Paz e Bem!
1ª leitura: (At 10,25,26.34-35.44-48) A conversão de Cornélio – O batismo do centurião romano significa um avanço decisivo da comunidade cristã no mundo pagão. A iniciativa vem, em todos os sentidos, de Deus, até na inesperada efusão do Espírito sobre pagãos não batizados! Também hoje devemos ter a simplicidade de reconhecer que em cada povo, cada ideologia e cada confissão, Deus está com aqueles que o procuram de coração sincero. A comunhão com Cristo é essencialmente obra do Espírito Santo. * 10,34-35 cf. Dt 10,17; Rm 2,1; 1Pd 1,17 * 10,44-48 cf. At 2,33; 8,16; 2,4; 11,17.
2ª leitura: (1Jo 4,8-10) Deus é amor – Em Cristo encontramos o verdadeiro amor divino na sua origem e no seu ser. Purifica e eleva o amor humano. Nossa aceitação deste amor divino mostra-se no fato de acolhermos em nosso amor humano nosso irmão necessitado. Se não o acolhemos, deixamos Deus lá fora, no frio da noite. * 4,7-8 cf. 1Ts 4,9; 1Jo 4,16 * 4,9-10 cf. Is 54,7-8; Jo 3,16.
Evangelho: (Jo 15,9-17) O amor maior: dar sua vida por aqueles que se ama – Continuação da alegoria da vinha (cf. dom. pass.). A união vital e fecunda entre a videira e os ramos é união de amor expansivo, do Pai ao Filho, do Filho aos discípulos, dos discípulos aos outros seres humanos. Devemos permanecer nesta comunhão. O sinal disso é a observância da palavra de Cristo: o mandamento do amor. Ele mesmo no-lo ensinou pelo dom de sua vida, prova de amor maior. * 15,9-10 cf. Jo 3,35; 10,14-15; 1Jo 2,5; 5,3 * 15,12-13 cf. Jo 13,34; 1Jo 3,11.16; Rm 5,6-8 * 15,16 cf. Dt 7,6-8; Rm 6,20-23; Jo 15,2.
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Deus olha seus filhos e filhas com olhos de mãe
“Deus olha seus filhos e filhas com olhos de mãe.” Para falar de Deus em sua infinitude, o único recurso que temos é lançar mão de percepções e experiências que estão ao alcance de nossa humana limitação. Desta forma, o olhar de mãe para descrever o olhar de Deus quer fazer menção ao que de mais nobre o sentimento humano pode produzir: o olhar e o cuidado da mãe para como o filho. E quais seriam os atributos deste olhar que o fazem ser tão parecido ao olhar de Deus?
1) Um olhar teimosamente otimista. É próprio da mãe apostar todas as fichas em seu filho. “A quem ama, o feio, bonito lhe parece”, diz o ditado que tem nos olhos da mãe a sua mais evidente confirmação. Mesmo diante de erros, tropeços e fracassos, lá está ela, fiel, obstinada, teimando em acreditar, em dar nova chance, em reavivar no coração os motivos que tem para amar aquele em cujas veias e artérias corre o sangue do seu sangue. Ainda que chore e sofra, nunca o faz diante do filho ou da filha e, ao modo do palhaço que maquia um sorriso sobre o rosto condoído por uma grave perda, faz das tripas coração para ser uma voz de esperança e de otimismo. Basta lembrar-se das mães que se consomem nas filas intermináveis de presídios e penitenciárias para visitar aqueles que saíram de seus ventres, acreditando teimosamente nas sementes de bondade e amor que foram plantadas no coração de seus “pequenos”. E assim é a misericórdia divina.
2) Um olhar sempre disposto a perdoar. É próprio do ser humano decepcionar e ser decepcionado. Não existe história que não seja marcada por este dado, fruto da limitação e da complexidade nas quais fomos tecidos. No entanto, no coração da mãe sempre está aberta a porta do perdão, pela qual o filho tem livre acesso, reconhecendo ou não o erro, pedindo ou não desculpas. Ao modo do Pai do Filho Pródigo, em seu coração a mãe está sempre disposta, de braços abertos para cobrir de abraços aqueles que são a extensão de suas próprias entranhas. E este é o modo de Deus perdoar. Este é sempre o seu modo de agir. Basta aos filhos tomarem consciência desta disposição amorosa e perseverante.
3) Um olhar repleto de empatia. A mãe vibra em cada vitória do filho. Enche-se do bom orgulho para partilhar as conquistas daquele a quem ama. Seja grande ou pequeno, cada progresso é celebrado, partilhado. No coração da mãe, talvez traga mais contentamento do que uma conquista que tivesse sido dela. Também na dor, o coração da mãe se condói ao ver o sofrimento de seu filho ou de sua filha, sentido na própria carne a intensidade da dor que abate o coração de seu rebento. E desta forma é o Deus de Jesus Cristo, alegrando-se com as alegrias e sofrendo com as dores de seu povo.
Neste dia das Mães, mais uma vez desejo agradecer a Deus que, em sua Sabedoria, confiou-nos seres tão capazes de trazer para a nossa vida uma porção generosa do Amor infinito com o qual Ele nos ama. Obrigado, Senhor, pela minha mãe. Agradeço-vos, ó Deus, por todas as mães!
Frei Gustavo Wayand Medella, OFM
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