SEJAM BEM-VINDOS!

Caríssimos(as) Irmãos(as), saudamos a todos vocês com a Paz e o Bem contidas no Cristo Jesus e em São Francisco de Assis.



domingo, agosto 31, 2014

TOMAR A CRUZ E SEGUIR JESUS - 31 de agosto

“O Senhor sempre nos perdoa e sempre nos acompanha. Cabe a nós deixar-nos perdoar e deixar-nos acompanhar”. Papa Francisco

XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM 
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)

1ª leitura: (Jr 20,7-9) O profeta “seduzido” por Deus para um trabalho ingrato – Já desde o início, Jeremias não gostou da vocação profética (cf. 1,6). Seu temperamento sensível não era o de um lutador contra os abusos religiosos e sociais de seu tempo e, sobretudo, não servia para proclamar as catástrofes que viriam sobre Judá. Aliás, a catástrofe se fazia esperar, o escárnio e a perseguição do profeta, porém, não! Assim, o profeta chega a amaldiçoar sua própria existência (cf. 15,10-21). Mas, sempre de novo, sua revolta o reconduz a seu Senhor. * Cf. Jr 1,4-10; 17,14-18; 23,29; Am 3,8; 1Cor 9,16.

Salmo 62/63
A minha alma tem sede de vós
como a terra sedenta, ó meu Deus!

Sois vós, ó Senhor, o meu Deus!
Desde a aurora ansioso vos busco!
A minha alma tem sede de vós,
minha carne também vos deseja,
como terra sedenta e sem água!

Venho, assim, contemplar-vos no templo,
para ver vossa glória e poder.
Vosso amor vale mais do que a vida:
e por isso meus lábios vos louvam.

Quero, pois, vos louvar pela vida
e elevar para vós minhas mãos!
A minha alma será saciada,
como em grande banquete de festa;
cantará a alegria em meus lábios
ao cantar para vós meu louvor!

Para mim fostes sempre um socorro;
de vossas asas à sombra eu exulto!
Minha alma se agarra em vós;
com poder vossa mão me sustenta.

2ª leitura: (Rm 12,1-2) O verdadeiro culto a Deus – “Diante da misericórdia de Deus” (12,1), descrita em Rm 1–11 (a salvação pela graça de Deus e a fé do homem), Paulo propõe uma prática de vida que é “culto adequado” a Deus (recomendações morais, Rm 12–14). Pode-se comparar a vida com um sacrifício, transformado pela santificação; assim também a vida do cristão já não é como a do mundo. O cristão é crítico em relação ao mundo: assume o que é valioso e rejeita o que não o é. Assim, ele encarna a ação salvífica de Cristo no mundo. * 12,1 cf. Rm 1,9; 15,16; 1Pd 2,5 * 12,2 cf. Rm 8,5; Ef 4,22-24; 5,10.17; Fl 1,9-10.

Evangelho: (Mt 16,21-27) O seguimento de Jesus: assumir sua cruz – Com a profissão de fé messiânica relacionam-se, nos três evangelhos sinóticos, a predição da Paixão e o tema do seguimento de Jesus no sofrimento. Pedro mostra-se, outra vez, porta-voz, mas, desta vez, da incompreensão diante do mistério. Que o Messias e sua Igreja devem sofrer é um ensinamento que sempre de novo terá que ser repetido e aprofundado. * Cf. Mc 8,31-38; Lc 9,22-26 * 16,21-23 cf. Mt 17,22-23; 20,17-19; Lc 9,44; 18,31-33; 24,7.44-46 * 16,24-26 cf. Lc 14,27; 17,33; Jo 12,25-26 * 16,27 cf. Mt 25,31; 2Ts 1,7.



“É proibido proibir”. Hoje em dia existe nada pode restringir o prazer e o poder. Privar-se de algum prazer é contrário ao que ensinam os grandes doutrinadores da sociedade – a publicidade, a televisão... “Chega de cristianismo triste! Para que sempre falar em cruz e sacrifício?”

No domingo passado vimos que Pedro, com entusiasmo, proclamou a fé em Jesus Messias. No evangelho de hoje, Jesus começa a ensinar que “o Filho do Homem” vai sofrer e morrer. Ao ouvir essas palavras, Pedro fica indignado. Mas Jesus o repreende, porque pensa segundo categorias humanas e não segundo o projeto de Deus. Ensina-lhe que, para segui-lo, é preciso assumir a cruz. Séculos antes, Jeremias já experimentara a estranha lógica de Deus. Ele disse abertamente que Deus o “seduziu” para a tarefa ingrata de ser profeta (1ª leitura).

Os critérios humanos se opõem ao modo de proceder de Deus. O homem envereda pelo sucesso e pela eficiência, Deus pelo dom da própria vida. O caminho de Jesus e de seus seguidores é convencer o mundo do amor de Deus.

Deus não deseja “sacrificar pessoas” (como é praxe em estratégias militares e políticas). Apenas deseja que sejam testemunhas de seu projeto. Mas os que não concordam com este projeto matam os profetas, os enviados de Deus, quando estes querem ser fiéis à sua missão. Exemplos disto não faltam em nosso mundo. Por isso, quando Pedro protesta contra a ideia da morte de Jesus, este o vê do lado do grande “adversário”, Satanás: “Vai para trás de mim, Satanás, tu és uma pedra de tropeço para mim”. Pedro deve ir atrás de Jesus, em vez de seduzi-lo para um caminho que não condiz com o projeto de Deus (Satanás significa sedutor). Pedro pensava num Messias de sucesso, Jesus pensa no Servo Sofredor de Deus, que liberta o mundo por sua dedicação até a morte.

A lição que Pedro recebe ensina-nos a olhar para Cristo, para ver nele a lógica de Deus; a olhar para os pobres, para ver neles o resultado da estratégia do Adversário... Pois o sucesso e a ganância produzem os porões de miséria.

Devemos analisar o sistema de Deus e o sistema do Adversário hoje. O sistema de Deus proíbe ao homem dominar seu irmão, porque Deus é o único “dono”; os sistemas contrários são baseados na dominação do homem pelo homem. Quem quiser ser mensageiro do reino de Deus experimentará na pele a incompatibilidade com os sistemas deste mundo (2ª leitura). O mensageiro de Deus, seguidor de Jesus, será rejeitado pela sociedade como “corpo alheio”. Tomando consciência disso, vamos rever nossa escala de valores e critérios de decisão. A mania do sucesso, o prazer de dominar, de aparecer, de mandar... já não valem. Vale agora o amor fiel, que assume a cruz, até o fim.

Pe. Johan Konings SJ 

domtotal.com.br


sábado, agosto 30, 2014

“Quem és tu?”

Verde. Sábado da 21ª Semana Tempo Comum 

Leituras
1ª Leitura - 1Cor 1,26-31
Salmo - Sl 32,12-13. 18-19. 20-21 (R. Cf. 12b)
Evangelho - Mt 25,14-30

Um dia desses vi um homem de seus trinta e tantos anos que caminhava pela rua vestindo uma camiseta preta com os seguintes dizeres em letras brancas: “Quem és tu?”. Isso fazia-me lembrar o famoso dito de Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo”.

Cada pessoa é um mistério. Posso bem imaginar que alguém respondesse mais ou menos assim à questão da camiseta: “Sou um homem, tenho tantos anos de vida, corro de um lado para outro muitas vezes simplesmente por correr, sem conhecer de fato o rumo de meus passos e sem consultar a bússola que deveria me orientar. Encontro gente, convivo com pessoas, converso com umas, evito as outras. Sou feito para a comunhão, para viver a intimidade da comunhão com pessoas. Não tolero uma solidão/isolamento. Sinto-me feito para a comunhão. Há coisas dilacerantes dentro de mim. Percebo uma lei estranha em minhas entranhas. Quero o bem e faço o mal. Crio divisão. Sou um mistério ambulante. Arrasto-me com o peso das coisas da carne. Estou vivendo o tempo dos dias maduros. Sinto que preciso rever projetos e reorientar as rotas encetadas. Meus olhos a tudo fotografam. Guardo as fotos na vida no baú da memória. Sinto-me feito para a beleza, para as coisas bonitas de verdade, essas coisas como o nascer e o por do sol, esses prados com rosas e azaleias, esse chão atapetado das pétalas dos ipês, essa ternura de uma peça de Debussy e o vigor de um concerto de Tchaikovsky. Arde dentro do meu peito uma saudade do infinito, do bem, de Deus, de onde eu vim e para onde eu vou. Sou bem mais do que minha conta bancária, minha eventual performance sexual. Necessito de olhares que me digam que eu existo. Existo para querer bem às pessoas e para que elas me acolham nos cantos mais íntimos de seus corações. Espero acolher esses seres que quero amar na sala acolhedora de minha intimidade. Existo para verdade. Não posso continuar uma fantasma largado na existência”.

franciscanos.org.br

quinta-feira, agosto 28, 2014

Santo Agostinho, Bispo de Hipona e Doutor da Igreja - 28/08

Branco. 5ª-feira da 21ª Semana Tempo Comum 
Sto. Agostinho BDr, memória

Leituras
1ª Leitura - 1Cor 1,1-9
Salmo - Sl 144,2-3. 4-5. 6-7. (R. Cf. 1b)
Evangelho - Mt 24,42-51

Nasceu em 13 de novembro do 354 em Tagaste, ao norte da África. O pai de Agostinho. Patrício, era um pagão de temperamento violento; mas, graças ao exemplo da Mônica, sua esposa, batizou-se pouco antes de morrer.

