Branco. Imaculado Coração de Maria, Memória
LEITURAS
1ª Leitura - Is 61,9-11
Salmo - 1Sm 2,1.4-5.6-7 8abcd (R. cf. 1a)
Evangelho - Lc 2,41-51
Ontem celebrávamos a solenidade do Coração fissurado de Jesus e hoje temos diante de nossos olhos a figura de sua Mãe da qual contemplamos o Imaculado Coração. Desde nossa infância aprendemos a ter um carinho todo especial para com a Virgem transparente, aquela que, ao entrar nesse mundo foi preservada da desordem do pecado e que, terminados os seus dias mortais, foi assumida em corpo e alma na gloria.
Menina moça, seu coração experimentou alegria quando do nascimento de seu menino, desse dom que lhe foi dado pela bondade do Altíssimo. O Senhor havia olhado para sua humildade. E agora lá estava o Menino das Palhas. Quantos pensamentos em seu coração!!! O que seria dessa criança? Alegria de um coração de mulher mãe e apreensão a respeito do futuro desse que havia sido modelado na pobreza dessa serva e na transparência de seu coração.A Maria se aplicam as palavras de Isaías na primeira leitura desta liturgia: “ Exulto de alegria no Senhor e minha alma se regozija em meu Deus; ele me vestiu com as vestes da salvação, envolveu-me como um manto de justiça e adornou-me como um noivo, com sua coroa, ou como uma noiva com suas joias”. A cheia de graças, a agraciada, tem sempre em seus lábios o cântico de gratidão que brota de seu puríssimo e transparente coração.
Mais tarde, no meio da multidão que pedia a condenação de Jesus estava Maria, acompanhando de longe a solidão e o sofrimento do filho diante de Pilatos e no alto da cruz. Maria tinha vontade de gritar, mas levando essas coisas ao fundo do coração, oferecia-se com o Filho. Sim,lá está ela ao pé da cruz. Feito um soldado, ali, na hora das horas, junto de seu filho. Sofrendo e chorando, tendo vontade de gritar e, ao mesmo tempo, murmurando preces, ela se lembrava de tudo… e tinha somente vontade de levar essas coisas ao fundo do coração. O Filho consumava tudo, entregava-se ao Pai. A mesma espada de dor que atingia o coração de Jesus, no dizer de São Bernardo de Claraval, era cravada no coração da Mãe.
Michelangelo esculpiu no mármore uma das tocantes obras de arte de todos os tempos: a Pietà, Maria recebendo em seu colo o Filho morto. Neste momento as dores de Maria atingem seu clímax. Ali ela esta desolada. Ela, com seu coração alegre e seu coração dilacerado esteve bem unida ao Coração de seu filho, o salvador da humanidade e aquele cujo coração na cabia no peito. T
Por Frei Almir R. Guimarães, OFM.
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