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domingo, março 30, 2014

A LUZ DO CRISTO - 4º domingo da Quaresma - 30 de março

1ª leitura: (1Sm 16,1b.6-7.10-13a) Unção de Davi como rei – 1Sm 16–2Sm 20 contém diversas tradições sobre a unção de Davi com rei (cf. 2Sm 2,4; 5,3). Na narração da unção em 1Sm 16, Davi é o eleito de Deus; Deus está com ele (16,18). Esta eleição é comentada pelo v. 7: os homens olham para o exterior, Deus para o interior. Deus não olha para as qualidades brilhantes; o que ele espera de seu colaborador é um coração reto. * cf. 2Sm 7,8; Sl 78[77],70; 89[88],21.

2ª leitura: (Ef 5.8-14) “Levanta-te dos mortos, e Cristo te iluminará” – Quem conheceu a luz de Cristo, vê o mundo alheio a Deus como trevas; e quem vive nessas trevas ainda não despertou para a vida que Deus lhe quer proporcionar. O autor de Ef dirige-se a leitores que, por sua conversão, romperam com uma existência pagã. Devem lembrar-se de que pertencem à luz, não às trevas. Luz e trevas são incompatíveis * 5,8 cf. Cl 1,12-13; Jo 8,12; 1Ts 5,4-8 * 5,12-13 cf. Jo 3,19-21 * 5,14 cf. Is 26,19; Rm 13,11; 2Cor 4,6.

Evangelho: (Jo 9,1-41 ou 9,1.6-9.13-17.34-41) Jesus abre os olhos ao cego de nascença, pelas águas de Siloé – Jesus cura um cego, mas a cura só é completa na profissão de fé: é preciso ver Deus em Jesus Cristo. O presente evangelho narra: 1) a cura (9,1-7); 2) o amadurecimento da fé no confronto com a incredulidade e a repressão (9,8-34); 3) a auto-revelação de Cristo, como resposta à busca do cego, e a profissão de fé deste (9,35-39). A auto-revelação de Cristo é: “Eu sou a luz do mundo” (cf. 8,12). O cego vê esta luz e torna-se “filho da luz” (cf. 12,36). Os fariseus dizem que veem, mas se recusam a ver a luz que veio ao mundo: eles são os verdadeiros cegos. Assim, a luz se transforma, para eles, em julgamento e condenação. Eles não querem fazer o que faz o cego: adorar a Deus em Jesus Cristo. * 9,4-5 cf. 1Jo 1,5; Jo 11,9-10; 12,35-36; 8,12 * 9,35-39 cf. Jo 4,26; Mt 13,13; 15,14. 



Assim como o penúltimo domingo do Advento é o domingo da alegria (Gaudete), assim também o quarto domingo quaresmal. O canto da entrada nos convida a associarmo-nos aos romeiros judaicos que subiam em romaria a Jerusalém: Laetare Jerusalém, “Alegra-te Jerusalém, porque tua salvação superará tua tristeza”. O celebrante usa paramentos cor de rosa. O canto da entrada nos coloca na companhia dos que jubilosos sobem a Jerusalém. Ficamos animados com a renovação interior que a Quaresma nos traz e que dá força para continuar o caminho.

O tema da alegria, presente também na oração do dia e na oração sobre as oferendas, preside, sobretudo, à 2ª leitura e ao evangelho (o qual era lido, antigamente, no dia dos escrutínios dos catecúmenos que se preparavam para o batismo na noite pascal). A 2ª leitura (“Cristo te iluminará”, Ef 5,14) é um texto batismal, que nos faz entender melhor o evangelho, igualmente batismal. Jesus é a luz do mundo (Jo 9,5) e abre os olhos ao cego pelo banho no “Siloé, que significa: Enviado” (9,7). Além de ser uma alusão ao simbolismo batismal, o evangelho é também uma lição de fé: os diálogos revelam sempre mais firme e decidida a fé do ex-cego, enquanto cresce a má vontade dos fariseus. No fim, o homem é excluído da sinagoga – sorte de muitos judeu-cristãos no fim do século I – mas, ao reencontrar Jesus, chega a professar sua fé e a adorar Jesus, fazendo jus ao sinal que recebera (a abertura dos olhos, sinal do batismo). E como está a nossa coerência batismal?

