1ª Leitura - Zc 2,14-17Salmo - Lc 1,46-47. 48-49. 50-51. 52-53. 54-55 (R.Cf.54b)
Evangelho - Mt 12,46-50
O Carmelo é cantado na Bíblia por sua beleza. Sobre este monte o profeta Elias defendera a pureza da fé israelítica do Deus vivo. No século XII alguns eremitas, retirados nessa montanha, lá teriam fundado a ordem dos Carmelitas, votada à contemplação, sob o patrocínio da Mãe de Deus. A “memória” de hoje foi instituída para recordar a data em que, segundo as tradições carmelitas, o primeiro geral da Ordem, são Simão Stock, recebeu da Mãe de Deus o “escapulário” com a promessa de eterna salvação. Maria Imaculada, em Lourdes, escolheu o dia 16 de julho para a última saudação a Bernadete. Maria é o ideal puríssimo de vida religiosa” (Missal Cotidiano da Paulus, p. 1680).
Pura e transparente foi Imaculada desde a sua Conceição. Foi preservada da terrível desordem do pecado vivida por todos os mortais. Pobres e fracos queremos o bem e o bem não fazemos. Não queremos o mal e o mal toma conta de nós. Maria não teve tempos mortos em sua caminhada. Nada cometeu que tivesse que arrepender-se. Transcrevemos esta página belíssima de Karl Ranher a respeito da Imaculada que entra na glória da eternidade. “Houve um só ser humano, fora de Jesus, que teve vida diferente dessa que vivemos com nossos dilaceramentos: Maria, a Virgem Imaculada, a sempre pura. Eis um caso em que se verifica alguma coisa que temos dificuldade em compreender, tantas são as experiências amargas: que um ser humano fosse capaz de entrar em sua eternidade sem precisar se arrepender do que quer que seja. Este ser existe e é Maria. Não tinha que renegar nenhum momento de sua vida, nenhum que fosse vazio e estéril. Nenhum ato que pudesse fazê-la corar de vergonha, nenhum que tive as marcas da sombra, ato algum que tivesse caído no abismo do passado sem ter projetado uma luz eterna, sem irradiar um brilho que penetrasse tudo que nessa vida tivesse como possibilidades morais. Uma tal vida terminou pela volta de Maria à Casa de Deus (…). Toda existência de Maria entrou na eternidade.: cada dia e cada hora, cada pulsação de sua vida profunda, todas as suas alegrias e todos os seus sofrimentos, os maiores e menores momentos de sua vida. Nada se perdeu, tudo continua a viver, tudo foi assumido em sua plenitude eterna de sua alma que entrou na pátria bem-aventurada” (L”Homme au miroir de l’année chrétienne, p. 224-225).
Frei Almir Ribeiro Guimarães
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