Embora Agostinho tenha ingressado ao catecumenato desde a infância, não recebeu o batismo, de acordo com os costumes da época. Em sua juventude se deixou arrastar pelos maus exemplos e, até os 32 anos, levou uma vida licenciosa, obstinado à heresia maniqueísta. Disso fala em seus "Confissões", que compreendem a descrição de sua conversão e a morte de Mônica, sua mãe.

Dita obra foi escrita para mostrar a misericórdia de Deus para um grande pecador, que por esta graça, chegou a ser também, e em maior medida, um grande santo. Mônica tinha ensinado a orar a seu filho desde menino, e lhe tinha instruído na fé, de modo que o próprio Agostinho que caiu gravemente doente, pediu que fosse conferido o batismo e Mônica fez todos os preparativos para que os recebesse; mas a saúde do jovem melhorou e o batismo foi diferido. O santo condenou mais tarde, com muita razão, o costume de diferir o batismo por medo de pecar depois de havê-lo recebido.

Com o saque de Roma pelo Alarico, no ano 410, os pagãos renovaram seus ataques contra o cristianismo, lhe atribuindo todas as calamidades do Império. Para responder a esses ataques, Santo Agostinho escreveu seu grande obra "A Cidade de Deus". Esta obra, é depois de "As Confissões", a obra mais conhecida do santo. Ela é não só uma resposta aos pagãos, mas também trata toda uma filosofia da história providencial do mundo. Logo depois de "As Confissões" escreveu também "As Retratações", onde expôs com a mesma sinceridade os enganos que tinha cometido em seus julgamentos.

Morreu em 28 de agosto de 430, aos 72 anos de idade, dos quais tinha passado quase 40 consagrado ao serviço de Deus.

acidigital.com


A ignorância do homem 
És tu, Senhor, quem me julga, porque ninguém conhece o que se passa no homem, a não ser o seu espírito que nele está, todavia há no homem coisas que até o espírito que nele habita ignora. Mas tu, Senhor, que o criaste, conheces todas as coisas. E eu, embora diante de ti me despreze e me considere como terra e cinza, sei algo de ti que ignoro de mim mesmo. É certo que agora vemos por espelho, em enigmas, e não face a face. Por isso, enquanto peregrino longe de ti, estou mais presente a mim do que a ti. Sei que em nada podes ser prejudicado, mas ignoro a que tentações posso resistir e a quais não posso. Todavia há esperança, pois és fiel, e não permites que sejamos tentados além de nossas forças; com a tentação, dás também meios para suportar, para que possamos resistir. 
Confessarei, portanto, o que sei de mim, e também o que de mim ignoro, porque o que sei de mim só o sei porque me iluminas, e o que de mim ignoro continuarei ignorando até que minhas trevas se transformem em meio-dia, em tua presença. 
CONFISSÕES, St Agostinho

quarta-feira, agosto 27, 2014

Santa Mônica - 27 de agosto

Branco. 4ª-feira da 21ª Semana Tempo Comum 
Sta. Mônica, memória

Leituras
1ª Leitura - 2Ts 3,6-10.16-18
Salmo - Sl 127,1-2. 4-5 (R. 1)
Evangelho - Mt 23,27-32

Mônica nasceu em Tagaste, atual Argélia, na África, no ano 331, no seio de uma família cristã. Desde muito cedo dedicou sua vida a ajudar os pobres, que visitava com freqüência, levando o conforto por meio da Palavra de Deus. Teve uma vida muito difícil. O marido era um jovem pagão muito rude, de nome Patrício, que a maltratava. Mônica suportou tudo em silêncio e mansidão. Encontrava o consolo nas orações que elevava a Cristo e à Virgem Maria pela conversão do esposo. E Deus recompensou sua dedicação, pois ela pôde assistir ao batismo do marido, que se converteu sinceramente um ano antes de morrer.

Tiveram dois filhos, Agostinho e Navígio, e uma filha, Perpétua, que se tornou religiosa. Porém Agostinho foi sua grande preocupação, motivo de amarguras e muitas lágrimas. Mesmo dando bons conselhos e educando o filho nos princípios da religião cristã, a vivacidade, inconstância e o espírito de insubordinação de Agostinho fizeram que a sábia mãe adiasse o seu batismo, com receio que ele profanasse o sacramento.

E teria acontecido, porque Agostinho, aos dezesseis anos, saindo de casa para continuar os estudos, tomou o caminho dos vícios. O coração de Mônica sofria muito com as notícias dos desmandos do filho e por isso redobrava as orações e penitências. Certa vez, ela foi pedir os conselhos do bispo, que a consolou dizendo: “Continue a rezar, pois é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas”.

Agostinho tornou-se um brilhante professor de retórica em Cartago. Mas, procurando fugir da vigilância da mãe aflita, às escondidas embarcou em um navio para Roma, e depois para Milão, onde conseguiu o cargo de professor oficial de retórica.

Mônica, desejando a todo custo ver a recuperação do filho, viajou também para Milão, onde, aos poucos, terminou seu sofrimento. Isso porque Agostinho, no início por curiosidade e retórica, depois por interesse espiritual, tinha se tornado frequentador dos envolventes sermões de santo Ambrósio. Foi assim que Agostinho se converteu e recebeu o batismo, junto com seu filho Adeodato. Assim, Mônica colhia os frutos de suas orações e de suas lágrimas.

Mãe e filho decidiram voltar para a terra natal, mas, chegando ao porto de Óstia, perto de Roma, Mônica adoeceu e logo depois faleceu. Era 27 de agosto de 387 e ela tinha cinquenta e seis anos.

O papa Alexandre III confirmou o tradicional culto a santa Mônica, em 1153, quando a proclamou Padroeira das Mães Cristãs. A sua festa deve ser celebrada no mesmo dia em que morreu. O seu corpo, venerado durante séculos na igreja de Santa Áurea, em Óstia, em 1430 foi trasladado para Roma e depositado na igreja de Santo Agostinho.

franciscanos.org.br



Santa Mônica - Oração

Ó Esposa e Mãe exemplar, Santa Mônica:
Tu que experimentastes as alegrias e as dificuldades da vida conjugal;
Tu que conseguiste levar à fé teu esposo Patrício, homem de caráter desregrado e irascível;
Tu que chorastes tanto e oraste dia e noite por teu filho Agostinho e não o abandonaste mesmo quando te enganou e fugiu de ti.
Intercede por nós, ó grande Santa, para que saibamos transmitir a fé em nossa família; para que amemos sempre e realizemos a paz.
Ajuda-nos a gerar nossos filhos também à vida da Graça; conforta-nos nos momentos de tristeza e alcaça-nos da Santíssima Virgem, Mãe de Jesus e Mãe nossa, a verdadeira paz e a Vida Feliz.
Santa Mônica, rogai por nós. Amém.

terça-feira, agosto 26, 2014

Jesus condena a hipocrisia

Verde. 3ª-feira da 21ª Semana Tempo Comum 

Leituras
1ª Leitura - 2Ts 2,1-3a.14-17
Salmo - Sl 95,10. 11-12a. 12b-13 (R. 13b)
Evangelho - Mt 23,23-26

A Lei é dom de Deus a seu povo.
“Hipócrita” é palavra utilizada para o ator de teatro que atua numa peça. Através da crítica à hipocrisia dos escribas e fariseus, que dizem mas não fazem, Jesus adverte os seus discípulos de não imitá-los. A Lei é dom de Deus a seu povo. Ela é dada por Deus para proteger a vida e a liberdade, de tal modo que o povo não volte a cair em nenhum tipo de escravidão. Nesse sentido, é inadmissível um modo de praticar a Lei que prescinda da misericórdia e do amor. Paradoxalmente, o que os escribas e fariseus exigem da prática da Lei escraviza, tira a liberdade e a capacidade de discernir. O legalismo, que é apego à letra da Lei, cega e fecha o coração para a necessidade dos semelhantes. Nas controvérsias galileanas de Marcos (2,1–3,6) percebe-se que os adversários de Jesus são dominados pela “esclerocardia”, pela dureza de coração. Para o fiel não pode existir a alternativa de fazer o bem ou fazer o mal, salvar uma vida ou perdê-la. Isso porque, como dissemos, a Lei visa proteger a vida, o que obriga o fiel ao bem e à defesa da vida. O interior (= coração) é mais importante que o exterior e a aparência. Importa a pureza do coração.