A alegria que a liturgia evoca é a da luz de Cristo, que iluminará os que vão receber o batismo na noite pascal. Receber o banho no “Enviado” para receber nova visão. O batismo, na Igreja antiga, era chamado “iluminação”. O prefácio (próprio) explicita isso.

A 1ª leitura apresenta o tema da unção do rei Davi. Destacando a dignidade de rei e sacerdote, nos lembra o Cristo-Ungido-Messias e, ao mesmo tempo, nossa unção batismal em Cristo. Dentro dessa narrativa aparece outro tema que pode reter nossa atenção: o homem vê a aparência, Deus vê o coração. Pensamento salutar no tempo quaresmal. Nosso coração deve ser posto em dia para ser enxergado por Deus (estamos na tradicional semana dos “escrutínios” preparatórios do batismo). Para que a luz de Cristo nos ilumine é preciso termos o coração puro, voltarmos à limpeza batismal. Osalmo responsorial associa-se ao tema de Davi-Pastor.

A Quaresma deve ser vista como tempo de preparação à proclamação renovada de nossa fé batismal. Então, “Cristo nos iluminará” (cf. 2ª leitura). A conversão quaresmal é renovação de nosso batismo, oportunidade para assumi-lo conscientemente. 

O BATISMO, UNÇÃO E LUZ 
As leituras deste domingo são escolhidas com vista à preparação do batismo ou da renovação do compromisso batismal. Esclarecem o sentido dos ritos complementares que se seguem ao batismo propriamente, os assim chamados ritos pós-batismais: a unção, que significa a participação do fiel na missão de Cristo, profeta, sacerdote e rei; a veste branca, que significa a pureza da fé batismal; e a vela acesa, que significa Cristo como a luz que ilumina nossa vida.

Na 1ª leitura, Davi é ungido rei por Samuel. Jesus é o novo Davi, o Messias, “ungido” (com o Espírito) no batismo no rio Jordão. O próprio termo “Cristo” significa “ungido” (em hebraico: “Messias”). Assim, na liturgia batismal, o recém-batizado é ungido em sinal de que ele é “Cristo com Cristo”, membro do povo messiânico.

No evangelho, Jesus “unge” os olhos do cego de nascença. (Para a catequese, o fato de ele ser cego de nascença faz pensar no pecado original: uma cegueira que acompanha a vida da gente.) Depois de ter untado os olhos do cego, Jesus manda-o lavar-se (o “banho da regeneração”!) no “Siloé, que quer dizer Enviado” (a piscina de Siloé é uma figura de Cristo). Então, ele recebe a luz dos olhos. O batismo é aqui evocado como unção e iluminação.

O sentido profundo disso tudo é que o batizado deve ser uma testemunha da luz que recebeu. O cego de nascença nos dá o exemplo: ele testemunha o Cristo, com convicção e firmeza sempre crescentes. O batizado é um homem da luz (“filho da luz”, diz a Bíblia), alguém que enxerga com clareza, e que anda na luz. Pois a luz não é só para ser contemplada, mas para caminharmos nela, realizando as obras que ela nos permite enxergar e levar a termo. “Outrora éreis trevas, mas agora é luz no Senhor... Desperta, tu que estás dormindo, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará” (2ª leitura).

Como é que se realiza este testemunho cristão no Brasil hoje? Quais são as grandes cegueiras que devem ser iluminadas? Vamos assumir o nosso testemunho, mesmo para aqueles que não querem ver.

(O Roteiro Homilético é elaborado pelo Pe. Johan Konings SJ – Teólogo, doutor em exegese bíblica, Professor da FAJE. Autor do livro "Liturgia Dominical", Vozes, Petrópolis, 2003. Entre outras obras, coordenou a tradução da "Bíblia Ecumênica" – TEB e a tradução da "Bíblia Sagrada" – CNBB. Konings é Colunista do Dom Total. A produção do Roteiro Homilético é de responsabilidade direta do Pe. Jaldemir Vitório SJ, Reitor e Professor da FAJE.)




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