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sábado, fevereiro 18, 2012

O Senhor todo transfigurado - Tiago 3,1-10; Marcos 9, 2-13

Uma das páginas  mais belas dos evangelhos é aquela que nos relata o episódio da transfiguração de Jesus  sobre a montanha.  Hoje temos a versão de Marcos.  Haveremos de retomar esta  mesma versão no segundo domingo da quaresma deste  ano  de 2012.
Jesus  toma três de seus discípulos. Não leva todos. Mas três que  vão estar também presentes em outras circunstâncias  delicadas da trajetória do Mestre. Ele os leva a um lugar a parte,  a um espaço de silêncio e de interiorização.  Quer que eles possam fazer uma experiência diferente. Sabemos que a montanha é sempre lugar especial para as manifestações de Deus:  lugares altos do Antigo  Testamento, Horeb, monte  Sião.
Há uma iluminação do corpo e do rosto de Jesus.  No total silêncio e na intimidade das intimidades  Jesus olha o Pai e o Pai o olha.  Nessa entrega de total amor  há a luz da divindade que vem à tona.  O olhar do Pai faz vir  à tona a verdadeira identidade de Jesus: o habitante da luz. Marcos descreve esse momento com vivacidade e brevidade;  “Suas roupas  ficaram brilhantes e tão brancas  como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar”.  Luminosidade, claridade, brancura, alvura… termos que apontam para a divindade luminosa.  A verdade  de   Jesus aparece em seu semblante.
Moisés e Elias,  misteriosamente,  confabulam com  Jesus. A  lei e os profetas se associam ao destino e à pessoa        de   Jesus.
Os apóstolos fazem uma experiência  forte e densa .  Querem eternizar aquele momento. O céu desce à terra.  Toda  a majestade de Javé está no rosto de Jesus.  Pedro tem esse desejo:  fazer  três tendas para  Jesus, Moisés e Elias.  O mundo podia parar de girar.  Fundamental na trajetória de cada um de nós   essa experiência de Deus  que podemos fazer e que fazemos sem visões e raios, mas na fé. Os apóstolos experimentaram júbilo  mas também  “muito medo”.  Quem  não treme diante do divino?
Há  algo mais ainda.  A nuvem… essa nuvem que lembrava aquela outra nuvem  que acompanhou os israelitas  na travessia do deserto, nuvem que era  a presença da divindade. Marcos diz que eles foram envolvidos na sombra da nuvem… E da nuvem: “Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!”
Podemos compreender que este episódio tenha        fincado impressões definitivas nos corações dos três apóstolos. Mais tarde, Pedro  vai evocar esse episódio em uma de suas cartas  (dele ou a ele atribuídas).  Experiência que deveria encoraja-los  na turbulência  da paixão.
“E, de repente, olhando à sua volta,  não viram mais ninguém, a não ser somente  Jesus com eles”. Ao longo de nossa vida  fazemos nossas experiências  de  Deus, na fé.  Temos nossos encontros com o Cristo do monte.  Assim ganhamos coragem para continuar a caminhada nos tempos de secura e de aridez.


Frei Almir
www.franciscanos.org.br

Pia União de Santo Antônio

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