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terça-feira, setembro 03, 2013

Gregório Magno nos fala de seu ministério

Branco. 3ª-feira da 22ª Semana Tempo Comum 
S. Gregório Magno PpDr, memória

LEITURAS
1Tessalonicenses 5, 1-6.9-11;
Lucas 4,31-37


Comemoramos hoje Gregório, dito Magno, o Grande. Foi um dos maiores papas da história da Igreja. Nasceu em Roma por volta de 540. Tinha feito uma carreira política e chegou a ser nomeado prefeito de Roma. Abraçou depois a vida monástica. Foi nomeado legado pontifício em Constantinopla. No dia 3 de setembro de 590 foi elevado à Cátedra de São Pedro. Transcrevemos a leitura patrística do Oficio de hoje, de sua autoria. Ele nos fala das alegrias e dificuldades de seu ministério.

Filho do homem, eu te coloquei como sentinela da casa de Israel (Ez 3,16). É de se notar que o Senhor chama de sentinela aquele a quem envia a pregar. A sentinela, de fato, está sempre no alto para enxergar de longe quem vem. E quem quer que seja sentinela do povo deve manter-se no alto por sua vida, para ser útil por sua providência.

Como é duro para mim isto que digo! Ao falar, firo-me a mim mesmo, pois minha língua não mantém, como seria justo, a pregação, e mesmo que consiga mantê-la, não concorda com a língua.

Eu não nego ser culpado, conheço minha inércia e negligência. Talvez haja diante do juiz bondoso um pedido de perdão no reconhecimento da culpa. Na verdade, quando no mosteiro podia não só reter a língua de palavras ociosas, mas quase continuamente manter o espírito atento à oração. Mas depois que pus aos ombros do coração o cargo pastoral, meu espírito não consegue recolher-se sempre, porque está dividido entre muitas coisas.

Sou obrigado a decidir ora questões das Igrejas, ora dos mosteiros; com frequência ponderar a vida e as ações de outrem; ora, auxiliar em certos negócios dos cidadãos; ora gemer sob as espadas dos bárbaros invasores e temer os lobos que rondam o rebanho sob minha guarda. Por vezes devo encarregar-me da administração, para que não venha faltar o necessário aos submetidos à disciplina da regra. Às vezes devo tolerar com igualdade de ânimo certos ladrões, ora opor-me a eles pelo desejo de conservar a caridade.

Estando assim dispersa e dilacerada a mente, quando voltará a recolher-se toda na pregação e não se afastar do ministério da pregação da Palavra? Por obrigação do cargo, muitas vezes tenho de encontrar-me com seculares; por isso sempre relaxo a guarda da língua. Pois se constantemente me mantenho sob o rigor de minha censura, sei que sou evitado pelos mais fracos e nunca os atraio para onde desejo. Por esta razão, muitas vezes tenho de ouvi-los em questões ociosas. Mas, sendo eu mesmo fraco, arrastado aos poucos pelas palavras vãs, começo a dizer sem dificuldade aquilo que a principio tinha ouvido com má vontade; e ali onde me aborrecia cair, agrada-me permanecer.

Que, pois, ou que espécie de sentinela eu sou, que não estou de pé no monte da ação, mas ainda deitado no vale da fraqueza? Poderoso é, porém, o criador e redentor do gênero humano para conceder-me, a mim, indigno, a elevação da vida e a eficácia da palavra. Por seu amor, me consagro totalmente à sua palavra (Liturgia das Horas IV, p.1245-47).

Frei Almir Ribeiro Guimarães

www.franciscanos.org.br

Pia União de Santo Antônio

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