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quinta-feira, março 20, 2014

Apatia ou solidariedade diante do sofrimento alheio?

5ª. feira da segunda semana da quaresma
Jeremias 17,5-10; Lucas 16, 10-31

Conhecidíssima a parábola do homem rico que se vestia com roupas finas e fora bem-sucedido na vida e do pobre Lázaro que tinha suas chagas lambidas pelos cães. Será que não estamos vivendo no mundo uma apatia diante do sofrimento alheio? José Antonio Pagola assim comenta a parábola:

“O contraste entre os dois protagonistas é trágico. O rico se veste de púrpura e linho. Toda a sua vida é luxo e ostentação. Só pensa em dar todos os dias esplêndidos banquetes. Este rico não tem nome, pois não tem identidade. Não é ninguém. Sua vida vazia de compaixão é um fracasso. Não se pode viver só para banquetear-se.

Deitado junto ao portão de sua mansão jaz um mendigo faminto, coberto de feridas. Não possui nada, mas tem um nome portador de esperança. “Meu Deus é ajuda”.

Sua sorte muda radicalmente no momento da morte. O rico é enterrado, certamente com toda solenidade, mas é levado ao Hades, ou “reino dos mortos”. Também Lázaro morre. Nada se diz de rito funerário algum, “mas os anjos o levam para o seio de Abraão”. Com imagens populares de seu tempo, Jesus lembra que Deus tem a última palavra sobre ricos e pobres.

O rico não é julgado como explorador. Não se diz que ele é um ímpio afastado da Aliança. Simplesmente desfrutou sua riqueza ignorando o pobre. O pobre estava ali perto, mas ele não o viu. Estava junto ao portal de sua mansão, mas o rico não se aproximou dele. Excluiu-o de sua vida. O pecado do rico é a indiferença.

De acordo com os observadores, está crescendo em nossa sociedade a apatia ou a falta de sensibilidade diante do sofrimento alheio. Evitamos de mil maneiras o contato direto com os que sofrem. Pouco a pouco nos vamos tornando cada vez mais incapazes de perceber a sua aflição.

A presença de uma criancinha mendiga em nosso caminho nos molesta. O encontro de um doente terminal nos perturba. Não sabemos o que fazer nem o que dizer. É melhor manter distância. Voltar o quanto antes às nossas ocupações. Não deixar-nos afetar.

Se o sofrimento acontece longe é mais fácil. Aprendemos a reduzir a fome, a miséria ou a doença a dados, números e estatísticas que nos informam da realidade quase sem tocar nosso coração. Também sabemos contemplar tragédias horríveis na televisão, mas o sofrimento sempre é mais irreal e menos terrível através da tela.

Quem segue Jesus vai se tornando mais sensível ao sofrimento daqueles que ele encontra em seu caminho. Aproxima-se do necessitado e, se estiver em seu poder, procura aliviar a situação. (O caminho aberto por Jesus, Lucas, Vozes, p. 273-274)



Frei Almir Ribeiro Guimarães
www.franciscanos.org.br

Pia União de Santo Antônio

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