Leituras
1ª Leitura - 2Cor 4,7-15
Salmo - Sl 125(126),1-2ab.2cd-3.4-5.6 (R.5)
Evangelho - Mt 20,20-28
No tempo novo de Jesus, as coisas mudaram. Os que servem é que são reis. Bela a homilia de João Crisóstomo que a Liturgia das Horas propõe para nossa oração e deleite:
“Os filhos de Zebedeu pedem a Cristo: Deixa-nos sentar um à tua direita e o outro à tua esquerda (Mc 10,37). Que resposta lhes dá o Senhor? Para mostrar que no seu pedido nada havia de espiritual, e se soubessem o que pediam não teriam ousado fazê-lo, diz: Não sabeis o que estais pedindo (Mt 20,22), isto é, não sabeis como é grande, admirável e superior aos próprios poderes celestes aquilo que pedis. Depois acrescenta; Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? (Mt 20,22). É como se lhes dissesse: “Vós me falais de honras e de coroas; eu, porém, de combates e de suores. Não é este o tempo das recompensas, nem é agora que minha glória vai se manifestar. Mas a vida presente é de morte violenta, de guerras e de perigos”.
Reparai como o Senhor os atrai e exorta, pelo modo de interrogar. Não perguntou “Podeis suportar os suplícios, podeis derramar o vosso sangue? Mas indagou: Por acaso podeis beber o cálice? E para os estimular ainda acrescentou, que eu vou beber? E assim falava para que, em união com ele, se tornassem mais decididos. Chama sua paixão de batismo, para dar a entender que os sofrimentos haviam de trazer uma grande purificação para o mundo inteiro. Então os dois discípulos lhe disseram: Podemos(Mt 20,20). Prometem imediatamente cheios de fervor, sem perceber o alcance do que dizem, mas com esperança de obter o que pediam.
Que afirma o Senhor? De fato, vós bebereis do meu cálice (Mt 20,23) e sereis batizados no batismo com que eu devo ser batizado (Mc 10,39). Grandes são os bens que lhes anuncia, a saber: “ Sereis dignos de receber o martírio e sofrereis comigo; terminareis a vida com morte violenta e assim participareis de minha paixão”. Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai é quem dará esses lugares aquele pelo qual ele os preparou (Mt 20,23). Somente depois de lhes ter levantado o ânimo e de tê-los tornado capazes de superar a tristeza é que corrigiu o pedido que fizeram.
Então os outros dez discípulos ficaram irritados contra os dois irmãos (Mt 20,24). Vedes como todos eles eram imperfeitos, tanto que tentavam ficar acima dos outros, como os dez que tinham inveja dos dois? Mas como já tive ocasião de dizer, observai-os mais tarde e vereis como estão livres de todos esses sentimentos. Prestai atenção como o mesmo apóstolo João, que se adianta agora por esse motivo, cederá sempre o primeiro lugar a Pedro quer para usar da palavra, quer para fazer milagres, conforme se lê nos Atos dos Apóstolos. Tiago, porém, não viveu muito tempo. Desde o princípio, pondo de parte toda aspiração humana, elevou-se a tão grande santidade, que bem depressa recebeu a coroa do martírio.
Liturgia das Horas III, p. 1444-1445
Frei Almir Ribeiro Guimarães
1ª Leitura - 2Cor 4,7-15
Salmo - Sl 125(126),1-2ab.2cd-3.4-5.6 (R.5)
Evangelho - Mt 20,20-28
Combates e suores ou honras e coroas
“Os filhos de Zebedeu pedem a Cristo: Deixa-nos sentar um à tua direita e o outro à tua esquerda (Mc 10,37). Que resposta lhes dá o Senhor? Para mostrar que no seu pedido nada havia de espiritual, e se soubessem o que pediam não teriam ousado fazê-lo, diz: Não sabeis o que estais pedindo (Mt 20,22), isto é, não sabeis como é grande, admirável e superior aos próprios poderes celestes aquilo que pedis. Depois acrescenta; Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? (Mt 20,22). É como se lhes dissesse: “Vós me falais de honras e de coroas; eu, porém, de combates e de suores. Não é este o tempo das recompensas, nem é agora que minha glória vai se manifestar. Mas a vida presente é de morte violenta, de guerras e de perigos”.
Reparai como o Senhor os atrai e exorta, pelo modo de interrogar. Não perguntou “Podeis suportar os suplícios, podeis derramar o vosso sangue? Mas indagou: Por acaso podeis beber o cálice? E para os estimular ainda acrescentou, que eu vou beber? E assim falava para que, em união com ele, se tornassem mais decididos. Chama sua paixão de batismo, para dar a entender que os sofrimentos haviam de trazer uma grande purificação para o mundo inteiro. Então os dois discípulos lhe disseram: Podemos(Mt 20,20). Prometem imediatamente cheios de fervor, sem perceber o alcance do que dizem, mas com esperança de obter o que pediam.