Carlos Alberto Contieri, sj


ORAÇÃO
Pai, dá-me pureza de coração para que do meu interior brotem a justiça, a misericórdia e a fidelidade, e assim, eu possa guiar meus semelhantes na caminhada para ti.

paulinas.org.br

segunda-feira, agosto 25, 2014

Ordem Franciscana celebra São Luís hoje - 25 de agosto

Neste ano, a Ordem Franciscana Secular comemora o jubileu do 8º centenário do nascimento de São Luís de França (Luís IX), seu padroeiro. Ele é festejado neste dia 25 de agosto pelos franciscanos por seus exemplos de caridade para com os pobres, pelas demonstrações de fé e por ter combatido as heresias em seu tempo.

Luís IX, rei da França nasceu aos 25 de abril de 1215. Foi educado rigidamente por sua mãe Branca de Castela e por ela encaminhado à santidade. Começou a ser rei da França em 1226. Casado com Margarida de Provença, ele impôs-se por toda vida exercício diário de piedade e penitência em meio de uma corte elegante e pomposa. Viveu na corte como o mais rígido monastério e tomou a todo o país como campo de sua inesgotável caridade. Quando o qualificavam de demasiado liberal com os pobres, respondia: “prefiro que meus gastos excessivos estejam constituídos por luminoso amor de Deus, e não por luxos para a vã glória do mundo”.

Sensível e justo, concedia audiência a todos debaixo do célebre bosque de Vincennes. Admirava-lhes sua serena justiça, objetiva supremo de seu reinado. A seu primogênito e herdeiro lhe disse uma vez: “preferiria que um escocês viesse da Escócia e governasse o reino bem e com lealdade, e não que tu meu filho, o governasse mal”. Toda sua vida sonhou em poder liberar a Terra Santa das mãos dos turcos. Por uma primeira cruzada promovida por ele terminou em fracasso. O exército cristão foi derrotado e dizimado pela peste. O rei caiu prisioneiro, precisamente a prisão de Luís IX foi o único resultado da expedição. As virtudes do rei impressionaram profundamente os muçulmanos, que o apontaram “o sultão justo”.

Em uma segunda expedição ao oriente, ele mesmo morreu de tifo em 1270. Antes de expirar mandou dizer ao Sultão de Túnez: “Estou resoluto a passar toda minha vida de prisioneiro dos sarracenos sem voltar a ver a luz, contanto que tu e teu povo possais fazer-se cristãos”.

Os terceiros franciscanos festejam neste dia 25 de agosto a seu patrono, São Luís, rei da França, ilustre coirmão na terceira Ordem da penitência. Foi sua mãe Branca de Castela que o encaminhou à santidade. Foi um terceiro franciscano que teve de Deus o encargo de exercitar a caridade em terras da França. Na história da França se recorda como um soberano sapientíssimo e também enérgico. O vemos praticar todas as obras de misericórdia convencional, traduz sua fé em ação e buscou no solo viver, e também governar segundo os preceitos da religião. São Luís IX, rei da França, morreu em 25 de agosto com a idade de 55 anos.

Os cruzados voltaram para a França trazendo o corpo do rei Luís IX, que já tinha fama e odor de santidade. O seu túmulo tornou-se um local de intensa peregrinação, onde vários milagres foram observados. Assim, em 1297 o papa Bonifácio VIII declarou santo Luís IX, rei da França, mantendo o culto já existente no dia de sua morte.

Muito do que atualmente se sabe sobre a vida de São Luís foi o que ficou registrado por Jean de Joinville, o seu principal biógrafo com a obra «A Vida de São Luís». Jean de Joinville era amigo, confidente e conselheiro do rei, e também foi uma das principais testemunhas no processo de canonização em 1297 pelo papa Bonifácio VIII. Duas outras biografias importantes foram escritas pelo confessor do rei, Godofredo de Beaulieu, e pelo seu capelão, Guilherme de Chartres, Grão-Mestre da Ordem dos Templários. A quarta notável fonte de informação é a biografia de Guilherme de Saint-Pathus, escrita usando o inquérito papal sobre a vida do rei para a sua canonização.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.
franciscanos.org.br

Como viver a castidade no casamento?

É possível viver a castidade dentro do matrimônio

Muitas pessoas acreditam que castidade significa abstinência sexual e, por isso mesmo, é uma virtude para o tempo de namoro e noivado. Porém, todo cristão é chamado a ser casto em seu estado de vida específico (celibato ou matrimônio). Surge então o desafio de entender o que seria a castidade dentro do casamento, e como ela funciona na prática. Para mim, três conceitos são essenciais para entendermos o que ela significa: fidelidade, doação e totalidade.

Todos nós sabemos que, no rito do matrimônio, é feita a promessa da fidelidade. Porém, gostaria de convidá-lo a olhar com outros olhos essa decisão. Fidelidade significa ser exclusivo de alguém, separar o que somos e a nossa afetividade sexual para uma única pessoa. É reservar o que temos de mais precioso para entregar àquele que se mostrou digno de nos receber por causa do seu amor (comprometido na saúde e na doença, na alegria e na tristeza…). Sendo o matrimônio nossa vocação, nos nossos esposos Deus colocou tudo o que é necessário para nos completar e nos saciar em todos os aspectos – também no sexual.

O outro é um tesouro escondido que encontramos, e pelo qual vendemos todos os nossos bens (incluindo outras pessoas). Costumo dizer para os noivos que deveriam olhar um para o outro e sentir: “Nossa, essa pessoa é um tesouro! Não posso perdê-la!”. Se estiver em dúvida sobre isso, não se case. A exclusividade não pode ser um peso, uma prisão! Ela é um ganho, uma sorte grande de ter encontrado alguém tão especial para dividir a vida.

A fidelidade não é algo prático (não trair) ou imposta pelo meio exterior. Para ser verdadeira deve nascer no interior e governar cada pensamento, cada sentimento da pessoa. Amo uma passagem onde Jesus surpreende os fariseus falando sobre o adultério. Ele diz: “Todo aquele que olhar para uma mulher com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela em seu coração”. Pense que loucura!

A pessoa não praticou nenhum ato, ninguém sabe que ela pensou aquilo, mas Jesus diz que ela já cometeu adultério (nem preciso dizer quão grave é a pornografia após entendermos isso). A verdadeira fidelidade é um voto feito a Deus, uma consagração da sexualidade. Algo pessoal e íntimo, que diz respeito a nós e a Deus. A nossa fidelidade não pode ser determinada pelas atitudes do outro (mesmo que ocorra traição da outra parte). A nossa fidelidade gerará santidade e realização em nós e trará segurança e paz para nossa casa.

Em relação à doação, precisamos ter em mente o conceito verdadeiro do sexo e da realização sexual (explicado em outro artigo). A doação na castidade matrimonial envolve não usar do sexo e do outro para a nossa satisfação, mas buscar a doação para tornar o outro realizado. Com isso, dentro da relação sexual não sobra espaço para o desrespeito, para as atitudes que fogem da natureza humana ou para a agressividade. Sendo vocação, a nossa entrega ao esposo é uma representação terrestre da nossa entrega ao próprio Deus. Ele se torna a representação viva de Cristo, a quem devemos respeito, amor, serviço e dedicação. Na vida sexual, a realização do outro é nosso dever, nosso objetivo. Por isso, vivemos a sexualidade não para nós, mas para o outro. Nessa entrega está nossa realização.

Para ser verdadeira, essa doação precisa envolver tudo o que somos, a nossa totalidade. Nosso intelecto, sentimentos, nossa história e corpo. Tudo aberto e disponível para o outro, para completá-lo. A relação sexual na total doação não pode ter limitação, precisa acolher tudo o que o outro é, inclusive na sua fecundidade. Por isso, um casal que se fecha aos filhos (usando métodos anticoncepcionais, por exemplo) está rejeitando um dom existente no outro. Não se doam por completo e, por isso, não vivem uma castidade real.

