SEJAM BEM-VINDOS!

Caríssimos(as) Irmãos(as), saudamos a todos vocês com a Paz e o Bem contidas no Cristo Jesus e em São Francisco de Assis.



sábado, junho 30, 2012

Dom Jaime recebe o pálio da mãos do Papa Bento XVI

Numa celebração que contou com a presença de delegações de vários estados, inclusive do Rio Grande do Norte, o Papa Bento XVI fez ontem a imposição do Pálio a sete bispos brasileiros, entre eles Dom Jaime Vieira Rocha, recém-nomeados arcebispo de Natal. Na delegação potiguar presença dos ex-arcebispos d. Matias Patrício e D. Heitor de Araújo Sales, mais de 20 padres e dezenas de fieis. O Pálio é uma espécie de colarinho de lã branca, com cerca de cinco centímetros de largura e dois apêndices, sendo um na frente e outro nas costas. Neste, são bordadas seis cruzes.

Cantonuovo.eu

Bento XVI preside cerimônia na Praça de São Pedro e destaca a responsabilidade que os novos arcebispos passam a ter com seus rebanhos
Em sua homilia, o Papa explicou que a tradição cristã sempre considerou as figuras de São Pedro e São Paulo inseparáveis: na verdade, juntos, representam todo o Evangelho de Cristo. O discípulo Pedro, por dom de Deus, pode tornar-se uma rocha firme no qual se edificou a Igreja de Cristo. "Graças à luz e à força que provêm do Alto, o Papado constitui o fundamento da Igreja peregrina no tempo, mas, ao longo dos séculos assoma também a fraqueza dos homens, que só a abertura à ação de Deus pode transformar", salientou Bento XVI.

O Papa lembrou também que a imagem de São Paulo é sempre representada com a espada que simboliza o instrumento do seu martírio, mas também toda a sua missão como evangelizador. "O Senhor lhe deu a coroa de glória e colocou-o, juntamente com Pedro, como coluna no edifício espiritual da Igreja", explicou o Pontífice.

Na cerimônia, o Papa destacou a responsabilidade que os novos arcebispos passam a ter com seus rebanhos, especialmente neste início de século em que os católicos vem perdendo espaço para outras religiões e seitas. "Um rito sempre eloquente, que sublinha a íntima comunhão dos Pastores com o Sucessor de Pedro e o elo profundo que os liga à tradição apostólica. Trata-se de um duplo tesouro de santidade, em que se fundem conjuntamente a unidade e a catolicidade da Igreja: um tesouro precioso que há que redescobrir e viver com renovado entusiasmo e empenho constante".

O pontífice saudou a delegação do Patriarcado de Constantinopla, vinda como todos os anos a tomar parte nas celebrações deste dia. "Que a Virgem Santa conduza todos os crentes em Cristo à meta da plena unidade". Bento XVI também mandou uma mensagem em português "Uma saudação especial para os Arcebispos do Brasil e de Angola que acabaram de receber o pálio e também para os familiares e amigos que os acompanham: À Virgem Maria confio vossas vidas, famílias e dioceses, para todos implorando o dom do amor e da unidade sobre a rocha de Pedro".

"Ao ir para uma arquidiocese, sabemos da dimensão deste empenho. Receber o Pálio é receber um pouco desta grande responsabilidade que o Santo Padre tem em relação a toda a Igreja, além de receber o compromisso de estar mais próximo das preocupações do Santo Padre, mais próximo de suas intenções e procurar manter esta fidelidade, que na Igreja é muito necessária", disse o arcebispo de Campinas (SP), Dom Airton José dos Santos.

Depois do ato religioso, os bispos brasileiros foram recebidos pelo embaixador do Brasil no Vaticano. D. Jaime deve retornar a Natal no início da próxima semana.

Saiba mais

O pálio é confeccionado com a lã de ovelhas, ofertadas ao Papa por jovens romanas, no dia 21 de janeiro de cada ano, data da festa de Santa Inês. A lã é, posteriormente, tecida pelas monjas beneditinas, do Mosteiro de Santa Cecília, em Roma. Depois, os pálios são abençoados pelo Papa e colocados sobre o túmulo do Apóstolo São Pedro, na Basílica Vaticana. Anualmente, no dia 29 de junho, os pálios são levados do túmulo de São Pedro para a celebração eucarística e colocados sobre o colarinho dos novos arcebispos.

MENSAGEM AOS CATÓLICOS

Trechos da Homilia do Papa Bento XVI na cerimônia em homenagem a São Pedro

Venerados Cardeais,

Amados Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,

Queridos irmãos e irmãs!

Reunimo-nos à volta do altar para celebrar solenemente os Apóstolos São Pedro e São Paulo, Padroeiros principais da Igreja de Roma. Temos conosco os Arcebispos Metropolitas nomeados durante os últimos doze meses, que acabaram de receber o pálio: a eles dirijo, de modo especial e afetuoso, a minha saudação. E, enviada por Sua Santidade Bartolomeu I, está presente também uma eminente Delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, que acolho com gratidão fraterna e cordial. Em espírito ecumênico, tenho o prazer de saudar, e agradecer pela sua participação, «The Choir of Westminster Abbey», que anima a Liturgia juntamente com a Capela Sistina. Saúdo também os Senhores Embaixadores e as Autoridades civis: a todos agradeço pela presença e a oração.

