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sexta-feira, fevereiro 17, 2012

Formação do discípulo de Cristo - Tiago 2, 14-24.26; Marcos 8,34-9,1

Ninguém se faz discípulo do Senhor da noite para o dia. Leva tempo até que aquele que é chamado possa configurar seu rosto com o rosto do Senhor. Extraímos das leituras de hoje alguns elementos para a formação do discípulo de Jesus.
• Tiago  nos lembra  o básico. Não há fé sem obras.  Não bastam discursos e falas salpicadas de água benta. Será preciso coerência de vida e fé na vida.  Uma  fé  que não se traduz  em obras por si só é morta. Quem nos justifica é a graça  e não a alcançamos com nossos méritos.  Disto estamos convencidos.  Sabemos, no entanto,  também que a fé reclama obras. “Como o corpo sem o espírito é morto, assim  também a  fé sem obras, é morta”.
• Discípulo de Jesus é aquele que o segue em tudo: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga”. Renunciar a si mesmo não quer dizer anular-se.  Há interesses do Cristo que podem ou devem se sobrepor aos nossos. Uma mãe e um pai cristãos sabem que precisarão se fazer  presentes na vida dos filhos e na formação de seu coração  cristão. Terão que renunciar a alguns de seus projetos. Pode ser que o Senhor exija de uns e de outros  deslocamentos físicos e mudança de seus projetos pessoais. Ou ainda: alguém é ofendido. Teria vontade de negar a palavra ao outro. Mas o Senhor exige do discípulo a capacidade de perdoar. Renunciará  à busca de satisfações e concederá o perdão. Isto não é  uma renúncia? Por causa da coerência de vida, o discípulo deixará de ganhar posições, vantagens, dinheiro.  Renunciará ao que não é tão lícito por causa da sua condição de discípulo.
• O que quiser ganhar a sua vida,  vai perdê-la. Esta é outra condição do discipulado.  Há os que querem tudo. Servir a Deus e aos seus interesses.  Não se pode ganhar a vida em tudo e de qualquer jeito. Por  vezes há a sombra da cruz.  Não somos buscadores de sofrimento.  Desejamos a felicidade alegre.  Mas, sabemos também que  na medida em que nos associamos à cruz  do Senhor  ganhamos a vida do alto, tornamo-nos mais parecidos com  o Mestre.
•  “Se alguém se envergonhar de mim e de minhas palavras  diante dessa  geração adúltera e pecadora,  também o Filho  do homem se envergonhará dele quando ele vier na glória de seu Pai  com seus santos anjos”. Os discípulos, no regime e no universo da fé,  caminham com os olhos fitos nos olhos do Mestre.  Não provocam o mundo, mas  não têm vergonha de anunciar suas cores no momento preciso.  Dizem o que pensam, sem querer impor nada a ninguém. Mas atestam o que pensam e mostram o que são.
• Não podemos deixar de dizer:  não basta apenas se dizer cristão, católico ou de outra denominação.  Há uma alegria indescritível de alguém ser discípulo do Senhor ressuscitado que vive  entre  nós.  Nosso grande júbilo é sermos fiéis, sempre contando com  força que nos dá o seu olhar. Nada de formalismo. Ser do Senhor com  júbilo.

Frei Almir
www.franciscanos.org.br

Pia União de Santo Antônio

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