Deus fez o ser humano de forma que um casal é fértil durante um pequeno período em cada ciclo menstrual e em uma fase restrita da vida. Assim sendo, Ele permitiu que fosse possível a vida sexual nos outros dias e fases sem a geração de um novo filho. A fecundidade do outro é um dom, e se estou fechada a isso, não o estou acolhendo em sua totalidade.

Você deve ter percebido que a castidade no matrimônio é um grande desafio diário e para a vida toda. Ela é uma representação da própria fidelidade de Cristo à Igreja, e é um dom que deve ser pedido a Deus constantemente. Com certeza , gerará uma grande felicidade para aqueles que a conquistarem. Termino com uma frase linda do Catecismo da Igreja Católica: “A castidade comporta uma aprendizagem do domínio de si, que é uma pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara: ou o homem comanda suas paixões e obtém a paz ou se deixa subjugar por elas e se torna infeliz (§2339).”

Roberta Castro
Ginecologista e especialista em terapia familiar. Coordenadora do Ministério de Música e Artes da Renovação Carismática Católica no Estado do Espírito Santo.
cancaonova.com

domingo, agosto 24, 2014

A RESPONSABILIDADE DE PEDRO

21o Domingo do tempo comum
1ª Leitura: Is 22,19-23 
Sl 137 
2ª Leitura: Rm 11,33-36 
Evangelho: Mt 16,13-20 

1ª leitura: (Is 22,19-23) Eliacim recebe “as chaves” da casa de Davi – No meio dos oráculos de Isaías contra as nações pagãs encontramos os oráculos contra o prefeito do palácio, Sobna (cf. tb. 22,24-25). Ele tinha o poder das chaves da casa de Davi, isto é, a administração da família real, mas Deus a transferirá a Eliacim. * Cf. 2Rs 18,18; Ap 3,7; Jó 12,14; Mt 16,19.

2ª leitura: (Rm 11,33-36) Hino à insondável sabedoria de Deus, manifestada em Jesus Cristo – Rm 9–11 mostrou o espanto de Paulo diante do fato de, não Israel, mas as nações pagãs terem sido os primeiros a encontrar a salvação pela fé; mas mostrou também sua convicção de que Israel seguiria, afinal, o caminho das promessas, feitas em primeiro lugar a ele. Considerando agora o agir de Deus num olhar global, o espanto se transforma em admiração. * 11,33 cf. Is 55,8; Sl 139[138],6 * 11,34-35, cf. Is 40,13; Jó 15,8; Jr 23,18; 1Cor 2,16 * 11,36 cf. Cl 1,16-17.

Evangelho: (Mt 16,13-20) Profissão de fé de Pedro e “poder das chaves” – Jesus pergunta aos discípulos por sua fé, que deve ser diferente das opiniões do mundo (“os homens” x “mas vós”). Pedro responde por eles; como porta-voz, mostra que eles vislumbram sua missão de Messias, de Filho de Deus (cf. Mt 14,33). Jesus confirma Pedro na sua função de porta-voz da fé eclesial. Ele será, até o tempo da Parusia, o rochedo, o fundamento firme da Igreja, que deverá resistir a muitas investidas. * Cf. Mc 8,27-30; Lc 9,18-21 * 16,14 cf. Mc 6,14-15; Lc 9,7-8 * 16,16 cf. Mt 14,33; 27,54; Jo 1,49 * 16,17-19 cf. Jo 1,42; Ef 2,20; Mt 18,18; Jo 20,23; Is 22,22; Ap 3,7.

*** *** ***

Ponto alto dos evangelhos sinóticos é a profissão de fé de Pedro, em Cesareia de Filipe. Em Mt, este episódio é enriquecido com a narração da transferência do “poder das chaves” a Pedro, chefe dos Apóstolos. O significado dessa atribuição é ilustrado pela 1ª leitura, que narra a missão de Isaías junto a Sobna, prefeito do palácio (a cidade-templo de Jerusalém), para o depor de seu cargo e instalar no seu lugar Eliacim, filho de Helcias, “pondo sobre seus ombros as chaves da casa de Davi”. (Ao mordomo-prefeito cabia a tarefa de admitir ou recusar as pessoas diante do rei, como também a responsabilidade de sua hospedagem; daí ele ser chamado de “pai para os habitantes de Jerusalém”: aquele que dirigia a casa.)

Em Mt 15,13-20 (evangelho), a atribuição do “poder das chaves” a Simão Pedro é provocada por sua proclamação de fé messiânica em Jesus, em nome dos outros apóstolos. Simão pode ser o “pai” da comunidade: ele assume a responsabilidade. Jesus lhe dá o nome de Cefas, em grego Pedro, que significa “rocha”. A própria Igreja é comparada com uma cidade, contra a qual aquela outra (as “portas”, ou seja, a cidade do inferno), não tem poder algum. E o prefeito desta cidade é aquele que se responsabilizou pela profissão de fé messiânica, Simão. Ele tem o poder de ligar (= ordenar, obrigar) e desligar (= deixar livre), portanto, o dom do governo, ratificado por Deus (o que o responsável faz aqui na terra, Deus o ratifica no céu).

Como os v. 17-19 são típicos de Mt, e a 1ª leitura serve de ilustração exatamente destes versículos, pode-se considerar como tema especial deste domingo o poder de Pedro, ou melhor, sua “responsabilidade” (ele “respondeu” em nome dos outros). Mt traz alguns textos sobre Pedro que os outros evangelhos não trazem (Mt 14,28-31; 16,17-19). Pedro é quem responde pela fé da Igreja. Prefigura-se aqui o carisma – pois não é uma inspiração de “carne e sangue”, mas de Deus mesmo (v. 17) – de enunciar a palavra decisiva quando é preciso formular o que a Igreja indefectivelmente assume na sua fé. (A “infalibilidade papal” tem por objeto a fé que a Igreja quer conservar e expressar, mas não a fórmula considerada de modo meramente verbal.) O responsável tem também a última palavra no governo (disciplina), embora não em seu próprio nome, mas como mordomo da casa do Cristo. Neste sentido, é “vigário”, lugar-tenente de Cristo aqui na terra. O texto mostra também que Simão se tornou chefe pela iniciativa de Cristo (imposição do novo nome, que significa Chefe ou Rocha). Liderar a Igreja não pode ser uma ambição pessoal: na comunidade cristã não há lugar para tais ambições (cf. Mt 18,1-4; 20,24-28). Só porque o único Mestre e Senhor assim o quer, Pedro pode revestir esta responsabilidade; e do mesmo modo os seus sucessores. Daí que, desde o início, o Papa é escolhido, sob a invocação do Espírito Santo – provavelmente a mais antiga tradição ininterrupta de governo por eleição que existe no mundo! Osalmo responsorial sublinha, aliás, que Deus olha para os humildes ao distribuir os seus dons.

A 2ª leitura de hoje é o hino pelo qual Paulo conclui a parte doutrinal da Epístola aos Romanos, tendo versado durante onze capítulos sobre o Mistério da Salvação e da justificação gratuita pela graça de Deus e pela fé em Jesus Cristo. Depois de tanta meditação só lhe resta exclamar a imensurável profundidade deste mistério da graça. Deus não fica devendo a ninguém. “Quem primeiro deu-lhe o dom (a graça), para receber em troca?” (v. 33). Este hino cabe em qualquer circunstância de nossa vida. As orações participam do mesmo espírito de mistério e discreta alegria deste hino.


O “PODER DAS CHAVES”

O Papa detém o “poder das chaves”, dizemos. Mas que significa isso? A liturgia de hoje nos proporciona maior compreensão a respeito. Pela 1ª leitura aprendemos que “o poder das chaves” significa a administração da casa ou da cidade. O administrador do palácio do rei, Sobna, será substituído por Eliacim, o qual receberá “as chaves da casa de Davi”. No evangelho, Pedro, em nome dos doze apóstolos, proclama Jesus Messias e Filho de Deus. Jesus, em compensação, proclama Pedro fundamento da Igreja e confia-lhe “as chaves do reino dos Céus”. Dá-lhe também o poder de “ligar e desligar”, o que significa obrigar e deixar livre, ou seja, o poder de decisão na comunidade (em Mt 18,18, este poder é dado à Igreja como tal).

“As chaves do reino dos Céus” é uma figura que significa o ministério/serviço pastoral, portanto, uma realidade no nível da fé. Nesta expressão, “reino dos Céus” não é o céu como vida do além, mas o reino de Deus (os judeus chamavam a Deus de “os Céus”). Trata-se do reino de Deus entendido como comunidade, contraposta às “portas do inferno”, a cidade do Satanás, que não prevalecerá contra a comunidade da qual Pedro recebe as chaves. Trata-se, pois, de duas cidades que se enfrentam aqui na terra. Pedro é o prefeito da cidade de Deus aqui na terra.

