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sexta-feira, junho 22, 2012

Óbolo de São Pedro: colaboração com a caridade do Papa

Nos próximos dias 30 de junho e 01 de julho, solenidade litúrgica dos Apóstolos Pedro e Paulo, a Igreja Católica realiza, em todo o mundo, a coleta do Óbolo de São Pedro. Através dessa coleta, o fiel católico é convidado a colaborar com as obras de ajuda do Papa, em favor dos mais necessitados, e da manutenção da Santa Sé. Nesta entrevista, o secretário do Arcebispo de Natal,Padre Clemente Medeiros, explica a origem e significado do óbolo e como os fiéis podem contribuir. 

O que é e qual a origem do Óbolo de São Pedro?
O Óbolo de São Pedro é uma coleta anual que se faz em toda a Igreja para ser ofertada ao Santo Padre, a fim de ajudar na manutenção da Sé Apostólica e das obras de caridade do Sumo Pontífice em todo o mundo. O Óbolo de São Pedro tem sua origem e fundamentação espiritual no período apostólico, conforme indicado no livro dos Atos dos Apóstolos, quando a comunidade cristã nascente compreendeu a necessidade de prover a manutenção material dos que se dedicavam totalmente a missão de anunciar o Evangelho, a fim de poderem entregar-se inteiramente ao seu ministério, tomando cuidado também dos mais necessitados (At 4, 34-35; 11, 29-10). O Papa João Paulo II ensina que “a base primeira para a manutenção da Sé Apostólica deve ser constituída pelas ofertas dadas espontaneamente pelos católicos de todo o mundo, e eventualmente também por outras pessoas de boa vontade. Isto corresponde à tradição que tem origem no Evangelho (Lc 10,7) e nos ensinamentos dos Apóstolos (1Cor 11,14)” (Carta ao Cardeal Secretário de Estado, 20 de Novembro de 1982). No final do século VIII, após sua conversão ao cristianismo, os anglo-saxões permaneceram espiritual e afetivamente tão vinculados ao Papa, Bispo de Roma, que decidiram enviar espontaneamente, de maneira perene, um contributo anual ao Santo Padre. Surge, assim, o “Denarius Sancti Petri”, o “Denário de São Pedro”, oferta que rapidamente se espalhou pelos países europeus. A prática da coleta anual para o Óbolo de São Pedro foi desenvolvida e organizada ao longo dos séculos até ser estabelecida de modo definitivo pelo Papa Pio IX através da sua Encíclica Saepe venerabilis, de 5 de Agosto de 1871. Hoje, a coleta é realizada em todo o mundo católico, coincidindo com o dia 29 de junho ou o domingo mais próximo da Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo.

Como os fiéis podem contribuir para o Óbolo?
A primeira forma de contribuir é participar das celebrações em honra dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, dedicando suas orações pelo Santo Padre, por suas necessidades e por toda a Igreja de Cristo, sobretudo os necessitados da especial atenção, cuidados e auxílio fraterno do Sumo Pontífice. Isso renova espiritualmente o vínculo de fé, de esperança e de amor que nos em Cristo. A segunda forma de contribuir é mais efetiva e nos compromete diretamente através da oferta material que se faz no ofertório da Santa Missa, em todas as celebrações realizadas na Solenidade dos Santos Apóstolos. A terceira forma de contribuir é ajudar a divulgar o Óbolo de São Pedro, esclarecendo e orientando os que ainda não conhecem esta iniciativa, e motivando os que já conhecem, mas não colaboram de modo efetivo. O Papa Bento XVI nos recorda o significado particular do Óbolo com estas palavras: “O Óbolo de São Pedro é a expressão mais emblemática da participação de todos os fiéis nas iniciativas de caridade do Bispo de Roma a bem da Igreja universal. Trata-se de um gesto que se reveste de valor não apenas prático, mas também profundamente simbólico enquanto sinal de comunhão com o Papa e de atenção às necessidades dos irmãos; por isso, o vosso serviço possui um valor eclesial” (Discurso aos Sócios do Círculo de São Pedro, 25 de Fevereiro de 2006).

A que se destinam os recursos do Óbolo?
O Papa João Paulo II chamou atenção para o Óbolo de São Pedro como forma de os fiéis católicos apoiarem o ministério dos sucessores de São Pedro ao serviço da Igreja universal: “Conheceis as crescentes necessidades do apostolado, as carências das Comunidades eclesiais especialmente em terras de missão, os pedidos de ajuda que chegam de populações, indivíduos e famílias que vivem em precárias condições. Muitos esperam da Sé Apostólica uma ajuda que, muitas vezes, não conseguem encontrar noutro lugar” (João Paulo II ao Círculo de São Pedro, 28 de Fevereiro de 2003). O Santo Padre Bento XVI reafirma que “a Igreja nunca poderá ser dispensada da prática da caridade enquanto atividade organizada dos fiéis. Por isso, é muito importante que a atividade caritativa da Igreja mantenha todo o seu esplendor e não se dissolva na organização assistencial comum” (Deus Caritas Est). As ofertas dos fiéis para o Santo Padre destinam-se, pois, a obras eclesiais, a iniciativas humanitárias e de promoção social, além da manutenção e sustento das atividades da Santa Sé.

Pia União de Santo Antônio

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