***

Na passagem do Evangelho de São Mateus, Pedro faz a sua confissão de fé em Jesus, reconhecendo-O como Messias e Filho de Deus; fá-lo também em nome dos outros apóstolos. Em resposta, o Senhor revela-lhe a missão que pretende confiar-lhe, ou seja, a de ser a «pedra», a «rocha», o fundamento visível sobre o qual está construído todo o edifício espiritual da Igreja (cf. Mt 16, 16-19). Mas, de que modo Pedro é a rocha? Como deve realizar esta prerrogativa, que naturalmente não recebeu para si mesmo? A narração do evangelista Mateus começa por nos dizer que o reconhecimento da identidade de Jesus proferido por Simão, em nome dos Doze, não provém «da carne e do sangue», isto é, das suas capacidades humanas, mas de uma revelação especial de Deus Pai.

Caso diverso se verifica logo a seguir, quando Jesus prediz a sua paixão, morte e ressurreição; então Simão Pedro reage precisamente com o ímpeto «da carne e do sangue»: «Começou a repreender o Senhor, dizendo: (...) Isso nunca Te há-de acontecer!» (16, 22). Jesus, por sua vez, replicou-lhe: «Vai-te daqui, Satanás! Tu és para Mim uma ocasião de escândalo...» (16, 23).

O discípulo que, por dom de Deus, pode tornar-se uma rocha firme, surge aqui como ele é na sua fraqueza humana: uma pedra na estrada, uma pedra onde se pode tropeçar (em grego, skandalon). Por aqui, se vê claramente a tensão que existe entre o dom que provém do Senhor e as capacidades humanas; e aparece de alguma forma antecipado, nesta cena de Jesus com Simão Pedro, o drama da história do próprio Papado, caracterizada precisamente pela presença conjunta destes dois elementos: graças à luz e força que provêm do Alto, o Papado constitui o fundamento da Igreja peregrina no tempo, mas, ao longo dos séculos assoma também a fraqueza dos homens, que só a abertura à ação de Deus pode transformar.

E no Evangelho de hoje sobressai, forte e clara, a promessa de Jesus: «as portas do inferno», isto é, as forças do mal, «non praevalebunt», não conseguirão levar a melhor. Vem à mente a narração da vocação do profeta Jeremias, a quem o Senhor diz ao confiar-lhe a missão: «Eis que hoje te estabeleço como cidade fortificada, como coluna de ferro e muralha de bronze, diante de todo este país, dos reis de Judá e de seus chefes, dos sacerdotes e do povo da terra. Far-te-ão guerra, mas não hão-de vencer - non praevalebunt -, porque Eu estou contigo para te salvar» (Jr 1, 18-19).

***

No capítulo 18 do Evangelho de Mateus, consagrado à vida da comunidade eclesial, encontramos outro dito de Jesus dirigido aos discípulos: «Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes na terra será ligado no Céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no Céu» (Mt 18, 18). E na narração da aparição de Cristo ressuscitado aos Apóstolos na tarde da Páscoa, São João refere esta palavra do Senhor: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos» (Jo 20, 22-23). À luz destes paralelismos, é claro que a autoridade de «desligar e ligar» consiste no poder de perdoar os pecados. E esta graça, que despoja da sua energia as forças do caos e do mal, está no coração do mistério e do ministério da Igreja.

***

A Igreja não é uma comunidade de seres perfeitos, mas de pecadores que se devem reconhecer necessitados do amor de Deus, necessitados de ser purificados através da Cruz de Jesus Cristo. Os ditos de Jesus sobre a autoridade de Pedro e dos Apóstolos deixam transparecer precisamente que o poder de Deus é o amor: o amor que irradia a sua luz a partir do Calvário. Assim podemos compreender também por que motivo, na narração evangélica, à confissão de fé de Pedro se segue imediatamente o primeiro anúncio da paixão: na verdade, foi com a sua própria morte que Jesus venceu as forças do inferno; com o seu sangue, Ele derramou sobre o mundo uma torrente imensa de misericórdia, que irriga, com as suas águas salutares, a humanidade inteira.

Queridos irmãos, como recordei no princípio, a iconografia tradicional apresenta São Paulo com a espada, e sabemos que esta representa o instrumento do seu martírio. Mas, repassando os escritos do Apóstolo dos Gentios, descobrimos que a imagem da espada se refere a toda a sua missão de evangelizador. Por exemplo, quando já sentia aproximar-se a morte, escreve a Timóteo: «Combati o bom combate» (2 Tm 4, 7); aqui não se trata seguramente do combate de um comandante, mas daquele de um arauto da Palavra de Deus, fiel a Cristo e à sua Igreja, por quem se consumou totalmente. Por isso mesmo, o Senhor lhe deu a coroa de glória e colocou-o, juntamente com Pedro, como coluna no edifício espiritual da Igreja.

Amados Metropolitas, o pálio, que vos entreguei, recordar-vos-á sempre que estais constituídos no e para o grande mistério de comunhão que é a Igreja, edifício espiritual construído sobre Cristo como pedra angular e, na sua dimensão terrena e histórica, sobre a rocha de Pedro. Animados por esta certeza, sintamo-nos todos juntos colaboradores da verdade, que - como sabemos - é una e «sinfônica», exigindo de cada um de nós e das nossas comunidades o esforço contínuo de conversão ao único Senhor na graça de um único Espírito. Que nos guie e acompanhe sempre no caminho da fé e da caridade, a Santa Mãe de Deus. Rainha dos Apóstolos, rogai por nós!

Amém.

fonte: www.tribunadonorte.com.br  

Pia União de Santo Antônio

Pia União de Santo Antônio