Pedro, respondendo pelos Doze, administra as responsabilidades da fé e da evangelização. Na medida em que a Igreja realiza algo do reino de Deus neste mundo, Jesus pode dizer que Pedro tem “as chaves do reino dos Céus”, isto é, do domínio de Deus. Ele administra a comunidade de Deus no mundo. Quem exerce este serviço hoje é o papa, bispo de Roma e sucessor de Pedro.

Mas já os antigos romanos diziam: o prefeito não deve se meter nas mínimas coisas. Pedro e seus sucessores não exercem sua responsabilidade sozinhos. A responsabilidade ordinária está com os bispos como pastores das “igrejas particulares” (= dioceses). Pedro e seus sucessores devem cuidar especificamente dos problemas que dizem respeito atodas as igrejas particulares. O Papa é o “Servo da Unidade”.

Há quem não gosta de que se fale em “poder” na Igreja; muito menos, no poder papal. Mas quem já teve de coordenar um serviço sabe que precisa de autoridade, pois, senão, nada acontece. No desprezo da “administração pastoral” da Igreja pode haver um quê de antiautoritarismo juvenil. Aliás, os jovens de hoje, pelo menos de modo confuso, já estão cansados do antiautoritarismo e percebem a falta de autoridade. Sem cair no autoritarismo de épocas anteriores, convém ter uma compreensão adequada da autoridade como serviço na Igreja. O evangelho nos ensina que essa autoridade tem um laço íntimo com a fé. Pedro é responsável pelo governo porque “respondeu pela fé” dos Doze.

Por outro lado, se é verdade que Pedro e seus sucessores têm a última palavra na responsabilidade pastoral, eles devem também escutar as “penúltimas” palavras de muita gente. Devemos chegar a uma obediência adulta na Igreja: colaborar com os responsáveis num espírito de unidade, sabendo que se trata de uma causa comum, que não é nossa, mas de Deus. Nem mistificação da autoridade, nem anarquia.

(O Roteiro Homilético é elaborado pelo Pe. Johan Konings SJ – Teólogo, doutor em exegese bíblica, Professor da FAJE. Autor do livro "Liturgia Dominical", Vozes, Petrópolis, 2003. Entre outras obras, coordenou a tradução da "Bíblia Ecumênica" – TEB e a tradução da "Bíblia Sagrada" – CNBB. Konings é Colunista do Dom Total. A produção do Roteiro Homilético é de responsabilidade direta do Pe. Jaldemir Vitório SJ, Reitor e Professor da FAJE.)

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sábado, agosto 23, 2014

Santa Rosa de Lima, Virgem (festa Universal) - 23 de agosto

Branco. Santa Rosa de Lima, virgem, Festa

Leituras
1ª Leitura - 2Cor 10,17-11,2
Salmo - Sl 148,1-2.11-13a.13c-14 (R. Aleluia ou cf. 12a.13a)
Evangelho - Mt 13,44-46


Terciária dominicana, padroeira da América Latina (1586-1617)

Isabel Flores y de Oliva nasceu na cidade de Lima, capital do Peru, no dia 20 de abril de 1586. A décima dos treze filhos de Gaspar Flores e Maria de Oliva. À medida que crescia com o rosto rosado e belo, recebeu dos familiares o apelido de Rosa, como ficou conhecida. Seus pais eram ricos espanhóis que se haviam mudado para a próspera colônia do Peru, mas os negócios declinaram e eles ficaram na miséria.

Ainda criança, Rosa teve grande inclinação à oração e à meditação, sendo dotada de dons especiais de profecia. Já adolescente, enquanto rezava diante da imagem da Virgem Maria, decidiu entregar sua vida somente a Cristo. Apesar dos apelos da família, que contava com sua ajuda para o sustento, ela ingressou na Ordem Terceira Dominicana, tomando como exemplo de vida santa Catarina de Sena. Dedicou-se, então, ao jejum, às severas penitências e à oração contemplativa, aumentando seus dons de profecia e prodígios. E, para perder a vaidade, cortou os cabelos e engrossou as mãos, trabalhando na lavoura com os pais.

Aos vinte anos, pediu e obteve licença para emitir os votos religiosos em casa e não no convento, como terciária dominicana. Quando vestiu o hábito e se consagrou, mudou o nome para Rosa e acrescentou Santa Maria, por causa de sua grande devoção à Virgem Maria, passando a ser chamada Rosa de Santa Maria.

Construiu uma pequena cela no fundo do quintal da casa de seus pais, levando uma vida de austeridade, de mortificação e de abandono à vontade de Deus. A partir do hábito, ela imprimiu ainda mais rigor às penitências. Começou a usar, na cabeça, uma coroa de metal espinhento, disfarçada com botões de rosas. Aumentou os dias de jejum e dormia sobre uma tábua com pregos. Passou a sustentar a família com as rendas e bordados que fazia, pois seu confessor consentiu que ela não saísse mais de sua cela, exceto para receber a eucaristia. Vivendo em contínuo contato com Deus, atingiu um alto grau de vida contemplativa e experiência mística, compreendendo em profundidade o mistério da Paixão e Morte de Jesus.

Rosa cumpriu sua vocação, devotando-se à eucaristia e à Virgem Maria, cuidando para afastar o pecado do seu coração, conforme a espiritualidade da época. Aos trinta e um anos de idade, foi acometida por uma grave doença, que lhe causou sofrimentos e danos físicos. Assim, retirou-se para a casa de sua benfeitora, Maria de Uzátegui, agora Mosteiro de Santa Rosa, para cumprir a profecia de sua morte. Todo ano, ela passava o Dia de São Bartolomeu em oração, pois, dizia: "este é o dia das minhas núpcias eternas". E assim foi, até morrer no dia 24 de agosto de 1617. O seu sepultamento parou toda a cidade de Lima.

Muitos milagres aconteceram por sua intercessão após sua morte. Rosa foi beatificada em 1667 e tornou-se a primeira santa da América Latina ao ser canonizada, em 1671, pelo papa Clemente X. Dois anos depois, foi proclamada Padroeira da América Latina, das Filipinas e das Índias Orientais, com a festa litúrgica marcada para o dia 23 de agosto. A devoção a santa Rosa de Lima propagou-se rapidamente nos países latino-americanos, sendo venerada pelos fiéis como Padroeira dos Jardineiros e dos Floristas.

Fonte: Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente, Mario Sgarbossa, Paulinas.

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sexta-feira, agosto 22, 2014

22 de Agosto - Nossa Senhora Rainha

"O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra; por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus". Disse, então, Maria: "Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!" Lc. 1,37-38.

Ainda Lucas, nos Atos dos Apóstolos, coloca Maria no meio dos apóstolos, recolhida com eles em oração. Ela constitui o vínculo que mantém unidos ao Ressuscitado aqueles homens ainda não robustecidos pelos dons do Espírito Santo. Pois a sua extraordinária humildade e fé total na palavra do anjo, que fez descer sobre a Terra um Deus ainda mais humilde do que ela. E, através de suas virginais virtudes e pureza de coração, Maria ficou ainda mais próxima de seu Filho. 

Maria é Rainha, porque é a Mãe de Jesus Cristo, o Rei. Ela é Rainha porque supera todas as criaturas em santidade. "Ela encerra em si toda a bondade das criaturas", diz Dante na Divina Comédia. 

Tudo que se refere ao Messias traz a marca da divindade. Assim, todos os cristãos vêem em Maria a superabundante generosidade do amor divino, que a acumulou de todos os bens. A Igreja convida o povo a invocá-la não só com o nome de Mãe, mas também com aquele de Rainha, porque ela foi coroada com o duplo diadema, de virgindade e de maternidade divina.

A Virgem Maria Rainha resplandece em todos os tempos, no horizonte da Igreja e do mundo, como sinal de consolação e de esperança segura para todos os cristãos, já cobertos pela dignidade real do Senhor através do Batismo.

O Papa Pio XII instituiu em 1955 a festa da Virgem Maria Rainha, como consequência daquela de Cristo Rei. Inicialmente era celebrada no dia 31 de maio, mês de Maria, encerrando as comemorações com o coroamento desta singular devoção. O dia 22 de agosto era reservado à homenagem ao Coração Imaculado de Maria. Mas, a Igreja desejando aproximar a festa da realeza de Maria à da sua gloriosa assunção ao céu, inverteu estas datas a partir da última reforma do seu calendário litúrgico em 1969.

paulinas.org.br

quinta-feira, agosto 21, 2014

Vocação é um chamado amoroso de Deus, explica bispo

No mês dedicado às vocações, bispo explica o significado dessa palavra e como ela deve ser vivida pelos fiéis

A origem do termo vocação é muito bonita. A palavra vocação vem do latim vocare, chamar. Mas, não é uma chamada ou uma convocação, habitualmente como se faz em outras esferas da vida civil e militar.

