CLARA, EXEMPLO DE FIDELIDADE AO CHAMADO DO PAI
Ao mesmo tempo em que a Igreja celebra o mês vocacional, tem a graça de recordar no dia 11 de agosto a Festa Litúrgica de Santa Clara de Assis, grande precursora do ramo feminino na Família Franciscana. E fazer memória desta grande santa - a primeira mulher a escrever uma Regra de Vida e tê-la aprovada pela Santa Igreja - nos leva também a uma reflexão pessoal sobre nosso próprio chamado a uma vida cristã autêntica, pautada nos princípios evangélicos e fundamentada numa experiência de vida em fraternidade.
Clara, por meio de sua vida e escritos, nos convoca a uma vivência de permanente espírito de oração e serviço ao próximo. Antes mesmo de receber do Senhor Bispo a palma no Domingo de Ramos - dia no qual deixou a casa paterna para sua consagração religiosa ao Senhor, realizada na Porciúncula -, Clara já dava sinais de sua vocação por meio da caridade com os mais necessitados de Assis.
Em sua vida religiosa não foi diferente, Clara viveu intensamente a oração, contemplação, penitência e amor ao Pai. Como franciscanos somos convidados a nos inspirarmos nos belos exemplos e conselhos deixados em seus escritos, dentre eles o célebre trecho escrito à Santa Inês de Praga quando essa sofrera pressões externas para alteração no curso vocacional do mosteiro que santamente dirigia: “Desprezando o fausto de um reino da terra, dando pouco valor à proposta de um casamento imperial, você se fez seguidora da santíssima pobreza em espírito de grande humildade e do mais ardente amor, juntando-se aos passos daquele com quem mereceu unir-se em matrimônio. Mas eu sei que você é rica de virtudes e vou ser breve para não a sobrecarregar de palavras supérfluas, mesmo que não lhe pareça demasiado nada que lhe possa dar alguma consolação. Mas, como uma só coisa é necessária, é só isso que eu confirmo, exortando-a por amor daquele a quem você se entregou como oferenda santa e agradável. Lembre-se da sua decisão como uma segunda Raquel: não perca de vista seu ponto de partida, conserve o que você tem, faça o que está fazendo e não o deixe, mas, em rápida corrida, com passo ligeiro e pé seguro, de modo que seus passos nem recolham a poeira, confiante e alegre, avance com cuidado pelo caminho da bem-aventurança.” (2ª Carta à Inês de Praga)
Dessa passagem é possível vislumbrar a firmeza de Santa Clara no propósito que lhe foi confiado por Deus. O amor que sentia pelo Cristo Pobre e Crucificado a iluminava em sua caminhada, transmitindo essa luz também aos demais irmãos, como fez com Santa Inês de Praga e com o próprio Francisco.
Nesse sentido, assim como nossa Mãe Clara tinha firme em seu propósito de vida a memória de seu ponto de partida, também nós devemos sempre resgatar essa nossa experiência primeira do sentir-se chamado por Deus, não deixando esmorecer a chama de nossa vocação que nos motiva a fazer de Cristo o Espelho de nossas vidas.
Paz e bem!
Ariana Baccin dos Santos – Secretária Regional de Formação Sul 3
Raphael Rodrigues Taboada – Animador Fraterno Nacional
jufrabrasil.org
Benção de Santa Clara
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo .
O Senhor as abençoe e guarde; mostre-lhes o seu rosto e tenha misericórdia de vocês; volte a sua face para vocês e lhes dê a paz, a vocês minhas irmãs e filhas, e a todas as outras que vierem e permanecerem em sua comunidade, e a todas as outras, tanto presentes quanto futuras, que perseverarem até o fim nos outros mosteiros das senhoras pobres.
Eu, Clara, serva de Cristo, plantinha do nosso bem-aventurado pai São Francisco, irmã e mãe de vocês e das outras irmãs pobres, embora indigna, rogo a nosso Senhor Jesus Cristo, por sua misericórdia e por intercessão de sua santíssima Mãe Santa Maria, de São Miguel Arcanjo e de todos os anjos de Deus, do nosso bem-aventurado pai Francisco e de todos os santos e santas, que o próprio Pai celeste lhes dê e confirme esta sua santíssima bênção no céu e na terra: na terra, fazendo-as crescer na graça e em virtude entre seus servos e servas na sua Igreja militante; no céu, exaltando-as e glorificando-as na Igreja triunfante entre os seus santos e santas.
E as abençoo em minha vida e depois de minha morte, como posso, com todas as bênçãos com que o Pai das misericórdias abençoou e abençoará seus filhos e filhas no céu e na terra, e com os quais um pai e uma mãe espiritual abençoaram e abençoarão seus filhos e filhas espirituais. Amém.
Amem sempre as suas almas e as de todas as suas Irmãs, e sejam sempre solícitas na observância do que prometeram a Deus.
O Senhor esteja sempre com vocês e oxalá estejam vocês também sempre com Ele. Amém