Existe um principio filosófico que diz: “Todo o ser humano é bom e generoso por natureza”. Existe a maldade que perturba em qualquer ambiente que se encontre. Mas existe tambem a bondade que se revela na generosidade e na gratuidade dos gestos.
E é pelos gestos que o ser humano revela sua personalidade. Não importa de onde surgirem. São eles que vão sensibilizando os demais, ou criando distanciamento nas relações. É preciso estar muito atentos para não ser enganados. Existem especialistas em camuflar a verdade, o bem e até o próprio amor.
Mas existem tambem pessoas altruístas. Pessoas que colocam seus dons a serviço do bem, da verdade e da justiça. Fazem o bem pelo prazer de ver alguém feliz.. colaboram com a comunidade tanto civil quanto religiosa como expressão de um coração bom e saudável.
O altruísta é alguém feliz. Não pensa apenas em si. Não é egoísta. Não é interesseiro. Seu interesse é a felicidade dos outros. Sua riqueza se revela nos sentimentos e nas atitudes de compaixão, misericórdia e perdão. Sua filosofia é a bondade. Sua religião é o amor.
Não dá importância aos erros, aos tropeços e às quedas. Tudo faz parte da vida. E a vida se desenvolve pela variedade de fenômenos e acontecimentos que a alimentam. Não vê pressa em alcançar sucesso, pois ele acontece em todo o gesto de carinho e de atenção.
O Mestre dos mestres com o coração esbanjando bondade notou que seus seguidores estavam bastante isolados uns dos outros. Algo preocupante pairava no ar. A solidariedade, o amor fraterno e a co-responsabilidade estavam em baixa. Até mesmo a fé estava fragilizada.
Diante desse quadro ele aproveita um fato comum do meio agrícola para uma mensagem especial. Era tempo da poda das videiras. Diz ele: “Eu sou a videira. Todo o ramo que não dá fruto em mim, o Pai o corta. Os ramos que dão fruto, ele os poda para que dêem mais frutos ainda. Porque sem mim vocês nada poderão fazer” (Jo.15,1-8)
Esse ensinamento é alegria para alguns e preocupação para outros. Ninguém vence sozinho. Se não souber conviver com os demais estará constantemente em conflito com competidores. Precisa exercitar a humildade para perseverar naquilo que se propõe, mas sempre respeitando quem pensa diferente.
A figura da videira mostra que para vencer é preciso estar em sintonia e em comunhão com todos os que acreditam naquilo que escolheram em sua vida. Haverá sempre necessidade de desfazer-se de algo para estar mais livre em prosseguir no caminho e em produzir bons frutos.
É preciso acreditar no melhor. Sonhar o melhor. Lutar para ser e fazer o melhor. Não contentar-se com o comum. Buscar alegremente o melhor, o mais perfeito, o mais belo e o mais grandioso. E isso custará sacrifícios e renúncias constantes.
É preciso acreditar em algo superior. É preciso apoiar-se numa força espiritualizadora, seja de Deus ou seja de uma outra forma de pensar e direcionar seus sentimentos e sua convicções.
Frei Venildo Trevizan
capuchinhosbc.org.br