (ritualmente) para ser amado e abençoado de fato. Só é abençoado quem partilha com os demais essa alegria de viver mergulhado no amor de Deus.

E quem são os amaldiçoados? Aqueles e aquelas que ainda não perceberam que a bênção, o amor, a graça de Deus já estão neles; basta que se abram. E como poderão eles se abrir a essa graça? Tomar ou oferecer a bênção é um ato religioso no melhor sentido da palavra; é desejar às pessoas que sempre sejam porosas ao intenso amor de Deus. Aproveitemos essas ocasiões para partilhar com familiares, catequizandos e amigos o sentido bíblico da bênção.



Professor Dr. Afonso Maria Ligorio Soares
Teólogo da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), de São Paulo

paulinas.org.br



Nossa Senhora das Dores


“Quero ficar junto à cruz, velar contigo a Jesus e o teu pranto enxugar!”


Assim, a Igreja reza a Maria neste dia, pois celebramos sua compaixão, piedade; suas sete dores cujo ponto mais alto se deu no momento da crucifixão de Jesus. Esta devoção deve-se muito à missão dos Servitas – religiosos da Companhia de Maria Dolorosa – e sua entrada na Liturgia aconteceu pelo Papa Bento XIII.

A devoção a Nossa Senhora das Dores possui fundamentos bíblicos, pois é na Palavra de Deus que encontramos as sete dores de Maria: o velho Simeão, que profetiza a lança que transpassaria (de dor) o seu Coração Imaculado; a fuga para o Egito; a perda do Menino Jesus; a Paixão do Senhor; crucifixão, morte e sepultura de Jesus Cristo.

Nós, como Igreja, não recordamos as dores de Nossa Senhora somente pelo sofrimento em si, mas sim, porque também, pelas dores oferecidas, a Santíssima Virgem participou ativamente da Redenção de Cristo. Desta forma, Maria, imagem da Igreja, está nos apontando para uma Nova Vida, que não significa ausência de sofrimentos, mas sim, oblação de si para uma civilização do Amor.

Nossa Senhora das Dores, rogai por nós!

cancaonova.com

Pia União de Santo Antônio

Pia União de Santo Antônio