Esta palavra na boca de Deus tem uma expressão muito própria. Chamar para Deus é igual a amar. O Papa São João Paulo II quando esteve aqui no Brasil em 1980 na sua primeira viagem em terras brasileiras, falou justamente isso: “aquele que ama, é o mesmo que chama”. Para Deus, chamar e amar é a mesma coisa. Assim sendo a vocação não é uma convocação, não é uma eleição, não é uma escolha cumprir um trabalho, mas a vocação é uma chamada amorosa de Deus, que requer da parte do homem e da mulher uma resposta de amor.

A vocação só se entende dentro desse significado original da palavra. É uma relação de amor entre Deus e a criatura humana, entre a criatura humana e Deus, para que se possam realizar os planos de Deus em relação à vida das pessoas, à vida da Igreja e à vida da humanidade.

Por isso mesmo, a vocação deve ser conhecida e divulgada, porque às vezes quando alguém é vocacionado, por exemplo, chamado para o sacerdócio, para uma vocação religiosa ou matrimonial, ou para a vocação em diversos âmbitos da Igreja, pode parecer que Deus mudou a vida de alguém, complicando seus planos pessoais. Não! Deus comunicou com essa chamada de amor um caminho para a pessoa ser feliz, para que o seu papel no meio da sociedade e dentro da Igreja fosse realmente uma missão, que dará para a vida de outras pessoas uma luz para que elas também descubram a sua vocação. A maior graça que Deus nos dá, depois de ter-nos criado, é a de ter-nos chamado para desempenhar um papel dentro dos seus projetos. É isto que tem que se destacar.

Uma chamada de Deus é para o bem das pessoas. Deus nunca nos impõe nenhuma vocação. A vocação é assim como uma paisagem muito bonita que as pessoas têm dentro dos olhos. Se elas não abrirem os olhos, aquela paisagem apesar de ser muito bonita, não vai ter nenhuma repercussão na vida da pessoa. É preciso abrir os olhos da liberdade, é preciso querer o querer de Deus, querer a vontade de Deus. Se Deus é amor e Deus é Pai, Ele não pode querer outra coisa senão para o bem da pessoa.

Também é preciso estar disposto para a chamada divina, isto é, deve-se ter as disposições interiores para acolher esta chamada divina, como aquela imagem do Evangelho, que fala da terra boa, isto é, do coração bom, do coração que está preparado para responder ao Amor com o amor humano. Esta disposição é fruto de muitas atitudes, de muitos momentos de nossa vida, de muita formação. Então, não se pode querer responder com liberdade à vocação que Deus dá a uma pessoa sem estar formado para este momento.
A vocação é gratuita. Não tem nenhum mérito da pessoa. Deus chama na hora que a pessoa está disposta para ele. E esta disposição supõe toda uma preparação, uma formação, sobre qual deve ser o papel de cada pessoa dentro do mundo, mostrando assim o sentido pleno da vida.

Vocação divina é para toda a vida, não é para um período da vida, nem para algumas horas do dia. A vocação cristã, a vocação matrimonial, a vocação sacerdotal, a vocação religiosa, a vocação do leigo, de alguma instituição, movimento, nova comunidade deve preencher a vida toda.

Essa preparação e essa liberdade devem estar muito bem afinadas para o momento de Deus, quando Ele toca o coração, e da parte da pessoa ela deve responder e manter a sua resposta ao longo de toda vida, com a graça de Deus, continuando a formação, atualizando a suas disposições e a sua liberdade para o que Deus quer realizar através dela.

É muito bonita a vida de uma pessoa que é consciente do valor de sua vocação e a vive com liberdade e com a disposição adequada, porque aí Deus brilha, Deus realiza nele grandes obras.

Dom Antonio Augusto Dias Duarte
Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro

cancaonova.com

quarta-feira, agosto 20, 2014

Papa: “O perdão é a porta que leva à reconciliação”

HOMILIA
Viagem Apostólica à Coreia do Sul
Santa Missa pela paz e reconciliação
Catedral de Myeong-dong, Seul
Segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Queridos irmãos e irmãs!

A minha estadia na Coreia está chegando ao fim e não posso deixar de agradecer a Deus pelas muitas bênçãos que concedeu a este amado país e, de maneira particular, à Igreja na Coreia. Dentre tais bênçãos, conservo de modo especial a experiência que vivemos juntos nestes últimos dias, da presença de tantos jovens peregrinos originários de todas as partes da Ásia. O seu amor por Jesus e o seu entusiasmo pela propagação do seu Reino foram uma inspiração para todos.

A minha visita culmina agora nesta celebração da Santa Missa, em que imploramos de Deus a graça da paz e da reconciliação. Esta oração reveste-se de particular ressonância na Península Coreana. A Missa de hoje é, sobretudo e principalmente, uma oração pela reconciliação nesta família coreana. Jesus diz-nos, no Evangelho, como é poderosa a nossa oração, quando dois ou três se reúnem em seu nome para pedir qualquer coisa (cf. Mt 18, 19-20). Muito mais o será, quando um povo inteiro eleva a sua instante súplica ao céu!

A primeira leitura apresenta a promessa feita por Deus de restaurar na unidade e na prosperidade um povo disperso pela desgraça e a divisão. Para nós, como para o povo de Israel, é uma promessa cheia de esperança: indica um futuro que Deus está desde já preparando para nós. Mas esta promessa está inseparavelmente ligada com um mandamento: o mandamento de retornar a Deus e obedecer de todo o coração à sua lei (cf. Dt 30, 2-3). O dom divino da reconciliação, da unidade e da paz está inseparavelmente ligado à graça da conversão: trata-se de uma transformação do coração, que pode mudar o curso da nossa vida e da nossa história, como indivíduos e como povo.

Nesta Missa, naturalmente escutamos essa promessa no contexto da experiência histórica do povo coreano, uma experiência de divisão e conflito que já dura há mais de 60 anos. Mas o premente convite de Deus à conversão chama também os seguidores de Cristo na Coreia a examinarem-se sobre a qualidade da sua contribuição para a construção duma sociedade justa e humana. Chama cada um de vós a refletir sobre o testemunho que dá, como indivíduo e como comunidade, de compromisso evangélico com os desfavorecidos, os marginalizados, com aqueles que não têm emprego ou estão excluídos da prosperidade que muitos usufruem. Chama-vos, como cristãos e como coreanos, a repelir com firmeza uma mentalidade fundada sobre a suspeita, a confrontação e a competição, optando antes por favorecer uma cultura plasmada pelo ensinamento do Evangelho e pelos mais nobres valores tradicionais do povo coreano.

No Evangelho de hoje, Pedro pergunta ao Senhor: «Quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?» O Senhor responde: «Digo-te, não até sete vezes, mas até setenta vezes sete» (Mt 18, 21-22). Estas palavras tocam o coração da mensagem de reconciliação e de paz indicada por Jesus. Obedientes ao seu mandamento, pedimos diariamente ao nosso Pai do Céu que perdoe os nossos pecados, «assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido». Mas, se não estivéssemos prontos a fazer o mesmo, como poderíamos honestamente rezar pela paz e a reconciliação?

Jesus pede-nos para acreditar que o perdão é a porta que leva à reconciliação. Quando nos manda perdoar aos nossos irmãos sem qualquer reserva, pede-nos para fazer algo de totalmente radical, mas dá-nos também a graça de o cumprir. Aquilo que, visto duma perspectiva humana, parece ser impossível, impraticável e às vezes até repugnante, Jesus torna-o possível e frutuoso com a força infinita da sua cruz. A cruz de Cristo revela o poder que Deus tem de superar toda a divisão, curar toda a ferida e restaurar os vínculos originais de amor fraterno.

Assim, a mensagem que vos deixo no final da minha visita a Coreia é esta: tende confiança na força da cruz de Cristo; acolhei nos vossos corações a sua graça reconciliadora e partilhai-a com os outros. Peço-vos que deis um testemunho convincente da mensagem reconciliadora de Cristo nas vossas casas, nas vossas comunidade e em todas as esferas da vida nacional. Estou confiante que vós, num espírito de amizade e cooperação com os outros cristãos, com os seguidores de outras religiões e com todos os homens e mulheres de boa vontade que têm a peito o futuro da sociedade coreana, sereis fermento do Reino de Deus nesta terra. Então, as nossas orações pela paz e a reconciliação subirão até Deus de corações mais puros e, pelo dom da sua graça, hão-de alcançar aquele bem precioso por que todos suspiramos.

