“Todos somos pecadores e necessitados do perdão do Senhor”.Papa Francisco
Branco. Natividade de Nossa Senhora, Festa
Leituras
1ª Leitura - Mq 5,1-4a
Salmo - Sl 70(71),6; Sl 12(13),6 (R. Is 61,10)
Evangelho - Mt 1,1-16.18-23
A celebração da festa da Natividade da Santíssima Virgem Maria, é conhecida no Oriente desde o século VI. Foi fixada em 8 de setembro, dia com o que se abre o ano litúrgico bizantino, e que se fecha com a Dormição, em agosto. No Ocidente foi introduzida no século VII e era celebrada com uma procissão-ladainha, que terminava na Basílica de Santa Maria a Maior.
O Evangelho não nos dá dados do nascimento da Maria, mas há várias tradições. Algumas, considerando Maria descendente de Davi, assinalam seu nascimento em Presépio. Outra corrente grega e armênia, assinala Nazaré como berço de Maria.
Entretanto, já no século V existia em Jerusalém o santuário Mariano situado junto aos restos da piscina Probática, ou seja, das ovelhas. debaixo da formosa igreja românica, levantada pelos cruzados, que ainda existe -a Basílica de Santa Ana- acham-se os restos de uma basílica bizantina e umas criptas escavadas na rocha que parecem ter formado parte de uma moradia que se considerou como a casa natal da Virgem.
Esta tradição, fundada em apócrifos muito antigos como o chamado Proto evangelho de São Tiago (século II), vincula-se com a convicção expressa por muitos autores a respeito de que Joaquim, o pai de Maria, fora proprietário de rebanhos de ovelhas. Estes animais eram lavados em dita piscina antes de serem oferecidos no templo.
A festa tem a alegria de um anúncio pré-messiânico. É famosa a homilia que pronunciou São João Damasceno (675-749) um 8 de setembro na Basílica da Santa Ana, da qual extraímos alguns parágrafos:
"Eia!, povos todos, homens de qualquer raça e lugar, de qualquer época e condição, celebremos com alegria a festa natalícia do gozo de todo o Universo. Temos razões muito válidas para honrar o nascimento da Mãe de Deus, por meio da qual todo o gênero humano foi restaurado e a tristeza da primeira mãe, Eva, transformou-se em gozo. Esta escutou a sentença divina: parirá com dor. Maria, pelo contrário, lhe disse: alegra-te, cheia de graça!
Ó feliz casal, Joaquim e Ana, a vós está obrigada toda a criação! Por meio de vós, com efeito, a criação ofereceu ao Criador o melhor de todos os dons, ou seja, aquela augusta Mãe, quão única foi digna do Criador. Ó felizes vísceras de Joaquim, das quais proveio uma descendência absolutamente sem mancha! Ó seio glorioso de Ana, no qual pouco a pouco foi crescendo e desenvolvendo uma menina completamente pura, e, depois que esteve formada, foi dada à luz! Hoje empreende sua rota a que é porta divina da virgindade. Dela e por meio dela, Deus, que está acima de tudo que existe, faz-se presente no mundo corporalmente. Servindo-se Dela, Deus descendeu sem experimentar nenhuma mutação, ou melhor dizendo, por sua benévola condescendência apareceu na Terra e conviveu com os homens".
Se pensarmos por quantas coisas podemos hoje nos alegrar, quantas coisas podemos festejar e por quantas coisas podemos elogiar a Deus; todos os sinais, por muitos e formosos que sejam, parecerão-nos tão somente um pálido reflexo das maravilhas que o Espírito de Deus fez na Virgem Maria, e as que faz em nós, as que pode seguir fazendo... se o deixarmos.
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