Que afirma o Senhor? De fato, vós bebereis do meu cálice (Mt 20,23) e sereis batizados no batismo com que eu devo ser batizado (Mc 10,39). Grandes são os bens que lhes anuncia, a saber: “ Sereis dignos de receber o martírio e sofrereis comigo; terminareis a vida com morte violenta e assim participareis de minha paixão”. Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai é quem dará esses lugares aquele pelo qual ele os preparou (Mt 20,23). Somente depois de lhes ter levantado o ânimo e de tê-los tornado capazes de superar a tristeza é que corrigiu o pedido que fizeram.
Então os outros dez discípulos ficaram irritados contra os dois irmãos (Mt 20,24). Vedes como todos eles eram imperfeitos, tanto que tentavam ficar acima dos outros, como os dez que tinham inveja dos dois? Mas como já tive ocasião de dizer, observai-os mais tarde e vereis como estão livres de todos esses sentimentos. Prestai atenção como o mesmo apóstolo João, que se adianta agora por esse motivo, cederá sempre o primeiro lugar a Pedro quer para usar da palavra, quer para fazer milagres, conforme se lê nos Atos dos Apóstolos. Tiago, porém, não viveu muito tempo. Desde o princípio, pondo de parte toda aspiração humana, elevou-se a tão grande santidade, que bem depressa recebeu a coroa do martírio.
Liturgia das Horas III, p. 1444-1445
Frei Almir Ribeiro Guimarães
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São Tiago Maior
Nascido em Betsaida, este apóstolo do Senhor era filho de Zebedeu e de Salomé e irmão do apóstolo João, o Evangelista.
Pescador juntamente com seu irmão João, foi chamado por Jesus a ser discípulo d’Ele. Aceitou o chamado do Mestre e, deixando tudo, seguiu os passos do Senhor.
Dentre os doze apóstolos, São Tiago foi um grande amigo de Nosso Senhor fazendo parte daquele grupo mais íntimo de Jesus (formado por Pedro, Tiago e João) testemunhando, assim, milagres e acontecimentos como a cura da sogra de Pedro, a Transfiguração de Jesus, entre outros.
Procurou viver com fidelidade o seu discipulado. No entanto, foi somente após a vinda do Espírito Santo em Pentecostes que São Tiago correspondeu concretamente aos desígnios de Deus. No livro dos Atos dos Apóstolos, vemos o belo testemunho de São Tiago, o primeiro dentre os doze apóstolos a derramar o próprio sangue pela causa do Evangelho:
“Por aquele tempo, o rei Herodes tomou medidas visando maltratar alguns membros da Igreja. Mandou matar à espada Tiago, irmão de João” (At 12,1-2).
Segundo uma tradição, antes de ser martirizado, São Tiago abraçou um carcereiro desejando-lhe “a Paz de Cristo”. Este gesto converteu o carcereiro que, assumindo a fé em Jesus, foi martirizado juntamente com o apóstolo.
Existe ainda outra tradição sobre os lugares em que São Tiago passou, levando a Boa Nova do Reino. Dentre estes lugares, a Espanha onde, a partir do Século IX, teve início a devoção a São Tiago de Compostela.
São Tiago Maior, rogai por nós!
São Tiago Maior
Nascido em Betsaida, este apóstolo do Senhor era filho de Zebedeu e de Salomé e irmão do apóstolo João, o Evangelista.
Pescador juntamente com seu irmão João, foi chamado por Jesus a ser discípulo d’Ele. Aceitou o chamado do Mestre e, deixando tudo, seguiu os passos do Senhor.
Dentre os doze apóstolos, São Tiago foi um grande amigo de Nosso Senhor fazendo parte daquele grupo mais íntimo de Jesus (formado por Pedro, Tiago e João) testemunhando, assim, milagres e acontecimentos como a cura da sogra de Pedro, a Transfiguração de Jesus, entre outros.
Procurou viver com fidelidade o seu discipulado. No entanto, foi somente após a vinda do Espírito Santo em Pentecostes que São Tiago correspondeu concretamente aos desígnios de Deus. No livro dos Atos dos Apóstolos, vemos o belo testemunho de São Tiago, o primeiro dentre os doze apóstolos a derramar o próprio sangue pela causa do Evangelho:
“Por aquele tempo, o rei Herodes tomou medidas visando maltratar alguns membros da Igreja. Mandou matar à espada Tiago, irmão de João” (At 12,1-2).
Segundo uma tradição, antes de ser martirizado, São Tiago abraçou um carcereiro desejando-lhe “a Paz de Cristo”. Este gesto converteu o carcereiro que, assumindo a fé em Jesus, foi martirizado juntamente com o apóstolo.
Existe ainda outra tradição sobre os lugares em que São Tiago passou, levando a Boa Nova do Reino. Dentre estes lugares, a Espanha onde, a partir do Século IX, teve início a devoção a São Tiago de Compostela.
São Tiago Maior, rogai por nós!
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