Por isso, rezemos pelo aparecimento de novas oportunidades de diálogo, encontro e superação das diferenças, por uma incessante generosidade na prestação de assistência humanitária aos necessitados, e por um reconhecimento sempre mais vasto de que todos os coreanos são irmãos e irmãs, membros duma única família e dum único povo.

Antes de deixar a Coreia, quero agradecer à Senhora Presidente da República, às Autoridades civis e eclesiásticas e a todos aqueles que de alguma forma ajudaram a tornar possível esta visita. De modo especial, quero dirigir uma palavra de gratidão pessoal aos sacerdotes da Coreia, que diariamente se empenham no serviço do Evangelho e na edificação da fé, da esperança e da caridade do Povo de Deus. A vós, como embaixadores de Cristo e ministros do seu amor de reconciliação (cf. 2 Cor 5, 18-20), peço que continueis a construir laços de respeito, confiança e cooperação harmoniosa nas vossas paróquias, entre vós e com os vossos Bispos. O vosso exemplo de um amor sem reservas ao Senhor, a vossa fidelidade e dedicação ao ministério, bem como o vosso empenhamento caritativo com os necessitados contribuem enormemente para a obra de reconciliação e paz neste país.

Queridos irmãos e irmãs, Deus chama-nos a voltar para Ele e a escutar a sua voz, e promete estabelecer-nos sobre a terra numa paz e prosperidade maiores, como os nossos antepassados nunca conheceram. Possam os seguidores de Cristo na Coreia preparar a alvorada daquele dia novo em que esta terra do calmo amanhecer gozará das mais ricas bênçãos divinas de harmonia e de paz! Amém.

franciscanos.org.br

terça-feira, agosto 19, 2014

RETIRO DOS MINISTROS DA SAGRADA EUCARISTIA

Comunicado

A coordenação do M.E.S.C do Convento Santo Antônio realizará no próximo domingo (24/08) o 1º retiro espiritual dos M.E.S.C junto com a comunidade da Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, Comunidade Católica Maria Mater Familia e a pastoral Ronda Paz e Bem do Convento Santo Antônio.

Que acontecerá na Comunidade Filhos de Santana partir das 08h30, o pregador será Frei João Batista.

Em caso de dúvidas ou para mais informações, procurar a Coordenação.

Data: 24/08/2014
Horário: 08h30 
Local: Comunidade Filhos de Santana

segunda-feira, agosto 18, 2014

FALTA-TE ALGO!

“Um povo grande e sábio não se limita a amar as suas tradições ancestrais, mas valoriza também os seus jovens, procurando transmitir-lhes a herança do passado que aplica aos desafios do presente”. ( Papa Francisco )

DIA 18 DE AGOSTO - SEGUNDA-FEIRA
XX SEMANA DO TEMPO COMUM 
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)

Leituras
1ª Leitura - Ez 24,15-24
Salmo - Dt 32,18-19. 20. 21 (R. Cf. 18a)
Evangelho - Mt 19,16-22

O apego exagerado aos bens materiais é um terrível empecilho para o seguimento de Jesus. A dinâmica deste seguimento vai exigindo rupturas sempre mais radicais. Quem não está livre para fazê-las, ficará na metade do caminho.
Na piedade judaica tradicional, a observância dos mandamentos da Lei mosaica era o primeiro passo a ser dado pelo fiel. Muitos se contentavam com este primeiro passo. Outros, como era o caso de uma tendência do farisaísmo, reduzia a observância do Decálogo a pura exterioridade. Os mestres da Lei, por sua vez, detinham-se em interpretações minuciosas dos mandamentos, complicando ainda mais a observância deles.
O mero cumprimento dos mandamentos não é suficiente para tornar alguém discípulo do Reino e herdeiro da vida eterna.
Jesus desafiou um jovem a desfazer-se de tudo quanto possuía, distribuindo seus bens entre os pobres, para fazer-se discípulo do Reino e tornar-se herdeiro da vida eterna. O rapaz, que havia sido fiel em guardar os mandamentos, não se sentiu preparado para fazer o que lhe faltava. O apego aos seus bens impediu-o de aceitar a sugestão de Jesus. E foi-se embora todo perturbado! Quem talvez esperasse um elogio acabou desiludido por ter sido incapaz de optar pela liberdade radical.

Oração
Senhor Jesus, que eu não me apegue aos bens deste mundo, para ser livre de acolher tua sugestão: dar um passo mais e seguir-te como discípulo.

domtotal.com.br

domingo, agosto 17, 2014

Festa da Assunção de Nossa Senhora


“Alegremo-nos todos, Maria foi levada ao céus!”.

1.Acolhida.
A devoção e o culto a Nossa Senhora Aparecida é marca do Povo brasileiro, aliás, devoção elogiada pelo próprio Papa Francisco. Parece que, pelos caminhos de Maria chega-se mais facilmente a Jesus, o único Caminho, a única Verdade e a única verdadeira Vida.

A festa da Assunção de Maria é recente no Calendário litúrgico da Igreja, mas é devoção cristã antiga, desde o começo da História da Igreja. Maria sempre foi obediente a Deus; por isso, acolheu o pedido de seu Filho Jesus, na hora de sua morte: “Mulher, eis aí o seu filho!” (Jo 19,26). Ela nos acolhe amorosamente como filhos seus!

E na pessoa do Apóstolo João estávamos presentes junto à Cruz de Jesus e dele recebemos a ordem de acolher Maria em nossa casa! (Jo 19, 27. A devoção a Maria não é apenas um sentimento humano e uma devoção brasileira: a “Devoção a Maria” é obediência a Cristo!

2.Palavra de Deus.
Ap 11,19;12,1.3-6.10 – A mulher do Apocalipse refere-se à Virgem Maria (Mãe de Jesus) e à Igreja, que gera os cristãos, discípulos de Jesus. O dragão, símbolo do mal e do Império Romano, perseguidor dos cristãos, tem poder, mas não é um poder absoluto. Ele não consegue terminar com a Igreja e muito menos com o “Filho da Mulher” , Jesus!
1Co 15,20-27 – Jesus Cristo ressuscitou por primeiro, mas seus discípulos haverão de segui-lo. A Virgem Maria, Mãe de Jesus, é privilegiada, tem sua ressurreição antecipada, abre a procissão dos redimidos, que entram na glória eterna! É privilégio da mãe e poder do Filho que, ressuscita e glorifica sua própria Mãe, a Virgem Maria.
Lc 1,39-56 – A Virgem Maria é missionária desde o início de sua caminhada: levou Jesus (ainda em seu seio) para santificar o Precursor, João Batista, igualmente, no seio da velha Izabel, que exclama: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto de teu ventre!”

3.Reflexão.
• Celebramos a glorificação de Maria, a primeira ressuscitada pelo poder de Jesus! Ele, Jesus, é o primeiro a ressuscitar; mas há uma ordem neste processo: “Primeiro, Cristo, depois aqueles que pertencem a Cristo, por ocasião de sua vinda!” (1Co 15,23). a Mãe de Jesus tem a ressurreição antecipada, exatamente, por ser “a Mãe do meu Senhor!”.
• Os cristãos, perseguidos pelo Império Romano, precisavam desta revelação – “A Mulher vestida de sol” (...) que dá à luz um Filho que irá reger todas as nações (...) e que o dragão não conseguirá jamais devorá-lo!” O império do mal é poderoso, mas não o suficiente para devorar a Igreja de Jesus! Esta verdade valia para os cristãos do final do I Século, mas, vale, igualmente, para os cristãos de todos os tempos! Vale, também, para nós! O mal é poderoso, mas sua destruição já foi decretada pela ressurreição de Jesus, Senhor da vida e da morte – Jesus ontem, hoje e sempre!

• Maria, a Mulher vestida de sol! Caminha na terra como aquela que acreditou; por isso, Ela será bendita e glorificada por todas as gerações! O segredo de Maria está na sua humildade e na sua fé: Esvaziou-se de qualquer pretensão e Deus a encheu de graça (vestida de sol) e a tornou poderosa ( a lua e a coroa de 12 estrelas). São símbolos significativos e ilustrativos! Ela brilha no céu como Rainha!

