São Boaventura, bispo e doutor
Êxodo 1,8-14.22; Salmo 123; Mateus 10, 34-1,1
Nesta festa de São Boaventura queremos transcrever alguns textos desse franciscano renomado da Idade Média. Nasceu ele pelo ano de 1218, em Bagnoregio, na Etrúria, Itália. Estudou filosofia e teologia em Paris. Laureado Mestre, ensinou os seus confrades franciscanos com competência e proveito. Foi Ministro Geral da Ordem e governou-a com sabedoria e prudência.
O fundamento da fé
“É impossível a alguém propor-se conhecer a Sagrada Escritura antes de receber a fé em Cristo em si, infundida como lâmpada, porta e mesmo fundamento de toda ela. Enquanto estamos peregrinando longe do Senhor, a fé é o fundamento que sustenta. A lâmpada que orienta, a porta que introduz a todas iluminações espirituais. Além do que, nos é necessário medir pela medida da fé até mesmo a sabedoria que nos é dada por Deus, a fim de não saber mais do que convém, mas com sobriedade e cada um conforme a medida da fé a ele concedida por Deus”. (L. Horas III, p. 151-152).
O lado aberto
“Considera, ó homem redimido, quem é aquele que por tua causa está pregado na cruz, qual a sua dignidade e sua grandeza. A sua morte dá a vida aos mortos; por sua morte choram o céu e a terra, e fendem-se até as pedras mais duras. Para que do lado de Cristo, morto na cruz, se formasse a Igreja e se cumprisse a Escritura que diz: Olharão para aquele que transpassaram (Jo 19,37), a divina Providência permitiu que um dos soldados lhe abrisse com o lança o sagrado lado, de onde jorraram sangue e água. Este é o preço de nossa salvação. Saído daquele fonte divina, isto é, do íntimo de seu coração, iria dar aos sacramentos da Igreja o poder de conferir a vida da graça, tornando-se para os que já vivem em Cristo bebia da fonte viva que jorra para a eternidade” (L. Horas III, p. 571).
A árvore da cruz
Existe uma árvore que tem o poder de levar o homem da aridez à vida verdejante, da morte à vida. É a árvore da cruz. Porque o Filho de Deus enfrentou a paixão pelos homens e não pelos anjos? Por que o homem e não o anjo, é capaz de fazer penitência. O homem é aquela árvore que começa a germinar quando sente a umidade da água, que significa a graça da penitência. Se, pois, a cruz é a árvore da graça que nos dá a vida, e se nós, que tantas vezes estamos mortos por causa de nossos pecados, desejamos esta árvore, precisamos sofrer com Cristo” (Próprio da Família Franciscana, p. 49).
Frei Almir Ribeiro Guimarães
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