• Isabel, velha estéril,mas, repleta do Espírito Santo, profetiza exaltando a glória da humilde mulher que acreditou na Palavra de Deus; por isso,”Todas as gerações me chamarão de bem-aventurada, pois, o todo poderoso fez grandes coisas por mim!” (Lc 1,48). Quem não venera Maria, não é obediente a Cristo!

capuchinhosrs.org.br

sábado, agosto 16, 2014

A esperar um grande amor

“Um povo grande e sábio não se limita a amar as suas tradições ancestrais, mas valoriza também os seus jovens, procurando transmitir-lhes a herança do passado que aplica aos desafios do presente”. Papa Francisco


Leituras
1ª Leitura - Ez 18,1-10.13b.30-32
Salmo - Sl 50,12-13. 14-15. 18-19 (R. 12a)
Evangelho - Mt 19,13-15


O que vale a pena possuir vale a pena esperar
Como é bom falar de namoro, de sentimentos, de declarações de amor! Mexe com a gente, não é? Entrar no Facebook de seus amigos e ver estampado na capa: ‘Em relacionamento sério’… A aventura do amor continua e sempre continuará a mexer com nosso coração! Mas, ao se aventurar, você pode parar por um instante e dizer para mim: “Adriano, é tudo muito lindo, mas não acredito que isso seja possível. Estou encalhado(a) há tempos e cansei de esperar. A fase de solteiro (a) está durando há anos!”
Calma, calma, não brigue assim. O que tenho a dizer primeiramente a você é: Tire de sua vida a palavra “encalhado”! Cristão não fica encalhado, quem encalha é baleia; cristão se reserva para o melhor momento e a melhor pessoa.
Quantas vezes, em um casamento ou em uma festa importante, encontramos bem grande um aviso: “Reservado”. Ou chegamos a um supermercado e, no setor da adega, um vinho apresenta o seguinte rótulo: “Reserva de…”. A primeira impressão é a de que pessoas importantes vão usufruir daquilo que foi separado, escolhido, preparado e reservado.
Não quero apenas dizer que você está reservado (a), mas que existe uma pessoa separada, escolhida, preparada e reservada para aparecer na hora certa. Isso se o seu chamado for viver o amor a dois. Lembre-se sempre que todos têm direito ao Amor Maior.
Encalhado é uma palavra tão baixa que ninguém deveria ser rotulado assim. A baleia, quando “encalha”, na maioria das vezes, não consegue soltar-se, fica presa e se fere até morrer. O cristão que se reserva se garante, sabe dar sentido aos sentimentos e sempre tem esperança! Uma esperança que não decepciona.
Você está encalhado(a)? Não está. Pense diferente. Pense assim: “Você está “reservado(a)”. Você é muito importante, e só pessoas importantes podem usufruir, só a pessoa certa pode ter acesso a você.” Não se deixe levar por essa onda, mas se assuma como “reservado(a)”. Como disse Santa Edith Stein: “O que vale a pena possuir vale a pena esperar”.
Você pode até estar sozinho (a), mas não porque ninguém apareceu. Você é quem optou por não ficar com qualquer um (a), pois você não é qualquer um! Há um velho ditado que cai bem aqui: “Antes só do que mal acompanhado”.
É o momento de você ler tudo isso e valorizar-se mais para o grande amor! Não se deprecie por não ter encontrado alguém, por ainda não ter aparecido quem realmente o mereça! Assim você se reserva.
Mas, nesse tempo, como você tem esperado? Qual a qualidade da sua espera? Contarei um fato que aconteceu comigo e me fez pensar na qualidade e no modo como vivemos o “tempo de espera”.
Um dia, aconteceu algo muito interessante. Magda, Tiago (irmãos de comunidade) e eu voltávamos de viagem. Estávamos muito cansados e a vida resolveu nos presentear com uma bela tarde de “retiro”. A começar com o bilhete do voo de duas horas, que apresentava, em sua impressão, cinco de voo, ou seja, com escalas. Até então tudo bem. O fato estava ali e era vivê-lo. Feito o check in, fomos à sala de embarque. Quando conferimos o voo no painel de horários, lemos: “Voo com atraso de, no mínimo, duas horas”. Nessa hora, rimos para não chorar e tivemos de esperar!
Magda e Tiago resolveram assistir a um filme. Eu decidi esperar o tempo lendo um livro que me ajudaria como referência bibliográfica para escrever “Quero um Amor Maior” (indico, viu?), um livro que escrevi há três anos. O tempo foi passando.
Certo momento, o Tiago levantou-se, pegou nossas malas e um isopor com abará (comida baiana), que estava levando para Meiriane, uma outra irmã de comunidade, a fim de dar lugar para uma família que havia chegado. Nessa hora, o isopor tombou. O gelo, que estava dentro dele, havia virado água e se espalhado pelo chão. Que vergonha!
Deixamos, ali, o isopor e as malas; depois, fomos pedir ajuda a uma senhora da limpeza, que me disse: “Esse abará não chegará bom. É muito tempo fora da geladeira!”. Não pensei duas vezes e disse a ela: “Pode ficar com ele. É um presente”. Que sorriso lindo vi naquele rosto! Estávamos levando o abará para Meiriane, mas “o tempo” não era suficiente para o conservar.
Você deve estar se perguntando onde eu quero chegar com essa história. Fiquei irritado, o cansaço, o sono e as situações me tiraram a paz. Resolvi tuitar. De maneira espontânea mandei a seguinte mensagem: “O tempo de espera e como esperamos revela o nível de maturidade que temos. #vooatrasado”.
Minha mensagem teve tantos RTs que li de novo e fui entender o que havia escrito. E conclui, realmente, que o tempo de espera e a maneira como o vivo me revela e revela minha maturidade. Fiquei pensando que quanto mais imaturo somos, menos sabemos esperar. Um exemplo são as crianças, que fazem birra quando precisam esperar algo por cinco minutos.
A agitação, o “jeitinho”, a raiva etc., são sintomas de nossa imaturidade quando a vida nos propõe a espera. Fiquei muito intrigado com o que escrevi e percebi que há muita coisa a se desvendar sobre o “tempo de espera” e como esperar por alguma coisa.
Aquele atraso no aeroporto me possibilitou, apesar das contrariedades, fazer mais feliz aquela senhora da limpeza. E assim vivi uma boa tarde de “retiro”.
Agora, deixo para você esse barulho: Como você vive o tempo de espera? Como vive a fase de “solteiro”? Será que vale a pena dar um “jeitinho” de encurtar a espera, sair por aí sem dimensão do dom que você é e se sujeitar a ficar com a(o) primeira(o) que aparecer? Será que está irritado por não conseguir encontrar alguém e assim tem perdido a oportunidade de ser uma pessoa mais amável? A irritação o transformou em alguém irritante e murmurador? Ou será que, na pior das hipóteses, você tem esperado de braços cruzados, aguardando que alguém caia do céu?
A pessoa pode até cair, mas quando encontrar você, terá uma grande decepção. Pois você não se cuidava como um dom no tempo de espera!
Somos muito imediatistas e não gostamos de esperar. Deixamos, muitas vezes, o medo e a ansiedade se tornarem empecilhos à concretização das promessas de Deus em nossa vida. Mas se soubermos lidar com esses sentimentos, conquistaremos as promessas do Senhor no tempo certo!
Muitos esperam de braços cruzados, rezam todos os dias e pedem a Deus a pessoa certa. Mas é uma espera sem esperança, sem atenção. Às vezes, Deus já lhe mandou alguém, mas você, por estar de braços cruzados, não percebeu e não correu para o abraço.
É necessário estar atento às pessoas que estão ao seu redor, no seu grupo, na faculdade. Não se acha remédio em açougue nem carne em farmácia, não é? Gosto do Salmo que diz: “Esperando eu esperei”. Deve-se saber viver essa espera com esperança, com ação. Cuidar-se, arrumar-se, não em vista só do outro, mas para se sentir bem consigo mesmo. Só quando nos amamos podemos amar o outro, pois somente damos o que temos.
Se você está sozinho, eu lhe pergunto: “Será que não é preciso estar assim?”. Às vezes, nesse tempo em que você está só, descobrirá que, na verdade, é chamado(a) a outra vocação. Como dizia Padre Léo: “Quando não achamos a tampa de nossa panela, podemos ser uma frigideira!”
Não importa a quantidade do tempo, mas a qualidade dele que você tem vivido. Que sua oração se torne também a ação desse tempo!
Viva a fase de solteiro alargando as possibilidades de ser uma pessoa melhor, invista nas amizades, na família e em seus projetos; acima de tudo, no seu relacionamento com Deus. Isso faz a diferença!

Adriano Gonçalves
cancaonova.com

Pia União de Santo Antônio

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